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Pessoas jurídicas de direito privado

No documento LIVRO PROPRIETARIO direito civil i (páginas 91-94)

4.5 rePresentaÇÃo Da Pessoa JUríDiCa

UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL, TERRITÓRIOS E MU NICÍPIOS: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

4.7.2.2. Pessoas jurídicas de direito privado

As pessoas jurídicas de direito privado são aquelas reguladas por normas de direito privado, tais como o Código Civil e a CLT – Consoli- dação das Leis do Trabalho. Nos termos do art. 44 do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado: I – as associações; II – as sociedades; III – as fundações; IV – as organizações religiosas (incluído pela Lei n. 10.825, de 22-12-2003); V – os partidos políticos (incluído pela Lei n. 10.825, de 22-12-2003); e VI – as empresas individuais de responsabili- dade limitada (Eireli).

De acordo com o Enunciado 144 da III Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, “a relação das pessoas jurídicas de direito privado estabelecida no art. 44, I a V, do Código Civil, não é exaustiva”. E, segundo o Enunciado 142 da mesma Jornada, “os partidos políticos, sindicatos e associações religiosas possuem natureza associativa, apli- cando-lhes o Código Civil”.

São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o fun- cionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e neces- sários ao seu funcionamento. Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica (Lei n. 9.096/95).

Como não há dispositivos do Código Civil regulando os partidos políticos e as entidades religiosas, não iremos aprofundar aqui o estudo dessas pessoas jurídicas.

4.8

soCieDaDes

São pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pes- soas (universitas personarum), que se organizam para desenvolver uma atividade econômica com intuito lucrativo. Antigamente as sociedades eram reguladas pelo Código Comercial de 1850. Com a introdução do Código Civil de 2002 as obrigações civis e comerciais foram unifi cadas em um mesmo diploma e a matéria passou a ser tratada em seus arts. 981 e seguintes.

No Código Comercial de 1850 as sociedades eram classifi cadas em civis e comerciais. Essas expressões foram substituídas por sociedades simples e empresárias. Embora não exista perfeita correspondência, po- demos dizer que, em geral, as sociedades simples correspondem às civis, e as sociedades empresárias correspondem às comerciais.

As sociedades simples são aquelas sem fi ns comerciais que visam ao lucro mediante prestação de serviços relativos a determinada pro- fi ssão ou serviços técnicos. Como exemplos podemos citar uma socie- dade em escritório de advocacia, uma cooperativa, uma empresa de consultoria etc.

As sociedades empresárias são aquelas com fi ns comerciais. Visam ao lucro mediante o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Para ser empresária, exi- gem-se o requisito material (atividade empresarial) e o requisito formal (registro na Junta Comercial), conforme previsão dos arts. 982 e 967 do Código Civil. Independentemente de seu objeto, considera-se empresá- ria a sociedade por ações; e simples a cooperativa.

Conforme determinação dos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil de 2002, as sociedades empresárias podem assumir diversas formas: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, socie- dade em comandita por ações, sociedade limitada, sociedade anônima ou por ações.

Sociedade entre cônjuges: os cônjuges podem contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. Indepen- dentemente do regime de bens, o empresário casado pode, sem necessi- dade de outorga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real (Código Civil, arts. 977 e 978).

Serão arquivados e averbados no Registro Civil e no Registro Pú- blico de Empresas Mercantis os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.

VoCaBUlÁrio

cláusulas de incomunicabilida- de e inalienabilidade: regras,

em geral previstas em um con- trato, que determinam que um bem não pode ser objeto de comunhão ou compartilha- mento (incomunicável) nem pode ser alienado, isto é, ter sua propriedade transferida a outra pessoal (inalienável).

4.9

eMPresa inDiViDUal De resPonsaBiliDaDe liMitaDa

A Lei n. 12.441/2011 acrescentou mais uma modalidade de pessoa jurídica de direito privado ao rol do art. 44 do Código Civil: a empresa individual de responsabilidade limitada. Suas regras estão estabelecidas no art. 980-A.

A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamen- te integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “Eireli” após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente po- derá figurar em uma única empresa dessa modalidade.

A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concen- tração. Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.

Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

4.10 assoCiaÇões

As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pessoas (universitas personarum) que se organizam para desenvolver uma atividade lícita que não seja econômica, isto é, que não tenha intuito lucrativo. Podem, portanto, desenvolver atividade educa- cional, pia (isto é, filantrópica), religiosa, esportiva, científica, literária, recreativa, política etc. (exemplos: sindicatos, grêmios estudantis, escolas de samba, clubes esportivos). Diferenciam-se das fundações por serem formadas pela coletividade de pessoas, e não de bens, e diferenciam-se das sociedades por não terem finalidade lucrativa.

Entretanto, a ausência de intuito lucrativo não as impede de ter pa- trimônio e desenvolver atividades visando arrecadar valores para que possam atingir seus fins (p. ex.: uma associação filantrópica pode reali- zar bingos; uma associação educacional pode cobrar mensalidades etc.). Desta forma, o lucro pode ser um meio, mas nunca o fim de uma asso- ciação, sendo absolutamente vedada (proibida) qualquer repartição de receita (valores recebidos) entre os associados.

Microempreendedor Indivi- dual (MEI) é a pessoa que traba- lha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresá- rio. Para ser um microempreende- dor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou ti- tular. O MEI também pode ter um empregado contratado que re- ceba o salário mínimo ou o piso da categoria. A Lei Complemen- tar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como in- formal possa se tornar um MEI le- galizado. Entre as vantagens ofe- recidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pe- dido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Na- cional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 40,40 (comércio ou indústria), R$ 44,40 (prestação de serviços) ou R$ 45,40 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anual- mente, de acordo com o salário mínimo. Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxílio-maternidade, auxílio-doen- ça, aposentadoria, entre outros. Caso o empreendedor não tenha a intenção de possuir sócios e sua atividade não se enquadre nos requisitos legais do MEI, poderá ele optar pela abertura da EIRELI (Fonte: http://www.portaldoem- preendedor.gov.br/mei-microem- preendedor-individual, acesso em 7-7-2015).

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