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Análise da Viabilidade das Categorias Emergentes

NOTAS: 1 Legenda:

2. Interações: Caso 1: 120; Caso 2: 170; Caso 3:

Na macrocategoria Grupo, trabalhou-se com 06 categorias: “Estratégia”; “Relação”; “Resolução de Problemas”; “Comunicação”; “Tema Tratado” e “Competências Complementares”. Vale ressaltar que os dois primeiros casos tiveram a organização do grupo realizada de forma aleatória pelos administradores do curso. Já, o caso 03, a organização dos grupos obedeceu ao critério de manter um conjunto de alunos de cada polo como forma de garantir uma troca mais aprofundada de informações tendo como base a vivência diferenciada dos alunos90.

A primeira categoria a ser analisada foi a “Estratégia”, ou seja, como o grupo se organiza no sentido de desenvolver os processos de colaboração para realizar o trabalho colaborativo no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Aqui foi possível notar que os processo de colaboração em espaços virtuais de aprendizagem é uma ação a ser construída, o que necessita da realização de diversas atividades, mediadas, para que posteriormente as ações

colaborativas ocorram mais espontânea e com maior frequência entre os participantes de um determinado grupo.

Notou-se ainda ao se analisar o Caso 01, que os alunos não estavam habituados nem com o uso da EaD (detalhes foram apresentados na macrocategoria Tecnologia da EIIC1) e nem com o desenvolvimento de trabalho em coautoria em ambientes virtuais de aprendizagem.

Diante do exposto, percebeu-se que 43% das estratégias criadas pelo grupo no Caso 01 foram relacionadas à troca de informações e que apenas em alguns momentos foram criadas estratégias para a construção de processos que poderiam levar a ações colaborativas no desenvolvimento da coautoria com 14%; enquanto que, nos Casos 02 e 03, as estratégias para o desenvolvimento do trabalho em coautoria aparecem com 50% e 67% respectivamente, não havendo registro para esses dois casos de estratégias apenas de troca de informações,91 o que demonstra que o desenvolvimento de trabalho colaborativo se sustenta na prática da ação da construção coletiva, propiciadas pelas atividades propostas com tal intencionalidade.

A Categoria “Relação” apresenta como o grupo interagiu no sentido de atingir os seus objetivos. Nesta categoria ficou evidente a necessidade da figura do líder, aquele que direciona a ação, mesmo nos grupos com mais vivência na realização de trabalhos de coautoria, como nos Casos 02 e 03, onde a ocorrência “existência de um líder que determinou as linhas de trabalho” aparece com 75% e 33% respectivamente. No caso 01, a incidência é de 57%. No caso 03, acrescentou-se ainda a ocorrência “Interação parcial entre os membros do grupo”, uma vez que foi uma ação muito presente no processo (33%), ou seja houve a existência de uma situação híbrida com parte do grupo buscando um trabalho mais colaborativo enquanto uma segunda parte fazia a sua participação solo.

A categoria “Resolução de Problemas” apresenta um comportamento diferenciado entre os 3 casos analisados. Ao se observar o Caso 01, no qual os alunos tinham menor conhecimento do ambiente e pouca cultura em EaD, tem-se 29% de desistência para o término do produto solicitado quando os

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Nos Casos 02 e 03, os alunos ou grupos de alunos já possuíam histórico de trabalhos em colaboração em Espaços Virtuais de Aprendizagem.

grupos se veem diante de problemas a serem resolvidos, enquanto nos casos 02 e 03 a incidência é zero. Por outro lado, ainda ao se observar o caso 01, existe o outro extremo que é a procura por solução para os problemas dentro dos grupos de trabalho que aparece com 29%. Este índice é maior nos casos 02 e 03, 50% e 33%.

Nos cursos de graduação, caso 03, os alunos, ao se depararem com problemas de natureza técnica buscam por ajuda externa, aqui no caso dos professores tutores. A incidência desta ação esteve presente nos três casos sendo que: Caso 01 registrou 29%, o Caso 02, 50%; e o caso 03, 66%.

Uma ressalva deve ser feita que é a necessidade do professor ficar atento para “não entregar o peixe e sim ensinar o aluno a pescar”, nas análises práticas significa estimular a reflexão em grupo, o que significa que a sua ajuda deve vir no sentido de fazer com que o grupo analise as suas dificuldades e tente solucioná-las. A intervenção do professor só será mais contundente caso a situação do ato da reflexão sobre as ações se transforme em um entrave para a continuidade do processo de trabalho colaborativo.

A categoria “Comunicação” se mostrou como essencial ao estabelecimento dos processos de coautoria. Assim como ocorreu na categoria “Relação” onde os grupos de trabalho tenderam a identificar um líder e a depositar nele as suas expectativas, o que é um resquício do ensino que não se utiliza da colaboração e que o individual é mais valorizado que o coletivo. Com isso, a ocorrência Identificação de um líder, a quem se deposita a competência da orientação geral, apareceu com 43% no Caso 01 e 50% no caso 02. Já, no caso 03, esta ocorrência aparece com 33%, mas tem como contraponto, com 66% uma ação que é a liderança compartilhada por mais de um indivíduo no grupo, ou seja, há a descentralização do “poder” e cada líder contribui com um conjunto de habilidades no processo de desenvolvimento do trabalho colaborativo.

A quinta categoria cruzada foi a relação dos grupos com o “Tema Tratado” que acabou por se polarizar, tendo em um extremo a busca por soluções, apesar da falta de domínio sobre o tema, cuja incidência registrada entre os casos 01 e 02 foram de 43% e 25%. Já, o caso 03, devido às peculiaridades de um curso de graduação a distância, tem-se 100% das

ocorrências nesta ação, pois a cultura da busca por soluções é incentivada pelos professores durante todo o curso.

Agora, ao se olhar para o outro extremo, no qual os alunos fizeram intervenções insatisfatórias devido à falta de domínio do tema, tem-se ocorrências apenas nos casos referentes ao Guri com 43% e 50%. Percebeu-se nesta ocorrência que na grande maioria das vezes esses alunos acreditavam que as suas intervenções eram satisfatórias, ou seja, eles não tinham ainda parâmetros construídos no sentido de classificar as suas intervenções, o que no caso de cursos mais longos o aluno vai adquirindo no processo.

A última das categorias analisada no Contexto Grupo foi as “Competências Complementares” que não foi identificada em nenhum dos três casos.

Antes do início da análise dos resultados obtidos na Etapa II para a macrocategoria Tecnologia, Estudo de Casos Múltiplo, constituído por 03 casos, dois junto ao projeto Guri e um na UAB UfSCar, é preciso fazer algumas ressalvas, uma vez que os casos apresentam peculiaridades exploradas no capítulo IV, que merecem ser sintetizadas nesta análise.

Os casos 1 e 2 ocorreram no âmbito do Projeto Guri, com características de formação continuada e, apesar dos dois cursos terem o mesmo conteúdo estrito, seus participantes não o realizaram no mesmo estágio de conhecimento / aprendizagem. No caso 1, os participantes receberam o curso como primeira atividade em EaD da Associação Amigos do Projeto Guri, enquanto na segunda edição já existiam antecedentes nessa formação decorrente da realização prévia de cursos de conteúdo específicos. Decorrente desse fato, os resultados sugerem certa distinção na incidência das ocorrências cuja motivação está em parte relacionada à existência prévia de formação específica, ou seja, o uso de ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem, por exemplo.

QUADRO 22b – ANÁLISE CRUZADA. MACROCATEGORIA: TECNOLOGIA ETAPA II – CASOS: 1, 2 e 3

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