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ENDOCRINOLOGIA

No documento Funda o onom stico (páginas 67-72)

TESTE DO GNRH NA AVALIAÇÃO DE TELARCA PRECOCE.

Scalabrin, A., Spritzer, P.M. Unidade de Endocrinologia Ginecológica do HCPA/Departamento de Fisiologia da UFRGS.

HCPA/UFRGS.

Fundamentação: o teste do GnRH é utilizado para o diagnóstico de puberdade precoce central. Entretanto, estudos recentes em meninas têm sugerido que a relação do pico de LH com o pico de FSH com valor 1,0, apesar de sensível, não é suficientemente específica. Tem sido proposto como ponto de corte um índice LH/FSH de 0,66 para que, mantendo alta sensibilidade, diminua-se o número de falsos negativos e se possibilite diagnóstico mais preciso e melhor manejo das pacientes. Meninas com telarca precoce isolada apresentam desenvolvimento normal, com início da puberdade em idade adequada.

Objetivos: avaliar o padrão de resposta ao teste do GnRH em meninas com telarca precoce, sem outros sinais de desenvolvimento puberal.

Casuística: avaliamos 10 meninas com telarca isolada com avaliação hormonal normal e maturação óssea e dimensões de útero e ovários compatíveis com a idade. Essas pacientes foram acompanhadas por pelo menos 1,5 anos ou até que completassem 8 anos de idade.

Resultados: as pacientes tinham idade média de 5,1 anos (variando de 2 a 7 anos), com média de idade referida de telarca de 3,6 anos. No momento da avaliação inicial, as pacientes encontravam-se nos estágios 2 e 3 de Tanner para mamas e 1 para pêlos. A relação LH/FSH situou-se entre 0,04 e 0,26, com média de 0,155. Os volumes uterinos tiveram média de 2,23 cm³ e os ovarianos de 1,23 e 1,25 cm³ para os direitos e esquerdos respectivamente.

Conclusões: os resultados deste estudo em meninas com telarca isolada e desenvolvimento normal sugerem que o índice LH/FSH menor que 0,66 é preditivo de puberdade normal.

OBESIDADE E MÍDIA: O LADO SUTIL DA INFORMAÇÃO.

Friedman, R., Felippe, F.M., Surita, L.E., Ritter, L., Branco, V.C., Alves, B.S., Cibeira, G.H. Serviço de Endocrinologia –

HCPA/UFRGS.

Fundamentação: o aumento da prevalência de obesidade vem alertando para um importante problema de Saúde Pública, que demanda a verificação dos graus de discriminação, preconceito e proteção aos indivíduos obesos.

O assunto ganha destaque nos meios de comunicação de massa, que orientam as mais diversas formas de tratar o problema e, ao mesmo tempo, estimula tanto a venda de produtos alimentícios oferecidos pela indústria de consumo, como a definição de um padrão estético corporal. Objetivamos nesse estudo analisar de que forma os meios de comunicação vêm tratando a questão da obesidade.

Os obesos sofrem discriminação e preconceito, que levam ao isolamento social, baixa auto-estima e dificuldades de ingresso no mercado de trabalho, isto tudo reforçado pela mídia, quando impõe um modelo estético a ser seguido (Felippe, 2001).

A comunicação é uma arma poderosa se considerarmos seu poder de manipulação de informações. A mídia pode criar, em torno das questões centrais da vida pública, as representações que mais interessam a grupos que detêm o controle de sua operacionalização; isso se torna mais grave quando dela se faz um uso ideológico.

Objetivos: verificar se as mensagens veiculadas na mídia caracterizam discriminação e preconceito.

Dimensionar níveis de preconceito e discriminação implicados nas mensagens da mídia.

Facilitar a visualização desse cenário, para o encaminhamento de políticas públicas de prevenção e proteção aos cidadãos que sofrem dessa doença.

Casuística: nos utilizamos da Hermenêutica de Profundidade (John Thompson, 1999), para explorar os sentidos e significados de imagens e textos de um fato comunicacional, a obesidade. É um referencial metodológico, um processo interpretativo e complexo. O interesse pela ideologia orienta a análise rumo à identificação das relações de dominação. As diferentes fases devem auxiliar o pesquisador a enxergar onde e como está operando a ideologia, através das formas simbólicas.

Resultados: através da coleta e análise de 5 (cinco) veículos de comunicação dentre eles 2 (dois) jornais regionais e 3 (três) revistas nacionais entre o período de setembro de 2001 à julho de 2002 levantou-se as seguintes categorias emergentes do tema obesidade: humilhação, desvalia, discriminação, padrão estético, auto estima e informação/orientação.

Humilhação: caracteriza termos que ilustra a dificuldade do obeso em encontrar um manequim, sentar-se em poltronas de cinema, ou

"entalar" nos ônibus. Não sendo rara a associação do sobrepeso com a má aparência. Abaixo são demonstrados exemplos:

..."Obesos só podem voar pagando duas passagens." (Zero Hora, julho 2002).

Desvalia: são apresentados os termos e expressões que demonstram o sofrimento, o desespero, a dor, a desesperança e a desqualificação sentidas pelos obesos. Como demonstraremos a seguir:

... "a angústia de assistir a indesejada transformação do corpo." (ISTO É - 11/02/02).

Discriminação: segundo o dicionário Aurélio, discriminar significa 1. Distinguir; discernir. 2. Separar; apartar.

Discriminação. Nas unidades de significado levantadas observa- se que carregam o conteúdo de desqualificação, marginalização, desmerecimento. A figura obesa, usualmente, é associada a um rótulo de fracasso, insucesso e imaturidade.

"... esse é um tempo de magros." (ZH 22/12/01).

"...Existe uma crescente animosidade contra os obesos."

(Zero Hora, julho 2002).

Dentro dessa categoria emergiram subcategorias as quais apresentaremos a seguir:

Sátira: discrimina os obesos tornando-os motivos de risadas.

Nela são apresentadas brincadeiras onde o obeso é um mentiroso, perturbador, causador de transtornos a todos ao seu redor, como expomos abaixo.

"... são preteridos até por magros sem nenhuma carisma."

(ISTO É - 11/02/02).

Impedimentos: refere-se a unidades de significados que expressam dificuldades e conotam uma impossibilidade de atingir o emagrecimento, justificando o insucesso.

"...a batalha como se vê é complexa." (Isto é, 12/04/02).

Preconceito: de acordo com o dicionário Aurélio, esse termo significa uma idéia preconcebida, ou seja, idéias sem fundamentação real. Abaixo encontramos expressões que exemplificam essa situação.

"... emagrecer é relativamente fácil." (Veja, 12/06/01).

"... falta força de vontade aos gordos." (ISTO É - 11/02/02) Sofrimento: aparecem termos e expressões que demonstram privação, sacrifício, culpa por comer. Vejamos:

"...sentir dor cada vez que atacar uma fatia de bolo." (Veja, 22/05/02)

Padrão estético: as palavras pertencentes a essa categoria transmite-nos a exigência de um padrão estético a ser seguido, revelando a urgência no emagrecimento e na definição de um corpo perfeito, o qual, é inatingível.

..."Perca medidas em 40 minutos!" (ZERO HORA-28/07/02) Auto estima: refere-se aos aspectos onde o indivíduo sente- se bem, independente dos quilos extras. As pessoas encontram- se de bem com a vida, não afirmando sofrimento com o peso.

No entanto, para caracterizar essa categoria, que estimula uma melhora na convivência do obeso com os outros e com ele mesmo, foram encontradas poucas unidades, as quais representam um percentual pequeno de mensagens na mídia.

..."Está de bem com a vida e com o manequim." (Zero Hora, julho 2002)

Informação / orientação: nessa categoria foram encontradas expressões que revelam preocupações em orientar os obesos quanto aos cuidados com a alimentação. São orientações técnicas expostas por profissionais da área da saúde, contudo, nem sempre são fundamentadas cientificamente. Essa classe também revela a promoção de alguns alimentos em virtude da indústria de consumo.

..."um terço dos brasileiros está acima do peso.” (CORREIO DO POVO, 12/10/01)

Conclusões: através das categorias analisadas, sendo importante salientar a existência de uma correlação entre elas, é observado que há uma forte representação social do indivíduo obeso como desclassificado, sem força de vontade, o qual teria sentimentos de baixa auto-estima colocando-se fora dos padrões estéticos estabelecidos.

Percebe-se que as mensagens da mídia impõem um estereótipo de beleza inalcançável e estimulam uma exigência para alcançá-lo. Além disso, acaba por discriminar o obeso responsabilizando-o e culpando-o por seu estado. Sendo que essa atitude de segregação e rechaço ao obeso, demonstrada mais por jornais por terem sátiras do que por revistas que apresentam conteúdos de informações, reforça a desvalia percebida pelo mesmo.

Também observa-se que o padrão estético foi sendo modificado na história e nas gerações. O momento atual desvirtuou-se para a magreza excessiva, sugerindo um modelo de corpo perfeito distante da realidade.

Acredita-se que a mídia estimula o padrão estético magro, descriminando o gordo de uma maneira não sutil, com mensagens agressivas, persuasivas e pouco estimuladoras, reforçando a baixa auto-estima percebida pelos indivíduos obesos em sua desvalia. Evidencia-se que aparecem em número mais significativo mensagens e textos com conotação negativa e discriminativa do que aspectos que tratem da obesidade como doença definindo-a como um problema de saúde pública.

Concluindo, verifica-se que o rótulo direcionado ao obeso é tão intensamente gravado, que mesmo esse emagrecendo, o arrastará em toda sua vida profissional, social e familiar, permanecendo, então, o sentimento de desvalorização.

EXPRESSÃO GÊNICA DO BCL-2 NAS CÉLULAS EPITELIAIS PROSTÁTICAS HUMANAS EM CULTURA (HNTEP). Boeri, V.A., Geib, G., Pozzobon, A., Morsch, D.M., Spritzer, P.M.,

Silva, I.S.B.da. Laboratório de Endocrinologia Molecular e Neuroendocrinologia, Departamento de Fisiologia, ICBS,

UFRGS. HCPA/UFRGS.

Apoptose pode ser definida como o mecanismo molecular responsável pela eliminação programada das células, sendo um processo geneticamente regulado pois, requer a expressão de genes específicos. O gene do bcl-2 codifica uma proteína que inibe a apoptose e permite a proliferação celular contínua. Tendo em vista que a proliferação celular no tecido prostático é influenciada pelos níveis de androgênios e envolve uma série de genes responsivos a estes hormônios, faz-se necessário identificar os genes envolvidos nos mecanismos proliferativos que conduzem ao desenvolvimento da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). O objetivo do presente trabalho foi avaliar a expressão do protooncogene bcl-2 em células epiteliais prostáticas em cultura tratadas com dihidrotestosterona (DHT). O tecido prostático foi

obtido através de pacientes submetidos à prostatectomia por hiperplasia benigna. As células epiteliais foram cultivadas em meio 199 com 5% de soro bovino fetal (C5%) ou tratadas com DHT.10-13M. O RNA total das células foi extraído com Trizol (Gibco). A expressão de bcl-2 foi avaliada por RT-PCR no intervalo de tempo de 15 minutos a 4 horas de tratamento hormonal, e os 2-microglobulina. Observou-se um aumento resultados apresentados em relação à significativo nos níveis de mRNA de bcl-2 durante 15 minutos de estímulo 0,014). hormonal em relação ao tempo "0", 1h e 4h de tratamento. Tempo"0" (0,77 0,031), 0,024), 2h (0,75 0,015), 1h (0,77 0,042), 30' (0,78 Controles:15' (0,79 0,014), 1h 0,027), 30' (0,81 0,041).Tratados:15' (0,84 0,039) 4h (0,77 3h (0,75 0,019).

Considerou-se 0,024), 4h (0,76 0,036), 3h (0,76 0,014), 2h (0,78 (0,76 nível de significância p< 0,05. Estes resultados demonstram que as células HNTEP em cultura primária expressam o gene bcl-2. O estímulo androgênico aumenta a expressão deste gene após um curto intervalo de tempo. Esta resposta indica um possível envolvimento deste protooncogene sobre a proliferação induzida pelo androgênio, no modelo em estudo.

COMPOSIÇÃO SÉRICA DOS ÁCIDOS GRAXOS EM PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2 E MICROALBUMINÚRIA.

Perassolo, M.S., Almeida, J.C., Prá, R.L.D., Moulin, C.C., Mello, V.D., Marques, F.I., Vaz, J.S., Bittencourt, M., Albrecht, R.B., Brocker, L.C., Hamester, G.R., Zelmanovitz,

T., Azevedo, M.J., Gross, J.L. Serviço de Endocrinologia.

HCPA/UFRGS.

Fundamentação: a hipercolesterolemia é um importante fator de risco para o desenvolvimento de micro-e macroalbuminúria em pacientes com diabete melito tipo 2 (DM2). Tem sido descritas alterações na composição dos ácidos graxos (aumento na proporção de ácidos graxos saturados e monoinsaturados e redução da fração n-6) em pacientes DM2 com hiperlipidemia.

No entanto, a composição de ácidos graxos nas lipoproteínas de pacientes DM2, principalmente naqueles com microalbuminúria, não é conhecida.

Objetivo: analisar a composição dos ácidos graxos séricos nas frações fosfolipídeos, triglicerídeos e ésteres de colesterol, e o perfil lipídico sérico de pacientes DM2 micro-e normoalbuminúricos.

Pacientes e métodos: foi realizado um estudo caso-controle com 68 pacientes DM2: 37 normoalbuminúricos (excreção urinária de albumina [EUA] < g/min; 20 g/min). Os imunoturbidimetria) e 31 microalbuminúricos (EUA entre 20 e 200 pacientes receberam orientação nutricional de acordo com as recomendações da Associação Americana de Diabete e foram acompanhados por 4 semanas. Após este período, foi analisada a composição dos ácidos graxos nas frações fosfolipídeos,

triglicerídeos e ésteres de colesterol, determinada por cromatografia gasosa. O colesterol total e triglicerídeos foram dosados por método enzimático colorimétrico; o colesterol HDL e frações HDL2 e HDL3 por dupla precipitação com heparina, MnCl2 e sulfato de dextran; a apolipoproteína B por imunoturbidimetria; e o colesterol LDL foi calculado pela fórmula de Friedewald. A aderência à orientação da dieta foi avaliada por registro alimentar com pesagem de alimentos e dosagem de uréia urinária de 24h (método cinético) para cálculo da ingestão protéica.

Resultados: nos pacientes microalbuminúricos, a proporção de ácidos graxos poliinsaturados na fração dos triglicerídeos (26,4 11,3%), 10,3%) foi menor do que nos pacientes normoalbuminúricos (34,1 11,5%). Não se 8,4 vs 31,4 principalmente os ácidos graxos n-6 (23,5 observou diferença na composição de ácidos graxos nas frações fosfolipídeos e ésteres de colesterol entre os dois grupos de pacientes. Os níveis de colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL, triglicerídeos e apolipoproteína B não foram diferentes entre os pacientes normo-e microalbuminúricos.

Conclusão: pacientes com DM2 e microalbuminúria apresentam níveis menores de ácidos graxos poliinsaturados, principalmente da fração n-6 na fração triglicerídeos. (PRONEX;

Capes; CNPq; FAPERGS; FIPE)

ASSOCIAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL COM ALTERAÇÕES METABÓLICO-HORMONAIS NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS. Zanette, C.B., Schwarz, P., DÁvila, A.M., Comim, F.V., Nácul, A.P., Spritzer, P.M.

Unidade de Endocrinologia Ginecológica/Departamento de Fisiologia da UFRGS. HCPA/UFRGS.

Fundamentação: estudos têm demonstrado que o acúmulo de gordura abdominal é fator de risco para doença arterial coronariana, diabetes tipo II e aumento da mortalidade.

Pacientes com a Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS), apresentam alterações metabólicas e hormonais que podem estar também associadas com maior risco cardiovascular. A medida da circunferência abdominal pode indicar nestas pacientes a presença destas alterações, em especial da resistência insulínica.

Objetivos: avaliar a associação entre o acúmulo de gordura abdominal e alterações nos níveis de glicose, insulina e perfil lipídico, numa amostra de pacientes com PCOS.

Casuística: foram estudadas 70 pacientes com idades entre 13 e 44 anos (média de 23 divididas em dois grupos de acordo com a medida de circunferência abdominal: menor que 88 cm (grupo 1) e maior ou igual a 88 cm (grupo 2), segundo os critérios da OMS. As pacientes tiveram o índice de massa corporal (IMC) e relação cintura-quadril (C/Q) calculados. A avaliação laboratorial foi realizada através da medida de níveis de glicose e insulina, relação insulina/glicose, níveis de colesterol (total, LDL, HDL) e triglicerídeos.

Resultados: não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos quanto à idade (p=0,12), relação cintura- quadril (p=0,298), colesterol HDL (p=0,11) e glicemia (p=0,969). Por outro lado, o IMC foi significativamente superior no grupo com cintura maior que 88 cm (p=0,00). Os níveis de colesterol total (p=0,017), LDL (p =0,028), triglicerídeos (p=0,001), insulina basal e relação insulina/glicose (p=0,00) também se mostraram significativamente maiores nesse grupo.

Conclusões: o aumento da circunferência abdominal, que reflete o acúmulo de gordura nesta região, está associado com alterações do perfil lipídico e da relação insulina-glicose, as quais predizem considerável risco de doença cardiovascular e diabetes no futuro.

A PREVALÊNCIA DE NEFROPATIA DIABÉTICA (ND) ESTÁ AUMENTADA EM PACIENTES NEGRÓIDES COM DIABETE MELITO TIPO 2 (DM 2). Scheffel, R., Bortolanza, D., Weber,

C., Costa, L.A., Canani, L.H., Gross, J.L. Serviço de Endocrinologia/HCPA.

Fundamentação e objetivos: indivíduos negros apresentam maior prevalência de fatores de risco para doença cardiovascular e microvascular que os pacientes brancos. Recentemente, ND foi descrita como aumentada neste grupo de pacientes. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de complicações crônicas do DM 2 em pacientes com DM 2 de acordo com a etnia.

Casuística e métodos: um estudo transversal foi conduzido incluindo 815 pacientes com DM 2 (429 homens, média de idade de 59 ± 11 anos, duração média do DM 2 de 12 ± 9 anos). Os pacientes foram submetidos a uma avaliação clínica (pressão arterial, peso, altura, cintura e quadril) e laboratorial (glicemia, HbA1c, perfil lipídico). Retinopatia diabética (RD) foi definida por fundoscopia direta; cardiopatia isquêmica (CI) através do questionário da OMS e/ou alterações eletrocardiográficas (Código Minnesota) e/ou anormalidades perfusionais na cintilografia miocárdica; neuropatia sentitiva distal (NSD) através de sintomas compatíveis e ausência de sensação ao monofilamento de 10g e ao diapasão; doença vascular periférica (DVP) pela presença de claudicação (questionário da OMS) e ausência de pulsos pediosos;

acidente vascular cerebral (AVC) pela presença de seqüelas ou história compatível e ND pela avaliação de micro- ou macroalbuminúria (níveis de excreção urinária de albumina >ou=

20 ug/min - 2 medidas, intervalo de 3 meses). Hipertensão arterial sistêmica foi definida pelos níveis pressóricos elevados (>ou=

140/90mmHg) e/ou uso de drogas anti-hipertensivas. Índice de massa corporal (IMC, kg/m²) e a razão cintura-quadril (RCQ) foram calculados. Os pacientes foram classificados quanto a etnia em caucasóide e negróide.

Resultados: a amostra era composta de 621 caucasóides e 184 negróides (negros e mulatos). Em relação à doença macrovascular, a prevalência de CI foi de 41%, a de DVP 38% e

a de AVC 6,6%. A ND estava presente em 42% e a RD em 46%

dos pacientes avaliados. A distribuição das complicações crônicas do DM 2 nas mulheres foi semelhante entre os grupos caucasóide e negróide. Entre os homens, a doença macrovascular (CI, AVC e DVP) foi mais freqüente entre os negróides do que entre os caucasóides (53% vs 42%, 11,4% vs 6,8% e 40% vs 35%, respectivamente), entretanto essa diferença não foi estatisticamente significativa (p > 0,05). Os pacientes negróides apresentavam maior prevalência de ND (67% vs. 50%, p = 0,014, RC 3,22; IC 95% 1,44-7,12) em relação aos caucasóides mesmo quando controlados para tempo de DM2, glicemia de jejum, triglicerídeos e níveis de HDLc. A prevalência de RD foi a mesma entre homens negróides e caucasóides (54% e 51%, respectivamente; p > 0,05). Os pacientes masculinos negróides eram mais jovens e apresentavam menor duração conhecida de DM2 do que os caucasóides. Os níveis pressóricos, a prevalência de HAS, os valores de IMC e RCQ foram semelhantes nos dois grupos. Da mesma forma o perfil lipídico e o controle metabólico, não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

Conclusão: os pacientes masculinos negróides apresentaram maior prevalência de ND em relação aos caucasóides, independentemente do controle glicêmico, lipídico e tempo de DM2.

MULHERES COM DIABETE MELITO TIPO 2 SUBESTIMAM SUA INGESTÃO NO MÉTODO DE REGISTRO ALIMENTAR COM PESAGEM DE ALIMENTOS (RA). Vaz, J.S., Almeida, J.C., Bittencourt, M., Mello, V.D., Barata, D., Dal Prá, R., Perassolo, M.S., Broecker, L., Azevedo, M.J., Gross, J.L., Zelmanovitz, T. Serviço de Endocrinologia/HCPA/UFRGS.

A avaliação adequada da ingestão alimentar é essencial para o manejo de pacientes com Diabete Melito (DM) com ou sem complicações crônicas. O registro alimentar com pesagem dos alimentos (RA) é um método útil para a avaliação da ingestão em pacientes com diabete melito tipo 2 (DM2). Entretanto, não é conhecida a influência de fatores como o sexo no desempenho desta técnica. Objetivo: avaliar o desempenho do método de RA em pacientes masculinos e femininos portadores de DM2.

PACIENTES E 9,7 anos; duração Métodos: foram estudados 90 pacientes (48 mulheres; idade=60,3 4,3kg/m2 e 9,7 anos), com índice de massa corporal (IMC)=28,5 do DM=14,2 1,5%. Os pacientes foram submetidos à hemoglobina glicosilada (HbA1C)=5,9 avaliação clínica e nutricional (antropometria) e receberam como treinamento orientação para preenchimento do RA de 1 dia. Após avaliação do RA de treinamento, foram feitos RA por 3 dias não consecutivos (2 dias de semana e 1 domingo) como parte de um programa de avaliação da ingestão usual de pacientes com DM2. No dia do preenchimento do 3°

RA foi coletada urina de 24h para cálculo da ingestão protéica

(IP) pela dosagem de uréia urinária de 24h [método cinético:

IP=(uréia urinária/2)+nitrogênio não uréico x 6,25]. Os dados referentes a este dia foram utilizados para avaliação do desempenho da técnica de RA. Na análise estatística foi utilizado test t de Student não pareado, test t para uma amostra e coeficiente de correlação de Pearson, tendo sido adotado o nível de significância de 5%. Resultados: o índice cintura/quadril foi maior nos homens 0,06; P=0,001) e a HbA1C foi maior nas 0,05) do que nas mulheres (0,98 (1,02 1,5%; P=0,049). Não se observou 1,4% vs homens=5,6 mulheres (mulheres=6,2 diferença quanto à idade, duração do DM e IMC entre os sexos.

A correlação entre a IP estimada pela uréia urinária e a do RA do dia da coleta de urina foi 0,586 (P=0,0001) no grupo todo, 0,666 (P=0,0001) nos homens e 0,409 (P=0,004) nas 0,46 g/

kg/dia) não foi mulheres. Nos homens, a IP estimada pelo RA (1,3 0,43 g/kg/dia; P=0,692). Nas mulheres diferente da IP estimada pela uréia (1,25 0,33 g/kg/dia) e a observou-se uma diferença entre a IP estimada pelo RA (0,98 0,24 g/kg/dia;

P=0,0001). As mulheres registraram uma estimada pela uréia (1,16 IP média de 15% (-63,44 a 35,82%; P=0,0001) menor do que a estimada pela uréia urinária. CONCLUSÃO: o método de registro alimentar com pesagem dos alimentos para a avaliação de ingestão protéica apresenta um melhor desempenho nos pacientes com DM2 do sexo masculino. As mulheres sub- registram sua ingestão e deveriam ser submetidas a um treinamento diferenciado de RA. (PRONEX, Capes, CNPq, FAPERGS, FIPE)

COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DE CARNE DE GADO E FRANGO DO SUL DO BRASIL. Bittencourt, M., Almeida, J.C.,

Perassolo, M.S., Camargo, J.L., Bragagnolo, N., Gross, J.L.

Serviço de Endocrinologia/ HCPA; PPG em Ciências Médicas:

Endocinologia /UFRGS, Porto Alegre/RS. Departamento de Ciência dos Alimentos, Laboratório de Química, Faculdade de

Engenharia de Alimentos/ UNICAMP/SP. HCPA/UFRGS.

Objetivo: analisar a composição de ácidos graxos de cortes de carne de gado e frango mais consumidos pelos pacientes diabéticos tipo 2 do ambulatório de Endocrinologia.

Material de métodos: foram analisados cortes de 3 diferentes procedências, em duplicata, de carnes de gado (M.

semimembranosus e M. biceps femoris) e carne escura de frango (coxa e sobrecoxa). Amostras cruas foram analisadas em relação a: teor de umidade (em estufa por 20h a 105 °C até peso constante), proteína total (nitrogênio pelo método de Kjedhal multiplicado por 0,625/100g), lipídio total (método de Folch et al.), teor de colesterol (saponificação direta e medidos por cromatografia líquida de alta-eficiência) e composição de ácidos graxos (esterificados com BF3-metanol e determinados por cromatografia gasosa). ANOVA foi utilizada em variáveis com distribuição normal ou transformadas em logarítmos quando não

paramétricas. Valores foram expressos em média ± desvio padrão. Para avaliar as diferenças entre os dados experimentais e os publicados pela USDA Handbook SR-14 foi utilizado teste t para uma amostra, tendo sido adotado o nível de significância de 5%.

Resultados: o conteúdo de colesterol do corte M.

semimembranosus (51.97 ± 1.40 vs. 57 mg/100g) foi menor do que os valores descritos pela tabela, mas os de carne escura de frango (80.98 ± 5.71 vs. 80mg/100g) e M. biceps femoris (63.02 ± 3.62 vs. 61 mg/100g) foram semelhantes. O conteúdo de lipídio dos cortes de M. semimembranosus (3.08 ± 0.07 vs.

3,30%) e carne escura de frango (3,91 ± 0.51 vs. 4,31%) obtidos foram menores do que os descritos na USDA Handbook; e nos cortes de M. biceps femoris foram semelhantes aos valores da tabela (8,75 ± 1.12 vs. 9,38%). Não foram identificados ácidos graxos de conformação trans. O conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados nos cortes analisados foram menores do que os descritos na USDA Handbook: M. biceps femoris (143 ± 29 vs.

380 mg/100g), carne escura de frango (504 ± 65 vs. 950 mg/

100g) e M. semimembranosus (42 ± 32 vs. 140 mg/100g). Os valores de ácidos graxos monoinsaturados de M. biceps femoris (2901 ± 390 vs. 3960 mg/100g) foram menores do que os descritos na tabela, e semelhantes para os cortes de M.

semimembranosus (1143 ± 139 vs. 1290 mg/100g) e carne escura de frango (1452 ± 181 vs. 1340 mg/100g). Não foram encontradas diferenças entre os valores de ácidos graxos saturados dos cortes de carne analisados e os descritos na USDA Handbook.

Conclusão: os dados apresentados indicam que o conteúdo total de lipídios (~8%) e de ácidos graxos poliinsaturados (~57,6%) dos cortes de carne analisados são menores do que os descritos pela USDA Handbook, ressaltando a importância de análises da composição química dos alimentos de acordo com características regionais de tecnologia de produção e criação dos animais.

NÍVEIS DE FIBRINOGÊNIO EM PACIENTES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: RESULTADOS PRELIMINARES.

Schwarz, P., Zanette, C.B., Nácul, A.P., Spritzer, P.M.

Unidade de Endocrinologia Ginecológica do HCPA e Departamento de Fisiologia da UFRGS. HCPA/UFRGS.

Fundamentação: a Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS), caracterizada por hiperandrogenismo, anovulação crônica e irregularidade menstrual, também está associada a uma diversidade de alterações metabólicas que, em conjunto, contribuem para um aumento de risco de doença cardiovascular.

Já está bem estabelecido que a resistência à insulina, intolerância à glicose e dislipidemia estão presentes em uma porcentagem considerável dos casos. A resistência à insulina altera a homeostase endotelial, aumentando o risco de trombose, pelo

No documento Funda o onom stico (páginas 67-72)