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TECIDO CONECTIVO E MUSCULATURA LISA

No documento Lições de anatomia: manual de esplancnologia (páginas 175-178)

TÚNICAS AERÍFERAS

TECIDO CONECTIVO E MUSCULATURA LISA

O epitélio dos brônquios e bronquíolos repousa sobre uma lâmina própria na qual amplas faixas longitudinais de elastina seguem o curso da árvore bron- quial, ramificando-se nas bifurcações e, finalmente, reunindo-se às redes de elastina dos espaços respiratórios. Esse arcabouço elástico é um elemento me- cânico vital, responsável por importante parcela da retração pulmonar que ocorre durante a expiração.

Na traqueia e brônquios maiores, os miócitos lisos estão presentes na membrana que fecha a parte posterior incompleta das cartilagens hialinas. Ao longo de toda a árvore bronquial intrapulmonar, existem dois tratos helicoidais opostos que vão se tornando mais finos distalmente até desapare- cerem nos alvéolos. Estes miócitos estão sob controle nervoso e hormonal e estreitam a passagem aerífera, com seu relaxamento permitindo a broncodilatação.

NARIZ

O nariz é revestido externamente por pele e internamente por mucosa. Pele. A pele reveste o vestíbulo e a parte externa da pirâmide nasal. Sobre essa última, é fina e frouxamente ligada às estruturas subjacentes. No ápice, ela é mais espessa e aderente e possui numerosas glândulas sebáceas grandes, seus orifícios sendo evidentes.

Mucosa. A mucosa reveste as fossas nasais, exceto os vestíbulos. É mais espessa e vascular sobre as conchas e no septo, mas é fina nos meatos, no assoalho e nos seios paranasais. Cada fossa nasal possui três regiões, de acordo com o tipo de mucosa que a reveste: (1) região vestibular, ou simplesmente

vestíbulo, é uma ligeira dilatação imediatamente dentro das narinas, limitada

lateralmente pela asa nasal. O vestíbulo é revestido por pele e por pelos gros- sos, as vibrissas; (2) região olfatória, limitada à concha nasal superior e ao septo oposto e ao teto interposto, e (3) região respiratória, o resto da cavidade nasal.

Abaixo do epitélio respiratório está uma membrana fibrosa repleta de teci- do linfoide difuso rico em linfócitos, sob o qual está uma lâmina contínua de glândulas, com seus ductos atravessando a lâmina linfoide até a superfície.

Epitélio olfatório. Este epitélio é do tipo sensorial, com três tipos princi- pais de células:

· Células olfatórias: estas células são neurônios bipolares orientados

verticalmente no epitélio, cujo pólo cranial emite um axônio que se junta com outros semelhantes emitidos por células olfatórias vizinhas, formando fascículos olfatórios envoltos por células de Schwann. Tais fascículos penetram no bulbo olfatório para fazer sinapse com neurônios sensitivos secundários, as células mitrais. O pólo inferior ou apical de cada célula olfatória emite um único dendrito sem ramificações que se estende até a superfície da mucosa nasal, expandindo-se em uma terminação bulbosa dotada de numerosos cílios olfatórios que se projetam em uma camada de líquido, sobre o epitélio, produzida pelas glândulas

olfatórias. Cerca de 1% das células olfatórias são perdidas por ano. O

epitélio olfatório perdido pode, então, ser substituído por epitélio respiratório adjacente. Essas mudanças acompanham uma perda gradual do sentido olfatório.

· Sustentócitos: são células colunares que separam e parcialmente envolvem as células olfatórias, tendo, assim, função de reforço epitelial.

· Células basilares: estas células são neuroblastos embrionários com grande

capacidade mitótica, estando localizadas na parte mais profunda do epitélio. As células basilares formam continuamente novas células olfatórias que, em seguida, migram para a superfície do epitélio. Essa renovação é exigida pela posição exposta das terminações olfatórias e sua susceptibilidade para sofrer danos por agentes nocivos inalados. Essa habilidade de regenerar neurônios é única no sistema nervoso dos mamíferos.

SEIOS PARANASAIS

A mucosa dos seios paranasais é do tipo respiratório, mas com poucas glân- dulas e células caliciformes. O muco é drenado para as fossas nasais. Ao con- trário do nariz, o epitélio dos seios paranasais é estéril, fino e intimamente aplicado ao periósteo para formar um mucoperiósteo.

Aparelho Respiratório

LARINGE

MUCOSA

Na face anterior da epiglote e na sua metade superoposterior, nas partes superiores das pregas ariepiglóticas e nas pregas vocais, o epitélio é escamoso estratificado. Em outra parte na laringe, a mucosa é do tipo respiratório.

A mucosa da laringe possui numerosas glândulas, especialmente sobre a epiglote, onde escavam a cartilagem, e ao longo das margens das pregas ariepiglóticas. As glândulas do sáculo secretam sobre as pregas vocais durante a fonação. As margens dessas pregas são destituídas de glândulas, com seu epitélio estratificado sendo, assim, vulnerável ao ressecamento e requerendo as secre- ções das glândulas vizinhas. A rouquidão devida à fala em excesso é causada pela deficiência temporária parcial desta secreção. A microscopia eletrônica demonstra microvilos e micropregas sobre as células epiteliais superficiais das pregas vocais e em outras partes da laringe, características comuns a outros epitélios sujeitos ao ressecamento. As micropregas são consideradas como au- xiliares na retenção das secreções superficiais.

CARTILAGENS

As cartilagens corniculadas, cuneiformes e epiglote e os ápices das aritenóides são compostas de fibrocartilagem elástica. As cartilagens tireoide, cricoide e a maior parte das aritenóideas são constituídas de cartilagem hialina.

TRAQUEIA E BRÔNQUIOS

MUCOSA

A mucosa traqueobrônquica é do tipo respiratório. Profundamente a ela encontra-se uma submucosa de tecido conectivo frouxo contendo vasos san- guíneos, nervos e nódulos linfóides, além de glândulas seromucosas que de- sembocam na luz, as glândulas traqueobrônquicas. Externamente à submucosa estão o pericôndrio e a membrana fibrosa.

Os brônquios têm o mesmo epitélio traqueal, sendo a sua parede rica em fibras elásticas, acúmulos de linfócitos e músculo liso.

Os bronquíolos não têm cartilagens, glândulas, nódulos linfáticos ou célu- las caliciformes, mas sua mucosa e musculatura são ricas em fibras elásticas. A sua musculatura é relativamente mais desenvolvida do que a brônquica. Os

bronquíolos terminais são semelhantes aos bronquíolos, porém com paredes mais finas. Os bronquíolos respiratórios são bronquíolos terminais cujas pare- des apresentam alvéolos. Os ductos alveolares são canais tortuosos cujas pare- des são completamente formadas de alvéolos.

CARTILAGENS

A traqueia e os brônquios extrapulmonares têm certa flexibilidade devido à presença de um arcabouço de anéis incompletos de cartilagem hialina unidas por tecido fibroso e músculo liso e revestidos por mucosa.

As cartilagens traqueais variam de 16 a 20, cada uma sendo um anel imper- feito em forma de C fechando os dois terços anteriores da circunferência traqueal. Atrás, onde eles são deficientes, o tubo é achatado e é completado por tecido fibroelástico e músculo liso. As cartilagens são empilhadas horizon- talmente, separadas por intervalos estreitos.

Cada cartilagem é envolvida por pericôndrio, contínuo com uma densa membrana fibrosa entre as cartilagens adjacentes (ligamentos anulares) e que também ocupa o dorso da traqueia. Fibras musculares lisas aparecem posteri- ormente na membrana. A maioria destas fibras é transversal, sendo inseridas no pericôndrio, nas extremidades das cartilagens e formando uma lâmina transversal entre elas. A contração consequentemente altera a área de secção transversal da traqueia e brônquios. O músculo liso nos brônquios intrapulmonares não está inserido nas cartilagens e, onde estas começam a desaparecer, isto é, nos brônquios menores, a contração pode realmente obliterar o lúmen.

No documento Lições de anatomia: manual de esplancnologia (páginas 175-178)