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Mensuração dos fluxos de entrada

No documento Desafios da gestão atual (páginas 64-67)

58  Silvicultura e exploração florestal;

3. A MENSURAÇÃO DOS INVENTÁRIOS

3.1. Mensuração dos fluxos de entrada

Segundo o §9 da NCRF 18, os inventários devem ser mensurados pelo seu custo ou valor realizável líquido (dos dois o mais baixo).

A determinação do custo dos inventários está explícita nos §§10 a 22 da referida norma, salientando-se que este deve incluir os custos de compra, custos de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e condições atuais.

Sobre os custos de compra, o §11 indica que estes “incluem o preço de compra, direitos de importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos

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como “o potencial de contribuir direta ou indiretamente para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa para a entidade” (§52 da EC do SNC).

O segundo critério de reconhecimento está associado à mensuração fiável dos elementos. Conforme refere Vasconcelos (2011, p. 19) “o valor dos produtos comprados é o seu custo pelo que está assegurada a fiabilidade da mensuração, já nos produtos fabricados, só é assegurada a fiabilidade usando um adequado sistema de informação interno.”

Na realidade, esta questão da mensuração fiável coloca-se sobretudo quando é necessário recorrer a estimativas na determinação do valor dos ativos. Se estas estimativas forem efetuadas de forma razoável, não afetarão a fiabilidade das demonstrações financeiras.

É precisamente sobre a questão da mensuração dos ativos, e mais especificamente dos inventários, que trataremos no ponto seguinte.

3. A MENSURAÇÃO DOS INVENTÁRIOS

Um dos aspetos mais relevantes relacionado com os inventários é a determinação do seu valor, ou seja, a sua mensuração.

Várias questões se colocam relativamente à mensuração dos inventários, nomeadamente a existência de diversas formas de custeio; a imputação aos inventários dos custos indiretos de produção; o tratamento dos custos de inatividade; a capitalização dos encargos financeiros; a imputação aos inventários das variações entre o custo-padrão e os custos reais, em caso de mensuração pelo uso de custos-padrão; o ajustamento necessário para reduzir os inventários ao seu valor de realização; a decisão de classificação como inventários ou como outros ativos (nomeadamente ativos fixos tangíveis e propriedades de investimento), entre outros (Rodrigues, 2016).

Passaremos a analisar a mensuração dos inventários atendendo aos fluxos de entrada e aos fluxos de saída, abordando alguns dos aspetos que acabamos de mencionar.

3.1. Mensuração dos fluxos de entrada

Segundo o §9 da NCRF 18, os inventários devem ser mensurados pelo seu custo ou valor realizável líquido (dos dois o mais baixo).

A determinação do custo dos inventários está explícita nos §§10 a 22 da referida norma, salientando-se que este deve incluir os custos de compra, custos de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e condições atuais.

Sobre os custos de compra, o §11 indica que estes “incluem o preço de compra, direitos de importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos

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diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços. Os descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação dos custos de compra”.

Segundo o §12, os custos de conversão “incluem os custos diretamente relacionados com as unidades de produção, tais como mão de obra direta. Também incluem uma imputação sistemática de gastos gerais de produção fixos e variáveis que sejam incorridos ao converter matérias em bens acabados. Os gastos gerais de produção fixos são os custos indiretos de produção que permaneçam relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e manutenção de edifícios e de equipamento de fábricas e os custos de gestão e administração da fábrica. Os gastos gerais de produção variáveis são os custos indiretos de produção que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção tais como materiais indiretos”.

Relativamente aos outros custos, o §15 refere que somente serão incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em que sejam incorridos para os colocar no local e condições atuais. Como exemplo indica os gastos gerais que não sejam industriais ou os custos de conceção de produtos para clientes específicos.

No §16 são apresentados exemplos de custos que não devem ser incluídos nos custos dos inventários e que devem ser reconhecidos como gastos do período em que sejam incorridos, nomeadamente quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra ou de outros custos de produção; custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários no processo de produção antes de uma nova fase de produção; gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários no seu local e na sua condição atuais; e custos de vender.

O §17 acrescenta que “em circunstâncias limitadas, os custos de empréstimos obtidos são incluídos no custo dos inventários”. Tais circunstâncias estão identificadas na NCRF 10 – “Custos de Empréstimos Obtidos”, a saber: durante o período de produção/construção do inventário, se levar necessariamente um período substancial de tempo para ficar pronto para o uso pretendido (ativo que se qualifica); se o empréstimo for diretamente atribuível à construção do inventário; e, havendo dispêndios efetivos com os custos de produção do inventário. Isto significa que os custos dos empréstimos obtidos (por exemplo, juros) devem ser capitalizáveis, ou seja, incluídos no custo do inventário, se o ativo em questão for um ativo que se qualifica (§8 da NCRF 10), e até ao momento em que as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o uso pretendido ou para a sua venda estejam concluídas (§22 da NCRF 10). Caso estas condições não se cumpram, então tais custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como gasto do período em que ocorrem. No entanto,

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segundo o §4 da NCRF 10, uma entidade não tem obrigação de aplicar esta norma a custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de inventários que sejam fabricados, ou de outro modo produzidos, em grandes quantidades de uma forma repetitiva.

Uma vez estudado como determinar o custo do inventário, importa analisar o que se entende por valor realizável líquido, uma vez que, em conformidade com o referido supra, o ativo deve ser mensurado pelo menor entre o custo e o valor realizável líquido.

De acordo com o §6, o valor realizável líquido “é o preço de venda estimado no decurso ordinário da atividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efetuar a venda”. A determinação do valor realizável líquido deve atender às “provas mais fiáveis disponíveis no momento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se espera que os inventários venham a realizar” (§30 da NCRF 18). Reduzir o custo do inventário para o seu valor realizável líquido justifica-se se pensarmos que os ativos não devem estar escriturados por um valor superior ao que resultaria da sua venda ou uso (§28 da NCRF 18). Digamos que estamos perante o que Silva e Neto (2015) chamam de “reafirmação do ‘princípio’ da prudência”.

A questão que se coloca é: em que circunstâncias se reduz o custo do ativo para o seu valor realizável líquido?

Esta redução é efetuada quando, segundo o §28 da NCRF 18, o custo dos ativos não for recuperável, ou seja, quando os ativos:

• estiverem danificados;

• se tornarem total ou parcialmente obsoletos; ou ainda, • se os seus preços de venda tiverem diminuído.

Este ajustamento do custo do ativo para o seu valor realizável, quando este último seja inferior ao primeiro, respeita ao que chamamos de reconhecimento de imparidades em inventários. A perda por imparidade em inventários corresponderá à diferença entre o custo do ativo e o seu valor realizável líquido à data do teste de imparidade (usualmente a 31/12). A perda por imparidade implica uma redução do valor do ativo numa conta da classe 3 e o reconhecimento de um gasto pelo mesmo montante. Como refere o §34 da NCRF 18, “a quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizável líquido e todas as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em que o ajustamento ou perda ocorra”.

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segundo o §4 da NCRF 10, uma entidade não tem obrigação de aplicar esta norma a custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de inventários que sejam fabricados, ou de outro modo produzidos, em grandes quantidades de uma forma repetitiva.

Uma vez estudado como determinar o custo do inventário, importa analisar o que se entende por valor realizável líquido, uma vez que, em conformidade com o referido supra, o ativo deve ser mensurado pelo menor entre o custo e o valor realizável líquido.

De acordo com o §6, o valor realizável líquido “é o preço de venda estimado no decurso ordinário da atividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efetuar a venda”. A determinação do valor realizável líquido deve atender às “provas mais fiáveis disponíveis no momento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se espera que os inventários venham a realizar” (§30 da NCRF 18). Reduzir o custo do inventário para o seu valor realizável líquido justifica-se se pensarmos que os ativos não devem estar escriturados por um valor superior ao que resultaria da sua venda ou uso (§28 da NCRF 18). Digamos que estamos perante o que Silva e Neto (2015) chamam de “reafirmação do ‘princípio’ da prudência”.

A questão que se coloca é: em que circunstâncias se reduz o custo do ativo para o seu valor realizável líquido?

Esta redução é efetuada quando, segundo o §28 da NCRF 18, o custo dos ativos não for recuperável, ou seja, quando os ativos:

• estiverem danificados;

• se tornarem total ou parcialmente obsoletos; ou ainda, • se os seus preços de venda tiverem diminuído.

Este ajustamento do custo do ativo para o seu valor realizável, quando este último seja inferior ao primeiro, respeita ao que chamamos de reconhecimento de imparidades em inventários. A perda por imparidade em inventários corresponderá à diferença entre o custo do ativo e o seu valor realizável líquido à data do teste de imparidade (usualmente a 31/12). A perda por imparidade implica uma redução do valor do ativo numa conta da classe 3 e o reconhecimento de um gasto pelo mesmo montante. Como refere o §34 da NCRF 18, “a quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizável líquido e todas as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em que o ajustamento ou perda ocorra”.

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Segundo o §33 da NCRF 18, após o registo desse ajustamento, ou se quisermos da perda por imparidade, isto é, em cada período subsequente, é efetuada uma nova avaliação do valor realizável líquido, de forma a verificar se as circunstâncias que levaram ao reconhecimento da perda por imparidade deixaram de existir, ou se o valor realizável líquido aumentou devido a condições económicas. Caso algum destes factores se verifique, procede-se à reversão da perda por imparidade, estando esta reversão limitada ao valor da perda por imparidade originalmente existente. Pretende-se com esta reversão que o ativo fique escriturado pelo menor entre o custo e o novo valor realizável líquido. Como refere o §34 da NCRF 18, “a quantia de qualquer reversão do ajustamento de inventários, proveniente de um aumento no valor realizável líquido, deve ser reconhecida como uma redução na quantia de inventários reconhecida como um gasto no período em que a reversão ocorra”. Em conformidade com o referido, a reversão da perda por imparidade implica um aumento do valor do ativo, reduzindo a perda por imparidade registada na classe 3 e o reconhecimento de um rendimento no mesmo valor.

Caso não se verifique as situações anteriores e, portanto, não sejam reconhecidas perdas por imparidade nem reversões às mesmas, o ativo permanecerá escriturado pelo seu custo, sendo esta quantia reconhecida como um gasto do período em que o rédito da venda desse ativo seja reconhecido (§34 da NCRF 18), aspeto que analisaremos no subponto seguinte quanto à mensuração das saídas de inventários.

No documento Desafios da gestão atual (páginas 64-67)