• Nenhum resultado encontrado

6 Vide artigo 74.º.

No documento Desafios da gestão atual (páginas 108-110)

7 Vide artigo 75,º/2.

8 O artigo 75.º/4 estatui o seguinte:

«As entidades identificadas no n.o 1 não podem emitir facturas respeitantes ao serviço de alojamento nem aceitar o respectivo pagamento por parte dos hóspedes sem que seja somado o valor da taxa de dormida.»

Esta disposição não pode querer significar que as entidades responsáveis pela liquidação não possam aceitar pagamentos parciais em relação à sua estada. Antes, esta disposição deve ser considerada como uma cláusula anti-abuso que visa evitar que, em casos de pagamento parcial, a entidade que gira empreendimentos turísticos ou explore estabelecimentos de alojamento local, dê prioridade ao pagamento da estadia e considere que a taxa não foi paga pelo hóspede.

103

Por seu turno, a taxa de chegada por via área é devida por cada passageiro que desembarque no Aeroporto Internacional de Lisboa, estando isentos aqueles que estejam apenas em trânsito ou transferência, que tenham residência fiscal em território nacional ou em relação aos quais não tenha sido emitido bilhete autónomo.

A taxa de chegada por via marítima é devida por cada passageiro «que desembarque de navio de cruzeiro em escala, nos terminais de navios de cruzeiro localizados no Município de Lisboa».6

O Regulamento prevê igualmente como se deve fazer a liquidação e pagamento desta taxa. A taxa de dormida deve ser liquidada pelas entidades que explorem empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local. A liquidação das taxas de chegada por via área e por via marítima compete, respectivamente «à concessionária do serviço público aeroportuário de apoio à aviação civil no aeroporto internacional de Lisboa e às entidades incumbidas da exploração dos terminais de navios de cruzeiro»7. Para tal, as entidades

responsáveis pela liquidação devem fazer inclui o valor da taxa nas facturas que emitam e são obrigadas a rejeitar o pagamento por parte dos hóspedes sem que seja somado o valor da taxa de dormida8. Não é admitido o pagamento em prestações desta taxa.

As isenções previstas a esta taxa vêm explicadas em anexo à Proposta 743/CM/2014, que implementou a taxa municipal turística. Quanto à isenção prevista no artigo 71.º do Regulamento, o anexo avança que esta tem como fundamento «não sobrecarregar financeiramente a pessoa que visita a cidade de Lisboa para obtenção de serviços médicos de saúde, na medida em que se considera que o principal motivo da estada em Lisboa difere dos motivos normalmente atribuíveis aos turistas». (Câmara Municipal de Lisboa, 2014b). De igual modo, a isenção prevista para passageiros em trânsito e residentes em território nacional tem em vista isentar do pagamento da taxa aqueles que não se encaixam no conceito de turista. Relativamente à isenção prevista no artigo 73.º/1/c) («Passageiros em relação aos quais não seja emitido bilhete autónomo»), o legislador autárquico fundamentou a isenção com base na onerosidade do procedimento de cobrança naquelas situações em que não tem lugar a emissão de bilhete9

6 Vide artigo 74.º.

7 Vide artigo 75,º/2.

8 O artigo 75.º/4 estatui o seguinte:

«As entidades identificadas no n.o 1 não podem emitir facturas respeitantes ao serviço de alojamento nem aceitar o respectivo pagamento por parte dos hóspedes sem que seja somado o valor da taxa de dormida.»

Esta disposição não pode querer significar que as entidades responsáveis pela liquidação não possam aceitar pagamentos parciais em relação à sua estada. Antes, esta disposição deve ser considerada como uma cláusula anti-abuso que visa evitar que, em casos de pagamento parcial, a entidade que gira empreendimentos turísticos ou explore estabelecimentos de alojamento local, dê prioridade ao pagamento da estadia e considere que a taxa não foi paga pelo hóspede.

9 Situação que se verifica normalmente com crianças de idade inferior a 2 anos.

104

No que diz respeito a obrigações declarativas, o Regulamento estabelece que as entidades responsáveis pela liquidação e arrecadação da taxa municipal turística devem apresentar uma declaração mensal, a ser enviada por via electrónica até ao fim do mês seguinte àquele quando se tenham verificado as operações sujeitas. O pagamento da taxa pelo substituto tributário ao Município é feito até ao último dia do mês seguinte a que dizem respeito as operações tributáveis, podendo o Município definir um modelo de transferência mensal por estimativa. Há ainda abertura à celebração de protocolos, entre o Município e outras entidades, tendo em vista a cobrança da taxa e prevê-se que as entidades responsáveis pela cobrança e liquidação possam ficar com uma parte da taxa arrecadada, como compensação pelas despesas administrativas incorridas 10.

O montante das taxas vem definido em anexo ao Regulamento. De momento, a taxa de dormida encontra-se fixada em 1 euro por hóspede por noite, até um máximo de 7 noites e as taxas de chegada encontram-se fixadas em 1 euro por passageiro.

Esta taxa foi objecto de regulamentação adicional através das Normas de Execução da Taxa Municipal Turística. Estas normas especificam alguns aspectos da taxa, inclusive alguns aspectos da incidência. (Câmara Municipal de Lisboa, sem data). Assim, o artigo 3.º/3 das Normas de Execução especifica que a isenção prevista no artigo 70.º do Regulamento especifica que não é devida taxa no dia do 13.º aniversário do hóspede, enquanto que o n.º 5 isenta de pagamento da taxa aqueles que estejam hospedados em virtude de oferta por parte do estabelecimento turístico. De igual modo, o n.º 6 refere que a isenção aos hóspedes que estejam hospedados por procura de tratamento médico se aplica aos dias de duração do tratamento, acrescidos de um dia, e ainda se aplica a um acompanhante.

A fundamentação económico-financeira da taxa turística de Lisboa apresenta os custos directamente imputáveis à função turística, obtidos em 2011, 2012 e 2013 e assinala que a taxa turística está algo abaixo desses custos, pelo que é possível verificar, pelo menos prima facie, o respeito pelo princípio da equivalência. Da fundamentação parece que o Município de Lisboa discrimina a função Turismo nas suas despesas. E de facto assim é, mas o Relatório de Gestão da Câmara Municipal de Lisboa, de 2013, apresenta custos, na Função de Comércio e Turismo, de apenas 4,9 milhões de euros, 3,1 milhões de euros e 4 milhões de euros em 2011, 2012 e 2013, respectivamente. (Câmara Municipal de Lisboa, 2013)

105

No documento Desafios da gestão atual (páginas 108-110)