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PARTES DA CIRCULAÇÃO

No documento Lições de anatomia: manual de esplancnologia (páginas 113-116)

Funcionalmetne, os vasos podem ser classificados como de distribuição,

resistência, troca e capacitância ou de reserva. VASOS DE DISTRIBUIÇÃO

Os vasos de distribuição formam um conjunto vascular que inclue desde artérias cardíacas até as arteríolas.

As artérias elásticas são os primeiros e mais calibrosos vasos de distibuição, pois correspondem às artérias cardíacas e seus ramos primários. Recebem este nome devido ao alto conteúdo, em suas paredes, de tecido elástico amarelo.

A grande quantidade de material elástico tem importante função na regu- larização de fluxo sanguíneo. O tecido elástico sofre dilatações periódicas e absorve o impacto da contração cardíaca. Durante a diástole, as artérias vol- tam ao calibre normal, impulsionando o sangue à jusante. Consequentemente, à medida que se distanciam do coração, o fluxo e a pressão sanguínea tornam- se cada vez mais regulares, embora sempre pulsáteis.

Artérias de distribuição de menor calibre, enquanto retendo marcada elas- ticidade, apresentam um aumento da quantidade de miócitos em sua parede, sendo chamadas de artérias musculares, cujo tono controla o fluxo sanguíneo para grandes segmentos do corpo.

Uma subdivisão mais exata das artérias pode ser feita em vasos de condução, para as artérias elásticas, e vasos de distribuição, para as musculares, até o início das arteríolas.

VASOS DE RESISTÊNCIA

Os vasos de resistência correspondem às arteríolas. Um controle mais ínti- mo dos fluxos na microcirculação é exercido pelas paredes musculares das

arteríolas e esfíncteres pré-capilares que fornecem a principal resistência peri- férica ao fluxo sanguíneo. Esse fator combinado com o débito cardíaco deter- mina a pressão da árvore arterial e, localmente, modula o fluxo sanguíneo para os leitos capilares.

As arteríolas atuam como válvulas controladoras através das quais o sangue é liberado para os capilares. A arteríola tem parede muscular forte, que pode fechar ou dilatar sua luz, tendo assim a capacidade de alterar intensamente o fluxo sanguíneo para os capilares, em resposta às necessidades dos tecidos.

VASOS DE TROCA

Os capilares, os sinusóides e as vênulas pós-capilares são coletivamente de- nominados de vasos de troca.

Os capilares permutam oxigênio, dióxido de carbono, líquidos, nutrientes, eletrólitos, íons, vitaminas, hormônios, anticorpos e células defensivas entre o sangue e os tecidos. Para desempenhar esse papel, suas paredes são muito finas e apresentam minúsculos e numerosos poros permeáveis a muitas pequenas moléculas.

VASOS DE CAPACITÂNCIA OU DE RESERVA

As grandes vênulas e as veias formam um extenso e variável arranjo de grande volume e baixa pressão de vasos de capacitância ou de reserva, levando o sangue de volta ao coração.

As veias também são suficientemente musculares para se contrair ou se expandir e, assim, atuam como reservatório controlável de sangue extra, em quantidades pequenas ou grandes, dependendo das necessidades da circula- ção.

MICROCIRCULAÇÃO

CAPILARES E VÊNULAS

Os capilares têm uma importância fundamental na economia sistêmica. Na circulação periférica há aproximadamente 10 bilhões deles, com área total de

500 a 700 m2, diâmetro total 800 vezes maior que o da aorta e comprimento

total, em adultos, de cerca de 96540 Km!!! Calcula-se que o fluxo de sangue na aorta seja de 320 ml/segundo, ao passo que nos capilares de 0,3 ml/segundo.

Sistema Vascular

O sistema capilar pode, pois, ser comparado a um lago, onde entra e sai um rio caudaloso. Os capilares, graças a seu fluxo lento e sua delgada parede, são um local favorável para o intercâmbio entre o sangue e os tecidos. O diâmetro do capilar é de 4 a 9 µm, suficiente apenas para que as hemáceas se espremam através deles.

O mecanismo que mantém a delgadíssima luz capilar aberta e, assim, per- mite o fluxo de sangue, permanece obscuro. Alguns acreditam que o fluxo é determinado somente pelo estado de contração das arteríolas e dos esfíncteres pré-capilares; outros, que é determinado por aumentos e reduções cíclicas do volume dos endoteliócitos.

As vênulas pós-capilares também são locais de troca de líquido e migração de leucócito. No tecido linfático do intestino e brônquios, nos linfonodos e timo, os endoteliócitos pós-capilares são muito mais altos e possuem junções intercelulares através das quais os linfócitos podem passar prontamente para o tecido extravascular. Acredita-se que, nos outros tecidos, esses vasos sejam o local principal de migração dos neutrófilos, macrófagos e outros leucócitos para os espaços extravasculares, e também uma região de fixação endotelial temporária para os neutrófilos, formando reservatórios marginados destas cé- lulas.

DESVIOS VASCULARES

Sob controle simpático, através das abundantes fibras não mielinizadas da sua parede, as anastomoses arteríolo-venulares (AAV’s) são capazes de se fechar, com a circulação sendo então feita por meio do leito capilar. Essa capacidade da AAV de mandar sangue adicional para o leito capilar e, portanto, para o território de irrigação de um vaso, é aproveitada para controlar a temperatura corpórea e para suprir, de oxigênio e nutrientes, tecidos com demandas meta- bólicas aumentadas. Quando aberto, a AAV transporta sangue da artéria para a veia, excluindo parcial ou completamente o leito capilar da circulação. Isso é particularmente vantajoso quando o tecido está em repouso.

As AAV’s são essenciais para o controle da temperatura geral e local do corpo. Quando a temperatura se eleva acima de 38º C, o músculo das paredes dos vasos da anastomose se contrai, resultando em um fechamento da AAV e desvio obrigatório do fluxo sanguíneo para a pele, o que leva a um resfriamento do corpo a partir da irradiação de calor do sangue para o ambiente. Quando a temperatura local cai para menos de 36° C, os vasos das AAV´s se relaxam, desviando o sangue da superfície corpórea, o que reduz a perda de calor e contribui para aumentar temperatura. A insuficiência e a imaturidade AAV´s

no recém-nascido e a redução acentuada nas anastomoses arteriolovenulares com o avanço da idade podem estar relacionadas com a regulação menos eficiente da temperatura observada nestes dois extremos de idade.

As AAV’s nas mucosas do trato alimentar executam uma função diferente. Uma arteríola para uma vilosidade possui uma conexão direta com sua vênula correspondente e quando a absorção está em suspenso, a conexão fica aberta e ajuda a elevar a pressão da veia porta do fígado; durante a absorção alimentar, a anastomose é fechada e, consequentemente, o sangue atravessa o plexo capi- lar, o que aumenta a taxa de absorção dos nutrientes presentes na luz entérica. Outras funções propostas para as AAV’s incluem a regulação da pressão sanguínea e secreção vasomoduladora por meio da atividade de endoteliócitos epitelióides.

No documento Lições de anatomia: manual de esplancnologia (páginas 113-116)