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4 O PROGRAMA BANCO COMUNITÁRIO DE SEMENTES DE ADUBOS VERDES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

4.3 Atores sociais do programa BCSA

4.3.2 Técnicos multiplicadores

Foram considerados como agentes multiplicadores do Programa técnicos de Ater pública e privada, funcionários de secretarias municipais de agricultura e profissionais de diferentes associações e cooperativas de agricultores dentre aqueles listados pela Superintendência no ano de 2011, e selecionados segundo os critérios amostrais descritos anteriormente.

Dezoito agentes multiplicadores foram entrevistados. Na tabela 22 são apresentadas a caracterização desses agentes multiplicadores entrevistados, segundo sexo, escolaridade, instituição de filiação, tempo de serviço na Extensão Rural e região de atuação no estado do Rio de Janeiro.

53 Valor do salário mínimo considerado nesta pesquisa foi de R$ 880,00 no ano de 2016. Disponível

Tabela 22 - Características sócio demográficas dos agentes multiplicadores entrevistados segundo sexo, escolaridade, área de atuação, instituição de filiação, tempo de serviço na Extensão Rural e região de atuação, Estado do Rio de Janeiro, 2015-2016.

Agente

Multiplicador Sexo¹ Escolaridade Atuação² Instituição Tempo³

Região de atuação J.R.M.V. M Superior Completo S Emater-Rio4

33 Serrana J.F.S. M Superior Completo S Emater-Rio 20 Lagos M.S.S. F Superior Completo N Pesagro 5

21 Médio Paraíba E.L.C.F. M Superior Completo S Rio Rural 30 Serrana

M.S.R. M Técnico Agrícola S Emater-Rio 5 Metropolitana N. M Superior Completo S Emater-Rio 37 Centro Sul K.C. M Superior Completo N Secretaria Municipal 32 Serrana A.C.B. F Superior Completo S Cedro 6

11 Noroeste C.R.C.K M Técnico Agrícola S Emater-Rio 25 Médio Paraíba J.S.M.V. M Superior Completo N Associação de agricultores 28 Noroeste L.H.S.T. M Superior Completo S Secretaria Municipal 15 Serrana

M.C.R. F Superior Completo S Emater-Rio 33 Metropolitana M.S.B. M Superior Completo N Associação de agricultores 23 Centro Sul

A.P.P. F Superior Completo S Rio Rural 20 Serrana B.I.J. M Superior Completo S Emater-Rio 32 Metropolitana

I F Médio Completo N Associação de agricultores 35 Metropolitana J.M.S. M Superior Completo S Associação de agricultores 33 Metropolitana J.L.G. M Técnico Agrícola S Emater-Rio 6 Metropolitana

Fonte: Dados da pesquisa (2015-2016)

Legenda: (1) Sexo: Masculino = M e Feminino= F; (2) Ação como Agente de Ater: Sim= S e Não = N; (3) Atuação profissional na área de extensão rural: Sim = S e Não= N; (4) Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro; (5) Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro; (6) Cooperativa de Trabalho, Consultoria, Projetos e Serviços em Sustentabilidade

A avaliação da tabela 22 permite concluir que dos 18 entrevistados, 13 (72,2%) eram homens e 5 (27,8%) eram mulheres. Com relação à formação educacional, 12 (66,7%) apresentaram nível superior completo (Tabela X), sendo a diferença das frequências entre este grupo e os que tinham nível médio de escolaridade significativa com índice de confiabilidade de 98,88%.

Observa-se que a diferença das frequências entre a categoria 'Técnico Agrícola' e 'Médio Completo' é pouco significativa, com índice de confiabilidade de 93,91% e intervalo de confiança a 95% dado para cada categoria. A tabela 23 apresenta os intervalos de confiança para a frequência de escolaridade a um nível de significância de 0,57%, isto é, 99,43% de certeza de que a distribuição porcentual dos sexos não tenha ocorrido por acaso.

Tabela 23 - Frequência do nível de escolaridade dos agentes multiplicadores do Programa BCSAV no estado do Rio de Janeiro, em números absolutos e porcentagem nos parênteses, 2015/2016.

Escolaridade Frequência. Intervalos de confiança Superior completo 12 (66,7%) 44,9% < 66,7 < 88,4% Técnico Agrícola 5 (27,8%) 7,1% < 27,8 < 48,5% Médio Completo 1 (5,6%) 0,0% < 5,6 < 16,1%

TOTAL 18

Fonte: Dados da pesquisa (2015/2016) onde 𝜒𝐺𝐿=22 = 10,33 e p=0,57

Neste aspecto é interessante registrar que a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater), ao romper com os paradigmas convencionais e conservadores do extensionismo difusionista, passou a exigir um novo perfil profissional para os quadros da Extensão Rural (CAPORAL, 2009). Segundo o autor, este profissional deveria ter visão holística e sistêmica, ser articulador e conciliador, apresentar capacidade de liderança, demonstrar e praticar posturas participativas, apresentar capacidade para construir e sistematizar conhecimentos técnicos bem como capacidade de análise e síntese além de ter aptidão para o planejamento e a ação planejada (animação de processos). Assim sendo a partir do modelo de desenvolvimento sustentável para o meio rural proposto pela Pnater, deveriam ser considerados um conjunto de princípios qualificadores da ação extensionista e do serviço de assistência técnica e extensão rural a ser prestado aos agricultores familiares (BRASIL, 2010).

Em relação ao tempo de trabalho em atividades de Ater, observou-se que os multiplicadores entrevistados apresentaram experiência profissional nesta área variando entre 6 a 37 anos, sendo 17,94 anos o tempo médio de experiência nesta área. Notou-se também que 11,1% (2) deles possuíam o tempo de trabalho em Ater de até 10 anos, 27,8 % (5) deles até 20 anos e 61,1% deles com o tempo de trabalho em Ater acima de 21 anos. Quando se cruza os dados de escolaridade com o de tempo de atuação dos agentes multiplicadores (tabela 24), observa-se que 8 (66,6%) dos 12 entrevistados com nível superior que atuam como agentes de Ater e ou profissionais vinculados a cooperativas e associações, possuíam mais de 21 anos no exercício da atividade profissional. Petan (2010) argumenta que um profissional com tais características possui boa experiência teórica e prática acumulada em sua área de formação, o que se espera, possa impactar de modo positivo sua ação extensionista junto aos agricultores. Entretanto é notório que na ação extensionista se insira uma ação pedagógica que deva permitir que o agricultor assuma o protagonismo de seu processo histórico, ocupando um papel ativo na transformação de sua própria realidade. Assim sendo, é preciso que ocorra entre os

extensionistas e os agricultores uma dialogicidade para que aprendam um com o outro dentro de um enfoque pedagógico construtivista e crítico-reflexivo. A tabela 24 apresenta a frequência da escolaridade e a relação entre escolaridade e tempo de serviço respectivamente.

Tabela 24 - Nível de escolaridade em relação ao tempo (em anos) de serviço dos agentes multiplicadores do Programa BCSAV no estado do Rio de Janeiro, em porcentagem e números absolutos nos parênteses, 2015/2016.

Tempo/ Escolaridade 0-10 11-20 21-30 31-40 TOTAL Superior Completo 8,3% ( 1) 25,0% ( 3) 33,3% ( 4) 33,3% ( 4) 100% (12) Técnico Agrícola 20,0% ( 1) 40,0% ( 2) 20,0% ( 1) 20,0% ( 1) 100% ( 5) Médio Completo 0,0% ( 0) 0,0% ( 0) 0,0% ( 0) 100% ( 1) 100% ( 1) TOTAL 11,1% ( 2) 27,8% ( 5) 27,8% ( 5) 33,3% ( 6) 100% (18) Fonte: Dados da pesquisa (2015-2016) onde 𝜒𝐺𝐿=62 = 3,25 e p=77,69%

O extensionista é tido como um facilitador do desenvolvimento do agricultor e o agricultor é um elemento mobilizador da transformação do meio e da própria ação de extensão. Assim sendo será a partir do diálogo que o conhecimento será construído e novas alternativas para solucionar problemas rurais serão encontrados.

4.3.3 Formuladores e responsáveis pela execução do Programa BCSAV no estado do Rio