• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 4 OS CAMINHOS DA PESQUISA: PERCURSO METODOLÓGICO

4.3 O lugar de onde fala a pesquisadora

Na pesquisa, é fundamental descrever densamente o lugar de onde eu (pesquisador) falo e escuto e como explicito esses lugares. Sônia Kramer 4.3.1 Caruaru

Caruaru é a maior cidade do interior do Estado de Pernambuco, está localizada na região Agreste e fica a 130km da capital do estado (Recife), é conhecida popularmente como “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste” e “Capital do Agreste”, por ser a maior metrópole dessa região, sendo a primeira cidade fundada no agreste pernambucano.

Atualmente a cidade se destaca como polo econômico, médico-hospitalar, cultural, turístico e acadêmico do agreste. Um dos pontos altos do turismo é a famosa Feira de Caruaru conhecida como a maior feira livre do mundo e que foi considerada como Patrimônio Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

É um município que tem se destacado pelo seu desenvolvimento acadêmico, dispondo de campus de duas principais universidades do Estado, a Universidade de Pernambucano (UPE) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que oferecem cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas do conhecimento. Além das instituições públicas, Caruaru conta também com três faculdades privadas. Com essa efervescência acadêmica o município tornou-se também um polo estudantil.

Outro grande destaque de Caruaru é sua cultura, pois a cidade é conhecida como um celeiro de artistas, sendo considerada o berço de diversos segmentos artísticos, como a música, a literatura, o teatro e o artesanato. Dentre esses segmentos, um dos destaques fica por conta do artesanato, arte popular que tem como polo principal de produção o conhecido Alto do Moura, que também é considerado outro grande polo turístico.

4.3.2 Alto do Moura

O Alto do Moura é um bairro do município de Caruaru. Seus moradores constituem-se por artistas populares, na sua maioria artesãos. A comunidade tem como referência o Mestre Vitalino, pioneiro na confecção de bonecos, tornando-se conhecido tanto no Brasil como no exterior por retratar cenas do cotidiano e dos costumes do povo nordestino através de seus bonecos de barro.

Os saberes populares circulam nessa comunidade de forma singular; a arte do barro é passada de geração para geração, contribuindo na construção da história dos artesãos do Alto do Moura e na circulação dos saberes populares na confecção dos bonecos de barro, preservando a identidade cultural de seu povo.

É uma comunidade considerada como o maior centro de arte figurativa das Américas e se transformou em atrativo turístico internacional, o que possibilitou o aumento da venda de peças de argila, que são exportadas para países da Europa, América do Sul e para os Estados Unidos. A base econômica da localidade é o artesanato do barro. Boa parte dos habitantes tem sua renda oriunda dessa atividade. A fabricação de artesanato é realizada por boa parte dos moradores da referida localidade, que em sua maioria são artesãos e artesãs

Considerado como reduto da cultura pernambucana, a comunidade é caracterizada pela fabricação de artesanato de barro desdobrado em peças utilitárias, decorativas e figurativas. Além dos artesãos, o local agrega representantes de grupos musicais, de danças regionais, a exemplo da mazuca, entre outras modalidades artísticas.

Devido à riqueza de sentidos e significados que emergem do universo das artes e da cultura popular encontradas no Alto do Moura, elegemos para ser campo da nossa pesquisa a Escola Municipal Mestre Vitalino.

4.3.3 Situando o universo organizacional e espacial do campo da pesquisa

A Escola Municipal Mestre Vitalino está situada na Rua São Sebastião s/n, Alto do Moura. De acordo com o Gestor Adjunto não existem documentos que comprovem a data de fundação da instituição. A partir de 13 de dezembro de 1983, a instituição iniciou suas atividades com o nome de Escola Municipal Mestre Vitalino. A referida escola é de porte médio e atende 802 alunos provenientes da própria comunidade do Alto do Moura, do loteamento Mestre Vitalino, dos sítios vizinhos e de assentamento do Movimento dos Sem Terra (MST) localizado próximo à escola.

Conforme o Projeto Político Pedagógico (PPP), a escola funciona nos três turnos, oferecendo Educação Infantil e o Ensino Fundamental de 9 anos. É dentro do contexto dos anos iniciais do Ensino Fundamental que este estudo foi desenvolvido.

Figura 1 - Organização do ensino fundamental de nove anos

Fonte: secretária da instituição (2013).

Para o desenvolvimento da função educativa o Corpo Docente da escola é composto conforme o quadro a seguir.

Quadro 1 - Composição do quadro de servidores da instituição

QUANTITATIVO DE SERVIDORES POR FUNÇÃO

QUANTIDADE FUNÇÃO 01 GESTORA 01 GESTOR ADJUNTO 03 SUPERVISORAS 02 PEDAGOGOS 06 PEDAGOGAS 31 PROFESSORES 01 SECRETÁRIA 03 AUXILIARES ADMINISTRATIVOS 01 BIBLIOTECÁRIA

08 AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

Fonte: secretaria da instituição (2013)

No que tange ao espaço físico, a escola funciona em três prédios, a saber: Sede Principal, Anexo I e Anexo II.

Na Sede Principal no turno da manhã funcionam as turmas dos 3º,4º e 6º anos do Ensino Fundamental II e no turno da tarde estão inseridas as turmas dos 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental II, e à noite funcionam as turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). É nesse prédio que também acontecem as aulas do Programa Mais Educação.

Fotografia 1 - Fachada da Escola – Sede Principal

Fonte: A autora (2013).

O Anexo1da escola funciona somente no turno da manhã, onde acontecem as aulas das turmas da Educação Infantil: Pré-I, Pré-II e de uma turma de 1º ano do Ensino Fundamental.

Fotografia 2 - Fachada do Anexo I da Esscola

O Anexo 2 funciona no turno da manhã e no turno da tarde. Na parte da manhã estão inseridas as turmas do 2º e 3º anos e no turno da tarde as turmas do 5º ano do Ensino fundamental II.

Fotografia 3 - Fachada do Anexo II da Escola

Fonte: A autora (2013)

Cabe ressaltar que esta pesquisa foi realizada no prédio do Anexo 2. O estudo foi realizado de agosto a dezembro de 2013, com duas turmas do Ensino Fundamental de nove anos, uma turma do 2º ano com crianças de7 a 10 anos de idade e uma turma do 5º ano com crianças de 10 a 12 anos. Nesse período frequentei a escola de uma a três vezes por semana. As observações ocorreram nas salas de aulas e nos demais espaços da escola, tendo como foco principal as observações feitas nas aulas de arte.