• Nenhum resultado encontrado

MICROBIOLOGIA

No documento Funda o onom stico (páginas 184-189)

E. GALINARUM RESISTENTE A VANCOMICINA NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Pilger, K., Martins, D.S., Camargo, I.L.B.D.C., Seligman, B.G.S., Machado, A., Darini,

A.L.C., Barth, A.L. Unidade de Pesquisa Biomédica. HCPA.

Fundamentação: nos últimos anos, o gênero Enterococcus tem adquirido importância relevante em infecções hospitalares, tornando-se responsável por casos clínicos de significativa taxa de morbidade e mortalidade. A importância do gênero se deve não somente a sua elevada incidência em infecções hospitalares ou inter-hospitalares, mas também à sua capacidade de desenvolver resistência aos antimicrobianos comumente utilizados para seu tratamento.

A espécie mais obtida de materiais clínicos é o E. faecalis o qual pode adquirir resistência a vancomicina. Em maio de 2000 foi descrito o primeiro caso de Enterococcus resistente a vancomicina (VRE) - E. faecalis gene VanA - em um hospital de Porto Alegre e, a partir desta data, foram descritos VRE em vários hospitais da cidade. Somente em outubro de 2001 foi isolado o primeiro VRE no HCPA.

Objetivos: relatar o primeiro caso de E. gallinarum resistente a altos níveis de vancomicina no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Casuística: a amostra de Enterococcus foi obtida em fevereiro de 2002 a partir de cultura de vigilância em swab retal de paciente previamente hígida a qual internou no HCPA devido a artrite séptica de ombro. A paciente evoluiu para sepse com falência de múltiplos órgãos permanecendo no CTI por três meses quando recebeu diversos cursos de antibióticos. A bactéria foi identificada como Enterococcus sp, através de testes convencionais (crescimento em NaCl 7,5% e em bile esculina), resistente a vancomicina através do teste de disco-difusão, na Unidade de Microbiologia do HCPA. Esta amostra foi enviada ao Laboratório Especial de Bacteriologia e Epidemiologia Molecular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo para a determinação da espécie e nível de resistência a vancomicina (testes fenotipicos e genotípicos). A determinação da concentração inibitória mínima (CIM) frente à vancomicina foi realizada pelo método do E-test.

A determinação da espécie e detecção do gene vanA foi realizada por PCR e a detecção do elemento VanA por Long-PCR. Também foram realizados experimentos de conjugação com as linhagens receptoras: e. faecalis JH2 e E. faecium GE1 e hibridação com sonda do gene vanA preparada a partir da linhagem E. faecium

A, utilizada como controle positivo, pois possui o elemento VanA idêntico ao protótipo Tn1546.

Resultados: a espécie foi determinada por PCR como E.

gallinarum cuja vancomicina apresentou CIM > 256 mg/L.

Posteriormente, foi realizada a detecção do gene vanA. O elemento VanA envolvido foi analisado e apresentou-se intacto, com ~10,8Kb, como o protótipo Tn1546. Experimentos de conjugação entre a amostra isolada e linhagens receptoras E.

faecalis JH2 e E. faecium GE1 demonstraram o envolvimento de um plasmídeo conjugativo de ~50 Kb. Hibridização com sondas para o gene vanA detectou a presença deste gene tanto no plasmídeo como no cromossomo do E. gallinarum.

Conclusões: a espécie foi determinada por PCR como E.

gallinarum cuja vancomicina apresentou CIM > 256 mg/L.

Posteriormente, foi realizada a detecção do gene vanA. O elemento VanA envolvido foi analisado e apresentou-se intacto, com ~10,8Kb, como o protótipo Tn1546. Experimentos de conjugação entre a amostra isolada e linhagens receptoras E.

faecalis JH2 e E. faecium GE1 demonstraram o envolvimento de um plasmídeo conjugativo de ~50 Kb. Hibridização com sondas para o gene vanA detectou a presença deste gene tanto no plasmídeo como no cromossomo do E. gallinarum.

CARACTERIZAÇÃO DE SURTO HOSPITALAR POR BURKHOLDERIA CEPACIA A PARTIR DE MÉTODOS LABORATORIAIS. Martins, D.S., Pilger, K., Lutz, L., Silbert,

S., Barth, A.L. Unidade de Pesquisa Biomédica. HCPA.

Fundamentação: Burkholderia cepacia é um bacilo Gram-negativo não-fermentador da glicose, comumente encontrado em soluções antissépticas e no ambiente. A B. cepacia é causa comum de infecção em pacientes com Fibrose Cística (FC) mas, normalmente, não causa infecção em pessoas imunocompententes. Esta bactéria demonstra ampla resistência a diversos antimicrobianos e freqüentemente está envolvida em infecções hospitalares. Alguns estudos têm relatado a ocorrência de surtos de infecções hospitalares ocasionados por B.

cepacia, normalmente, em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Esses surtos, geralmente, têm sido associados com equipamentos de terapia respiratória, soluções e medicamentos contaminados. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), durante o mês de setembro de 2001, foram identificados 5 casos de infecções hospitalares causados por B. cepacia em pacientes internados (não-fibrocísticos e imunocompetentes) no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e um caso adicional em unidade de internação cirúrgica.

Objetivos: esse trabalho tem como objetivo relatar o papel do laboratório na caracterização de um surto de infecções hospitalares causadas por B. cepacia em pacientes internados no HCPA.

Casuística: as amostras clínicas obtidas dos pacientes foram encaminhadas à Unidade de Microbiologia do Serviço de Patologia

do HCPA e a identificação de B. cepacia foi realizada por provas manuais e pelo Sistema Mini-APIÒ (bioMérieux Vitek, Ink., Hazelwood, Mo.). Do mesmo modo, foram realizadas culturas bacteriológicas do ambiente, sendo isolado este mesmo patógeno em solução aromatizante para higiene bucal. Para a caracterização do surto, foram realizados testes fenotípicos e genotípicos para os cinco isolados clínicos de B. cepacia envolvidas no possível surto e duas amostras de B. cepacia obtidas a partir do aromatizante bucal. Como teste fenotípico foi avaliada a resposta das amostras frente aos seguintes antibióticos: ampicilina (AMP), amicacina (AMI), ampicilina/

sulbactam (SAM), aztreonam (AZT), cefalotina (CFL), ceftazidime (CAZ), ceftriaxone (CRO), cefuroxime (CRX), ciprofloxacina (CI), doxiciclina (DXC), gentamicina (GEN), imipenem (IMP), sulfametoxazol/trimetoprim (SXT), ticarcilina/clavulanato (TIM) e tobramicina (TOB), através do método de disco-difusão. Os testes genotípicos usados para análise do DNA bacteriano incluíram a macrorestrição de DNA seguida de eletroforese pulsada (PFGE) e a ribotipagem.

Resultados: a resposta das amostras aos antibióticos indicou um perfil semelhante para todas elas. Somente 5 amostras foram submetidas à técnicas de PFGE e estas amostras sofreram auto- digestão do DNA bacteriano. Dentre os 5 isolados clínicos de B.

cepacia que foram submetidos à ribotipagem, verificou-se que 2 amostras do possível surto pertenciam ao mesmo ribogrupo das 2 amostras provenientes do aromatizante bucal.

Conclusões: o método de fenotipagem (antibiograma por disco-difusão), embora útil como técnica de triagem para comparação entre isolados bacterianos de B. cepacia, não se mostrou suficientemente discriminatório, neste estudo, pois duas amostras com as mesmas resposta aos antibióticos foram classificadas em diferentes ribogrupos. A técnica de PFGE, considerada como padrão-ouro na tipagem molecular de microrganismos, não se mostrou adequada, neste estudo, para a comparação das amostras de B. cepacia. Por outro lado, a ribotipagem indicou que, provavelmente, houve uma disseminação de B cepacia a partir do aromatizante bucal para os pacientes caracterizando um surto infeccioso. Estes dados indicam que pode ser necessária a utilização de diversas técnicas de tipagem para a caracterização laboratorial de um surto infeccioso no âmbito hospitalar.

MÉTODO DE DETECÇÃO DE B-LACTEMASES EM HAEMOPHILUS SP. Martins, D.S., Pilger, K., Siliprandi, G., Eichenberg, J., Barth,

A.L. Unidade de Pesquisa Biomédica. HCPA.

Fundamentação: Haemophilus sp são bacilos Gram-negativos que freqüentemente estão envolvidos em infecções pulmonares e do sistema nervoso central. As espécies do gênero tendem a ser sensíveis a ampicilina, embora possam adquirir resistência a este antibiótico devido à produção de b-lactamases. Portanto, é

importante que o laboratório de microbiologia teste as amostras de Haemophilus quanto a sua capacidade de produzir b- lactamases. O teste-padrão laboratorial para teste de Haemophilus é o método de disco-difusão (Kirby-Bauer), em meio de cultura específico (HTM), o qual necessita de 24h para ser realizado e pode apresentar um alto custo. Alternativamente, a detecção dessas b-lactamases pode ser realizada através de testes cromogênicos, que avaliam a capacidade dessas enzimas de hidrolisar o anel b-lactâmico de uma cefalosporina cromogênica. Esses testes são mais rápidos, necesssitam menos mão-de-obra e apresentam menor custo que o teste de disco- difusão. A reação positiva com o teste da cefalosporina cromogênica indica que a amostra bacteriana é resistente à ampicilina, entretanto, uma reação negativa não garante a sensibilidade. Desta forma, é importante avaliar o uso deste teste na rotina laboratorial como um método de triagem na detecção de Haemophilus sp produtores de b-lactamase (resistente a ampicilina).

Objetivos: avaliar a eficácia do teste cromogênico como triagem na detecção de resistência à ampicilina em amostras de Haemophilus sp.

Casuística: as amostras de Haemophilus sp foram identificadas pela Unidade de Microbiologia do Serviço de Patologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre através de técnicas padrões. Estas amostras foram testadas quanto à suscetibilidade a ampicilina através do método de disco-difusão (Kirby-Bauer) padronizado pelo National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS). Foram selecionadas 20 amostras resistentes e 20 amostras sensíveis a ampicilina. Todas as amostras foram analisadas pelo método cromogênico, utilizando discos de papel impregnados com nitrocefin (Cefinase®).

Resultados: entre as 20 amostras sensíveis a ampicilina, 20 apresentaram o teste cromogênico negativo e entre as 20 amostras que eram resistentes à ampicilina 18 apresentaram reação positiva no teste do nitrocefin.

Conclusões: Houve uma ótima correlação entre o teste de disco-difusão e o teste cromogênico na detecção de resistência a ampicilina, embora, em dois casos a resistência a este antibiótico não teria sido detectada no teste cromogênico. O teste da cefinase mostrou, portanto, boa eficácia na detecção de resistência a ampicilina e pode ser útil na rotina laboratorial, pois apresenta baixo custo e é de fácil execução.

TESTES LABORATORIAIS PARA A DETECÇÃO DE RESISTÊNCIA EM BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS DEVIDO A

B-LACTAMASES. Pilger, K., Martins, D.S., Siliprandi, G., Eichenberg, J., Barth, A.L. Unidade de Pesquisa Biomédica.

HCPA.

Fundamentação: nos últimos anos a resistência em bactérias Gram-negativas tem aumentado consideravelmente tornando-

se um grande problema a nível hospitalar. Um mecanismo de resistência bastante comum em bacilos Gram-negativos é a produção de enzimas que inativam os antibióticos b-lactâmicos:

as b-lactamases (b-lac). As b-lac se constituem numa família relativamente complexa de enzimas, as quais apresentam diversidade considerável conforme substrato de ação (antibiótico), origem genética bem como sua sensibilidade a compostos inibidores destas enzimas (EDTA e ácido clavulânico).

Entre estas enzimas destacam-se as b-lac de espectro ampliado (ESBLs) e as b-lac da Classe C (AmpC). Neste contexto, o laboratório clínico tem grande importância pois deve realizar testes adicionais que permitam detectar estas enzimas as quais podem não ser detectadas no teste de disco-difusão padronizado.

Objetivos: avaliar testes laboratoriais para detectar enzimas mediadoras de resistência em Bacilos Gram-negativos (b- lactamases).

Casuística: a detecção de ESBL foi realizada em amostras de Klebsiella sp, E.coli, Proteus sp e Enterobacter sp através de dois testes (aproximação de disco - teste 1; e adição de ácido clavulânico - teste 2). O teste de aproximação de discos utilizou discos de aztreonam, ceftazidime e ceftriaxone próximos 15mm de um disco de amoxacilina/ácido clavulânico. O teste de adição de ác. clavulânico analisou as diferenças entre os halos formados pelos discos de ceftazidime e ceftazidime com ácido clavulânico.

A detecção da enzima AmpC foi realizada em amostras de Enterobacter sp e P. aeruginosa através da aproximação dos discos de imipenem, cefoxitina, ceftazidima e ceftriaxone.

Resultados: entre as espécies avaliadas, foram testadas 52 amostras de E. coli; destas, 9 mostraram ser produtoras de ESBL pelo teste 1 e 2. Para Klebsiella sp, das 36 amostras,em 17 foi detectada a produção de ESBL pelo teste 1, e em 12 pelo teste 2. No gênero Proteus, em 27 amostras, somente 1 delas apresentou positividade para ESBL pelo teste 1 e 2 pelo teste 2. Da mesma forma, das 11 amostras de Enterobacter testadas, 3 foram positivas pelo teste 1 e 2 amostras pelo teste 2 para ESBL, e 7 mostraram ser produtoras da enzima AmpC. Já para P. aeruginosa, de 44 amostras, 42 eram AmpC positivas.

Conclusões: foi possível observar que os testes utilizados detectaram a produção de b-lac nas diferentes espécies de bacilos Gram negativos testados. O gênero Klebsiella apresentou o maior percentual de amostras produtoras de ESBL e não houve diferença significativa entre os métodos para detecção desta enzima com exceção das amostras de Klebsiella. A P. aeruginosa foi a bactéria que apresentou o maior percentual de AmpC embora a produção desta enzima também tenha sido relevante no gênero Enterobacter.

AVALIAÇÃO DE HEMOCULTURAS COM STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Glanzner, C., Hoefel, H.H.K.,

Barth, A.L., Machado, A.R.L., Konkewicz, L.R., Kuplich, N.M., Lutz, L., Soares, T.R.B. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e Unidade de Pesquisa Biomédica. HCPA -

UFRGS.

Fundamentação: o tratamento das infecções por Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina (MRSA) baseia- se nos antibióticos glicopeptídeos (especialmente a vancomicina).

Em 1996 foi descrito no Japão o primeiro caso clínico de MRSA com sensibilidade intermediária à vancomicina (VISA), com casos subsequentes em outros países e em julho de 2002 foi descrito nos Estados Unidos o primeiro caso de Staphylococcus aureus resistente a vancomicina.

Objetivos: avaliar S. aureus isolados em hemoculturas de pacientes internados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, quantificar sua sensibilidade à vancomicina, através da determinação da concentração inibitória mínima (MIC) pelo método de E-test, avaliar sua sensibilidade aos antimicrobianos através de teste de disco-difusão e relacionar esses achados com a clínica dos pacientes.

Casuística: de abril de 1999 a abril de 2001 foram avaliadas 269 hemoculturas positivas para S. aureus provenientes de pacientes internados em unidades clínicas, cirúrgicas, pediátricas, neonatais e de terapia intensiva, sendo considerado apenas um exame por paciente e sendo feita análise de dados clínicos e epidemiológicos. Os testes de sensibilidade aos antimicrobianos foram realizados por disco-difusão e complementados, no caso da vancomicina, por determinação da MIC através de E-test.

Resultados: as idades variaram entre 0 e 91 anos. Catorze culturas (5,2%) foram consideradas contaminações. Nas restantes 255 amostras a infecção foi considerada de origem hospitalar em 140 casos (55%). Resistência à oxacilina foi encontrada em 39% do total de amostras, variando entre 51%

para as hospitalares e 25% para as comunitárias. O antimicrobiano não-glicopeptídico com menor taxa de resistência foi a rifampicina, com 12% nas comunitárias e 22% nas hospitalares. Todas as cepas foram sensíveis à vancomicina por disco-difusão. As MICs para vancomicina variaram entre 0,5 (3 amostras) e 3 mcg/mL (9 amostras). 1,5 foram encontradas em 205 amostras (76,2%), não havendo diferenças MICs entre casos hospitalares e comunitários.

Conclusões: a alta taxa de resistência à oxacilina, mesmo em infecções consideradas comunitárias, pode ser devida à presença de fatores de risco como doenças crônicas, imunodepressão, extremos etários e outros, não necessariamente refletindo o que ocorre na população em geral. As MICs para vancomicina apresentaram valores relativamente altos, embora ainda na faixa de sensibilidade.

Avaliação periódica das tendências temporais poderá ser necessária para verificar se há aumento progressivo ou estabilidade desses valores.

GASTRECTOMIA E PARACOCCIDIOIDOMICOSE. Silva, P.Z., Oliveira, F.M., Severo, L.C. Laboratório de Micologia Clínica,

Santa Casa. FFFCMPA.

Fundamentação: pacientes submetidos à gastrectomia têm risco aumentado para o desenvolvimento de tuberculose (Snider, DE. Chest, 1987; 87:414-5). O presente estudo faz a análise de 9 pacientes com outra doença granulomatosa, Paracoccidioidomicose (PCM), que manifestaram a micose após cirurgia de ressecção gástrica.

Objetivos: analisar a prevalência de gastrectomia em pacientes que tiveram PCM.

Casuística: estudo retrospectivo de 755 casos de PCM diagnosticados no Laboratório de Micologia Clínica, Santa Casa, de 1966 a julho de 2002. Foram selecionados para a pesquisa, todos os pacientes que tinham gastrectomia prévia à micose.

Resultados: encontrou-se 9 casos de gastrectomia prévia, ou seja, 1,2% (755) em concordância com os achados das séries de tuberculose em que a prevalência era de 1,7% a 2,5%. A resposta à terapia antifúngica única ocorreu em 45% dos casos, sendo que 55% dos pacientes precisaram de 2 drogas para o tratamento eficaz. Apenas um apresentou falha terapêutica ao cetoconazol. A duração média entre a cirurgia gástrica e o aparecimento da doença foi de 12, 6 anos. Em 2 casos (18%), o intervalo foi inferior a 5 anos.

Conclusões: pacientes que sofreram ressecção gástrica possivelmente estão sob maior risco de desenvolvimento de PCM.

CRIPTOCOCOSE GATTII: A PROPÓSITO DE 30 CASOS. Silva, P.Z., Oliveira, F.M., Severo, L.C. Laboratório de Micologia

Clínica, Santa Casa. FFFCMPA.

Fundamentação: Criptococose é uma micose sistêmica oportunística, acometendo principalmente pulmões e sistema nervoso central (SNC). O agente causador Cryptococcus neoformans é dividido em duas variedades: C.n. var neoformans e C.n. var gattii. A escassez de literatura sobre o tema, especialmente no Brasil, justifica esta apresentação.

Objetivos: análise da apresentação clínica, doença de base e desfecho clínico dos casos.

Casuística: estudo retrospectivo dos prontuários dos pacientes diagnosticados no Laboratório de Micologia Clínica, Santa Casa, Porto Alegre, de dezembro de 1980 a abril de 2002.

Resultados: no intervalo de 22 anos, foram analisados 319 pacientes com criptococose. Os casos foram classificados como C.n. var. neoformans 289 (91%) e C n. var. gattii 30 (9%).

Homens: 23 (76%); mulheres: 7 (24%). A média de idade foi de 47 anos ( 26-83 anos). Seis pacientes (20%) são imunodeprimidos (3 Aids, 2 diabetes melito, 1 corticoterapia), e em um tuberculose está associada. Infecção do SNC ocorreu em 11 (36%),

criptococose pulmonar em 9 (30%), infecção do SNC e pulmonar em 8 (26%), acometimento da pele em 3 (10%) pacientes.

Conclusões: C.n. var. gattii frequentemente produz massa pulmonar. Caso não resolva com o uso prolongado de antifúngico, requer-se freqüentemente remoção cirúrgica do criptococoma pulmonar. Este fungo apresenta interação variedade específica com hospedeiro.

PREVALÊNCIA DE ESPOROTRICOSE NO SERVIÇO DE DERMATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL DO COMPLEXO HOSPITALAR DA SANTA CASA DE PORTO ALEGRE. Scroferneker, M.L.(1), Da Rosa, A.C.M.(1), Weber, A.(2), Vettorato, R.(1), Vettorato, G.(2), Gervini, R.L.(2). 1.Depto de Microbiologia - ICBS - UFRGS e; 2

Serviço de Dermatologia da UFRGS - Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. FAMED/UFRGS.

Objetivos: estudar a epidemiologia dos casos de esporotricose diagnosticados e tratados no Serviço de Dermatologia da UFRGS - Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e realizar estudo prospectivo e retrospectivo de casos diagnosticados durante o período de pesquisa.

Materiais e métodos: levantamento de prontuários com os casos de esporotricose dos últimos 30 anos no Serviço de Dermatologia da UFRGS.

Resultados: 200 casos de esporotricose foram revisados pela análise de prontuários médicos, confirmados por exame micológico. A análise dos resultados, demonstrou uma predominância de homens (75%), brancos, agricultores, com a faixa etária entre 40-60 anos. Em 80% dos casos, houve acometimento dos membros superiores. A maioria dos pacientes era procedente da região do Vale do Rio dos Sinos, sito no Rio Grande do Sul;

Conclusão: a esporotricose é uma micose subcutânea com maior prevalência na região sul do Brasil, estando relacionada à ocupação ambiental.

TIPAGEM MOLECULAR DE ENTEROCOCCUS RESISTENTES À VANCOMICINA ISOLADOS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS. Martins, D.S., Pilger, K., Leuckert, A., Lutz, L., Barth, A.L. Unidade de Pesquisa Biomédica, Serviço

de Patologia Clínica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

HCPA.

Fundamentação: nos últimos anos, o gênero Enterococcus tem adquirido importância relevante em infecções hospitalares, tornando-se responsável por casos clínicos de significativa taxa de morbidade e mortalidade. Uma das maiores causas destes microrganismos sobreviverem em ambiente hospitalar é a sua resistência intrínseca a vários antibióticos como ampicilina e

aminoglicosídeos em altas concentrações. Mas, talvez, a causa mais importante seja a sua capacidade de desenvolver resistência aos antimicrobianos originalmente ativos contra as espécies do gênero por meio de mutações ou devido à aquisição de material genético através de transferências de plasmídeos ou transposons.

A vancomicina foi, por muito tempo, utilizada como droga de escolha contra enterococos multiresistentes por apresentar uma consistente atividade bactericida. Contudo, com o surgimento de enterococos resistentes à vancomicina (VRE) em 1986, na Europa, esta consideração ficou ameaçada. A partir de maio de 2000, vários hospitais de Porto Alegre relataram o surgimento de casos de VRE, entre eles o Hospital Ernesto Dorneles de Porto Alegre (HED). Com a instalação de uma disseminação clonal relacionada ao gênero Enterococcus no HED, no ano de 2000, considerou-se de suma importância a adequada comparação do genótipo das espécies envolvidas por um método de tipagem molecular

Objetivos: determinar a relação clonal entre as amostras de Enterococcus faecalis resistentes à vancomicina obtidas no Hospital Ernesto Dorneles de Porto Alegre (HED) através da realização da tipagem molecular (genotipagem).

Casuística: foram analisadas 57 amostras de Enterococcus obtidas de 27 pacientes diferentes internados no HED. A identificação dos Enterococcus foi realizada através de provas bioquímicas convencionais (bile-esculina, crescimento em NaCl a 6,5 % e PYR) e pelo aparelho Vitek® (bioMérieux, Lion).

Determinou-se a concentração inibitória mínima (CIM) para vancomicina e teicoplanina utilizando fitas de E-Test (AB Biodisk, Solna, Suécia). A macrorrestrição de DNA cromossomal com SmaI seguida por eletroforese pulsada (PFGE) foi a técnica de tipagem molecular adotada.

Resultados: todas as 57 amostras foram confirmadas como pertencentes ao gênero por Enterococcus. O fenótipo Van de cada isolado clínico foi determinado com base nos níveis de suscetibilidade à vancomicina e teicoplanina sendo que os resultados foram compatíveis com o fenótipo VanA de resistência.

Para a genotipagem foram utilizadas 26 amostras de VRE (uma de cada paciente do HED), além de duas amostras de enterococos sensíveis à vancomicina - VSE (uma de um paciente com VRE e a outra de um paciente sem VRE, ambos do HED), totalizando 28 amostras. Duas amostras de enterococos sensíveis à vancomicina, não relacionadas ao surto no HED, também foram submetidas à genotipagem por PFGE: ATCC 29212 e H70 (obtida no HCPA em 2001). A amostra índice (número 99) foi confirmada como E. faecalis resistente à vancomicina (VanA) em centro de referência, sendo atribuído a ela o genótipo A. Foi observado que 26 amostras apresentaram perfil genotípico altamente relacionado à amostra índice (diferença de no máximo três bandas no perfil migratório). Uma das amostras sensíveis à vancomicina do HED não pôde ter seu genótipo determinado, pois não apresentou perfil migratório após ser digerida com a enzima SmaI. A outra amostra também sensível à vancomicina do HED

No documento Funda o onom stico (páginas 184-189)