• Nenhum resultado encontrado

Aspectos Metodológicos

OBJETIVO FERRAMENTAS ANÁLISE

Descrever as ações realizadas pelos alunos no

estabelecimento das relações de colaboração

Fórum

- Identificar nas postagens realizadas nos fóruns as ações recorrentes com vista a se

estabelecer categorias que levem a colaboração como:

- Identificar a existência de interação espontânea;

- Identificar se houve a evocação de um líder para a participação;

- Identificar se houve processo de troca entre os participantes.

Analisar as dificuldades encontradas para se realizar

os trabalhos em colaboração Chat (*1)

- Identificar as dificuldades encontradas pelos alunos;

- Identificar a postura virtual dos alunos diante das dificuldades encontradas;

- Identificar as dificuldades recorrentes.

Descrever as estratégias utilizadas pelos grupos para atingir o objetivo proposto na

atividade

Fórum

– Analisar quais as ações utilizadas pelos grupos; - Observar quais os recursos mais utilizados; - Estabelecer uma escala que faça uma relação

entre a ferramenta utilizada e a ação realizada

Estabelecer as categorias de análise para a colaboração

realizada pelos grupos de trabalho

Fórum

- Identificar a existência de objetivos comuns entre os pares;

- Identificar competências complementares; - Mensurar a confiança e tolerância na

construção de novas idéias; - Mensurar o comprometimento; - Mensurar o domínio do tema tratado; - Mensurar o nível de conhecimento sobre

Tecnologia e seu domínio;

- Avaliar os canais de comunicação entre os participantes do processo

Traçar um percurso da

participação do aluno no Wiki Postagem do Wiki (Histórico)

- Identificar o perfil de liderança dos alunos - Identificar o grau de participação dos membros do grupo

NOTAS: (*1) Só houve a utilização do Chat nos cursos do Projeto Guri

Os elementos de análise representado no quadro 03 foram estabelecidos a partir dos levantamentos teóricos da tese acrescido dos resultados obtidos na etapa I da pesquisa e foi aplicado na etapa II com o intuito de validar ou não as categorias: Tecnologia, Grupo e Individuo.

3.2.4 Categoria

Como parte da construção da metodologia deste trabalho, é importante explicitar de forma sintética o conceito de categoria. Para conseguir estabelecer uma definição para o conceito, buscou-se elementos na filosofia na qual Aristóteles afirmava que as categorias são conceitos universais e também os gêneros últimos de todos os predicados de conhecimento.

De acordo com Chauí (1995), na doutrina de Aristóteles, termo ou categoria é “aquilo que serve para designar uma coisa”, ou seja, indica o que uma coisa é ou faz, expressando o que nossa percepção e nosso pensamento captam imediata e diretamente em uma coisa.

Da antiguidade à modernidade, a definição deste conceito segue sofrendo constantes intervenções, acréscimos, depuramentos. Kant (1999, p. 11) afirmou que “as categorias aparecem como determinações puras do

pensamento, como formas e funções a priori da consciência”; ou seja, as

categorias estabelecem uma relação entre conceitos e objetos, porém a sua origem aparece não nas coisas, mas no entendimento que se tem delas.

Outros conceitos se somaram à definição de Kant oferecendo ao conceito de categoria novos olhares advindos das diversas áreas do conhecimento. Marx (1983) afirmava que as categorias expressam aspectos fundamentais das relações dos homens entre si e com a natureza e são construídas através do desenvolvimento do conhecimento e da prática social, ou seja, o movimento das categorias surgia como ato da produção geral. (p. 218-229).

Para Cheptulin (1982), a definição da natureza das categorias, de seu lugar e de seu papel no desenvolvimento do conhecimento está diretamente ligada à resolução do problema da correlação entre o particular e o geral na realidade objetiva e na consciência (p.05).

Ao se estudar Kuenzer (1998), tem-se por definição que são as categorias que servem de critério de seleção e organização da teoria e dos fatos a serem investigados, a partir da finalidade da pesquisa, fornecendo-lhe o princípio de sistematização que vai lhe conferir sentido, cientificidade, rigor, importância. A autora vai ainda mais além e as divide em: categorias

metodológicas, que são as categorias do próprio método dialético, ou seja, aquelas que correspondem às leis objetivas e, portanto universais, o que permite realizar a investigação de qualquer objeto, em qualquer realidade; e as categorias de conteúdo, que são os recortes particulares definidos a partir do objeto e da finalidade da investigação.“a metodologia se define

através da expressão das leis universais (categorias metodológicas) e a sua aplicação ao particular (as categorias de conteúdo)”. (p. 64-66).

Minayo (2004) justifica que os conceitos mais importantes dentro de uma teoria são as categorias e as divide em analíticas e empíricas. As categorias analíticas são aquelas que retêm as relações sociais fundamentais e podem ser consideradas balizas para o conhecimento do objeto nos seus aspectos gerais. Já as empíricas são aquelas construídas com finalidade operacional, visando ao trabalho de campo ou a partir do trabalho de campo (p. 93).

De acordo com Richardson (1999), categoria é o instrumento metodológico da dialética para analisar os fenômenos da natureza e da sociedade. Ele afirma ainda que elas são os conceitos básicos que refletem os aspectos essenciais, propriedades e relações dos objetos e fenômenos.

As categorias são de grande valia na análise qualitativa, uma vez que as respostas fornecidas pelos sujeitos tendem a ser variadas. Por fim é importante frisar que as categorias estão relacionadas umas com as outras e para se realizar os agrupamentos, é preciso estabelecer alguns princípios de classificação.

Gil (1994) afirma que para as categorias serem úteis na análise de dados é preciso que essas atendam a algumas regras básicas como o conjunto de categorias ser derivado de um único princípio de classificação; o conjunto de categorias ser exaustivo, ou seja, que essas sejam suficientes para incluir todas as respostas e por fim que as categorias do conjunto sejam mutuamente exclusivas com o objetivo de que uma resposta não possa ser colocada em mais de uma categoria.

Após apresentar diferentes olhares sobre o conceito de categoria partilho dos posicionamentos de Richardson (1999), Minayo (2004) e Kuenzer

(1998) no que diz respeito à categoria ser um instrumento metodológico, o que não se coaduna com a posição de Gil (1994) no que diz respeito ao conjunto de categorias ser exaustivo, mesmo porque o que se está analisando são as relações entre indivíduos em casos bem delimitados.

Diante disto é possível dizer que as categorias constituem um recurso utilizado no sentido de dividir o domínio de problemas essencialmente complexos em subconjuntos menores e com maior uniformidade sendo possível o estabelecimento de características (propriedades) que auxiliem a individualização de cada sujeito relativamente ao universo analisado.

Certamente a definição das categorias relativas ao objeto da análise apresenta relativa discricionariedade e direcionamento segundo a conveniência e o objeto da análise. A esse aspecto é possível associar uma mobilidade decorrente da construção do conhecimento, aspecto em constante mutação, assim como do contexto social, aspecto relevante no domínio da metodologia utilizada: a bricolagem.

3.2.5 Metodologia do Wiki

A inserção deste item na metodologia tem por objetivo descrever como foi selecionada a ferramenta que serviu como suporte ao objeto deste estudo além de apresentar algumas variações de seus usos durante o processo.

Para as duas experiências da Etapa I - “Comunicação em debate” e “Focas na área” foi utilizado o Wiki disponibilizado pelo Wikispaces55 que, de acordo com seus criadores:

[...] é a nossa tentativa de construir um Wiki que é fácil de usar e fácil de adotar para todos os tipos de público. Nós mantivemos a ferramenta simples para que o usuário pudesse se concentrar no conteúdo que está sendo desenvolvido, conversando com outros membros, e com isso visando ao crescimento de sua comunidade [...] 56

Com a evolução do trabalho de pesquisa e da necessidade de se trabalhar com sujeitos de cursos de Educação a Distância, passou-se então a

55 http://www.wikispaces.com . Acesso em: jan. 2007

56 Tradução livre. Texto original disponível em: http://www.wikispaces.com/about . Acesso em: ago. 2008

ser utilizado o Wiki disponível no Moodle que, de acordo com (FILHO, 2006), é uma variação do software do ErfurtWiki57.

Em uma análise comparativa realizada entre a ferramenta do Wikispaces e a do Moodle, viu-se que ambos possuem o histórico de edições, visualização e edição dos textos; é preciso destacar, porém, que no Wiki do Moodle não existe a aba “Discussão”, o que dificulta a realização de debates entre usuários e acréscimo de informações específicas que poderiam ser trabalhadas antes de serem inseridas no texto oficial. No caso dos cursos analisados, como forma de suprir a falta desse recurso, criou-se um fórum de apoio.

De acordo com Rosado e Bohadana (2007), as vantagens do Wiki do Moodle estão no sistema possuir um editor de texto avançado, semelhante aos editores de texto comerciais, com diversos botões para formatação, inserção de imagens e links para páginas externas. Esta facilidade é de extrema importância para alunos, professores e tutores não acostumados com os códigos para formatação de outros Wikis. A outra vantagem está na possibilidade de se anexar arquivos às páginas de texto de maneira mais fácil que nos demais.

No caso da pesquisa em questão, não havia a possibilidade de se utilizar outro Wiki por questões de restrições institucionais. O capítulo IV reconstitui a evolução da pesquisa nas etapas I e II detalhando os procedimentos utilizados e os resultados obtidos.

CAPÍTULO IV