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CAPÍTULO II Os Novos Paradigmas de Reserva Museológica

2.3. Abertura do espaço de reserva ao público

2.3.2. Reserva como lugar de discurso / comunicação

2.3.2.2. Sensibilização do público

Na perspectiva de Catheline Périer-D’Ieteren, a conservação deve ser pensada como um problema cultural, propondo a sensibilização do público perante as obras de arte, os monumentos, os sítios, para que estes os respeitem, fazendo-os compreender as mensagens que eles encerram, advertindo para os riscos que os bens incorrem, e que em última instância, ameaçam a sua existência484.

As políticas de valorização científica do património são essenciais neste domínio, existindo casos de boas práticas, como o Projecto de Sensibilização do Público que foi encetado pela Université Libre de Bruxelles (ULB), em 1997, com a colaboração do ICCROM, intitulado Ensemble veillons sur le patrimoine, que contou com a participação de museus de diversos países europeus485, ou o programa de salvaguarda do património cultural desenvolvido pelo

Governo Holandês, em 1991, denominado Deltaplan486.

O Estado, as Universidades, os Museus, têm que se apropriar da sua parcela de responsabilidade para com a sociedade. Os museus, em especial os de cariz público têm que ter um papel activo a desenvolver junto das comunidades onde se inserem, atendendo a que a cultura se assume como um elemento aglutinador e de coesão social.

A partilha de conhecimentos com o público poderá desencadear uma maior consciencialização para os problemas decorrentes da degradação dos bens culturais. Deste modo, poder-se-á sensibilizar a população para a importância da conservação do património e

Http://www.louvrelens.fr/documents/10181/14273/Le+projet+scientifique+et+culturel+du+Louvre- Lens/ba69bbd5-d130-496e-917e-eb8ae5939bc4?version=1.0&type=pdf).

484 PERIER-D'IETEREN, Catheline – Tourisme et conservacion: Trouver un équilibre. Museum International.

Paris: UNESCO. Nº 200 (Vol.50, nº 4, 1998), p.6.

485 Vd. ICCROM Website. Projets de sensibilisation. [Consulta: 15.02.2013].

Http://www.iccrom.org/ifrcdn/fra/05advocacy_fr/05_02models_fr/03tour02_fr.shtml

486 Vd. TALLEY JR, M. Kirby - The Delta Plan: A nationwide rescue operation. In Museum International. Paris: UNESCO. Nº 201 (vol. 51, nº1, 1999), pp. 11-15. Assim como: BRUIN, Gerrit de – An assessment of Deltaplan:

desencadear o efeito de mudança de comportamentos. Neste processo, o envolvimento da população é deveras essencial, já que também ela poderá auxiliar a instituição, por exemplo com a contribuição de donativos, inclusive através da realização de acções comunitárias, para a recolha de fundos com vista à concretização de uma iniciativa em particular, quer se trate da aquisição de um equipamento, a realização de uma intervenção de conservação e restauro, entre outras. Assim as pessoas familiarizar-se-ão com a causa, e sentirão que desempenham uma função quer a nível individual como colectivo, no objectivo global da preservação e salvaguarda do património.

Tal como Andrew Newman mencionou, o contributo educacional mais significativo dos museus e galerias está no ensino informal487. Advoga-se neste sentido a funcionalidade do

museu como educador. Com efeito, os museus devem fomentar a componente educativa / pedagógica. Uma boa medida passa pela articulação de sistemas expositivos com boas práticas educativas, ao que se acrescenta a relevância da sensibilização dos próprios funcionários para os princípios educativos e de conservação dos objectos expostos e das colecções. Assim, uma excelente iniciativa passa por proporcionar experiências distintas ao público. Seguem-se alguns exemplos:

 Planear a realização de alterações cíclicas na colecção permanente pode encorajar o público a ver a colecção numa nova perspetiva;

 Existência de gabinetes experimentais que fomentem a descoberta, o conhecimento, a interacção; eles podem estar dispostos ao longo do percurso expositivo; devem reforçar a mensagem da exposição incitando ao diálogo, ao debate, à criação, à reflexão, à aprendizagem. O leque de experiências deverá ser abrangente, possibilitando que estas possam ser vivenciadas e acessíveis para todos os cidadãos e de distintas fachas etárias. Recorde-se que o recurso a sistemas interactivos488 é uma mais-valia no processo de

reconhecimento do saber, tome-se como exemplo o Victoria & Albert Museum, em Londres, que ao logo das galerias possui centenas de exposições interactivas489;

487 NEWMAN, Andrew – Understanding the social impact of museums, galleries and heritage through the concept

of capital. In CORSANE, Gerard – Heritage museums and galleries: An introductory reader. London: Routledge, 2005, p. 229.

488 Vd. CAULTON, Tim – Hands-on exhibitions: Managing interactive museums and science centres. 2º ed. New

York: Routledge, 1999.

 Teatralizar uma visita como sucede no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, em que algumas das visitas ao museu são realizadas pelos “antigos criados da Casa de Santiago” (o cocheiro Gervásio e a criada Rosa Maria). A teatralização também pode ser alusiva a um acontecimento ou obra relacionada com a exposição em questão;  Realização de formações temáticas para um certo número de visitantes, sobre as distintas colecções, que consoante as possibilidades da instituição, esta pode retirar temporariamente das reservas as obras de um determinado artista para serem observadas no decorrer dessa actividade;

 Na área da conservação e restauro podem ser desenvolvidas actividades em parceria com os serviços educativos que podem passar por uma simples secção de colagem de fragmentos de um objecto, ou facultar o acesso visual do público a locais ou departamentos por norma do domínio privado do público – visualizar o laboratório de conservação e restauro, laboratório de fotografia, etc. Cita-se o caso do Museum of Science and Industry, em Manchester, no Reino Unido 490 , ou The Nacional

Conservation Centre, em Liverpool491. O facto de as pessoas poderem observar os

profissionais a trabalhar já congrega uma faceta dinâmica da visita – uma experiência educativa;

 Um dos conceitos mais importantes que devem ser transmitidos relacionados com as visitas a reservas prende-se com a noção de instabilidade492 de alguns objectos

490 O Museum of Science and Industry possibilitou durante vários anos que o tratamento conservativo de peças

para futuras exposições pudesse ser observado pelo público (BROWN, Kathleen – Educational and other public programmes for exhibitions. In LORD, Barry; LORD, Gail Dexter (dirt.) - The Manuel of Museum Exhibitions. Walnut Creek: Altamira Press, 2002, p. 311). O Museu estabelece uma relação de estreita proximidade com a comunidade através do seu Collections Centre. Este centro foi concebido para tornar as colecções mais acessíveis ao público, dando a oportunidade de aceder a áreas não visíveis do museu e consultar as amplas e variadas colecções em reserva (MUSEUM OF SCIENCE AND INDUSTRY Website. Collections Centre. [Consulta: 29.05.2015]. Http://www.mosi.org.uk/collections/using-the-collections/collections-centre.aspx).

491 The Conservation Centre acolhe os visitantes, realiza visitas guiadas pelos estúdios, assim como

demonstrações para grupos interessados, de todas as fachas etárias. Os conservadores também dão palestras e efectuam demonstrações em uma ampla gama de eventos públicos, incluindo festivais de ciência, conferências e sessões de actividades nos diversos Museus que compõem The National Museums Liverpool (NATIONAL MUSEUMS LIVERPOOL Website. Conservation. [Consulta: 28.05.2015]. Http://www.liverpoolmuseums.org.uk/conservation/meet/visits.aspx).

492 Falta de equilíbrio físico ou químico que pode conduzir à deterioração ou perda. (EUROPEAN STANDARD.

EN – 15898: Conservation of cultural property - Main general terms and definitions. Bruxelas: Comité Européen

museológicos493, de modo a que o público compreenda os critérios de conservação,

conservação preventiva que estão na base do sistema de armazenamento de uma reserva e no fundamento da própria reserva;

 Demonstrações, leituras, projeções de filmes, experiências virtuais, são formas distintas de alargar o campo de acção do museu na vertente didáctica, entre tantas outras.

Para além destes aspectos supracitados, gostaríamos de abordar uma prática que está a tornar-se usual nos museus que se prende com o facto de existirem algumas colecções denominadas de estudo, ensino, ou colecções de demonstração ou de manipulação. Estas colecções são específicas para serem manuseadas pelo público494.

É indiscutível que uma das melhores formas de aprendizagem é alcançada com recurso a actividades de exploração e actividades manuais, e por conseguinte o manuseamento de matérias e objectos. O acto de manusear objectos originais fornece aos utilizadores uma experiência empolgante das colecções, envolvendo os sentidos da visão, audição, olfacto e tacto. A manipulação de objectos remove barreiras físicas e sensoriais de qualquer pessoa - incluindo as pessoas com limitações visuais, ou mesmo nos invisuais495.

Todavia poder-se-á colocar a questão em que medida a manipulação de objectos torna viável a preservação das colecções?

493 A fragilidade versus vulnerabilidade de alguns objectos museológicos é por vezes resultante dos próprios

materiais constitutivos ou decorrente de problemas de conservação e ou restauro.

494 SMITHSONIAN INSTITUTION. Collections use and access. In Concerne at the core: Managing Smithsonian

Collections. 2005, p. 58. [Consulta: 6.04.2015].

Http://www.si.edu/content/opanda/docs/rpts2005/05.04.concernatthecore.access.pdf. Vd. CHATTERJEE, Helen (edit.) – Touch in museums: Policy and practice in object handling. Oxford: Berg Publishers, 2008.

495 Ibidem. Vd. CHATTERJEE, Helen (edit.) – Touch in museums: Policy and practice in object handling.

Oxford: Berg Publishers, 2008.; assim como Vd. KASTRUP, Virgínia – Cegos e videntes se encontram no Museu: Da dicotomia à partilha do sensível. In II Seminário Internacional Ciência e Museologia: Universo Imaginário. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2011, pp. 87-97.

Existe a consciência que em termos efectivos, o grande público e o público escolar nunca têm ou terão o total acesso na verdadeira acepção da palavra, à globalidade dos objectos do acervo de um museu496.

Se considerarmos que uma elevada percentagem dos bens em ambiente museológico se danificam no decorrer do processo de manuseamento, é impensável quebrar esta pequena / grande regra, e passarmos a permitir que todas as peças sejam manuseadas, sem qualquer tipo de objecção. Terão obviamente que existir limitações e condicionalismos. De outra forma, não asseguraríamos a possibilidade de fruição dos bens culturais para as gerações vindouras497.

No entanto, considera-se que se os objectos forem escolhidos segundo criteriosos requisitos e manuseados cuidadosamente e de forma adequada, segundo supervisão, reduzem- se o risco de danos. Advoga-se ainda o facto de que os objectos que constituem as colecções de estudo são por norma menos valiosos ou raros do que os que se encontram em exposição permanente; tratam-se de objectos repetidos, na sua maioria, podendo haver reproduções de originais, mas também existem peças originais únicas em alguns casos.

Seguem-se alguns exemplos de museus que possuem colecções de manipulação:  The National Museums Liverpool foram pioneiros em Inglaterra no desenvolvimento de

centro interactivos, que oferecem a oportunidade de uma maior aproximação com as colecções. «At World Museum you can get hands-on with our humanities collections in the Weston Discovery Centre and our science collections in the Clore Natural History Centre, the Bug House and the Aquarium»498;

 Recorde-se que o Education Departement do British Museum, em Londres, realizou em 1983, uma exposição intitulada “Please Touch” que foi um enorme sucesso, apesar de ter estado patente por um período restrito de cinco semanas. A limitação do tempo foi uma exigência dos conservadores, porque mesmo tratando-se de objectos em pedra, os

496 GOMES, Maria Fernando; VIEIRA, Eduarda - As Reservas Visitáveis do Musée des Arts et Métiers em Paris.

ECR - Estudos de Conservação e Restauro. Nº 5 (2014), p. 133. [Consulta: 31.05.2014].

Http://revistas.rcaap.pt/ecr/article/view/3748.

497 Ibidem, pp. 133-134.

498 NATIONAL MUSEUMS LIVERPOOL Website. Education and communities: Inspiring spaces. [Consulta:

vinte artefactos seleccionados poderiam sofrer danos, ao estarem a ser manuseados em contínuo499. A iniciativa foi um “fenómeno” de receptividade do público, já que este

pôde dar azos a um anseio que na maior parte dos casos lhe é negado – o de poder tocar nos objectos. A própria denominação da exposição que traduzida significa “por favor toca”, apelava à efectiva tendência natural do ser humano para “ver com as mãos”. Na actualidade o British Museum tem sessões diárias de manuseamento de objectos denominada Hands on desks500;

 O Horniman Museum & Gardens, em Londres goza de uma galeria destinada ao manuseamento de objectos na qual os visitantes têm a oportunidade de explorar diversos objectos da colecção de manipulação através do toque e da audição, num processo de aprendizagem pessoal501 [Figura 35.];

 O Royal Mews, no Buckingham Palace, em Londres, também realiza sessões na Learning Room para o público explorar objectos da colecção de mususeamento502 [Figura 36.];

499 BRADLEY, Susan M. – Do objects have a finite lifetime? In KNELL, Simon (edit.) - Care of collections.

London: Routledge, 1994, p. 53.

500 THE BRITISH MUSEUM Website. Object handling sessions: Hands On desks. [Consulta: 30.04.2015]. Http://www.britishmuseum.org/visiting/planning_your_visit/object_handling_sessions.aspx

501 HORNIMAN MUSEUM & GARDENS Website. Displays. [Consulta: 29.05.2015].

Http://www.horniman.ac.uk/visit/displays/hands-on-base#image-0

502 THE ROYAL COLLECTION TRUST Website. The Royal Mews, Buckingham Palace: Family Activities,

Touch and feel object handling sessions. [Consulta: 08.05.2015]. Http://www.royalcollection.org.uk/event/family- Figura 35. Hands on Base Gallery,

no Horniman Museum & Gardens.

©Filip Jacek Gierlinski, Horniman Museum & Gardens. (Fonte: HORNIMAN MUSEUM & GARDENS Website. Displays. [Consulta: 29.05.2015].

Http://www.horniman.ac.uk/visit/display s/hands-on-base#image-0.).

 O National Museum of Scotland, em Edinburgh efectua workshops de manipulação de objectos. O público-alvo neste caso é o público escolar, o qual aprende a lidar com uma variedade de objectos reais e réplicas, com o auxílio de um mediador, que lidera a sessão e transmite informações especializadas sobre cada objecto. À posterior, segue-se uma visita às galerias, para observação de objectos relacionados. Existem sessões temáticas sobre a Idade do Gelo, os Romanos e os Vikings503. O museu também possui Handling boxes, que contém artefactos e espécimes do mundo natural destinadas aos estudantes, para eles mexerem e investigarem504;

 O Museum of Science and Industry, em Manchester, possui no Collections Centre uma área específica denominada Handling, na qual o público pode colocar umas luvas brancas e tocar e sentir os objectos da colecção de manipulação táctil505;

 O Musée des Confluences, em Lyon, na França, constituiu ao longo dos anos um conjunto de objectos de mediação colocados à disposição do público para que eles possam tocar, cheirar, ouvir esses objectos sem incómodo para a conservação do património. Esta colecção de mais de 400 peças é composta por objectos reais, relacionados com os temas das exposições permanentes, mas também por moldes. A denominada colecção de mediação integra uma grande diversidade de objectos, desde

503 NATIONAL MUSEUMS SCOTLAND Website. Enabler led object handling workshop. [Consulta:

29.05.2015]. Http://www.nms.ac.uk/about-us/schools-programme/workshops/enabler-led-object-handling/

504 NATIONAL MUSEUMS SCOTLAND Website. Teacher-led handling boxes. [Consulta: 29.05.2015].

Http://www.nms.ac.uk/about-us/schools-programme/workshops/teacher-led-handling-boxes/

505 MUSEUM OF SCIENCE AND INDUSTRY Website. Collections Centre. [Consulta: 29.05.2015].

Http://www.mosi.org.uk/collections/using-the-collections/collections-centre.aspx

Figura 36. Sessão de manuseamento no

Buckingham Palace. (Fonte: THE ROYAL COLLECTION TRUST Website. The Royal Mews, Buckingham Palace: Family Activities, Touch and feel object handling sessions. [Consulta: 08.05.2015]. Http://www.royalcollection.org.uk/event/famil y-activities-touch-and-feel-object-handling- sessions.).

instrumentos musicais, meteoritos, peças arqueológicas, telefones etc. As peças são por norma apresentadas durante as visitas e workshops506;

 O J. Paul Getty Museum, na Getty Villa elabora sessões de manuseamento na presença de um mediador da instituição, na qual os visitantes podem manipular réplicas de objectos, juntamente com os materiais e ferramentas que os artistas antigos utilizavam para criar as obras de arte em exposição nas galerias507;

 O Please Touch Museum, em Philadelphia, tem por missão enriquecer a vida das crianças, criando oportunidades de aprendizagem através da brincadeira, o que abarca como é óbvio a manipulação dos brinquedos508.

As vantagens de manipular objectos museológicos extravasam o campo da aprendizagem, tal como veio a demonstrar o projecto-piloto denominado ‘Heritage in Hospitals’ criado em parceria entre a University College London Museums and Collections (UCL M&C) e a University College London Hospitals Arts (UCLH Arts). Este projecto de investigação propôs-se a levar objectos museológicos a pacientes internados e avaliar se a manipulação dos objectos tinha um impacto positivo no bem-estar dos pacientes509.

A Smithsonian aponta ainda outro factor importante no proveito desta prática:

Hands-on opportunities benefit the collecting unit. For example, there is evidence that school visits increase when museums offer a handling facility, and that children who have enjoyable experiences at a museum later return as adults with their own families. The experience enriches visitors’ understanding of collections and can lead to greater volunteer and financial support510.

506 MUSÉE DES CONFLUENCES Website. Les typologies de collections: Collection de mediation. [Consulta:

30.04.2015]. Http://www.museedesconfluences.fr/fr/les-typologies-de-collections

507 THE J. PAUL GETTY MUSEUM Website. Public programs: Handling sessions. [Consulta: 30.05.2015].

Http://www.getty.edu/museum/programs/courses/handling_sessions.html#currently

508 PLEASE TOUCH MUSEUM Website. Mission, Vision and Guiding Principles. [Consulta: 29.05.2015].

Http://www.pleasetouchmuseum.org/

509 Vd. CHATTERJEE, Helen; VREELAND, Sonjel; NOBLE, Guy - Museopathy: Exploring the Healing Potential

of Handling Museum Objects. Museum and Society. Nº 7, 3 (Nov. 2007), pp. 164-177.

510 SMITHSONIAN INSTITUTION. Collections use and access. In Concerne at the core: Managing Smithsonian

Collections. 2005, p. 60. [Consulta: 6.04.2015].

Neste contexto também se salienta as diligências que alguns museus têm desenvolvido no sentido de propiciar experiências distintas a pessoas com algum tipo de incapacidade. Veja- se o caso do Museo del Prado511, que elaborou um projecto de execução de obras em relevo direcionado a invisuais, englobando também a realização de material de apoio em suporte de papel, com escrita em braille, assim como áudio-guias que fornecem as informações necessárias. É ainda facultado aos visitantes uns óculos opacos para facilitar a experiência sensorial [Figura 37.]. As obras selecionadas foram “Noli me tangere” de Correggio, “La fragua de Vulcano'”de Velázquez, “El quitasol” de Goya, “La Gioconda del Taller” de Leonardo da Vinci, “El caballero de la mano en el pecho” de Greco e “Bodegón con alcachofas, flores y recipientes de vidrio” de Van der Hamen.