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O futuro das energias renováveis: seis fontes de energia ilimitada

7. Características do Sector Energético no Brasil

7.8 O futuro das energias renováveis: seis fontes de energia ilimitada

Apesar do facto de que grande parte da energia eléctrica que as pessoas consomem directa ou indirectamente derivar das energias convencionais como a hidreléctrica, termoeléctrica e carvão, o mundo disponibiliza naturalmente fontes inesgotáveis de energia limpa. Estes modais de energia vão bem além de oferecer simplesmente as energias limpas tradicionais como é o caso dos painéis fotovoltaicos e a energia eólica. Trata-se de modais imaginados há muito pela ficção científica, mas que só agora, com as novas possibilidades tecnológicas, começam a se tornar uma boa opção para os anos vindouros. Contudo dois factores contribuem para que estas energias ainda não tenham sido adoptadas por grandes empresas e governos do mundo inteiro: primeiro o factor tecnológico; e depois o factor económico. Diferentemente dos modais convencionais de energia limpa, estes modais ainda não têm estudos comprovativos de sua eficiência e segurança no fornecimento de energia para grandes cidades, por exemplo. Desta forma, é verdade que alguns modais como a energia das ondas

(em Portugal), são apenas belas alternativas potenciais, nada mais, além disso. Enquanto relativamente à questão económica, se evidencia que para as empresas viabilizarem estas tecnologias por meio da economia de escala, será necessário um grande esforço e grandes quantias de investimento – facto que já vem ocorrendo no mercado. Aliado a isto, veja-se o pronunciamento do presidente americano, Barack Obama, em Janeiro de 2012, em que ficou claro o rumo que os EUA irão seguir nos próximos anos a respeito da produção de energia na economia americana. O programa dos EUA será baseado nas fontes limpas de energia. Tal facto pode contribuir de forma decisiva para que o resto do mundo venha a seguir os EUA na produção de energia.

Para Morse (2009, p.36) existem seis tecnologias inovadoras em estágios distintos de desenvolvimento que podem ser o futuro próximo da energia limpa mundial. São elas:

Ventos altos - Trata-se de uma evolução relativamente à produção convencional de

energia eólica, utilizando um balão ou rotor com turbina eólica que pode ficar em alturas que variam de 300 metros a 4.500 metros, com maior facilidade para encontrar ventos fortes e constantes. A detentora desta tecnologia é a empresa Magenn Power, que actualmente comercializa um balão de hélio de 20 metros de diâmetro. A energia gerada por ventos nestas alturas seria suficiente para atender cem vezes a demanda do planeta. A dúvida é se os entraves tecnológicos para a produção em larga escala serão superados.

Óleo verde - O combustível de oleaginosas requer várias etapas de colheita e processamento. Algas geneticamente modificadas simplificariam bastante este trabalho ao expelir óleo continuamente - óleo que seria refinado e convertido em combustível. Duas empresas apresentam este modal de energia no mercado, são elas: a

Synthetic Genomics; e a Sapphire Energy. Entretanto este tipo de tecnologia ainda não

é viável economicamente, mas a boa notícia é que o governo americano investiu U$ 50 milhões em pesquisa no ano de 2010.

Energia das ondas - A ideia subjacente aqui é a de que geração de energia derivada do movimento das ondas do mar pode ser uma alternativa viável. Há mais de trinta empresas desenvolvendo esta tecnologia para ofertar no mercado. A Pelamis Wave

Power, da Escócia, foi a primeira a colocá-la em prática ao desenvolver os

conversores do primeiro parque deste tipo de energia no mundo, instalado na costa portuguesa em 2008. Um módulo com 4 metros de diâmetro geraria energia suficiente para abastecer 500 lares. Embora a energia das ondas ainda não seja competitiva, se

estima (Greentech Media/Prometheus Institute) que daqui a cinco anos o mercado deste tipo cresceria U$ 500 milhões ao ano, quando alcançaria a produção de um gigawatt de capacidade.

Energia estelar - a fusão nuclear é a reacção atómica que produz brilho das estrelas, e

pode servir para gerar energia limpa. A National Ignition Facility, dos EUA, já há algum tempo que vem investindo neste modal de energia alternativa. Em 2010 esta empresa mirou 192 lasers numa minúscula cápsula com hidrogénio para provocar uma fusão capaz de gerar mais energia do que consome. Em termos de investimentos governamentais, o Governo dos EUA já investiu mais de US$ 20 bilhões ao longo dos últimos cinquenta anos. Entretanto, testes iniciais da fusão como fonte de energia podem estar a pelo menos quinze anos de distância.

Calor Profundo - A tecnologia EGS (Enhanced Geothermal System), que injecta água

a uma profundidade de três quilómetros ou mais para superaquecimento, funcionaria basicamente em qualquer lugar do mundo. Há dezenas de projectos de pesquisa em EGS em curso no mundo. A empresa australiana Geodymanics espera activar uma usina-piloto de 1 megawatt, que será uma das maiores do mundo. Este tipo de energia tem grande probabilidade para se tornar uma importante fonte de energia sustentável e barata, isto por conta dos avanços tecnológicos fáceis de que necessita um empreendimento em EGS, diz o Departamento de Energia dos EUA.

Energia solar ininterrupta - muitos factores como nuvem, poeira e escuridão geram problemas para os painéis solares instalados em terra. Entretanto, painéis solares fotovoltaicos instalados na órbita da Terra poderiam receber radiação solar durante as 24 horas do dia, permitindo a produção ininterrupta de energia, que seria transmitida por ondas de rádio para a Terra. O projecto Solaren tem um contrato com uma concessionária da Califórnia para iniciar o fornecimento de energia solar obtida no espaço em 2016. A NASA e o Departamento de Energia dos EUA terão gasto nesta área cerca de US$ 80 milhões nos últimos trinta anos.

Estas são apenas algumas possibilidades interessantes que os avanços tecnológicos na área das energias renováveis vêm apresentando ao mercado, que busca cada vez mais fontes alternativas de energia para suprir não uma demanda de consumo, mas sim, uma necessidade global que está muito correlacionada com o processo de sobrevivência do homem em seu habitat. Refira-se que empresas e governos poderão fazer com que estes modais venham a ser adoptados. No entanto, esta questão pode ser considerada ainda especulativa. O que se tem de

certo é que a Neuroeconomia pode ajudar a fazer com que as pessoas adotem a ideia de um mundo que produz sua energia de forma não deletéria relativamente ao meio ambiente.