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A Inglaterra também foi um sistema jurídico que adotou uma sistemática de julgamento de demandas repetitivas, através da criação do sistema Group Litigation Order ou “GLO”. Segundo Andrews, “esse tipo de ordem é a mola mestra do sistema inglês quanto ao tratamento dado aos litígios com múltiplas partes”125.

123Artículo 37. 1. Interpuestos varios recursos contencioso-administrativos con ocasión de actos,

disposiciones o actuaciones en los que concurra alguna de las circunstancias señaladas en el artículo 34, el órgano jurisdiccional podrá en cualquier momento procesal, previa audiencia de las partes por plazo común de cinco días, acordar la acumulación de oficio o a instancia de alguna de ellas. 2. Cuando ante un Juez o Tribunal estuviera pendiente una pluralidad de recursos con idéntico objeto, el órgano jurisdiccional, si no se hubiesen acumulado, deberá tramitar uno o varios con carácter preferente previa audiencia de las partes por plazo común de cinco días, suspendiendo el curso de los demás hasta que se dicte sentencia en los primeros. 3. Una vez firme, el Secretario judicial llevará testimonio de la sentencia a los recursos suspendidos y la notificará a los recurrentes afectados por la suspensión a fin de que en el plazo de cinco días puedan interesar la extensión de sus efectos en los términos previstos en el artículo 111, la continuación del procedimiento o bien desistir del recurso.

124Artículo 111. Cuando se hubiere acordado suspender la tramitación de uno o más recursos con

arreglo a lo previsto en el artículo 37.2, una vez declarada la firmeza de la sentencia dictada en el pleito que se hubiere tramitado con carácter preferente, el Secretario judicial requerirá a los recurrentes afectados por la suspensión para que en el plazo de cinco días interesen la extensión de los efectos de la sentencia o la continuación del pleito suspendido, o bien manifiesten si desisten del recurso. Si se solicitase la extensión de los efectos de aquella sentencia, el Juez o Tribunal la acordará, salvo que concurra la circunstancia prevista en el artículo 110.5.b) o alguna de las causas de inadmisibilidad del recurso contempladas en el artículo 69 de esta Ley.

125ANDREWS, Neil. O moderno processo civil: formas judiciais e alternativas de resolução de

A ideia que motivou os legisladores a adotar o sistema foi basicamente a mesma que orientou os trabalhos dos legisladores da Alemanha, Portugal e Espanha. Pretendiam os legisladores criar um sistema racional de julgamento de processos que envolviam temas similares (questões de fato ou de direito), e que tinham condições de serem julgados de forma simultânea.

De acordo com Rossoni, o GLO126 foi introduzido ao ordenamento jurídico do Reino Unido em maio de 2000, no Civil Procedural Rules, Part 19, Section III, consistindo

essencialmente em uma ordem de gestão de processos que permite ao tribunal administrar coletivamente ‘casos que dão origem a questões de direito ou de fato comuns ou relacionados. (Rule 19.10). De acordo com este procedimento, uma GLO é um mecanismo de opt-in coletiva127.

Especificamente em relação a questão do opt-in referido, tem-se diferença marcante entre os procedimentos adotados por Alemanha, Portugal e Espanha, em relação ao procedimento do Reino Unido. É que, para aqueles países, a submissão aos sistemas de julgamento coletivos não se dá através de opção do autor ou réu. A inclusão dos processos, ao contrário, se dá de forma automática, com efetiva suspensão da tramitação processual até que a decisão final seja tomada. Já no sistema da Inglaterra, conforme já se disse, a submissão ao GLO depende de requerimento do interessado128.

Segundo o item 19.11 do Civil Procedural Rules, poderá a Corte criar o GLO quando existir, ou for provável a existência de um número de reclamações que possam dar origem às denominadas “GLO issues”.

126 INGLATERRA, Código de Processo Civil. 19.10, Civil Procedural Rules. A Group litigation order

(GLO) means an order made under rule 19.11 to provide for the case management of claims which give rise to common or related issues of fact or law. http://www.justice.gov.uk/courts/procedure- rules/civil/rules/part19#19.1. Acesso em: 01 de junho de 2014.

127MULHERON, Rachael, Relatório do XIII Congresso Mundial de Direito Processual, apud, ROSSONI,

Igor Bimkowski, O “incidente de resolução de demandas repetitivas” e a introdução do grupo litigation no direito brasileiro: avanço ou retrocesso? 2010. Disponível em http://www.tex.pro.br/home/artigos/44-artigos-dez-2010/4740-o-incidente-de-resolucao-de-demandas- repetitivas-e-a-introducao-do-group-litigation-no-direito-brasileiro-avanco-ou-retrocesso, Acessado em 2 jun. 2014.

128ROSSONI, Igor Bimkowski, O “incidente de resolução de demandas repetitivas” e a introdução

do grupo litigation no direito brasileiro: avanço ou retrocesso? 2010. p. 18. Disponível em http://www.tex.pro.br/home/artigos/44-artigos-dez-2010/4740-o-incidente-de-resolucao-de-demandas- repetitivas-e-a-introducao-do-group-litigation-no-direito-brasileiro-avanco-ou-retrocesso, Acessado em: 2 jun. 2014.

Os elementos essenciais para a formação do GLO estão previstos no item 19.11 (2), que assim dispõe: o GLO deve a) conter especificações sobre o caso para fins de registro do grupo; b) a especificação das questões comuns que serão geridas pelo grupo e; c) a eleição do tribunal competente para efetivar o gerenciamento do grupo.

Relativamente à especificação das questões comuns que serão geridas pelo grupo, observa-se não há restrições quanto à matéria que será submetida ao GLO. Sendo assim, segundo Andrews,

todas as formas de transgressão civil e conduta desonesta podem formar a base de ‘questões comuns’ para ensejar a Ordem de Litígio em grupo. Tudo o que é necessário demonstrar é que existem ‘questões comuns ou relacionadas, de fato ou de direito129.

Deve ser destacado que a legislação da Inglaterra confere poderes amplos ao tribunal competente para o gerenciamento do GLO. São eles: a possibilidade de alteração dos “GLO issues” (19.13.a) a fim de melhor gerir o grupo, e mesmo a extinção do group litigation quando a questão não puder ser tratada adequadamente de forma coletiva.

Por fim, deve ser mencionado o artigo 19.12 (1) (a)130 do Civil Procedural Rules do Reino Unido, que estabelece de forma expressa que a sentença ou a ordem é vinculante para todas as partes sobre todas as questões que estão no registro do grupo no momento da prolação do julgamento ou da ordem, a menos que a Corte determine em contrário131.