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Ordenação: são apresentadas duas ou mais ideias que são explicadas de modo

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O QUE É ARGUMENTAÇÃO?

8. Ordenação: são apresentadas duas ou mais ideias que são explicadas de modo

ordenado. Ex.:

“A intervenção israelense no Líbano já deixou algumas tristes lições. Em primeiro lugar, mostrou que um país civilizado corre riscos quando pretende pagar aos terroristas na mesma moeda por estes usada. (...) A segunda lição, diretamente relacionada à primeira, é esta: precisão cirúrgica pode existir na sala de cirurgia, mas não existe num ataque militar.”

Estratégias para...

iniciar uma argumentação: desenvolver uma

argumentação:

concluir uma argumentação:

 Definindo o ponto de vista;  Apresentando fatos;

 Fazendo uma declaração inicial;

 Contando uma história  Estabelecendo relações entre

textos (intertextualidade);  Lançando perguntas;

 Apresentando uma definição;

 Inventando uma

categorização;

 Enumerando casos como exemplificação;  Observando a mudança na linha do tempo.  Fazendo pergunta e apresentando resposta  Levantando o problema – apresentando solução;  Indicando argumentos favoráveis x argumentos contrários;  Tecendo comparações;  Recorrendo à exemplificação.  Elaborando uma síntese;  Finalizando com solução para um problema (ENEM!);  Finalizando com remissão a textos;  Fazendo uma pergunta retórica.

Adaptado de: Atividade organizada pelas bolsistas de iniciação à docência Claudiele

Pascoal e Luciane da Silveira – PIBID-UFSM Letras Português (2014)

Referências bibliográficas:

DILETA, Delmanto.; CARVALHO, Laiz B. de. Jornadas.port – Língua Portuguesa, 9º

ano. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.

KOCH, Ingedore V.; ELIAS, Vanda, M. Escrever e argumentar. São Paulo: Contexto, 2016.

VARGAS, Cristiane F. Estrutura do texto argumentativo: funções e possibilidades.

Revista Idéias, Santa Maria, RS, v. 1, n.9, p. 41-50, 1999.

3º momento:

Produção

ATIVIDADE:

Dividam-se em duplas, discutam o tema proposto e construam um comentário que apresente tese e desenvolvimento por meio de argumentos. Escolham um tipo de argumento, dos listados anteriormente, para desenvolver a tese. Feito isso, apresentem oralmente para a turma o seu comentário.

Tema para construção do comentário: Legalização da maconha (para uso medicinal)

Análise da oficina e planejamento para ações posteriores:

A atividade foi bem recebida pelos alunos por dois motivos: primeiro, eles comentaram que não haviam trabalhado, na escola, com a sistematização dos argumentos; segundo, tal atividade vai ao encontro daquela planejada pela professora regente para a semana seguinte (Atividade Paralela 03, comentada a seguir).

Na provocação inicial, quando questionados sobre o que argumentar os alunos responderam: “saber falar sobre o tema escolhido, abordado” (S19), “ter determinado conhecimento sobre algum assunto proposto” (S12) e “é justificar o teu ponto de vista” (S22). Percebe-se nessas respostas que essa última é a que mais satisfaz a pergunta por apresentar as noções de tese (“ponto de vista”) e argumentos (“justificar”). Para a pergunta sobre quando se argumenta, os alunos levantaram diversas situações – desde debates até brigas.

No momento em que foram apresentados os tipos de argumentos, os alunos participaram ao levantar algumas dúvidas especificadamente sobre a classificação dos argumentos.

ATIVIDADE PARALELA 03

Data: 19 e 27 de outubro de 2016

Descrição da atividade: Esta atividade constituía na produção de um Tribunal do Júri e foi

proposta e elaborada pela professora regente uma vez que a turma havia participado dessa atividade no Fórum de Santa Maria, no dia 12 de agosto de 2016 (Atividade Paralela 01, descrita anteriormente).

Objetivo da professora: O objetivo da professora regente era proporcionar uma produção

textual que estivesse a fim com aquela a que os alunos assistiram e também exercitar a argumentação oral a partir de um gênero distinto daquele que a professora pesquisadora propunha.

Organização: Na aula de preparação e organização (19/10), os alunos foram divididos em

funções: juiz, promotor, advogado de defesa, testemunhas de defesa, testemunhas de acusação, réu, jurados. Escolheram também o caso no qual a atividade seria baseada: inicialmente, haviam escolhido o caso da morte de Andressa Schimidt68, encontrada morta em agosto de 2016, em Santa Maria; porém, por fim, optaram pelo caso da morte de Mércia Nakashima69, ocorrido em 2010, em São Paulo, por ser um caso já julgado e, portanto, apresentar já evidências a serem usadas como argumento.

Justificativa para englobar tal atividade ao projeto: Incluímos tal atividade nesta

planificação da ação, pois ela envolve tanto um gênero do campo argumentativo quanto uma produção de texto na modalidade oral da língua. Esperávamos que, de certa forma, o trabalho que estava sendo desenvolvido nas oficinas auxiliasse os alunos na defesa de seus pontos de vista, na elaboração/construção de argumentos que a participação nessa atividade também nas oficinas seguintes.

68 Outras informações sobre este caso podem ser acessadas na notícia “Corpo de filha de ex-vereador é encontrado em porta-malas no RS”, disponível em <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do- sul/noticia/2016/08/corpo-de-filha-de-ex-vereador-e-encontrado-em-porta-malas-no-rs.html>. Acesso em: 17 de outubro de 2016.

69 Outras informações sobre este caso podem ser acessadas na notícia “Entenda o caso Mércia Nakashima”, disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/03/entenda-o-caso-mercia-nakashima.html>. Acesso em: 17 de outubro de 2016.

OFICINA 09

Data: 03 de novembro de 2016

Descrição: Oficina destinada para reajustes necessários, diagnosticados a partir da

dinamização das oficinas e da elaboração da produção inicial. Desde o Questionário Diagnóstico, aplicado no dia 03 de agosto, percebemos o papel atribuído ao interlocutor pelos alunos na produção textual: dos 24 alunos, apenas nove alunos, por exemplo, assinalaram que consideram o interlocutor ao produzir um texto, oito afirmaram considerar importante “Conhecimento sobre o interlocutor” para a organização de um texto oral, e seis estudantes sinalizaram que se pautam “Na fala do outro (interlocutor)” para estabelecer seus desenvolvimentos argumentativos. Por isso, nesta oficina buscávamos discutir com os alunos sobre como o interlocutor colabora na produção dos argumentos.

Recursos: MUC; xerox; gravador de áudio. Tempo previsto: 1 período de 45‟ (03/11)70.

Organização: 1º momento

Leitura coletiva e discussão do texto Muitas maneiras de dizer a mesma coisa:

“NO DOUTORADO...

O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera, Linneu, 1758. No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando

70 Apesar de a turma possuir nesse dia dois períodos de Língua Portuguesa, essa oficina foi realizada em apenas um, pois essa é a semana que antecedeu o Enem 2016 e a professora regente deseja realizar uma revisão para a prova.

submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em consequência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.

NO MESTRADO...

A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em consequência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

NA GRADUAÇÃO...

O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

NO ENSINO MÉDIO...

Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

NO ENSINO FUNDAMENTAL...

Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

NO DIA A DIA...

Rapadura é doce, mas não é mole, não!” (Adaptado de <http://abakxicomgroselha.blogspot.com.br/2007/05/muitas-maneiras-de-dizer-mesma- coisa.html?m=1>71)

Questões orais:

- O que esses seis textos têm em comum? - O que tem de diferente?

- Por que há essa mudança na forma de organizar e apresentar o mesmo enunciado?

- Quem seriam o produtor e o interlocutor de cada uma dessas produções textuais? Com que propósito(s) e intenção(ões)?

(Comentário das pesquisadoras: O propósito da provocação inicial é que os alunos atentem para a importância do interlocutor na produção de um texto. Isso está afim tanto com o Princípio de Cooperação (GRICE, 1982) quanto com a visão dialógica de linguagem na qual se baseia esta pesquisa.)

2º momento

Elaboração e apresentação para os colegas de argumentos direcionados para interlocutores e situações específicos. (Comentário das pesquisadoras: em duplas ou trios, os alunos

sortearam interlocutores hipotéticos e deveram elaborar argumentos acerca de um tema específico: Liberação da maconha para fins medicinais, mesmo tema da atividade da oficina 08. Os interlocutores e as situações estão especificados a seguir.)

A diretora da escola durante a reunião do Conselho

Escolar

O prefeito da cidade durante uma sessão na Câmara de

Vereadores

Seu pai durante o churrasco familiar de domingo Um policial durante uma

palestra sobre drogas na sua escola

Um colega de outra turma durante a excursão da escola

Sua irmã mais nova durante uma conversa em sua casa Um professor da UFSM

durante uma aula pública, em praça pública, sobre o

assunto

Um médico durante uma aula pública, em praça pública, sobre o assunto

Um líder religioso durante uma aula pública, em praça

pública, sobre o assunto

3º momento

Questões orais:

- O que influenciou na tomada de posição da dupla ou trio? - O que mudaria se o interlocutor fosse outro?

- Haveria alguma situação em que os argumentos mudariam, caso o interlocutor fosse o mesmo?

Análise da oficina e planejamento para ações posteriores:

No primeiro momento, as perguntas feitas pela professora pesquisadora auxiliaram os alunos na compreensão de que diferentes leitores, diferentes propósitos e diferentes situações

comunicativas requerem diferentes estratégias de produção de um texto. Quando questionados sobre as diferenças entre os textos, os alunos destacaram a linguagem (“uma é mais formal e a outra mais coloquial” - S12; “uma linguagem mais técnica” – S05), nível de aprofundamento do assunto (S11), extensão do texto (S09), presença de fontes (S11). Alguns alunos defenderam que seria o mesmo texto, já outros defenderam que o tema do texto seria o mesmo, mas o enfoque não. Ao longo da discussão, o objetivo principal deste momento foi alcançado: os alunos concluíram que o interlocutor seria o elemento responsável pelas diferenças na construção dos textos.

No segundo momento, todos os grupos concluíram a atividade e ficou bastante nítido – desde a escolha dos argumentos até a escolha lexical – como os alunos consideraram o interlocutor sorteado. S12 e S25, que sortearam “Um colega de outra turma durante a excursão da escola”, S11, que sorteou “A diretora da escola durante a reunião do Conselho Escolar” e S03, S05 e S09, que sortearam “Sua irmã mais nova durante uma conversa em sua casa” representaram as situações propostas.

S05: tá a gente ia abordar assim... maninha ((risos dos colegas)) ... a maconha pra fins medicinais é:: é bom... só que tem que tá o MÉdico ju::nto tá maninha? tem que ter orientação MÉdica... TÁ? não pode fazer por conta própria que pode fazer ma::l

Na transcrição, a nomeação do interlocutor pelo diminutivo, as pausas, os alongamentos de vogais e a reiteração de marcadores fáticos (“tá maninha?”, “TÁ?”) mostram como o aluno-produtor estaria considerando que seu texto é produzido para uma pessoa que é familiar e também que é mais nova.

Contudo, alguns grupos tiveram mais dificuldades que os outros: os alunos que sortearam “Um líder religioso durante uma aula pública, em praça pública, sobre o assunto”, “Um policial durante uma palestra sobre drogas na sua escola” e “Seu pai durante o churrasco familiar de domingo”. Em todos esses casos citados, a representação do lugar social das personagens foi o que dificultou na elaboração de argumentos que defendesse a tese de que o uso da maconha deveria ser liberado para fins medicinais. Essa assimetria, resultado da função social exercida pelo interlocutor sorteado, é tão evidente para os alunos que, quando questionados se haveria alguma situação em que os argumentos mudariam, caso o interlocutor fosse o mesmo, os alunos responderam negativamente. É importante destacar, entretanto, que todos eles conseguiram verbalizar acerca do tema e deixar claro quais seriam as dificuldades encontradas em tal situação.

ATIVIDADE PARALELA 04

Data: 16, 17 e 19 de novembro de 2016

Descrição da atividade: Esta atividade constituía na produção de uma pesquisa de opinião

pública a ser realizada na Mostra de Atividades da escola.

Objetivo da professora: O objetivo da professora regente era produzir um trabalho que

envolvesse argumentação e proporcionasse interação com alunos, professores, funcionários e pais. Ao elaborar argumentos favoráveis e contrários acerca de uma temática, a turma não apenas investigaria o ponto de vista defendido, mas também conferiria quais escolhas efetuadas pelos outros membros da comunidade escolar para justificar seus posicionamentos.

Organização: No primeiro momento (16/11), os alunos elencaram temas que apresentassem

defesas distintas: lei da palmada, cultura do estupro, regulamentação da prostituição, aborto, som automotivo, legalização da maconha. Dentre eles, por votação, escolheram som automotivo, em referência a resolução 62472, aprovada em outubro de 2016, que prevê a autuação de condutor que for flagrado com o som do carro audível pelo lado externo do veículo. No segundo momento (17/11), os alunos organizaram coletivamente a pergunta a ser feita aos participantes (“Em outubro de 2016, o Conselho Nacional de Trânsito aprovou a resolução 624 que multa em R$ 195,23 o motorista que foi flagrado com som “audível” do lado externo do veículo. Você é a favor ou contra essa resolução? Por quê?”) e três argumentos para cada ponto de vista: um argumento considerado forte, um mediano e um proveniente do senso comum. Na confecção dos painéis de votação, um aluno sugeriu ainda que os votos fossem divididos por gênero e idade, o que foi acatado pelo resto da turma.

Justificativa para englobar tal atividade ao projeto: Por envolver um exercício de

elaboração de argumentos e também uma reflexão sobre as justificativas apresentadas por outrem, julgamos pertinente incluir tal atividade nesta planificação da ação.

OFICINA 10

72 Outras informações sobre essa resolução podem ser acessadas na notícia “Contran aprova resolução para som automotivo”, disponível em <http://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2016/10/contran-aprova- resolucao-para-som-automotivo.html>. Acesso em: 17 de nov. 2016.

Data: 23 de novembro de 2016

Descrição: Oficina destinada para reajustes necessários, diagnosticados a partir da

dinamização das oficinas e da elaboração da produção inicial. Este último módulo pretendia abordar a questão do conhecimento prévio sobre determinado assunto na tomada e defesa de uma posição.

Recursos: MUC; xerox; gravador de áudio. Tempo previsto: 1 período de 45‟ (23/11). Organização:

1º momento

1.1. Leitura do texto e análise das afirmações propostas: (Comentários das pesquisadoras:

para a realização da atividade, os alunos foram divididos em grupos. Isso permitiu a discussão entres os pares para o julgamento das premissas. Esta atividade foi baseada na dinâmica “A História da Máquina Registradora”73

. A opção por adaptar e não utilizar o texto original deve-se ao desdobramento da oficina em dois momentos.)

Uma mulher caminha por uma avenida na Zona Norte do Rio de Janeiro, quando alguém a aborda pedindo dinheiro. O homem corre e pula o muro da estação de trem carregando uma bolsa. Um vendedor é preso por um policial à paisana.

Após a leitura, analise as premissas abaixo e assinale V (Verdadeiro), F (Falso) ou ? (Desconhecido):

V F ? 1. Uma mulher é abordada por um desconhecido em uma avenida do Rio de

Janeiro.

2. Uma pessoa pede dinheiro a uma mulher. 3. A mulher teve sua bolsa roubada.

4. O ladrão foi um homem.

5. Depois que o homem que pediu o dinheiro apanhou a bolsa, ele fugiu. 6. O crime aconteceu próximo a uma estação de trem.

7. O policial não estava identificado. 8. O policial presenciou a cena do crime. 9. O policial suspeitou do vendedor. 10. O policial à paisana prendeu o ladrão.

1.2. Socialização e discussão das respostas de cada grupo. (Comentário das

pesquisadoras: conforme o texto, apenas as afirmações 2, 7 e 9 são verdadeiras, todas as outras são desconhecidas)

2º momento

Leitura coletiva da notícia Ator preso por engano no Rio deve ser solto nesta quarta-feira74:

26/02/2014 07h35 - Atualizado em 26/02/2014 12h40

ATOR PRESO POR ENGANO NO RIO DEVE SER SOLTO NESTA QUARTA-