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CIRURGIA

No documento Funda o onom stico (páginas 39-43)

ASSOCIAÇÃO ENTRE LESÃO DE LCA E MEMBRO DOMINANTE. Oliveira, A.M., Pacheco, I., Chaves, C., Rosa,

P., Santos, H. Departamento de Cirurgia – FAMED/UFRGS.

Fundamentação: o ligamento cruzado anterior (LCA) é uma estrutura dinâmica cuja principal função é ser restritor primário da subluxação anterior da tíbia. Assim, produz restrição secundária à rotação interna e translação em valgo ou varo com o joelho em extensão. Juntamente com o ligamento cruzado posterior, serve de eixo para as rotações do joelho e colabora na flexão e extensão. As lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) ocorrem mais freqüentemente em esportes com necessidade de apoio do pé e rotações do joelho, como no basquetebol, voleibol, futebol, ginástica, artes marciais, corridas, entre outros.

Objetivos: avaliar a relação entre o lado da lesão de LCA e o membro dominante.

Casuística: estudo transversal descritivo. Foram realizadas entrevistas com pacientes, associados não-atletas, do clube que tiveram ruptura de LCA, submetidos a tratamento cirúrgico. Nas entrevistas, procurou-se identificar o membro em que ocorreu a lesão e o membro dominante, mecanismo da lesão e ocorrência da lesão durante a prática esportiva. Os dados foram analisados através do pacote estatístico SPSS, sendo realizada estatística descritiva e teste do qui-quadrado.

Resultados: o grupo estudado foi de 27 pacientes (96,3%

homens e 3,7% mulheres). A idade média dos pacientes, quando sofreram a lesão, foi de 29,5 anos. A distribuição entre os joelhos

direito e esquerdo foi de 55,6% e 44,4%, respectivamente, concordando com a literatura. Foi encontrado lado dominante direito em 77,8% dos entrevistados. A associação entre a lesão do LCA e o membro dominante foi de 63%. Durante a prática esportiva, ocorreram 77,8% das lesões, sendo o futebol o esporte mais envolvido (63%). Em 85% destas, o paciente lesionou-se sozinho e o mecanismo da lesão mais freqüente foi apoio e giro do membro inferior. Foi realizado o teste de qui-quadrado para verificar a associação entre a presença de lesão de LCA e o membro dominante, sendo encontrado um p=0,04.

Conclusões: as atividades esportivas estão presentes em uma alta porcentagem das ruptura de LCA, sendo o futebol o esporte mais envolvido. Encontramos associação entre lesão de LCA e o lado dominante.

HIPEROSTOSE CORTICAL INFANTIL: APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO. Kenner, M.E., Azevedo, K., Rech, A., Ponzoni,

D., Brunetto, A.L., Puricelli, E. Unidade de CTBMF-HCPA/

Unidade de Oncologia Pediátrica-HCPA/UFRGS.

A hiperostose cortical infantil também conhecida como Doença de Caffey ou Síndrome de Caffey-Silverman é uma lesão clínica-patológica incomum de etiologia desconhecida e histogênese incerta (Stiller, D. Zentralabl Allg Pathol 1990; 136(1- 2): 151-69).

A etiologia é desconhecida. Porém, foi sugerido que a hiperostose cortical infantil pode ser uma osteogisgenia embrionária conseqüente a um defeito local do suprimento sangüíneo da área. Outra teoria propôs que se trata de um defeito hereditário das arteríolas que suprem a partes afetada, resultando em hipóxia que produz necrose focal dos tecidos moles suprajacentes e proliferação do periósteo. Há teorias que sugerem um padrão hereditário, com caráter autossômico dominante com penetrância incompleta.

Clinicamente caracteriza-se pelo desenvolvimento de tumefações sensíveis dos tecidos moles, localizadas profundamente, e espessamento cortical ou hiperostose envolvendo vários ossos do esqueleto. A doença aparece geralmente nos três primeiros anos de vida. Os ossos afetados com mais freqüência são a mandíbula e as clavículas, com o envolvimento mandibular manifestando-se usualmente como tumefação facial.

O aspecto radiográfico da mandíbula, nos pacientes com hiperostose infantil, é marcante. O envolvimento pode ser uni ou bilateral e se manifesta por espessamento acentuado e esclerose do córtex, devido à proliferação ativa do periósteo.

Histologicamente, a lesão apresenta grande variação microscópica. Estudos de Stiller (1990) em 5 casos, demonstram que a hiperostose cortical infantil corresponde a uma típica periostite ossificante. Três fases podem ser observadas de acordo com as principais características histológicas: fase inflamatória

aguda e proliferativa, fase osteogênica e fase de remodelação.

O presente trabalho tem por objetivo relatar o diagnóstico e conduta para um caso de hiperostose cortical infantil.

CARACTERÍSTICAS TUMORAIS DAS NEOPLASIAS COLORRETAIS. Alves, L.B., Rosa, A., Moreira, L.F., Contu,

P., Rosito, M.A., Guzatto, F., Casali, F.C. Serviço de Proctologia/HCPA.

Fundamentação: o câncer colorretal é a segunda neoplasia mais comum e a segunda causa de morte por neoplasia, no mundo ocidental. Metade dos cânceres estão localizados na região retossigmoide e 25% estão localizados proximalmente em ceco e cólon ascendente. Em aproximadamente 40% dos casos o câncer é originado do reto, porém vários estudos têm demonstrado que, ao longo dos últimos 50 anos, a distribuição do carcinoma colorretal tem sofrido uma mudança gradual do reto e cólon esquerdo para o cólon direito. O adenocarcinoma é o tumor maligno mais freqüente do intestino grosso.

Objetivos: analisar as características anatômicas, histológicas e estadiamento das neoplasias colorretais.

Casuística: revisão da localização tumoral do exame anatomopatológico da peça cirúrgica, e, deste em conjunto com os exames de imagem, para estadiamento.

Resultados: foram dados de 45 pacientes com câncer colorretal ou com grande suspeita clínica e histológica de malignidade, operados no serviço de Proctologia do HCPA. A localização tumoral foi de 71% no cólon esquerdo, sendo 58%

no reto. A maioria dos pacientes apresentava estadiamento Dukes B1, 28%, seguidos de Dukes B2 e C2, ambos com 18%.

Oito pacientes apresentaram adenoma no anatomopatológico definitivo, os outros apresentaram adenocarcinoma. Sessenta e sete por cento apresento diferenciação moderada.

Conclusões: na nossa amostra, houve uma incidência da localização tumoral em cólon esquerdo, e, principalmente, em reto muito maior que na população em geral. Apesar disto, quanto a estadiamento, nossos dados são semelhantes aos da literatura, aonde apenas a minoria dos pacientes, 37%, são operados em estágios iniciais, sendo 36% na nossa amostra.

Portanto, devido ao pior prognóstico dos pacientes em estágios mais avançados, é necessário um incremento no rastreamento e diagnóstico precoce do câncer colorretal.

DEPRESSÃO EM PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA DE RESSECÇÃO DE CARCINOMA COLORRETAL. Alves, L.B., Rosa, A., Moreira, L.F., Contu, P., Rosito, M.A., Guzatto, F.,

Casali, F.C. Serviço de Proctologia/HCPA.

Fundamentação: a depressão é uma doença comum na população. Pacientes com neoplasias apresentam sintomas de

medo, ansiedade e depressão. O câncer colorretal é a segunda neoplasia mais comum e a segunda causa de morte por neoplasia.

Vários trabalhos na literatura têm relacionado o câncer colorretal com sintomas depressivos. Há relatos de depressão em 21%

dos pacientes com câncer gastrointestinal.

Objetivos: avaliar a freqüência de depressão em pacientes com neoplasia colorretal, no serviço de Proctologia do Hospital de Clínicas Porto Alegre (HCPA).

Casuística: aplicação de um questionário, o Inventário Internacional de Beck, para rastreamento de depressão em pacientes com neoplasia colorretal, internados no HCPA, na equipe de Proctologia, no dia anterior ao da cirurgia. O ponto de corte utilizado para depressão foi de 18 ou mais no questionário.

Resultados: foram analisados dados de 45 pacientes, no período de setembro de 2001 a agosto de 2003, vinte e quatro mulheres e 21 homens. A depressão foi encontrada em 37%

dos pacientes avaliados. Quanto à distribuição entre os sexos, as mulheres apresentaram 48% de depressão e 25% dos homens estavam deprimidos, OR: 1,9 (95% IC: 0,8-4,5).

Conclusões: há uma alta freqüência de depressão entre os indivíduos com neoplasia colorretal, na amostra estudada. Houve uma tendência a uma incidência maior de depressão entre as mulheres, no entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa. São necessários mais estudos para avaliar o significado clínico da alta incidência de depressão entre os pacientes com câncer colorretal e para avaliar se as mulheres com câncer colorretal realmente apresentam mais depressão do que os homens com a mesma neoplasia.

PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE CARCINOMA COLORRETAL NO SERVIÇO DE PROCTOLOGIA DO HCPA. Alves, L.B., Rosa, A., Moreira, L.F.,

Contu, P., Rosito, M.A., Guzatto, F., Casali, F.C. Serviço de Proctologia/HCPA.

Fundamentação: o câncer colorretal é a segunda neoplasia mais comum e a segunda causa de morte por neoplasia, no mundo ocidental. Corresponde a 10% das neoplasias em homens e 11%

das neoplasias em mulheres. Em geral, o câncer colorretal ocorre em pessoas com 50 anos ou mais, com seu pico de incidência atingindo a sétima década. Possíveis fatores de risco são tabagismo, obesidade, inatividade física, dieta rica em gordura ou pobre em fibras, consumo de álcool e baixa ingesta de frutas e verduras.

Objetivos: determinar o perfil dos pacientes que são submetidos a cirurgia para ressecção de câncer colorretal no serviço de Proctologia do Hospital de Clínicas Porto Alegre (HCPA).

Casuística: preenchimento de um protocolo com informações quanto a sexo, idade, escolaridade, estado civil, comorbidades, perda de peso e tratamento neoadjuvante, de pacientes que internaram no HCPA, na equipe de Proctologia, para realizar cirurgia de câncer colorretal.

Resultados: foram analisados dados de 45 pacientes, no período de setembro de 2001 a agosto de 2003, vinte e quatro mulheres e 21 homens. A maioria eram casados, 67%, e com 1° grau incompleto. Apenas 3 pacientes com menos que 40 anos, sendo 56% dos pacientes com 60 anos ou mais. Vinte e quatro por cento dos pacientes eram diabéticos e 11% obesos.

Apresentavam-se anêmicos 60% dos pacientes, e 76% com história de emagrecimento. Dois pacientes receberam tratamento neoadjuvante.

Conclusões: as características destes pacientes são semelhantes aos da população quanto a distribuição entre os sexos e idade de maior incidência. A maioria apresentou emagrecimento e anemia, o que é freqüente no câncer colorretal.

Apesar do pequeno número de indivíduos da nossa amostra, esta apresenta características representativas da população dos pacientes com neoplasia colorretal.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AO POLITRAUMATIZADO GRAVE: EXPERIÊNCIAS E EQUÍVOCOS. Dubin Wainberg, V., Silveira, F.B.F., Saltz, H. Faculdade de Medicina da ULBRA/

RS. Outro.

Introdução: um adequado sistema de atendimento médico pré-hospitalar (APH) pode diminuir consideravelmente as mortes e as seqüelas provocadas pelo trauma. No modelo ideal, há uma sala de regulação médica, da qual o médico plantonista gerencia todos os recursos disponíveis para o APH. Uma equipe de telefonistas e o próprio médico recebem telefonemas da população e das autoridades públicas informando dos eventos que necessitam de APH. Infelizmente, por uma série de razões, as informações recebidas na sala de regulação são, em geral, diversas do real cenário do acidente. Tão equivocada prática leva, em último plano, a gastos financeiros desnecessários e a excessivo desgaste humano.

Objetivos: enfatizar a importância que a adequada prestação de informações à sala de regulação tem no sucesso do atendimento pré-hospitalar, revisar a literatura médica e relatar um caso.

Metodologia: metanálise retrospectiva e relato de caso clínico.

Relato do caso: às 4h, é feito contato, via rádio, pela Brigada Militar, com a sala de regulação do SAMU. O policial informa que, em frente ao aeroporto de Porto Alegre, houve acidente automobilístico, com explosão e capotagem, estando a única vítima presa às ferragens, com queimaduras importantes e consciente. Imediatamente, é deslocada uma equipe em UTI móvel para o local. No conturbado cenário do acidente, às 4h15min, apesar da presença maciça de policiais, bombeiros, fiscais de trânsito, populares e de imprensa, o que a equipe encontrou foi bastante diverso do informado pelo policial: a vítima não estava presa às ferragens e fora retirada do automóvel antes

da explosão, por populares. Apesar da capotagem, o paciente não apresentava lesões ameaçadoras da vida, nem instabilidade hemodinâmica, evidenciando-se apenas fratura exposta em membro inferior direito e ferimento corto-contuso em região frontal, com sangramento moderado. Após atendimento e imobilização, é transportado para a Sala de Politraumatizados do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre, onde chega às 4h 45min. Submetido a novas avaliações clínicas, estudos radiológicos de tórax, bacia, coluna cervical e MID e a tomografia de crânio, é apenas confirmada a fratura exposta de tíbia, Gustilo 2. Após sutura da lesão em face, é encaminhado para tratamento cirúrgico da fratura.

Conclusão: a fim de racionalizar a utilização dos recursos humanos e materiais do sistema de APH, é necessário um melhor esclarecimento dos órgãos públicos e da população em geral no sentido de orientá-los a serem criteriosos no contato com a sala de regulação. Para tanto, é necessário um programa permanente de treinamento de policiais, bombeiros, fiscais de trânsito e população em geral, além de apoio dos órgãos de comunicação.

SARCOMA DE KAPOSI EM PACIENTE TRANSPLANTADO HEPÁTICO. Puricelli, E., Franco, F., Cherubini, K., Barra, M.

Serviço de Odontologia Hospitalar e Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial – Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto

Alegre-CHSC. Outro.

O Sarcoma de Kaposi (SK) é uma neoplasia maligna progressiva, multifocal, com origem nas células endoteliais vasculares. Os sítios anatômicos mais freqüentes são o tronco, os braços, a cabeça e o pescoço, sendo que na boca são o palato duro e a gengiva. A incidência em receptores de transplante de órgãos é de 400 a 500 vezes maior que na população em geral.

A imunossupressão favorece o surgimento das neoplasias, abrangendo cerca de 5% das novas neoplasias neste grupo. O diagnóstico é estabelecido em média entre 9 a 23 meses após o transplante do órgão. A sobrevivência destes pacientes varia de 0 a 6 meses após o diagnóstico do SK. A biópsia é necessária para obter-se o diagnóstico definitivo embora se possa obter um diagnóstico presuntivo através da manifestação e história clínicas. Podem haver lesões clinicamente semelhantes em pacientes imunocomprometidos os quais exibem angiomatose bacilar. Como diagnóstico diferencial deve ser considerado também o granuloma piogênico e o hemangioma. O HSV-8 tem sido implicado na gênese do SK e em outras neoplasias em pacientes imunossuprimidos. Fatores de risco associados ao desenvolvimento desses tumores incluem origem geográfica do paciente, infecção por HSV-8 antes do transplante, e o regime imunossupressor utilizado, embora a importância de cada fator ainda deva ser determinada. Além do tratamento cirúrgico, a radioterapia, a quimioterapia e a redução ou modificação da terapia imunossupressora são utilizadas. Este trabalho tem por

objetivo apresentar um caso de sarcoma de Kaposi em uma paciente do sexo feminino, 42 anos de idade, após três(?) meses da recepção de transplante hepático. O diagnóstico de Sarcoma de Kaposi foi estabelecido a partir das lesões bucais. A realização de endoscopia do trato gastrointestinal indicou a presença de lesões multicêntricas.

LESÃO DE CÉLULAS GIGANTES: CONDUTA DIAGNÓSTICA E RELATO DE CASO CLÍNICO. Rados, P.V., Filho, J.J.C., Danesi,

C.C., Paiva, R.L., Kenner, M.E., Ulbrich, L.M. Unidade CTBMF-HCPA/Pós-Graduação Odontologia FO-UFRGS.

HCPA/UFRGS.

A lesão de células gigantes dos maxilares foi considerada inicialmente uma neoplasia, até Jaffe sugerir ser uma lesão inflamatória reparativa, distinguindo-a do tumor de células gigantes dos ossos longos. A sua etiologia é desconhecida, ocorrendo em jovens com predileção pelo sexo feminino. Pode ter uma localização central ou periférica, podendo ser, ainda, uma manifestação do hiperparatireoidismo. A lesão periférica ocorre principalmente em gengiva, sendo mais freqüente que a variante central, não podendo ser distinguida clinicamente de lesões hiperplásicas granulomatosas ou fibromatosas. Em alguns casos, o envolvimento ósseo está presente.

Radiograficamente, pode haver ou não evidência de reabsorção óssea subjacente. Em áreas desdentadas, pode apresentar erosão superficial do osso. A recorrência é rara, sendo o tratamento de eleição a excisão cirúrgica e a remoção de fatores irritantes locais. Histologicamente, seu elemento básico é o tecido de granulação hiperplásico, com numerosas células gigantes multinucleadas, infiltrado inflamatório e presença de numerosos capilares, especialmente na periferia da lesão.

Ocasionalmente, podem ser encontradas ilhas de osso metaplásico. Apesar de ser rara a lesão de células gigantes como uma manifestação do hiperparatireoidismo, a investigação sérica do cálcio, fósforo, PTH e fosfatase alcalina faz-se necessária. O presente trabalho tem como objetivo expor o diagnóstico e conduta adequada para o tratamento de um caso de lesão periférica de células gigantes.

PATOLOGIAS FREQÜENTES DO INTESTINO DELGADO – REVISÃO. Fachinelli, A., Bortolozo, F., Gonçalves, G.A.,

Fachinelli, F.A. Cirurgia. Outro.

As doenças do intestino delgado são patologias freqüentemente cirúrgicas. Nesse contexto, o objetivo dessa pesquisa é revisar tópicos de diagnóstico e exames subsidiários, fatores de predisponência e risco, diagnóstico diferencial e tratamentos atualizados para as doenças do intestino delgado. Serão abordadas as seguintes patologias: doença de Crohn, gastroenterite aguda, diverticulite de

Meckel, má absorção e neoplasias benignas, malignas e metastáticas, do intestino delgado.

APLICAÇÃO DE SOLUÇÃO DE CARNOY NO TRATAMENTO DOS CERATOCISTOS ODONTOGÊNICOS. Lopes, R.R.,

Schneider, L.E., Gonzales, P.H. Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de

Odontologia/ULBRA. Outro.

Fundamentação: o ceratocisto odontogênico é uma lesão cística dos maxilares muito bem descrita na literatura, conforme SHAFER et al. 1987 (Tratado de patologia bucal. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987. 837p.) e EL-HAJJ &

ANNEROTH 1996 (Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 1996;25:124- 129), apresentando um elevado índice de recidiva após tratamento cirúrgico, segundo REZENDE et al. 1991 (Revista Brasileira de Odontologia 1991; XLVIII: 14-19). Este índice varia entre 14% e 62% conforme VEDTOFTE e PRAETORIUS 1979 (Int. J. Oral Surg. 1979;8:412-420). NEVILLE et al. 1995 (Color Atlas of clinical Oral Pathology. 3 ed. London: Lea Febiger - Philadelphia, 1995), descrevem entre outras causas de recidiva, o fato de que após a sua remoção cirúrgica possam permanecer fragmentos de epitélio ou cistos satélites na cavidade, além da existência no osso adjacente à lesão primária, de remanescentes da lâmina dentária. Várias técnicas cirúrgicas, bem como a aplicação de substâncias cauterizantes após excisão cirúrgica deste cisto têm sido estudadas, citando-se dentre elas a aplicação de Solução de Carnoy.

Objetivos: o objetivo deste trabalho é através de revisão de literatura e apresentação de casos clínicos, discutir aspectos relacionados ao protocolo de aplicação de Solução de Carnoy no tratamento cirúrgico dos ceratocistos, bem como os resultados obtidos relatados na literatura.

Casuística: este trabalho baseia-se em revisão de literatura acompanhada de observação de resultados clínicos obtidos através da técnica de aplicação de Solução de Carnoy descrita.

Para tanto, procedeu-se a um medline (pesquisa em banco de dados da área da saúde), utilizando-se as palavras-chave:

ceratocisto e Solução de Carnoy, desde o ano de 1966; associado ao controle pós-operatório de pacientes com ceratocistos tratados por enucleação mais aplicação de Solução de Carnoy.

Resultados: STOELINGA 2001 (Int. J. Oral Maxillofac. Surg.

2001;30:14-25), propõe em seu trabalho um protocolo para a tratamento dos ceratocistos, com exceção dos localizados na maxila: excisão da mucosa oral em contato com o cisto, seguida por enucleação cística, sendo o defeito tratado então com Solução de Carnoy em um grupo de pacientes e, outro grupo, tratado apenas com enucleação. A recorrência aconteceu naqueles tratados apenas com enucleação (9 recorrências), num total de 82 casos operados. STOELINGA E BRONKHORST 1988, (J. Craniomaxillofacial Surg. 1988;16:184-195), comparando

enucleação, com enucleação associada à Solução de Carnoy, não observaram nenhuma recorrência em 20 ceratocistos onde se aplicou Solução de Carnoy, controlados por um período de 4 anos. VORMIST et al. 1981 (J. Maxillofac. Surg. 1981;9:228- 236), também encontraram 1 recidiva em 40 ceratocistos onde se aplicou Solução de Carnoy, num período de acompanhamento pós-operatório de 10 anos.

Conclusões: concluiu-se que embora hajam variações no tamanho das lesões, tipo de intervenção cirúrgica utilizada e técnicas para aplicação de solução de Carnoy, que há uma diminuição do índice de recidiva nos casos tratados com enucleação seguida da aplicação desta Solução em comparação com os tratados com outras substâncias (como a crioterapia ou a eletro-cauterização), ou outras técnicas cirúrgicas. Não foram encontrados estudos avaliando as alterações histológicas provocadas pela Solução de Carnoy nos tecidos gengival e ósseo, bem como a sua profundidade de penetração, sendo que os estudos avaliados eram em sua maioria clínicos, baseados na observação de ocorrência ou não de recidiva da lesão.

CIRURGIA DO TRAUMA E EMERGÊNCIA NOS CURRÍCULOS DE GRADUAÇÃO MÉDICA EM PORTO ALEGRE. Dubin Wainberg, V., Quinto, G. Faculdade de Medicina da ULBRA-

RS. Outro.

Introdução: o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre (HPS) é um hospital geral público que presta atendimento de urgência e de emergência à população gaúcha. Possui plantão permanente em diversas especialidades clinicas e cirúrgicas, sendo uma das poucas instituições na região que possui estrutura para o atender a politraumatizados graves e a contar com setor de atendimento pré- hospitalar: o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Há décadas serve como local de treinamento para estudantes da área da saúde, já sendo tradicional o internato pelo qual os acadêmicos de Medicina passam, conforme acordo firmado entre o hospital e as faculdades de Medicina da Grande Porto Alegre.

Objetivos: enfatizar a importância de um internato em Medicina de Emergência (ME) na graduação médica, utilizando o exemplo do HPS e revisando a literatura médica sobre o assunto.

Metodologia: metanálise retrospectiva e relato de caso.

Resultados: o internato no HPS: acadêmicos das faculdades de Medicina da Grande Porto Alegre recebem, durante o 8º semestre de graduação, treinamento teórico em ME para, no semestre seguinte, estagiarem em rodízio nos diversos setores do HPS. O estágio é feito sob regime de plantões de 12 horas, alternados entre diurnos e noturnos, ocorrendo de 6 em 6 dias, nos seguintes setores: sala de sutura, equipes cirúrgicas, sala de clínica, sala de politraumatizados, traumatologia e SAMU.

Revisão de literatura: Johnson et al comparou, em 2002, o desempenho frente aos pacientes de acadêmicos que estagiam em ME com os que estagiam em serviço de Medicina Interna.

Concluiu que o primeiro grupo se mostra mais hábil que o segundo nas condutas iniciais, em fazer diagnósticos, tomar decisões e na realização de procedimentos.

DeLahunta EA et al, em 1998, reafirmou a importância dos estágios em Emergência no desenvolvimento de experiência clínica e de capacitação para realizar procedimentos.

Conclusões: o internato em Medicina de Emergência é de extrema importância para os estudantes a medida que proporciona treinamento prático em procedimentos diversos, vivência em atendimento a politraumatismos, além de estimular o espírito crítico de quem está em formação universitária e entra em contato com a árdua realidade das classes sociais desfavorecidas e com práticas médicas que nem sempre seguem protocolos oficiais. Em suma, o internato em Emergência oferece muitos beneficios quando parte dos currículos das faculdades de Medicina.

No documento Funda o onom stico (páginas 39-43)