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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO MOTIVADORA

 Relembrando...

O que é o Projeto de lei Escola sem Partido?

“O Senado lançou em julho passado uma enquete em que toda a sociedade pode opinar contra ou a favor do projeto de lei 193/2016, de autoria do senador Magno Malta (PR-ES), que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional o programa Escola sem Partido. O programa, que tem ganhado defensores e críticos nos últimos tempos, existe desde 2004 e foi criado por membros da sociedade civil. Segundo Miguel Nagib, advogado e coordenador da organização, a ideia surgiu como uma reação contra práticas no ensino brasileiro que eles consideram ilegais. "De um lado, a doutrinação política e ideológica em sala de aula, e de outro, a usurpação do direito dos pais dos alunos sobre a educação moral e religiosa dos seus filhos", explica. Para Nagib, todas as escolas têm essas características atualmente.

Na contramão dessa ideia, estudiosos especialistas em educação criticam o programa afirmando que nada na sociedade é isento de ideologia, e que o Escola Sem Partido, na verdade, é uma proposta carregada de conservadorismo, autoritarismo e fundamentalismo cristão. Para Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação: "Toda criança e adolescente tem direito a se apropriar da cultura e a ler o mundo de forma crítica. A educação escolar é uma atribuição do Estado brasileiro. E o cidadão brasileiro tem o direito de aprender o evolucionismo de Darwin, a história das grandes guerras, a luta pela abolição da escravatura no Brasil, a desigualdade entre as classes sociais". (Adaptado de “Escola no Brasil: com partido ou sem partido?”. Disponível em < http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/propostas/escola-no-brasil- com-partido-ou-sem-partido.htm >. Acesso em 28 nov. 2016.

 Precedentes:

08 de setembro de 2016:

Discussão sobre o Projeto de Lei Escola sem Partido Deliberação da turma: não adesão ao projeto

 Desdobramento:

A escola, após a escuta dos alunos do 3º ano do Ensino Médio, opta pela não adesão ao PL. Contudo, há um desdobramento: frente a uma atividade da gincana escolar, os pais de um aluno elaboraram uma carta aberta e distribuíram-na à comunidade escolar75. Tal atividade faz parte de um projeto interdisciplinar, que prevê a discussão de temas contemporâneos de interesse dos alunos do Ensino Médio.

Cara comunidade escolar,

A escola é como um segundo lar. É nela que nossas crianças e adolescentes passam grande tempo de seus dias. É nela em que acontecem os primeiros encontros com outras pessoas que não os familiares. É nela que se aprende com os mestres e que se constroem os cidadãos críticos que podem atuar em benefício da sociedade. Devido a esses e outros tantos motivos, prezamos muito por esta instituição, e é exatamente por esse zelo que viemos, por meio desta carta aberta, solicitar um posicionamento dos segmentos que compõem este estabelecimento.

Este é o primeiro ano de nosso filho nesta escola. Escolhemos tal instituição, pois sabemos da sua tradição e do seu prestígio na cidade. Por isso mesmo, estranha-nos o fato de a comunidade ter dito não ao Escola sem Partido, um projeto que visa apenas ao bem de nossos bens mais preciosos, nossos filhos.

Nossa preocupação iniciou quando nosso filho comentou conosco sobre uma atividade da gincana: a troca de vestimentas entre meninos e meninas para uma suposta “conscientização” acerca do que chamam de “fobias”. Gostaríamos que entendessem que isso vai de encontro com as convicções e os valores que defendemos na nossa família: meninas devem se vestir como meninas e meninos como meninos! Alguns podem não

75

Situação criada com base em textos disponíveis em <http://www.escolasempartido.org/>. Acesso em 26 nov. 2016.

concordar com nosso pensamento, mas alertamos também para o fato de que a exposição, em disciplina obrigatória e em atividades realizadas dentro da instituição escolar, de conteúdos que possam estar em conflito com as convicções morais dos estudantes ou de seus pais viola o artigo 12 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, segundo o qual "os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.".

Diante do exposto, queremos um posicionamento dos segmentos escolares, principalmente dos alunos, sobre a realização dessa atividade, pois acreditamos que outros adolescentes não estejam confortáveis com a situação. Desde já, deixamos claro que, caso a atividade seja mantida, baniremos a participação do nosso filho na gincana.

Atenciosamente, Seu Fulano e Dona Beltrana, pais do Sicrano.

2º momento

Debate deliberativo

2.1. Leitura da situação problema.

2.2. Elaboração das hipóteses e argumentos.

2.3. Exposição dos argumentos de cada aluno acerca da situação problemas. (Comentário das

pesquisadoras: foram disponibilizados três minutos para cada aluno)

2.4. Proposta de deliberação. (Comentário das pesquisadoras: Nesta produção, este passo

será feito pelas professoras – pesquisadora e regente, pois todos os alunos presentes expressaram a vontade de expor sua sugestão de deliberação.).

Análise da oficina e planejamento para ações posteriores: Participaram desta oficina 12

alunos. Destacamos que a atividade que ocasiona a situação-problema criada por nós (dia da troca de roupas) havia sido vivenciada pelos alunos naquele ano letivo. Por esse motivo, acreditamos, os alunos conseguiram sustentar seus argumentos não apenas nas crenças que têm sobre o papel da escola, mas também nas atitudes que tiveram quando tal atividade foi efetivamente realizada (“[...] e:: igual o ((nome do colega)) deu o exemplo tipo/ninguém ficou forÇANdo ele a participar ele... nós participamos se a gente quisesse [...]” – S14; “[...] tanto ((nome do colega)) respeitou quem quis quanto a gente que quis respeitou ele que não quis” - S23). Atribuímos a isso também o fato de algumas diferenças em relação às produções textuais serem percebidas na organização dos textos, como maior aproveitamento do tempo.

OFICINA 12

Data: 07 de dezembro de 2016

Descrição: Na última oficina, os alunos responderam o questionário final (disponível no

Apêndice D, p. 141).

Recursos: MUC; xerox; gravador de áudio. Tempo previsto: 2 períodos de 45‟ (07/12). Organização:

1º momento

Aplicação do questionário final.

2º momento

Encerramento do projeto na escola.

Análise da oficina e planejamento para ações posteriores: O questionário final foi

respondido por 17 alunos. A partir desse número, analisamos qual(is) desses estudantes esteve presente nas oficinas em que foram produzidos os textos diagnóstico, inicial e final e em que respondidos os questionários inicial e final. Desse recorte, definimos o sujeito de pesquisa.