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CIRURGIA CARDIOVASCULAR

No documento Funda o onom stico (páginas 43-46)

enucleação, com enucleação associada à Solução de Carnoy, não observaram nenhuma recorrência em 20 ceratocistos onde se aplicou Solução de Carnoy, controlados por um período de 4 anos. VORMIST et al. 1981 (J. Maxillofac. Surg. 1981;9:228- 236), também encontraram 1 recidiva em 40 ceratocistos onde se aplicou Solução de Carnoy, num período de acompanhamento pós-operatório de 10 anos.

Conclusões: concluiu-se que embora hajam variações no tamanho das lesões, tipo de intervenção cirúrgica utilizada e técnicas para aplicação de solução de Carnoy, que há uma diminuição do índice de recidiva nos casos tratados com enucleação seguida da aplicação desta Solução em comparação com os tratados com outras substâncias (como a crioterapia ou a eletro-cauterização), ou outras técnicas cirúrgicas. Não foram encontrados estudos avaliando as alterações histológicas provocadas pela Solução de Carnoy nos tecidos gengival e ósseo, bem como a sua profundidade de penetração, sendo que os estudos avaliados eram em sua maioria clínicos, baseados na observação de ocorrência ou não de recidiva da lesão.

CIRURGIA DO TRAUMA E EMERGÊNCIA NOS CURRÍCULOS DE GRADUAÇÃO MÉDICA EM PORTO ALEGRE. Dubin Wainberg, V., Quinto, G. Faculdade de Medicina da ULBRA-

RS. Outro.

Introdução: o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre (HPS) é um hospital geral público que presta atendimento de urgência e de emergência à população gaúcha. Possui plantão permanente em diversas especialidades clinicas e cirúrgicas, sendo uma das poucas instituições na região que possui estrutura para o atender a politraumatizados graves e a contar com setor de atendimento pré- hospitalar: o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Há décadas serve como local de treinamento para estudantes da área da saúde, já sendo tradicional o internato pelo qual os acadêmicos de Medicina passam, conforme acordo firmado entre o hospital e as faculdades de Medicina da Grande Porto Alegre.

Objetivos: enfatizar a importância de um internato em Medicina de Emergência (ME) na graduação médica, utilizando o exemplo do HPS e revisando a literatura médica sobre o assunto.

Metodologia: metanálise retrospectiva e relato de caso.

Resultados: o internato no HPS: acadêmicos das faculdades de Medicina da Grande Porto Alegre recebem, durante o 8º semestre de graduação, treinamento teórico em ME para, no semestre seguinte, estagiarem em rodízio nos diversos setores do HPS. O estágio é feito sob regime de plantões de 12 horas, alternados entre diurnos e noturnos, ocorrendo de 6 em 6 dias, nos seguintes setores: sala de sutura, equipes cirúrgicas, sala de clínica, sala de politraumatizados, traumatologia e SAMU.

Revisão de literatura: Johnson et al comparou, em 2002, o desempenho frente aos pacientes de acadêmicos que estagiam em ME com os que estagiam em serviço de Medicina Interna.

Concluiu que o primeiro grupo se mostra mais hábil que o segundo nas condutas iniciais, em fazer diagnósticos, tomar decisões e na realização de procedimentos.

DeLahunta EA et al, em 1998, reafirmou a importância dos estágios em Emergência no desenvolvimento de experiência clínica e de capacitação para realizar procedimentos.

Conclusões: o internato em Medicina de Emergência é de extrema importância para os estudantes a medida que proporciona treinamento prático em procedimentos diversos, vivência em atendimento a politraumatismos, além de estimular o espírito crítico de quem está em formação universitária e entra em contato com a árdua realidade das classes sociais desfavorecidas e com práticas médicas que nem sempre seguem protocolos oficiais. Em suma, o internato em Emergência oferece muitos beneficios quando parte dos currículos das faculdades de Medicina.

2002 numa freqüência semanal durante o primeiro mês, quinzenal no 20 e 30 mês, mensalmente até o 60 mês e após a cada 3 meses no primeiro ano de pós-operatório. Resultados:

no período observado, 42 pacientes foram submetidos a transplante cardíaco em nosso serviço. 9 foram a óbito em até 10 dias e os 33 restantes foram incluídos na análise. A idade média dos pacientes é de 46 ± 17 anos, sendo 78% do sexo masculino e 91% da cor branca. Na biópsia realizada até os 14 dias pós transplante, obteve-se: 81% de grau 0, 12% de inadequação do material e 6% de grau 1B. No primeiro mês, os resultados foram: 72,7% de grau 0; 24,2% 1A e 3% 3A. Aos 2 meses: 71% grau 0; 19,3% 1A; 3% para graus 1B e 2 e inadequação do material. Aos 6 meses: 42,8% grau 0; 14,2%

1A, 21,4% 1B e 10,7% graus 2 e 3A. Aos 12 meses, os resultados foram: 63% grau 0; 18,1% 1A, 4,5% 1B, 9% 2 e 4,5% grau 3B. Cinco pacientes apresentaram rejeição grau 3A ou mais ao longo do seguimento de um ano, representando 15,1% do total. Conclusões: a taxa de rejeição aguda moderada multifocal (3A) ou mais grave representa uma parcela modesta da população estudada, o que representa entre outros fatores a boa adesão dos pacientes ao esquema terapêutico proposto.

AVALIAÇÃO DA MORTALIDADE EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE CARDÍACO E A RELAÇÃO COM O SEXO DOS DOADORES. Matte, B.S., Bordignon, S., Lima, L.L., Melo, D.L.,

Nesralla, I.A. Serviço de Cirurgia Cardiovascular/IC/FUC.

A doença cardiovascular é o grupo de doenças que mais causa óbitos em nosso estado. O transplante cardíaco permanece como opção terapêutica para diversas doenças cardíacas graves.

Porém, a pouca quantidade de doadores continua a ser um fator limitante para que este procedimento possa ser utilizado de acordo com sua demanda. Além disso o coração do doador é potencialmente comprometido pela idade, sexo, uso de altas doses de inotrópicos, infecções, peso menor do que o receptor e tempo prolongado de isquemia. A idade do doador abaixo de 35 anos é tradicionalmente aceita pela baixa probabilidade de apresentar doença arterial coronariana. O tamanho do receptor e doador devem ser equivalentes, podendo-se aceitar variação do peso do doador em torno de 20%. O impacto do sexo do doador na evolução clínica do receptor é uma questão amplamente discutida mas ainda não completamente entendida.

Vários estudos têm descrito que enxertos de doadores de sexo feminino podem representar maior risco para vasculopatia cardíaca no coração doado. Este fenômeno parece estar relacionado a uma resposta imune no receptor, sendo que homens que receberam coração de doador mulher apresentam alto risco de hiperplasia intimal vascular no enxerto após o primeiro ano de transplante. Objetivos: analisar a morbi- mortalidade a curto, médio e longo prazo de pós-operatório de pacientes submetidos a transplante cardíaco e sua associação

com sexo dos doadores. Métodos: os pacientes selecionados foram os submetidos a transplante cardíaco em nosso serviço, no período de 1984 a 2002, dos quais foi obtido informação sobre o doador. Foram divididos em 4 grupos de acordo com o sexo do receptor e do doador. Grupo I: pacientes receptores do sexo masculino e doador masculino; grupo II: receptor feminino e doador masculino; grupo III: receptor masculino e doador feminino e grupo IV: receptor feminino e doador feminino. Foi avaliada a evolução imediata; e de 1, 3, 6 meses e 1, 2, 3, 5, 8 e 10 anos dos receptores. Resultados: dos 114 pacientes, 89 receberam o órgão de doador do sexo masculino e 25 do sexo feminino. No seguimento imediato, a sobrevida que os grupos I (n=64), II (n=25), III (n=20) e IV (n=5) apresentaram foi de 86, 88, 80 e 80%. A sobrevida no seguimento de um ano de 61, 60, 40 e 80% respectivamente e aos dois anos 53, 44, 20 e 60% respectivamente. Conclusões: em pacientes submetidos a transplante cardíaco no período observado, notou-se que a evolução tanto a curto como a longo prazo é pior em homens receptores de órgãos de doadores do sexo feminino. Porém, devido à gravidade dos quadros clínicos que motivam a indicação de transplante nestes pacientes associado à escassez de doadores em nosso meio, não há contra-indicação para o transplante entre pacientes de sexos diferentes.

ENDARTERECTOMIAS CAROTÍDEAS REALIZADAS NO HCPA EM 1996-2001. Pereira, A.H., Costa, L.F., Moraes, S.R.A., Jurach, A., Marcos, T.L. Serviço de Cirurgia Vascular/HCPA e Departamento

de Cirurgia/Faculdade de Medicina/UFRGS. HCPA.

Fundamentação: a doença cerebrovascular é de elevada prevalência em nosso meio, seguindo o padrão ocidental de estatísticas de incidência e prevalência de doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde, ocupa o terceiro lugar nas estatísticas de mortalidade e o segundo entre as doenças cardiovasculares. A incidência de acidente vascular cerebral (AVC) nos Estados Unidos é de aproximadamente 500.000 casos/ano e 150.000 óbitos relacionados, segundo a American Heart Association. A endarterectomia carotídea é um procedimento cirúrgico importante no manejo da doença cerebrovascular.

Objetivos: analisar os dados epidemiológicos dos pacientes submetidos à endarterectomia carotídea no HCPA, as variáveis relacionadas ao procedimento cirúrgico e a taxa de complicações.

Casuística: revisão dos prontuários dos pacientes submetidos à endarterectomia carotídea no HCPA entre 1996 e 2001.

Resultados: foram realizadas 131 endarterectomias carotídeas em 115 pacientes. A cirurgia foi indicada por acidente isquêmico transitório (AIT) ou amaurose fugaz (AF) em 29,2%

dos pacientes, AVC ipsilateral (23,8%), AVC contralateral (3,8%), AIT/AF + AVC ipsilateral (8,4%) e por tontura intensa/síncope em um paciente; 21,5% dos pacientes eram assintomáticos.

Sem considerar os pacientes com endarterectomia contralateral,

10,3% tinha cirurgia vascular prévia. Em relação aos fatores de risco para doença vascular: A) tabagismo: 29,2% dos pacientes nunca tiveram este hábito; 35,4% eram fumantes no momento da cirurgia e 35,4% eram ex-fumantes (há mais de um mês); B) diabete mellitus tipo 2, presente em 35,4% dos pacientes; C) hipertensão arterial foi evidenciada em 76,5% dos pacientes;

D) hiperlipidemia em 59,2%. Em relação às comorbidades: A) doença cardíaca: 60% eram assintomáticos; 11% tinham história de IAM há mais de 6 meses; 15,4% angina; 3,6% insuficiência cardíaca; 3,6% arritmia e 7,2% tinha mais de uma cardiopatia;

B) doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) foi vista em 9%

dos pacientes; C) perda de função renal em 10,6%; D) gota em 5 casos; E) hipotireiodismo, 4 casos. Houve uso de "shunt" em 45,4% das cirurgias, e de "patch" em 18,7%. A média das medidas de pressão arterial média (PAM) foi de 90,4 mmHg e o tempo médio de isquemia de 12 min. A taxa geral de complicações foi de 28,1%. As complicações mais importantes foram: A) AVC em 11 casos (8,6%); dentro deste grupo, 5 óbitos no perído perioperatório (3 por AVC, 1 por AVC + sepse e 1 por hemorragia subaracnóidea); B) hematoma cervical cirúrgico em 8 casos (6,2%). Assume-se um risco perioperatório de AVC e morte de 8,6%.

Conclusões: o risco perioperatório em grandes séries multicêntricas internacionais como o European Carotid Surgery Trial (ECST) e o North American Symptomatic Carotid Endarterectomy Trial (NASCET) foi de 7 e 6%, respectivamente.

No ECST o risco de AVC/morte variou nos diferentes centros entre zero e 25%. De acordo com estes estudos, o benefício da cirurgia é perdido quando a taxa de complicações graves excede a 10% e que uma taxa desejável seria inferior a 5%. No HCPA a taxa encontra-se no intervalo aceitável, embora deva haver melhora. É importante ressaltar que esta taxa vem diminuindo progressivamente desde a padronização da técnica da endarterectomia de carótida no HCPA. Quanto maior a experiência da equipe, melhores os resultados.

LINFOMA NÃO-HODKING COMO COMPLICAÇÃO TARDIA DE TRANSPLANTE CARDÍACO. Matte, B.S., Bordignon, S.

Unidade de Transplante Cardíaco/IC/FUC. Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/ Fundação Universitária de

Cardiologia.

A doença linfoproliferativa em pacientes receptores de transplante de órgãos sólidos é uma complicação associada à terapia imunossupressora e em muitas vezes leva os pacientes à morte. A sua freqüência tem aumentado nos últimos anos está descrita uma importante relação com o aumento do número de transplantes realizados e ao uso de esquemas imunossupressores empregados. Estas lesões são um grupo heterogêneo, tanto clínico como morfológico e têm em comum sua localização, preferentemente extranodal e associados com

vírus Epstein-Barr. A incidência de destas doenças linfoproliferativas varia de acordo com a natureza do enxerto, chegando a um máximo de 13% em receptores de transplante cardíaco que utilizaram esquema imunossupressor com ciclosporina. A lesão mais comum associada a esta doença é a de grandes células. Apresentamos um caso de um paciente portador de transplante cardíaco realizado há 11 anos e que apresentou lesão tumoral cervical tendo sido submetido à cirurgia de esvaziamento cervical. Identificação: AAD, 52 anos, masculino, branco. Hda: paciente transplantado em 1991, e desde então vem em bom estado geral, com hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia controlados com medidas gerais e medicação específica. Apresentou há 2 meses odinofagia e linfadenopatia cervical esquerda, endurecida, presa aos planos profundos, levemente dolorosa à palpação. Tratado inicialmente como faringite aguda, realizou ecografia de região cervical a qual evidenciou nódulo hipossônico com contornos regulares e bocelado com halo periférico e pequena imagem central ecogênica (2 x 2 x 1,6 cm) além de um segundo nódulo com halo de 1 cm e área líquida com 0,5 mm de espessura, sugerindo linfadenopatia inflamatória ou neoplásica. Encaminhado para cirurgia de esvaziamento cervical radical com confirmação diagnóstica de linfoma de células B (grandes células, difuso).

Pesquisa de Epstein-Barr negativo. Atualmente, em um mês tratamento quimioterápico com anticorpo monoclonal CD20 (rituximab) e com boa evolução clínica.

TUMOR DE CORAÇÃO: RELATO DE CASO DE MIXOMA DE ÁTRIO ESQUERDO. Matte, B.S., Bordignon, S., Haertel, C., Prates, P.R.L., Prates, P.R., Nesralla, I.A. Serviço de Cirurgia Cardiovascular/IC/FUC. Instituto de Cardiologia do Rio Grande

do Sul/ Fundação Universitária de Cardiologia As neoplasias cardíacas são mais relacionadas a metástases do que a tumores primários. Tumores primários de coração são raros. Dos tumores primários de coração, o mixoma é o tipo mais comum, correspondendo 25% dos tumores cardíacos primários e entre 30 a 50% dos tumores benignos.

Aproximadamente 86% dos mixomas localizam-se em átrio esquerdo e mais de 90% são solitários, usualmente iniciando no septo interatrial. Mixoma de átrio esquerdo ocorre em torno de 5/1000 000 de pessoas, sendo em torno de 70% mais comum em mulheres. Ocorre em qualquer faixa etária, sendo rara em crianças. Os sinais e sintomas dependem de seu tamanho, mobilidade, localização e friabilidade e produzidos pelos mixomas incluem manifestações inespecíficas (febre, perda de peso, embolizações, anemia, elevação da velocidade de sedimentação da globulina, mal-estar, artralgia, fenômeno de Raynaud, rash, baqueteamento digital, leucocitose) e interferência mecânica na função cardíaca (dispnéia aos esforços, dispnéia paroxística, tonturas, síncope, hemoptise, morte súbita, sopro sistólico ou

diastólico mitral, hipertensão pulmonar, fibrilação atrial, insuficiência cardíaca direita). Alguns pacientes têm padrão familiar de ocorrência com características autossômicas dominantes. O diagnóstico tem sido facilitado pela utilização da ecocardiografia e, em alguns casos, pela tomografia e pela ressonância magnética. A retirada do tumor cirurgicamente geralmente é curativa. Apresentamos um caso de uma paciente portadora de mixoma de átrio esquerdo, submetida à cirurgia cardíaca, além de levantamento bibliográfico desta situação clínica. Relato de caso: identificação: IMB, 53 anos, feminino, branca, casada, natural e procedente de Caxias do Sul. Hda:

paciente hígida e ativa, interna com história de que há cerca de 2 meses iniciou com quadro de tosse seca, realizando várias consultas médicas devido ao sintoma, além de uso de antibióticos por diagnóstico de infecção respiratória, com melhora parcial.

Há uma semana apresentou quadro de palpitações, sendo internada com diagnóstico de fibrilação atrial aguda. Realizado cardioversão química (digital e quinidina) com reversão ao ritmo sinusal sendo que a pacientes foi mantida com digoxina. Durante a internação a paciente evoluiu com febre, velocidade de sedimentação da globulina (VSG) elevada e leucograma infeccioso sem causa definida, sendo iniciado com penicilina e gentamicina. Realizado após ecocardiograma transtorácico e a paciente foi encaminhada para o nosso serviço para avaliação complementar e conduta.

Ao exame físico apresentava-se lúcida, coerente, orientada, acianótica, hipocorada, temperatura de 380C, PA 110/60mmHg, ritmo cardíaco regular, 80bpm, 2 tempos, com hiperfonese de B1, sem sopros, murmúrio vesicular bem distribuído e sem estertores, abdome sem alterações e membros inferiores sem edema. Laboratório: Hemograma: Ht 28 Hb 9.3 L14.200 b 2%

VSG 135 Hemoculturas negativas. Realizada cirurgia cardíaca para a retirada do tumor com boa evolução pós-operatória.

No documento Funda o onom stico (páginas 43-46)