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7. Características do Sector Energético no Brasil

7.4 Organização do sector energético brasileiro

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - A Agência Nacional de Energia Elétrica foi

instalada em 1997 com a missão de proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento do mercado com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade. Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, mas não subordinada a ele, a autarquia regula e fiscaliza toda a cadeia produtiva do setor, desde a geração até à comercialização de energia.

Dentre suas atribuições estão a de garantir uma tarifa justa para o mercado e a de zelar pela qualidade do serviço. A Aneel também atende às reclamações de consumidores, medeia os conflitos de interesses e concede e autoriza instalações e serviços de energia em todo o País. Para assegurar a universalização do serviço, a agência exige investimentos e estabelece metas, utilizando uma sistemática de áreas nas quais o atendimento de novas ligações deverá ser realizado sem ônus para o solicitante.

A Aneel é administrada por uma diretoria colegiada, formada pelo diretor-geral e por outros quatro executivos. Os dirigentes cumprem mandatos de quatro anos, após terem seus nomes indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. As funções executivas e técnicas da agência estão a cargo de 20 superintendências4.

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) - A Agência

Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis é desde que foi instalada, em 1998, a entidade reguladora e fiscalizadora da produção e distribuição de combustíveis no País. É uma

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Capítulo resumido de Sanches (2011, pp. 40-47).

3 Ver http://www.escelsa.com.br/aescelsa/historia-ee-brasil.asp. 4 Ver site da aneel (http://www.aneel.gov.br).

autarquia vinculada ao Ministério das Minas e Energia, mas de atuação autônoma e independente.

A ANP é responsável pela aplicação da política nacional para o setor, baseada na Lei do Petróleo, de 1997. Sua missão principal é desenvolver a cadeia produtiva, promovendo investimentos e aperfeiçoamento tecnológico da indústria.

São atribuições da agência:

 encabeçar estudos geológicos para identificação de potencial de exploração petrolífera;

 realizar licitações para exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás;

 calcular a parcela da receita que cabe a municípios, Estados e à União na exploração de petróleo;

 acompanhar a evolução dos preços dos combustíveis e comunicar aos órgãos de defesa da concorrência eventuais infrações; e

 autorizar e fiscalizar atividades ligadas às cadeias produtivas de todos os tipos de combustíveis (incluindo o etanol)5.

A ANP é conduzida por uma diretoria colegiada com cinco membros (incluindo seu diretor- geral) que cumprem mandatos de quatro anos. Seus nomes são indicados pelo Presidente da República e submetidos à aprovação do Senado Federal.

7.4.2 Poder Executivo

Ministério de Minas e Energia (MME) - O Ministério de Minas e Energia foi criado

em 1960, com o objetivo de propor e executar políticas energéticas e de exploração e de uso dos recursos minerais do País. Até então, essas atribuições ficavam a cargo do Ministério da Agricultura. Em 1990, o MME foi extinto e suas atividades foram absorvidas pelo Ministério da Infraestrutura, instalado na mesma ocasião.

O Ministério de Minas e Energia foi recriado em 1992 e teve suas competências redefinidas por lei em 2003. Desde então, responde pelas áreas de geologia, recursos minerais e energéticos (incluindo a energia nuclear). A pasta é organizada entre as secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Energético; de Energia Elétrica; de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis; e de Geologia, Mineração e Transformação Mineral.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a

Comercialização Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) são companhias públicas ligadas ao ministério e contribuem na formulação de políticas e na gestão de suas respectivas áreas. O MME também tem como empresas controladas, a Eletrobrás e com a Petrobrás, ambas as empresas de economia mista. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) são autarquias vinculadas ao MME. O ministro das Minas e Energia preside o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) - O Conselho Nacional de Política

Energética (CNPE) tem como objectivos principais promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País e assegurar o suprimento de energia às áreas mais remotas do território nacional. Também é responsável por rever periodicamente a matriz energética brasileira, sempre considerando o aproveitamento de fontes alternativas e de novas tecnologias, e por estabelecer políticas para uso de insumos específicos como gás natural, carvão e biocombustíveis, entre outras fontes alternativas. O CNPE também tem a atribuição de definir políticas de importação e exportação de petróleo e seus derivados, de forma a assegurar a constância no abastecimento do mercado interno.

O CNPE reúne-se a cada seis meses ou em seções extraordinárias, quando necessário. O ministro das Minas e Energia preside o conselho, que também reserva assentos para os ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão; da Fazenda; do Meio Ambiente; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Casa Civil; da Integração Nacional; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Também participam do CNPE representantes dos Estados e do Distrito Federal; um representante da sociedade civil; e um representante das universidades brasileiras.

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) - O Comitê de Monitoramento

do Setor Elétrico foi criado em 2004 para acompanhar e avaliar permanentemente o suprimento de energia no País. A missão do órgão é detectar eventuais riscos e problemas que ameacem a segurança do abastecimento contínuo de energia.

O órgão tem competência para elaborar políticas de ajustes e formular soluções para as vulnerabilidades detectadas no setor. Quando necessário, as resoluções do comitê são encaminhadas para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)6.

Presidido pelo ministro de Minas e Energia, o Comitê é formado por quatro representantes do MME e pelos titulares da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Eletrobrás - Inaugurada em 1962, a Eletrobrás nasceu com a atribuição de projetar,

construir e operar geradoras, linhas de transmissão e subestações para garantir o suprimento de energia eléctrica em todo o País. O processo de privatização do setor, nos anos 1990, levou a empresa a rever sua missão, que hoje é a de dar apoio a programas estratégicos do governo federal. Desde então, a Eletrobrás atua também como distribuidora de energia.

As doze subsidiárias da Eletrobrás – entre elas, Chesf, Furnas, Eletronorte, Eletrosul e Eletronuclear – atuam de forma integrada, sob políticas definidas pelo Conselho Superior do Sistema Eletrobrás (formado pelos presidentes das empresas controladas). A empresa também apoia o Governo Federal, via Ministério de Minas e Energia, na execução dos programas oficiais federais, como o Luz para Todos, o Procel, e o Proinfa, além de gerenciar alguns fundos setoriais de energia elétrica, como a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Reserva Global de Reversão (RGR), e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O Grupo Eletrobrás tem capacidade instalada para a produção de 41,7 mil MW e mais de 59 mil km de linhas de transmissão7.

Petrobras - A Petrobras é uma companhia aberta de capital misto cujo controle

pertence ao governo brasileiro. A empresa é a terceira maior do mundo no setor de energia, com receita anual de R$ 213 bilhões e presença em 28 países.

A companhia atua em todos os elos da cadeia produtiva do óleo e do gás natural: exploração e produção, refino, comercialização e transporte. A Petrobras também realiza investimentos em petroquímica, na distribuição de derivados de petróleo, em energia elétrica, em biocombustíveis e em outras fontes renováveis de energia.

Fundada em 1953, a Petrobras tem como principal órgão diretivo o Conselho de Administração, formado por ministros de Estado e por representantes dos acionistas minoritários. Suas principais subsidiárias são a Transpetro (transporte e armazenamento), a Petrobras Distribuidora (comercialização e industrialização), a Petroquisa (química e

petroquímica) e a Petrobras Biocombustível (etanol e biodiesel)8.