SISTEMAS VASCULARES
IRRIGAÇÃO AÓRTICA
Sistemas Vasculares Específicos
Os únicos ramos da aorta ascendente são as artérias coronárias.
Figura 21 - Sistema aórtico.
Aorta transversa. Também denominada arco, croça ou cajado da aorta, a aorta transversa começa atrás da metade direita do manúbrio do esterno, ao nível da segunda articulação esternocostal direita. O arco primeiro sobe para trás-esquerda, na frente da traqueia; depois, para trás, através de seu lado es-
querdo; e, finalmente, desce à esquerda do corpo de T4, continuando como a
parte torácica da aorta. O cajado possui duas curvaturas convexas: uma para cima e outra para frente-esquerda. O limite superior do arco da aorta está na metade proximal do manúbrio do esterno.
À direita do arco estão a traqueia, o esôfago, a coluna vertebral e o ducto torácico; à esquerda, o nervo vago e o frênico esquerdos; abaixo estão a bifurca- ção do tronco pulmonar e o brônquio principal esquerdo. O ligamento arterioso é uma corda fibrosa que une a superfície inferior do arco aórtico com o início da artéria pulmonar esquerda. O arco da aorta forma uma curva embaixo da qual as estruturas do hilo pulmonar esquerdo entram e saem do pulmão.
Tronco braquiocefálico direito
Aorta ascendente
Aorta abdominal
Artéria mesentérica superior
Hiato aórtico
Artéria subclávia esquerda Arco de aorta
Artérias gonadais Aorta torácica
Tronco celíaco
Artéria mesentérica inferior Artérias ilíacas
comuns internas externas
Artérias renais
Carótida comum esquerda
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Os ramos da parte transversa originam-se de sua face convexa superior. Em 65% dos casos, estes ramos são o tronco braquiocefálico, as artérias carótida
comum e subclávia esquerdas. Em cerca de 25% da vezes, a artéria carótida
comum esquerda sai do tronco braquiocefálico; em torno de 3%, as quatro grandes artérias saem separadamente do cajado da aorta. Os restantes 7% mostram uma grande variedade de padrões, o mais comum (cerca de 1%) sendo a presença de troncos braquicefálicos direito e esquerdo simétricos.
Aorta torácica. A aorta torácica corresponde à parte proximal da aorta descendente. Ela percorre o tórax ao longo do mediastino.
A aorta torácica começa no nível da borda inferior da T4, contínua com o
arco da aorta, terminando anterior à borda inferior de T12, no hiato aórtico
do diafragma. Na sua origem, está à esquerda da coluna vertebral; à medida que desce, se aproxima da linha mediana e sua terminação está diretamente anterior a esta.
Na frente da aorta torácica, de cima para baixo, sucessivamente está o hilo do pulmão esquerdo, o pericárdio (separando a aorta torácica do átrio esquer- do), o esôfago e o diafragma. Posteriormente estão a coluna vertebral e as veias hemiázigos. No lado direito estão a veia ázigos e o ducto torácico e, abaixo, a pleura e o pulmão direito. À esquerda estão a pleura e o pulmão esquerdos. Acima o esôfago está na lateral direita da aorta torácica, mas torna- se anterior na parte inferior do tórax e, próximo do diafragma, ele está à esquerda e à frente. Assim, aorta descendente e o esôfago são parcialmente enroscados.
A parte torácica da aorta fornece finos ramos viscerais para o pericárdio, pulmões, brônquios, esôfago, e calibrosos ramos parietais para a parede do tórax, os vasos intercostais posteriores.
Aorta abdominal. A aorta abdominal corresponde à parte distal da aorta descendente. Ela percorre o abdome ao longo do retroperitônio.
A aorta abdominal começa no plano mediano, no hiato aórtico do diafrag-
ma, anterior à borda inferior de T12, descendo anterior às vértebras para ter-
minar em L4, um pouco à esquerda da linha mediana, pela bifurcação em
duas artérias ilíacas comuns, em um ângulo de 40º. A aorta abdominal dimi- nui rapidamente de diâmetro, visto que seus ramos são grossos.
Na frente do início da aorta abdominal está o tronco celíaco e seus ramos, o
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superior deixa a aorta, cruzando à veia renal esquerda pela frente. O corpo do pâncreas, com a veia esplênica aplicada posteriormente, estende-se para cima- esquerda na frente da parte abdominal da aorta, separado dela pela artéria mesentérica superior e veia renal esquerda. Abaixo do pâncreas, a parte hori- zontal do duodeno e o início das artérias gonadais e estão anteriores. Na sua parte mais inferior, a aorta abdominal está coberta por peritônio e é cruzada pela inserção do mesentério. A cisterna do quilo, o ducto torácico, a veia ázigos e o pilar direito do diafragma estão à direita da parte superior da aorta
abdominal. A flexura duodenojejunal está à esquerda, em nível com L2.
Os ramos da aorta abdominal podem ser descritos como ramos viscerais,
parietais e terminais. Os primeiro são aqueles distribuídos para os órgãos ab-
dominais e são divididos em (1) ventrais: tronco celíaco, artérias mesentéricas
superior e inferior; e (2) laterais: frênicas inferiores, suprarrenais médias, renais e gonadais. Os ramos parietais irrigam a parede do corpo, a coluna vertebral, o
canal vertebral e seu conteúdo; são divisões dorsais da aorta abdominal e correspondem às artérias lombares (figura 22). Os ramos terminais, como o nome indica, são aqueles que constituem o fim da aorta abdominal, ou seja, as
artérias ilíacas comuns e a artéria sacral mediana.
A parte abdominal da aorta bifurca-se, antero-lateral ao lado esquerdo do
corpo de L4, nas artérias ilíacas comuns direita e esquerda. Estas divergem, à
medida que descem, para se dividirem próximo ao nível do disco intervertebral entre a última vértebra lombar e a primeira vértebra sacral nas artérias ilíacas
externa e interna: a primeira irriga a maior parte do membro inferior; a segun-
da, as vísceras e as paredes pélvicas, o períneo e a região glútea. A divisão da artéria ilíaca comum situa-se anterior à articulação sacroilíaca correspondente.
Figura 22 - Ramos da aorta abdominal. a. ventrais: tronco celíaco e artérias mesentéricas; b:
laterais: artérias frênicas inferiores, suprarrenais, renais e gonadais; c: posteriores: artérias lombares.
b a
c c
FISIOLOGIA
A palavra aorta provém do grego e significa não reta ou torta. Isto está relacionado a seu trajeto em forma de bengala. Tal morfologia ocorre devido à presença do coração, o qual prioriza o fluxo para a metade proximal do corpo, onde se encontram estruturas como o encéfalo e o sistema cardiorrespiratório central. Por isso o trato de saída da aorta dirige-se inicial- mente para cima, a partir do ventrículo esquerdo. Desse modo, órgãos vitais localizados na cabeça, pescoço e parte proximal do tórax podem ser perfundidos com maior pressão e com fluxo sanguíneo ótimo.
Seguindo o trajeto, a aorta sofre uma deflexão de 180°, ao longo do caja- do, o que redireciona o sangue ejetado na sístole ventricular para a metade caudal do corpo.
A forma aórtica é ideal para garantir fluxo para todo o organismo. O arco aórtico tem uma curvatura equilibrada, embora acentuada; não é súbita a ponto de formar um ângulo agudo que impeça a passagem de sangue, e nem suave demais a ponto de executar um longo arco e ocupar um grande espaço. O cajado também é importante para absorção de excesso de energia cinética provenientes das pulsações cardíacas, potencialmente danosas para órgãos ge- latinosos com o cérebro.