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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 As variáveis de comando e controle

4.1.4 Padrão tecnológico

O subgrupo padrão tecnológico é composto de três indicativos, que são retratados na figura 7. Cabe destacar, que o subgrupo é constituído por três questões fechadas, e complementado com uma questão aberta.

47%

25%

15%

10%

Figura 7: Estrutura de análise do elemento tecnológico Fonte: Dados da pesquisa, 2011-2012.

No subgrupo padrão tecnológico os dois primeiros indicativos demosntram o grau de efetividade das ações de poder público, como na maioria, insuficiente. Esta afirmativa pode ser verificada o gráfico 7.

Gráfico 7: Padrão tecnológico

Fonte: Pesquisa de campo, 2011-2012.

Ele mento T ec nológ ico

Controle do consumo de energia

Gerenciamento do ciclo de vida dos produtos

Coleta de lixo elétrico, eletrônico, metais pesados

0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 Insuficientemente Pouco Suficiente Razoavelmente Suficiente Integralmente

O primeiro item avaliado foi o grau de controle do consumo de energia, conforme gráfico 7 percebe-se, que sete dos respondentes consideram insuficientemente, alegando que o poder público nunca efetuou controle sobre isso. Cinco pessoas responderam pouco suficiente, ou seja, não reconhecem ações que extrapolem as realizadas pelo Departamento Municipal de Energia Elétrica de Ijuí (DEMEI). Uma pessoa considerou o grau de controle de consumo de energia como razoavelmente; e, cinco, consideram suficiente. Por estes últimos foi argumentado que o DEMEI atua enquanto poder público nesta área, consequentemente detém as informações necessárias.

O grau de gerenciamento do ciclo de vida dos produtos foi considerado inadequado pelos componentes da amostra que alegam que o poder público não atua nem participa no gerenciamento desta dimensão.

Quanto ao grau em que é feito o acompanhamento da coleta de lixo eletrônico, eletrônico, metais pesados (bateria, pilhas, lâmpadas fluorescentes), quatro respondentes consideraram insuficientemente, um avaliou como pouco suficiente, e, cinco como razoável. Tudo indica que este descontentamento está vinculado à falta de divulgação do projeto que definiu pontos da cidade para receber metais pesados, como por exemplo, as pilhas. O projeto contemplou ainda, que as lojas revendedoras de lâmpadas fluorescentes passassem a receber as que serão inutilizadas, aspecto já previsto na legislação. Segundo o posicionamento dos respondentes este projeto não foi divulgado, comprometendo a participação da população. No entanto, seis pessoas consideram a iniciativa suficiente uma integralmente em função da existência de pontos de coletas destes materiais. Outro elemento que favoreceu a percepção deste item foi um projeto realizado em parceria com a UNIJUÍ para a coleta de materiais e peças de informática. Neste projeto a população foi mobilizada a comparecer na praça, em uma data pré - estabelecida fazendo a entrega dos objetos.

Como complemento as questões objetivas deste item foi levantada a possibilidade de usar a tecnologia para construir um aterro sanitário mais eficiente, assim como, a utilização da tecnologia como instrumento de comunicação. Outra contribuição possível da tecnologia é quanto à reciclagem de produtos.

Um dos desafios quanto à tecnologia, não está associado à criação de processos ou equipamentos novos, mas fazer uso daqueles que já existem. Tecnologia neste estudo, não se limitou a máquinas, mas as possibilidades de transformações. Por isso, as cisternas, os minhocários também foram apontados pelos respondentes como possíveis tecnologias para serem implementados nas residências. O quadro 12 sistematiza as principais respostas.

Controle mais preciso dos produtos. Na reutilização e descaracterização dos lixos.

Para a comunicação, para a troca de informação. A internet deve ser utilizada para a conscientização.

O monitoramento da qualidade do ar em dias de maior possibilidade de fumaça contaminada, nevoa tóxica.

Criar uma usina de reciclagem que cumpra todas as funções de segurança e inclua maquinários para contribuir na separação prévia.

Dados da população conectados em rede para gerenciamento de informação. Projetar um aterro sanitário capaz de transformar o lixo em energia e em adubo. Incentivar a tecnologia dos aterros domésticos.

Utilizar a tecnologia biodigestor no próprio aterro. Quadro 12: Contribuição da tecnologia

Fonte: Pesquisa de campo, 2011-2012.

Pode-se verificar pelas respostas que o poder público necessita investir nos processos que compreendem a gestão ambiental. Estes investimentos não referem-se exclusivamente às questões financeiras, mas a alocação de pessoas e, a disposição para implementação de melhorias.

Gráfico 8: Resumo geral dos indicativos do padrão de desempenho Fonte: Pesquisa de campo, 2011-2012.

A tecnologia tem interferido em todas as instâncias da vida humana. Por isso, não investir em aquisição de tecnologias, ou mesmo, no desenvolvimento humano para trabalhar

44%

13%

19% 20%

com aquelas que se tem acesso, pode ser um erro gravíssimo nos processos de gestão. Por isso, o índice insuficiente promove um alerta ao poder público.

4.1.5 Proibições e restrições

A variável, proibições e restrições sobre produção, comercialização e uso de produtos e processos, foi trabalhada a partir de oito itens retratados na figura 8, cujo objetivo foi verificar o grau de fiscalização e acompanhamento de ações que geram impacto ambiental.

Figura 8: Estrutura de análise das proibições e restrições Fonte: Dados da pesquisa, 2011-2012.

O subgrupo de proibições e restrições sobre produção, comercialização e uso de produtos e processos, foi constituído oito indicadores, todos analisados sob a perspectiva da escala de Likert. O gráfico 9 apresenta de forma sistematizada o resultado de cada uma das oito questões.

Gráfico 9: Proibições e restrições sobre produção, comercialização e uso de produtos e processos

Fonte: Pesquisa de campo, 2011-2012.

O primeiro item buscou avaliar o grau em que é realizada a avalição dos impactos ambientais das indústrias do município. Dos respondentes, sete consideram insuficiente, quatro, entendem que é pouco suficiente, um que o processo é razoável, três compreendem que é suficiente e, três que entendem que a avaliação ocorre de modo integral. Nesta questão, um dos elementos que dividiu a opinião dos respondentes foi que as indústrias instaladas após o início do funcionamento da SMMA (2009), têm a avaliação de forma plena através do licenciamento ambiental, ou seja, com a criação da SMMA a atuação no licenciamento passou a ser atendida. Entretanto, para aquelas que já estão instaladas ainda ocorrem iniciativas pontuais e não sistemáticas de avaliação de impactos.

O grau em que é realizada a vistoria ambiental na instalação de projetos industriais teve como maior índice a opção integralmente, observando-se sete respondentes, considerando que esta atividade acontece a partir do licenciamento ambiental. Ainda, duas pessoas responderam que a vistoria é insuficiente; três consideraram pouco suficiente, quatro como razoavelmente; e, duas entenderam que o processo era suficiente.

Com relação ao grau de vistorias realizadas sobre as instalações do comércio, quatro pessoas consideram o processo insuficiente, duas avaliaram como pouco suficiente; seis razoavelmente; três compreendem que as vistorias são suficientes. E, três indica que o processo é integralmente. Segundo os respondentes o desafio concentra-se naqueles que

0 2 4 6 8 10 12 14 16 1 2 3 4 5 6 7 8 Insuficientemente Pouco Suficiente Razoavelmente Suficiente Integralmente

iniciam a atividade sem estar devidamente regularizados, neste caso não tem como realizar a vistoria.

No que concerne ao acompanhamento das áreas de preservação permanente na área urbana do município, observou-se um equilíbrio dos respondentes entre os que entendiam que este acompanhamento estava adequado e aqueles que entendiam como inadequado. O argumento para esta discrepância é que as APP’s foram mapeadas, mas não há monitoramento, o que demonstra que a fiscalização só ocorre, novamente, através de denúncia. Por outro lado, ter realizado o mapeamento destas áreas mostra o cumprimento da competência do município. Na mesma linha, quando indagados sobre a preservação das APP’s na zona rural, as manifestações foram majoritariamente no sentido de apontar a insuficiência da ação pública nesta dimensão.

Com relação ao acompanhamento do descarte do lixo da construção civil, obtiveram- se 13 manifestações de insuficiência e cinco de que a situação apresentava um quadro razoável. Ou seja, ainda não foram percebidos os esforços do poder público em gerenciar o descarte do lixo da construção civil. Da mesma forma, esta avaliação se repete de modo mais agudo em evidenciar a fragilidade de controle quando se refere ao acompanhamento do reaproveitamento do lixo da construção civil. O entendimento é que o poder público precisa agir sobre o gerenciamento do lixo da construção civil, uma vez que se este for depositado num aterro sanitário, sem os devidos tratamentos, compromete a vida útil do próprio aterro. O desafio aqui, não se concentra em criar práticas de reutilização, mas incentivar a utilização das que já estão divulgadas no mercado da construção civil.

O nível de fiscalização do armazenamento de agrotóxicos no perímetro urbano constituiu-se em uma questão bastante polêmica, principalmente por ainda estar em debate a extensão e o detalhamento da legislação. Com a atuação da FEPAM enquanto órgão licenciador e fiscalizador, bem como, com o apoio da EMATER nas práticas de conscientização, este item apresentou índices divididos. O grau que prevaleceu foi razoável com sete respondentes, seguido de quatro, pouco suficiente e três, insuficiente. Uma das ponderações realizadas pelos respondentes é de que a fiscalização ainda ocorre no nível de recomendação. Isto é, não são tomadas medidas efetivas, mas o problema é conduzido através de diálogos quando se busca construir alternativas para a resolução dos problemas.

É importante considerar que nem todas as empresas são enquadradas para realizar este licenciamento, desta forma a atuação da SMMA fica limitada àquelas que necessitam da licença. Também foi observado que existem muitas empresas irregulares no município, que

paradoxalmente acabam não sendo fiscalizadas. Uma das inquietações apontadas pelos respondentes é de que muitos licenciamentos ainda são realizados pela FEPAM, possibilitando que o poder público local atue apenas no encaminhamento das denúncias.

Gráfico 10: Resumo geral dos indicativos de proibições e restrições sobre produção, comercialização e uso de produtos e processos

Fonte: Pesquisa de campo, 2011-2012.

As respostas para os indicadores deste grupo, no geral, prevaleceram como insuficientemente. Conforme apresenta o gráfico 10, percebe-se que ainda existem diversos processos para serem implementados ou executados com eficiência pelo poder público.