• Nenhum resultado encontrado

QUADRO 22.C – ANÁLISE CRUZADA MACROCATEGORIA: INDIVÍDUO ETAPA II – CASOS: 1, 2 e

Análise da Viabilidade das Categorias Emergentes

QUADRO 22.C – ANÁLISE CRUZADA MACROCATEGORIA: INDIVÍDUO ETAPA II – CASOS: 1, 2 e

NOTAS:

1. Legenda:

2. Interações: Caso 01: 154; Caso 02: 183; Caso 03: 493

Em “Tema Tratado”, nos três casos, as ocorrências acabaram por estarem mais equilibradas e de certa forma mostraram que os grupos estavam em patamares diferenciados em relação ao desenvolvimento do trabalho de coautoria, o que aumenta a responsabilidade do moderador que acompanha o processo de construção do conhecimento, aqui no caso destes estudos os professores tutores, pois a ideia passa a ser a de tentar fazer com que aqueles que estão mais defasados subam um degrau, e que aqueles que possuem mais fluência atuem no favorecimento das trocas.

Diante do exposto no que diz respeito ao domínio em relação ao tema, os casos apresentaram 14%, 10% e 7% e em domínio parcial sobre o tema 13%, 5% e 2% ambos os resultados referentes aos Casos 01, 02 e 03. Nesta categoria valeria ressaltar, com exceção a ocorrência “não entendeu e não pediu orientação ao grupo”, que só apareceu no caso 01 (6%), as demais foram constantes nos três processos.

Quanto à Categoria “Liderança”, pode-se dizer que existia uma dependência para com este ator diretamente proporcional à dificuldade que o grupo possuía em estabelecer os processos de colaboração para o desenvolvimento de trabalhos de coautoria em ambientes virtuais de aprendizagem, em compreender os conteúdos e também na utilização das ferramentas propostas.

Tomou-se por referência o Caso 01, no qual 21% das interações revelaram que o aluno aguardava a distribuição das tarefas por aquele que se destacou como líder no processo, o que não aconteceu de forma significativa nos Casos 02 e no 03, o índice foi de 1%; Outra ocorrência relevante foi aguardar a liderança dar seu parecer a respeito da atividade realizada por um determinado sujeito, essa ocorrência também só veio a tona no Caso 01 com 7%.

Essa análise não foi uma apologia à não existência de uma liderança, uma vez que esse é um processo do desenvolvimento da sociedade, no qual naturalmente indivíduos se destacam, mas sim um alerta para que o trabalho

de coautoria não se transforme no desenvolvimento da ideia de uma ou duas pessoas sendo as demais apenas coadjuvantes, ou pior, figurantes no processo.

Para que a liderança surja naturalmente no grupo e para que no decorrer do curso haja uma alternância de papéis é fundamental que os gestores desenvolvam propostas de atividades que proporcione tal situação.

Ao passar para análise da “Relevância das Interações”, percebeu-se que foi comum aos três casos a intervenção do aluno apenas para marcar presença na atividade, o que levou a conjuntos de postagens com pouco ou nenhum significado em relação à proposta de trabalho, muitas vezes as postagens diziam respeito apenas ao relacional, ou seja, o aluno não entra na discussão de conteúdo. Isso pode ser visto nos três casos com índices de 6%, 22% e 27%. Por outro lado, quando analisamos as postagens classificadas com relevância de boa e ótima os coeficientes aparecem equilibrados com 17% para o Caso 01 e 16% para os casos 2 e 3.

A última das categorias analisadas para a macrocategoria Indivíduo foi ”Competências Complementares” na qual se tentou identificar competências e habilidades diferenciadas das propostas nos indivíduos que participaram dos estudos. Nesses três casos trabalhou-se com a capacidade de articulação: o Caso 01 apresentou 4%; o Caso 02, 8%; e o 03 apareceu com 12%. Já o segundo elemento, que era a capacidade de controlar conflitos, houve um equilíbrio com 3% no Caso 01 e 5% para os demais. Isso pode levar à hipótese de que a articulação entre os participantes do grupo se relaciona ao domínio da ferramenta e ao conhecimento do conteúdo.

A partir dos resultados dos cruzamentos realizados com os casos da Etapa II, sentiu-se a necessidade de transformar as ações observadas em cada uma das categorias em ações qualificáveis e ou quantificáveis, com o objetivo de que essas pudessem servir de ponto de partida para outras pesquisas e também para a prática do professor em sala de aula.

Diante deste desafio e com o auxílio da professora responsável pela disciplina “A cultura no espaço da diversidade, sustentabilidade e inclusão – CEDSI-Pe” da UAB UFSCar e de um conjunto de tutores atuantes na

disciplina, desenvolveram-se matrizes de referência93, nas quais cada um dos elementos tivesse uma definição mais objetiva para que os professores ou professores tutores em um primeiro momento e, posteriormente, alunos, pudessem observar com clareza o percurso do aluno no desenvolvimento de trabalhos em coautoria.

Os quadros 23a,b e c apresentam a descrição de cada um dos elementos que compõem as diversas categorias, em suas respectivas categorias.

QUADRO 23a – MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA A MACROCATEGORIA - GRUPO MACROCA TEGORIA CATEGORIA AÇÕES OBSERVADAS AÇÃO DESCRIÇÃO GRUPO Estratégias

Individual Desorganizado Cada aluno construiu um trecho no Wiki sem discussão prévia e sem interação;

Individual Organizado Cada um construiu um trecho no Wiki com pouca ou nenhuma interação nos fóruns e um dos alunos fez a amarração final;

Individual Complementado Um aluno apresentou um questionamento e os demais complementaram a proposição; Colaborativo Fizeram discussões no fórum, e a partir da discussão desenvolveram uma síntese do grupo e transportaram para a Wiki, a

partir daí os alunos contribuíram para o fechamento do texto final;

Individual Não se estabeleceu uma estratégia e ao final do prazo da entrega do texto um dos alunos postou o material

Relação

Competição O grupo apresenta fortes relações de competição entre os indivíduos que o compõem – As características individuais são

mantidas e se sobressaem ao grupo

Negociação Estruturada O grupo pode ou não apresentar relações de competição entre os indivíduos que o compõem, porém as características individuais são

articuladas no sentido de prevalecer à visão de grupo.

Negociação O grupo não apresenta relações de competição entre os indivíduos que o compõem prevalecendo a visão elaborada pelo conjunto

Seguidor Existem lideranças formadas por indivíduos e ou conjuntos (subgrupos) que são acolhidas sem contestação pelo conjunto.

Apatia Não há discussão e o grupo pouco ou não se relaciona

Resolução de Problemas

Discordância Discordância sem consenso

Intervenção Positiva Ajuda externa – o grupo reconhece que precisa ouvir outras opiniões ou possui questionamentos que não são sanados dentro

do próprio grupo então recorrem a ajuda externa

Intervenção Negativa Ajuda externa – os conflitos são tão intensos e ou agressivos que há a necessidade de intervenção do tutor, professor, ou qualquer outro

agente externo na tentativa de retomar o trabalho

Colaboração Colaboração mútua - todos tentam contribuir para a resolução do problema

Comunicação

Comunicação Intensa Grande comunicação entre os participantes via fórum Comunicação Pequena Pequena participação entre os participantes via fórum

93 O termo matriz refere-se a uma maneira de apresentar relações entre duas variáveis de naturezas distintas, mas associadas quando se trata de processos de aprendizagem. Em uma das variáveis tem-se os objetos de conhecimento e na outra estão representadas as competências cognitivas e os níveis de operações mentais das quais os alunos fazem uso para a construção do conhecimento. Do cruzamento de ambas tem-se a indicação das habilidades.

MACROCA