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Contextos e Práticas

6. Artistas de street art: Diversidade de Perspectivas

6.1. Fazer street art: Os protagonistas

Sendo a street art um fenómeno relativamente recente, e não havendo muita investigação de carácter extenso e aprofundado sobre as especificidades do tema113, poderia haver a tentação inicial de assumir

que os perfis das pessoas que fazem street art são semelhantes aos dos praticantes de graffiti. Ainda que a street art partilhe com o graffiti um certo carácter espontâneo e ilegal na sua génese, esta característica, dados nos novos contextos para a prática que temos vindo a descrever, já não é transversal a toda a prática de street art. Mostramos agora as propriedades sociais com as quais podemos considerar os praticantes de street art como constituindo um grupo diverso, no que diz respeito às suas idades, aos seus momentos de formação e percursos pessoais, aos discursos que constroem sobre a prática e os significados que lhe atribuem. Essa diversidade é no entanto atravessada por uma certa transversalidade ao nível da percepção dos novos contextos para a prática de street art como estando associados a novas possibilidades, tanto no campo técnico/plástico, como no âmbito da integração da prática de street art num percurso artístico pessoal.

113 São de mencionar os trabalhos de Jorge Vieira (2004), Ângela Mota (2009), Pedro Guerreiro (2009), Telma

Machado (2011) e Sara Eugénio (2013), ainda que quanto a dissertações de doutoramento sobre o contexto português da street art, não tenham sido encontradas referências.

Haver ou não uma ligação ao graffiti no âmbito desses percursos pessoais aparece como propriedade social e biográfica relevante. Quatro dos entrevistados incorporam essa prática específica no seu percurso pessoal, enquanto outros quatro entrevistados não tiveram essa prática – ainda que isso não signifique que não possa ter havido influência visual do graffiti - em dois casos essa referência é visível na sua obra, e nos outros dois casos, ausente. Noutras duas situações, o graffiti aparece como interesse paralelo, com experimentação num caso, e como objecto de interesse visual e fotográfico noutro.

No decorrer de dez entrevistas extensas a criadores de street art, observando os seus perfis sob uma perspectiva sociográfica, notamos que são à partida díspares. Em primeiro lugar, no que diz respeito às idades: compreendendo o conjunto dos entrevistados idades desde os 27 aos 64 anos, com duas ocorrências na casa dos 20, cinco na dos 30, duas na dos 40 e uma na dos 60, a observação não permite extrapolar para este contexto a abordagem das ‘culturas juvenis’, sempre presente nos estudos sobre o graffiti. Porém, é possível afirmar que a possibilidade de prática de street art por pessoas de várias idades é inseparável do contexto específico em que a estudamos, em que diversas iniciativas e eventos oferecem enquadramentos e portanto consistência social às práticas de um conjunto diverso de pessoas.

Relativamente aos momentos de formação dos entrevistados, quatro apresentam exclusivamente formação superior relacionada com artes visuais (artes plásticas ou design), sendo que num destes casos em particular há uma acumulação de momentos de formação superior (Leonor Brilha). Num outro caso a formação superior não está relacionada com a prática artística. Quanto aos entrevistados com formação técnica artística, variada ou complementar a outros momentos de formação, há três ocorrências. Dois dos entrevistados não apresentam formação complementar à escolar. A questão da formação relaciona-se directamente com as perspectivas que cada entrevistado associa à prática de

street art, e os significados e papel que lhe confere no seu percurso biográfico. Este aspecto será analisado de forma mais aprofundada num momento posterior deste capítulo.

Quanto à forma como os entrevistados relacionam a prática de street art com a prática profissional, em oito das dez entrevistas há uma ligação evidente: ou porque a actividade profissional é ligada à prática artística, ou porque, também o sendo, a complementa com uma vertente empresarial – é o caso de Smile e da sua loja/galeria em Odivelas. Quanto aos casos em que não há relação entre a street art e a obtenção de rendimentos, isso sucede porque a pessoa associa à prática um carácter lúdico, ou porque, havendo essa vontade, ainda não conseguiu converter a prática numa fonte de rendimentos financeiros. Note-se que haver uma componente de street art num corpo de trabalho profissional não é equivalente a fazer exclusivamente street art com esse intuito. A forma como a street art se interliga com outras práticas profissionais será analisada ao detalhe ainda neste capítulo.

Há diferenças marcadas no discurso entre, por um lado, os artistas cujo percurso é intencionalmente virado para o mundo da arte, e que sabem construir uma persona artística; entre os que vêem a street

art como uma actividade entre o lúdico e o expressivo; e entre os artistas que encontram na street art uma extensão da actividade que já mantinham como writers, no contexto do graffiti. Por outro lado, há também no discurso dos entrevistados aspectos em comum, que revelam que apesar da aparente diversidade dos perfis dos praticantes há na prática de street art algo que aparece como transversal sobretudo o que se prende com as representações sobre as possibilidades técnicas que a street art oferece, e com a associação positiva à experiência de a produzir em contextos legitimados.

Em relação às representações sobre o papel que conferem à street art, estas podem-se organizar segundo três eixos: interacção/visibilidade, sendo a concretização de uma vontade de interagir com a cidade – José Carvalho -, ou de trazer visibilidade para o corpo de um trabalho artístico mais abrangente – Mariana Dias Coutinho e Leonor Brilha – ou de, assim, acederem a um público mais vasto – Vanessa Teodoro e Bruno Santinho; comunicação/expressão, na medida em que podem materializar a vontade de se exprimirem nas paredes da cidade – Tinta Crua -, ou comunicarem mensagens e ideias de forma artisticamente expressiva – Miguel Januário e *L; plasticidade, na medida em que às paredes e estruturas da cidade a intervir estão associadas possibilidades plásticas diferentes, exigindo técnicas específicas – Tinta Crua, Mariana Dias Coutinho, Leonor Brilha, Miguel Januário e Smile.

Concomitantemente, as vantagens que os entrevistados associam à prática de street art também se prendem a três factores: 1) o suporte material que as estruturas físicas urbanas permitem, como «tela» de intervenção cuja escala e superfície consideram interessante como estrutura de intervenção; 2) o

público a que a street art pode chegar, quer ao nível dos transeuntes que se cruzam com a peça, quer ao nível de posteriores exposições mediáticas possíveis, nomeadamente nas redes sociais, sites pessoais e sites especializados em street art; 3) a actividade em si, por ser estimulante, já que implica muitas vezes o confronto com opiniões e reacções de quem observa, bem como de outros artistas, no que diz respeito a trabalhos inseridos em projectos colectivos. De novo, estes factores estão intimamente ligados às expectativas e representações que cada entrevistado associa a essa prática expressiva de rua.

Um outro argumento que sustenta a ideia de diversidade nos perfis das pessoas que fazem street art é o das próprias peças, que não se prendem a referentes estéticos e simbólicos tão estruturados como no

graffiti (ainda que com ele por vezes partilhem linguagens estéticas), sendo também nesse sentido (no dos temas, práticas e materiais), muito mais amplas. Este aspecto prende-se com o que é uma diferença essencial entre o graffiti e a street art, que são as intenções de comunicação através do espaço público que estão subjacentes a cada uma destas práticas. A primeira, constituindo um código restrito aos «iniciados», pretende chegar essencialmente aos outros praticantes, ou a quem esteja inserido nessa cultura; a segunda tem como âmbito um grupo tão abrangente como o dos transeuntes

que com as peças se cruzam114 – fisicamente ou online. Será também provavelmente este um dos

aspectos que explicam que haja tantos criadores cujas práticas têm origem no graffiti a explorar outras técnicas e linguagens expressivas, em contextos mais complexos do ponto de vista associativo e interventivo na cidade.

Outro aspecto que ilustra a diversidade dos perfis dos praticantes de street art é o dos próprios formatos dessa produção. Nomeadamente, em contextos espontâneos e ilegais, sozinho ou acompanhado por pares e amigos; em colaboração com outros artistas, ou sozinho mas em contextos de iniciativas legais onde várias pessoas criam em simultâneo; e também há casos em que ambas prevalecem.

O que realmente parece ser comum aos entrevistados (com nove em dez a referi-lo) é a disponibilidade em produzirem em contextos institucionais lato senso, ainda que por razões diferentes ou com uma associação a marcas, situação em que, também, os contextos específicos onde cada um expõe sejam diversos e a prática se revista de significados específicos.

Acrescenta-se ainda que a questão da diversidade da composição do meio surgiu aliás em contexto de entrevista, espontaneamente, em que três entrevistados observaram o seguinte: José Carvalho indica que essa diversidade implica diferentes percepções e opiniões sobre o que é pintar na rua, e que essa diversidade de perfis advém do conjunto de oportunidades que surgem com a street art, que faz com que artistas «de galeria» incluam a street art no seu trabalho:

«Neste momento em particular as portas estão muito abertas aos artistas de arte urbana. E isso nota-se porque há muitos artistas que querem vir agora para a arte urbana porque vêem que aí há muitas portas. [...] Mas neste momento vivemos numa ‘era de ouro’ até ao momento para a arte de rua, que até os próprios artistas de Nova Iorque dos anos 80 estão a ser chamados para expor o graffiti puro e duro na galeria. É um bocado óbvio nos Açores [festival Walk & Talk] e acho que faz sentido os artistas de street art hoje em dia são as ‘estrelas rock’ da arte… viajam pelo mundo, estão lá, pintam na rua, é muito fixe, é muito bom, bazam, voltam, continuam a trabalhar e não estão fechados naquele espaçozinho.» (José Carvalho, Artista plástico e street artist, 2013)

Este entrevistado refere mesmo que o momento actual é uma «era de ouro» para a street art, na qual compara alguns artistas mais reconhecidos a «estrelas rock», exprimindo assim a sua percepção da actual popularidade – e consequentes oportunidades para os artistas – deste tipo de intervenção artística.

Já Vanessa Teodoro, cuja incursão na street art aparece no seguimento do trabalho em agências de publicidade e da vontade em enveredar pela ilustração em grande escala, depois de participar num dos

114 Sendo esse ‘cruzar’, como veremos, tanto físico como online, com a disseminação de imagens de street art

projectos da GAU, refere, na entrevista que concedeu, que considera que há bastantes artistas de street

art com origem no graffiti, e outros com perfil distinto, como o seu:

«Saí das agências [de publicidade] e comecei. ‘Não. Vou fazer bonecos.’ [...]Então, comecei com ilustração. Fiz [ilustração para] outras campanhas: Vodafone, TMN, CANON, marcas grandes. Entretanto, tinha um amigo que [fazia e faz] graffiti. Era assim um dos «batidos»… da margem Sul. E soube dessa coisa da Câmara, da GAU. Isto foi para aí em 2009. Eles começaram em 2008… Não tenho a certeza. ‘Estão a pedir propostas para pintar …Queres fazer uma coisa grande?’. Ora pintar com latas é que [não sei]… seca rápido […] Já sabia que existia. Já tinha [tido] namorados que pintavam, mas eu não… Eu queria era mesmo fazer uma coisa em grande escala. O que é que eu consigo fazer em grande escala que ajudasse? Pintar com latas, embora eu também pinte com pincel, mas latas é mais rápido. E então disse: ‘Bora lá fazer uma colaboração. Bora lá fazer isto. Tu ensinas-me a pintar com latas e olha…’ Então, propusemo-nos a fazer isso.» (Vanessa Teodoro, Designer e street artist, 2013)

Porém, para esta street artist a aprendizagem de técnicas do graffiti, directamente com os seus praticantes, foi realçada como muito importante, no sentido em que lhe permitiu, mais tarde, concretizar tecnicamente as suas intervenções de street art.

Um outro entrevistado, Tinta Crua, sente essa diversidade de perfis como uma «invasão» de território, não reconhece como legítimo haver artistas de street art que apenas a produzam em contextos legais e programados, apreciando no entanto casos de outros artistas que conciliam as duas vertentes:

«Depois também há muita gente que vem para este meio [a street art]… como há pessoas, que até gosto dos trabalhos deles, e trabalham e talvez sejam dos nomes mais conhecidos da street art e fazem trabalhos, muitos deles ou são designers (...), mas o que eles fazem é trabalho local ou só trabalham a convite destas organizações. E nunca vi trabalhos deles nas ruas e, tirando o Mais Menos, o Pantónio, ou mais um ou outro, continuam a trabalhar para essas organizações e para outras e já têm montes de coisas, mas não deixam de intervir na rua. Eu acho que isso é … É um bocadinho como o graffiti. O graffiti é sempre ilegal, na sua génese. O graffiti é ilegal, não pode ser legal. Mas, pronto, é isso… Muitas vezes é usado com outros meios.» (Tinta Crua, street artist, 2014)

Este entrevistado considera que a prática de street art deve incorporar sempre a vertente espontânea, ilegal, não se devendo basear nos trabalhos elaborados através de contextos de produção legitimados. Nesse sentido, compara a «génese» da street art à do graffiti, consistindo ambas na componente ilegal da prática.

Como vimos, esta diversidade de perfis observada coloca uma questão séria à aplicabilidade de perspectivas de «culturas/subculturas juvenis» ou «tribos urbanas» - que se centra não só na questão das idades, mas também pelas noções que se prendem ao conceito de juventude com dependência financeira e largos momentos de ócio, como refere Ricardo Campos (2010:46). Estas perspectivas aparecem deslocadas neste contexto, já que não só os praticantes não se enquadram nesta condição de «jovens financeiramente dependentes» – aliás, no universo dos entrevistados não houve um único

nesta situação – como a prática de street art não aparece associada a momentos de ócio, mas sim a estratégias de visibilidade de uma produção muitas vezes orientada para a obtenção de trabalho pago – sendo a única excepção a do caso de *L, que, com 64 anos, assume a sua prática de street art como tendo significados lúdicos e de ocupação de tempos livres - leia-se, sobre esta street artist médica reformada, a caixa de texto abaixo.

*L, um percurso singular

*L iniciou a sua actividade enquanto street artist depois de ter participado num workshop de técnicas e contextualização histórica da street art dedicada a idosos, o Lata 65. Não se enquadrando nessa faixa etária, mas já tendo entrado nos sessentas, Luísa Cortesão aprendeu assim a recortar stencils para depois os aplicar sobre as paredes, em spray. A prática de criar imagens para depois recortar em stencils veio-lhe com naturalidade, já que anteriormente havia desenvolvido pequenas figuras para servirem de ícones nos desktops dos computadores da Mac. Chamou a estas figuras «colheres» porque, nas suas palavras, «quem não sabe o que fazer faz colheres». Estas «colheres», que aliás obtiveram alguma popularidade nos meios informáticos, assumiam a forma de figuras à semelhança dos utilizadores, mas também de fadas e bruxinhas. Assim, os amigos começaram a chamá-la de «bruxinha», sendo essa a imagem paradigmática do trabalho de *L nas intervenções em stencil que faz na rua. Durante anos médica endocrinologista, Luísa Cortesão mantinha um interesse pelas práticas artísticas de rua. Fotografando os graffiti novos que, no trajecto de comboio até ao local de trabalho, lhe permitia familiarizar-se com as especificidades do trabalho de cada writer, e, posteriormente, com as intervenções de street art que foram aparecendo pela cidade. Este seu hobby da fotografia permitiu-lhe, através da internet, não só partilhar imagens das intervenções que registou, através do seu flickr, como estar ainda mais atenta à actividade de writers e street artists, internacionalmente, reconhecendo os traços destes artistas com a familiaridade de quem há muito está atenta. Durante a entrevista, relatou com entusiasmo o dia em que fotografou os artistas a intervir nos prédios da Fontes Pereira de Melo, durante o Projecto CRONO – de como um deles não gostou de ser fotografado e a ameaçou com um banho de tinta, mas de como travou conhecimento com Ericailcane nessa ocasião – partilhando posteriormente com este artista as fotografias que havia tirado.

*L, a street artist, tem vindo a aplicar bruxinhas e fadas pela cidade – mas também outros pequenos stencils de carácter interventivo, como aquele onde se lê «somos todos gregos», ou a imagem dos eucaliptos, que alerta para o perigo ambiental do seu cultivo extensivo em detrimento das espécies autóctones. O workshop Lata 65, aliás, adoptou como seu símbolo uma das suas figuras: a imagem de uma velhinha de lata de spray em riste. A singularidade deste percurso chamou aliás a atenção a Martha Cooper, a fotógrafa de graffiti que tem vindo a acompanhar estas expressões artísticas de rua desde o tempo em que os comboios de Nova Iorque surpreendiam pela manhã os cidadãos daquela metrópole com as suas carruagens profusamente pintadas. Martha quis conhecer *L, aproveitando para tal a sua estada em Portugal aquando da inauguração da sua exposição na galeria Underdogs.

Mas *L não se considera uma street artist, associando a sua prática com os stencils a um hobby, uma forma de passar o tempo. A sua página de facebook tem precisamente o nome de «*L is not an artist». Do nosso ponto de

vista da análise das práticas, permitimo-nos discordar, mostrando o percurso de *L pela street art, o que em grande medida caracteriza esta prática artística no momento actual: uma imensa vontade de experimentação aliada a uma verdadeira diversidade dos perfis dos artistas que a praticam.

O perfil que traçámos de *L exemplifica como o universo das práticas de street art no contexto em questão é diverso, no que diz respeito aos seus praticantes.

Deste modo, o contributo de José Guilherme Cantor Magnani, em artigo sobre os circuitos de jovens em S. Paulo, sugere que se desloque a questão de uma «condição de jovem» para os comportamentos e os espaços. Nas suas palavras:

«Em vez da ênfase na condição de “jovens”, que supostamente remete a diversidade de manifestações a um denominador comum, a idéia é privilegiar sua inserção na paisagem urbana por meio da etnografia dos espaços por onde eles circulam e onde se encontram, e das ocasiões de conflito e dos parceiros com quem estabelecem relações de troca.» (Magnani, 2010:13)

Portanto, priveligia-se uma abordagem que tem como cerne a questão da identidade, no sentido em que a prática de street art se interliga com um projecto identitário, de construção de um percurso pessoal em que esta forma de expressão artística é uma componente.

Nesse sentido, a noção que Michel Agier refere de «comunidade do instante»115 será para este caso de

uma comunidade formada tão-somente no âmbito de uma actividade (e eventuais situações sociais por ela proporcionadas, como inaugurações de exposições, ou momentos de pintura em simultâneo, por exemplo):

«Et nous parlons de communautés de l’instant, formées dans l’activité (qu’elle soit politique, esthétique ou rituelle) et non pas des identités communautaires supposées éternelles, primordiales et non contextuelles.» (Agier, 2004).

Estaremos, também, no caso da street art, perante uma comunidade do instante, formada por indivíduos-artistas que, na diversidade dos seus perfis individuais, partilham entre si as situações sociais proporcionadas pelas iniciativas de street art de teor colectivo. Igualmente, penso estar perante uma comunidade do instante entre os artistas e o seu público/transeuntes que observam o seu trabalho, nos momentos de intervenção no espaço público, como os que tiveram lugar no âmbito da observação em trabalho de campo que, no processo de objectivação participante referido, foi desconstruída e interpretada.

115 Esta noção tem ainda aplicações interessantes no sentido de actividades com alguma performatividade, pelo