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Autora - CARNEIRO, Janãine D. P. L. Fonte - Pesquisa de campo, junho de 2012.

Nas ruas próximas ao Laticínio estão também as transportadoras que atuam como terceirizadas da empresa, as oficinas mecânicas e borracharias que prestam assistência aos caminhões e os vendedores ambulantes de lanches e roupas, cujos consumidores são, em sua maioria, os trabalhadores da Italac durante as mudanças de turno e os caminhoneiros.

Outro fator observado em Corumbaíba (GO), desde os anos 1990, foi o crescimento da malha urbana. A cidade é formada atualmente por 12 setores ou bairros com aproximadamente 2.500 lotes. A quantidade de lotes, bem como, o nome de cada bairro ou setor e a data de criação estão dispostos no Quadro 1.

Quadro 1 - Expansão urbana em Corumbaíba (GO)

Loteamentos Ano de concessão de alvarás Total de lotes

Setor Central * *

Vila Amorim * 359

Vila Nova * 640

Vila da Prata * 21

Vila Morais 1991 35

Vila Manoel Felipe 1991 115

Setor Boa Vista 1994 264

Distrito Industrial 1994 *

Setor Aeroporto I 1994 *

Setor Aeroporto II 1997 *

Setor Serra da Galga 2004 188

Setor Serra da Galga II 2005 101

Setor Simon Bolívar 2001 250

Setor Lago Bonito 2002 99

Residencial Flamboyant 2008 50

Setor Simon Bolívar II 2007 150

Fonte - Prefeitura Municipal de Corumbaíba (GO), 2012.

*Fonte indisponível.

Organização - CARNEIRO, Janãine D. P. L., 2012.

De acordo com o Quadro 1 os setores Centro, Vila Amorim e Vila da Prata formam a parte antiga da cidade, por isso, não se tem uma data precisa de seu licenciamento. Juntos os três setores formam a maior parte do sitio urbano de Corumbaíba, com 620 lotes. Em 1991 são licenciados mais dois loteamentos, a Vila Morais e a Vila Felipe, ambos os conjuntos habitacionais construídos pelo governo estadual e doados às famílias pobres do Município. Em 1994, foi construído um conjunto habitacional no setor Boa Vista, a chamada Vila Boa Vista, e ainda, licenciado o Setor Industrial, onde seriam instaladas as principais indústrias em Corumbaíba, tais como a Cerâmica Beija-Flor, a Ciprovet Nutrição Animal e a Italac Alimentos. Em 1997, um ano após a instalação do Laticínio Italac Alimentos, foram construídos mais dois conjuntos habitacionais populares, sendo o Setor Aeroporto I e II. Os conjuntos habitacionais Serra da Galga e Serra da Galga II foram licenciados, nos anos 2004 e 2005, respectivamente. Os setores Simon Bolívar, Lago Bonito, Flamboyant e Simon Bolívar

II são bairros com loteamentos particulares vendidos, sobretudo, por meio de financiamentos em bancos, tais como, a Caixa Econômica Federal. Vale ressaltar que a data de legalização dos loteamentos, citados no Quadro 1, não correspondem necessariamente às datas de urbanização, além de muitos deles terem passado por expansão ao longo dos anos.

O Mapa 2 mostra a evolução da malha urbana de Corumbaíba (GO) até o ano de 2012, com ênfase para os bairros licenciados e urbanizados nos anos 1990 e nos anos 2000. A partir dos anos 1990 houve a expansão da malha urbana, pois até o período, permaneceu por muitos anos a chamada parte antiga da cidade. Nota-se que a maioria dos bairros foi criada a partir dos anos 1994, período de coincide com a territorialização da Italac Alimentos no Município. Esse aumento ocorreu, sobretudo, pela construção e doação de casas populares pelo governo federal, estadual e municipal. Nota-se que dentre os 16 loteamentos que formam a malha urbana de Corumbaíba, 07 são conjuntos habitacionais populares. Os mesmos, ao longo do tempo, vêm sofrendo ampliações, como o Setor Boa Vista e a Vila Manoel Felipe. O Setor Serra da Galga II, iniciado com 22 casas populares, está sendo ampliado com a construção de 72 novas casas. O Setor Industrial foi criado pela Prefeitura Municipal, em 1994, para acolher a indústrias que naquele período se instalavam na cidade, tais como a Ciprovet Nutrição Animal, a Italac Alimentos e a Cerâmica Beija-Flor. Já os loteamentos Simon Bolívar, Simon Bolívar II, Lago Bonito e Flamboyant foram criados pela iniciativa privada. Nota-se em todos os bairros da cidade, a presença ativa da construção civil, financiada, em muitos casos por programas habitacionais do governo, ou mesmo por recursos próprios (PESQUISA DE CAMPO, 2012).

Dentre os bairros que formam o sítio urbano de Corumbaíba notam-se diferenças em relação ao padrão arquitetônico das casas, bem como, ao tamanho e ao valor dos terrenos, além da própria dinâmica cotidiana dos moradores em cada um dos bairros que o compõem. Nos conjuntos habitacionais construídos pelo governo habitam as camadas mais pobres da cidade. Estes bairros apresentam uma paisagem diferenciada, marcada pela ausência de arborização, ou mesmo pela ausência de infraestrutura básica, como asfalto, espaço para lazer coletivo e praças, por exemplo. Nos loteamentos privados, nota-se que os terrenos e as casas são maiores, com um padrão arquitetônico moderno e a presença de paisagismo, habitados pela classe média. Mesmo assim, o Simon Bolívar II não possui asfalto, e o Lago Bonito foi asfaltado em outubro de 2012, ou seja, 10 anos depois de sua criação, revelando a falta de assistência do aparelho público municipal para a população local (PESQUISA DE CAMPO, 2012).

A Foto 15 apresenta o Setor Serra da Galga II, um conjunto habitacional legalizado em 2008 com a doação de 22 moradias populares. Observa-se que não há pavimentação asfáltica nas ruas e o espaço destinado à construção de uma praça pública encontra-se abandonado. Esta é uma paisagem comum nos bairros pobres da cidade, mostrando que dinamização econômica, crescimento populacional e crescimento urbano não são sinônimos de qualidade de vida, uma vez que os moradores reclamam da poeira em excesso, bem como, da falta de espaço para lazer. Na Foto 16 identifica-se uma das ruas da Vila da Prata em Corumbaíba (GO) que assim como o Serra da Galga II, é carente de infraestrutura para os moradores (PESQUISA DE CAMPO, 2012).

Já na Foto 17 tem-se o Bairro Simon Bolívar, um bairro habitado pelas classes média e alta de Corumbaíba (GO). Neste os moradores contam com asfalto, espaço para lazer e paisagismo. O valor pago pelas casas e lotes no mercado são os maiores da cidade, uma vez que as casas são planejadas e os lotes medem em média 370 m², considerados grandes se comparados aos bairros como o Boa Vista, cujos lotes têm 280 m².

Foto 15 - Setor Serra da Galga II em Corumbaíba (GO): casas construídas com recursos