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CIRURGIA PLÁSTICA E RESTAURADORA

No documento Funda o onom stico (páginas 52-55)

Introdução: os tumores mediastinais na criança compreendem um grupo heterogêneo de lesões com origem embrionária distinta. Podem apresentar-se desde cistos benignos a lesões malignas. A cirurgia compreende parte importante no manejo diagnóstico e/ou tratamtento da maioria destas lesões.

O objetivo deste estudo é relatar nossa experiência com tumores de mediastino em crianças e adolescentes, a fim de determinar o diagnóstico, tipo de abordagem, procedimento cirúrgico realizado e seguimento.

Material e métodos: análise retrospectiva de vinte crianças com tumores de mediastino, no periodo de julho de 1996 a julho de 2002 no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Todos pacientes realizaram algum procedimento cirúrgico, seja diagnóstico, terapêutico ou ambos.

Resultados: doze meninos e oito meninas foram estudadas.

A idade média no momento do diagnóstico foi de 6 anos e 8 meses. Quatorze tumores (70%) ocorreram no mediastino anterior; 6 tumores (30%) ocorreram no posterior. Dos anteriores, os mais comuns foram os linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin; dos posteriores, o mais observado foi o neuroblastoma. Nos tumores anteriores, a abordagem cirúrgica mais comum foi a toracotomia anterior de Chamberlain; nos posteriores, a toracotomia posterolateral. No período de seguimento ocorreram 6 óbitos, todas sem nenhuma relação com o procedimento cirúrgico.

Conclusão: os tumores mediastinais ocorrem em crianças e são responsáveis por morbi-mortalidade. A cirurgia tem papel importante, na remoção completa e na realização de biópsia para diagnóstico. Nos tumores neurogêncicos do mediastino posterior, a cirurgia tem papel fundamental no tratamento e ressecção destas lesões; nas lesões do mediastino anterior suspeitas de linfoma, a cirurgia tem importância para o diagnóstico, já que é o tratamento preconizado destas lesões é quimioterapia e/ou radioterapia.

ENDOSCOPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA. Komlos, M., Fraga, J.C., Cabral, R., Takamatu, E.E., Camargo, L.G., Contelli, F.H.A. Setor de Cirurgia Torácica Infantil - Serviço de

Cirurgia Pediátrica/HCPA/UFRGS.

Introdução: o diagnóstico preciso de qualquer anormalidade da via aérea ainda necessita de uma visualização direta da anatomia e dinâmica das estruturas respiratórias. A utilidade da endoscopia respiratória na criança é indiscutível, e seu aperfeiçoamento no passar dos anos nos permite estabelecer diagnóstico e, algumas vezes, tratamento de anormalidades da via aérea.

Materiais e métodos: estudo retrospectivo, com revisão de 254 exames endoscópicos realizados em 156 pacientes entre 0 a 16 anos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), no período entre fevereiro de 1995 a dezembro de 2001.

Resultados: foram realizados 254 exames endoscópicos em 156 crianças. Estridor foi a principal indicação de endoscopia, seguido por entubação prolongada e corpo estranho.

Laringomalácia e edema glótico foram os diagnósticos mais freqüentes na laringe, acometendo 30,7% e 12,8% dos pacientes, respectivamente. Na região traqueobrônquica, corpo estranho (11,5%) e Traqueomalacia (7,6%) foram os diagnósticos mais comuns. Vinte por cento dos pacientes não apresentavam nenhuma anormalidade em via aérea. Três pacientes apresentaram complicações leves: dois com edema subglótico e outro bradicardia.

Conclusão: a endoscopia respiratória rígida ou flexível na criança permite o diagnóstico e tratamento de diversas patologias da via aérea, sejam elas congênitas ou adquiridas. Realizada por equipe treinada, e em pacientes devidamente selecionados, mostrou-se segura e isenta de complicações graves.

CIRURGIA PLÁSTICA E

cirúrgico, e uma redução dos custos hospitalares nos pacientes tratados com OHB quando comparados ao grupo controle. O protocolo recomendado para o tratamento das queimaduras é de três sessões nas primeiras 24 horas após o trauma, seguidas por duas aplicações diárias, sendo cada sessão de 90 minutos com duas ATM.

Conclusões: há evidências que apontam a OHB como benéfica no tratamento complementar de pacientes queimados.

Entretanto, são necessários estudos adicionais para consagrar a OHB no tratamento das queimaduras.

FENÔMENO ISOMÓRFICO DE KOEBNER: RELATO DE CASO.

Pinto, R.D.A., Chem, R.C., Collares, M.V.M., Waizman, G.D.P., Portinho, C.P., Souza, R.M., Simon, T.K., Miotto, G.C.

Serviço de Cirurgia Plástica/HCPA.

Fundamentação: o Fenômeno de Koebner é a reprodução de lesões de uma determinada doença no local de um agente traumatizante ou como resultado de uma intervenção cirúrgica.

Está classicamente associado à psoríase, mas também pode ser observado associado a outras patologias como vitiligo, líquen plano, verrugas e outras.

Objetivo: relatar e alertar sobre a apresentação de um fenômeno raro, que foi observado no nosso Serviço por ocasião do tratamento cirúrgico de uma paciente.

Casuística e métodos: relato de caso e da literatura internacional pelo MEDLINE®.

Resultados: paciente de 30 anos, sexo feminino, hígida, com história prévia de vitiligo em face e membros superior e inferior, com adequado controle clínico. Não apresentava história do fenômeno isomórfico de Koebner em traumatismos ou cirurgias prévias.

Apresentava ptose e hipotrofia mamária e cicatriz mediana infra- umbilical. Foi submetida à colocação de prótese mamária pelo sulco sub-mamário e ressecção da cicatriz. Apresentou o fenômeno 2 meses após a cirurgia nos locais das incisões, no seio e nas axilas em regiões próximas ao descolamento.

Conclusões: devemos alertar os pacientes sobre a possibilidade de ocorrência de tal fenômeno que pode aparecer em nossa rotina diária somando-se as possíveis complicações comumente conhecidas para qualquer procedimento cirúrgico.

Isto permite que um melhor manejo e a orientação dos pacientes.

SARCOMA DE PARÓTIDA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA. Collares, M.V.M., Pinto, R.D.A., Chem, R.C., Waizman, G.D.P., Kuhl, G., Portinho, C.P., Souza,

R.M., Costa, L.A.L. Serviço de Cirurgia Plástica/HCPA e Departamento de Cirurgia/FAMED/UFRGS/HCPA.

Fundamentação:os sarcomas de parótida são tumores raros.

Eles representam cerca de 6% de todas as neoplasias abaixo

dos 15 anos e 3 a 5% dos tumores de glândulas salivares. A disseminação pode ser hematogênica ou linfonodal, dependendo do tipo histológico. O tratamento estabelecido para os sarcomas de baixo grau é a ressecção cirúrgica. Os tratamentos adjuvantes não parecem ter resultado satisfatório. A sobrevida destes tumores é de 60-70% em 5 anos. A graduação histológica é o critério prognóstico mais importante. As metástases pulmonares são o local mais comum de disseminação sistêmica.

Objetivos: sescrever a conduta terapêutica tendo em vista a apresentação deste tumor.

Casuística e métodos: revisão de prontuário e da literatura internacional pelo MEDLINE®.

Resultados: os autores relatam o caso de uma paciente de 2 anos, negra, encaminhada pela Equipe de Oncologia Pediátrica do HCPA para avaliação de uma massa em região de parótida esquerda. A avaliação inicial com ultra-sonografia sugeriu hemangioma de parótida e a conduta foi conservadora. No entanto, houve crescimento progressivo em 3-4 meses antes da cirurgia, com aparecimento de outra lesão no canto esquerdo da boca. Ao exame físico, constatou-se que se tratava de uma única lesão com extensão locorregional. Realizou-se biópsia incisional, com diagnóstico anátomo-patológico (AP) de sarcoma indiferenciado de baixo grau. A paciente foi estadiada, apresentando apenas doença localizada. Como não há nenhum protocolo bem estabelecido quanto a tratamentos neoadjuvantes ou adjuvantes para este tipo de sarcoma, optou-se por um esquema quimioterápico (vincristina, doxorrubicina, cisplatina) visando citorredução pré-operatória. Houve diminuição da massa tumoral. Após, a paciente foi submetida à cirurgia de ressecção tumoral. Ao início do procedimento, confirmou-se que a massa na região parotídea tinha extensão através do ducto de Stensen, tendo destruído-o completamente e formado a outra massa do canto da boca. Foi realizada uma ressecção em bloco da massa e margens macroscópicas, que foram ampliadas conforme avaliação transoperatória de congelação. Os retalhos cutâneos puderam ser preservados, prescindindo de novo tempo de reconstrução com retalhos locais ou livres. A paciente teve boa evolução pós-operatória. Recebeu alta hospitalar no 7° pós- operatório, sem complicações. Os APs definitivos apresentaram margens livres. A paciente será submetida a novos ciclos de quimioterapia por um ano.

Conclusões: a ressecção agressiva é necessária ao tratamento dos sarcomas. Tais procedimentos costumam ser bastante desfigurantes na área de cabeça e pescoço, necessitando, muitas vezes de vários tempos de reconstrução posteriormente. O conhecimento anatômico detalhado é necessário, visando a conhecer as rotas locorregionais de disseminação do tumor.

ROTINAS DO SERVIÇO DE CIRURGIA PLÁSTICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE EM

RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA. Pinto, R.D.A., Chem, R.C., Collares, M.V.M., Waizman, G.D.P., Portinho, C.P., Souza, R.M., Costa, L.A.L. Serviço de Cirurgia Plástica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Departamento de Cirurgia/FAMED/

UFRGS/HCPA.

Fundamentação: as mamas são órgãos de múltiplas funções, entre as que se encontram a amamentação, a sensibilidade erógena, o importante papel na estética feminina e representam um dos símbolos da feminilidade. A apresentação de doenças nas mamas, cria um problema tanto do ponto de vista clínico como estético. O conjunto doença-deformidade e a procura de melhores resultados levaram os cirurgiões a elaborar alternativas técnicas capazes de conseguir a reabilitação física, estética e emocional das pacientes. A reconstrução tem como objetivo recriar uma mama de aspecto natural, incluindo a elaboração da aréola e do mamilo se assim a paciente o desejar, eliminar a necessidade de carregar com uma prótese externa de enchimento e preencher a deformidade da região torácica, melhorando o aspecto e a qualidade de vida.

Objetivos: apresentar a rotina do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) no manejo e tratamento da reconstrução mamária.

Casuística e métodos: apresentamos uma série de casos, com as diferentes técnicas aplicadas em conjunto com a Equipe de Mastologia. Descrevemos a utilização de implantes com e sem expansão cutânea, a utilização de técnicas que aproveitam tecidos próprios na criação de uma mama mais natural como os retalhos de músculo grande dorsal e reto abdominal.

Resultados: discutimos as vantagens e desvantagens de cada método.

Conclusões: o treinamento em reconstrução mamária é fundamental na formação do cirurgião plástico. O conhecimento e aplicação das distintas técnicas, bem como trabalho em conjunto com a Equipe de Mastologia, permitem chegar a resultados que aprimoram a reabilitação das pacientes em todos os sentidos.

QUEILITE ASSOCIADA À SÍNDROME DE MELKERSSON ROSENTHAL. Collares, M.V.M., Pinto, R.D.A., Chem, R.C.,

Waizman, G.D.P., Portinho, C.P., Souza, R.M., Alves, L.B.

Serviço de Cirurgia Plástica/HCPA.

Fundamentação: a Síndrome de Melkersson Rosenthal é uma patologia rara caracterizada por uma tríade clássica constituída por edema facial crônico recidivante (predominantemente labial), língua fissurada e paralisia facial. Somente 10 a 25% dos pacientes apresentam a tríade clássica. Vários tratamentos têm sido propostos pela literatura, predominantemente com o uso de drogas (tópico, intralesional e sistêmico).

Objetivo: mostrar a importância desta síndrome como uma causa no diagnóstico de edema labial e apresentar o resultado

terapêutico da associação de corticóide intralesional com tratamento cirúrgico.

Casuística e métodos: os autores relatam o caso de um paciente de 35 anos, branco, que apresentava quadro de edema labial superior indolor recidivante há cerca de 8 anos. Na história patológica pregressa, destacava-se o fato de ter apresentado paralisia facial aos 16 anos de idade com resolução completa com fisioterapia. No exame físico, além do edema labial endurecido e indolor à palpação, observou-se uma língua fissurada.

Resultados: o paciente foi submetido à biópsia de lábio que evidenciou infiltrado inflamatório crônico sugestivo de queilite não-específica. Foi iniciado tratamento com triancinolona intralesional, três sessões, com pouca melhoria. Foi indicada então o tratamento cirúrgico (ressecção de mucosa labial e porção de músculo orbicular que estava edemaciado), obtendo- se um ótimo resultado. O anatomopatológico da lesão evidenciou infiltrado inflamatório crônico sugestivo de queilite não-específica.

O paciente foi submetido posteriormente a duas novas sessões de corticoterapia intralesional, para manutenção dos resultados.

Conclusões: o uso da associação de corticóide intralesional em pré e pós-operatório com tratamento cirúrgico (queiloplastia) possibilita um resultado estético satisfatório nos casos de queilite associada à síndrome de Melkersson Rosenthal.

REPARAÇÃO DE ÁREA CRUENTA EXTENSA EM REGIÃO CÉRVICO-TORÁCICA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA. Chem, R.C., Pinto, R.D.A., Collares, M.V.M.,

Chem, E.M., Portinho, C.P., Souza, R.M., Ricardi, L.D.R.

Unidade de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Microcirurgia/

Serviço de Cirurgia Plástica/ HCPA e Departamento de Cirurgia/FAMED/UFRGS/HCPA.

Fundamentação: a mediastinite é uma complicação incomum dos abscessos cervicais, mas que tem morbimortalidade importante. Pode haver comprometimento pericárdico, pleural e da própria parede torácica, na forma de fascíte necrosante.

Os expansores teciduais foram descritos e utilizados por Charles Neumann em 1957 e revolucionaram o tratamento de grandes cicatrizes. Eles permitem uma adequação de cor, textura e distribuição pilosa. O defeito na área doadora e as complicações são mínimos.

Objetivos: relatar o caso de uma paciente de 16 anos que teve abscesso cervical, com evolução para mediastinite descendente necrosante com importante perda tecidual em região cérvico-torácica. Descrever o tratamento utilizado para reconstrução da perda tecidual em região cérvico-torácica.

Casuística e métodos: a área cruenta em região cérvico- torácica secundária a mediastinite descendente necrosante foi submetida a enxertia de pele e, posteriormente, submetida à cobertura com retalhos fasciocutâneos locais pré-expandidos

(através do uso de expansores teciduais). Foram realizadas, também, três cirurgias para ressecção parcelada de cicatrizes.

Resultados: a paciente obteve melhora parcial, mas significativa das cicatrizes.

Conclusões: o uso de expansores para reconstrução de regiões extensas em região cérvico-torácica é uma técnica que permite bons resultados, desde que haja planejamento minucioso e seleção adequada do paciente.

QUERUBISMO: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA. Collares, M.V.M., Pinto, R.D.A., Chem, R.C., Waizman, G.D.P., Portinho, C.P., Souza, R.M., Alves, L.B.,

Ricardi, L.R.D. Serviço de Cirurgia Plástica/HCPA.

Fundamentação: o querubismo é uma forma rara de displasia fibrosa benigna que afeta predominantemente a mandíbula, caracterizada pela substituição do osso normal (cortical e medular) por uma proliferação anormal de tecido fibroso desorganizado.

Objetivo: relatar um caso de querubismo manifestado em uma criança com marcada história familiar presente em três gerações consecutivas.

Casuística e métodos: revisão de prontuário e da literatura internacional pelo MEDLINE®.

Resultados: uma menina de 10 anos apresentou-se com uma tumoração em face com 7 anos de evolução, indolor. A tomografia computadorizada de crânio e ossos da face demonstrou expansão volumétrica de mandíbula e maxila por lesões insufladas com densidade de partes moles, com várias áreas de solução de continuidade cortical. Não apresentava dificuldade alimentar, de fala e higiene oral. Apresentava importante deformidade estética, porém sem comprometimento psicológico secundário. A avaliação clínico-radiológica estabeleceu o diagnóstico de querubismo. Por tratar-se de uma patologia que apresenta uma história natural de regressão espontânea na adolescência, e pelo fato de o caso descrito não apresentar comprometimento importante de funções vitais ou aspectos psicológicos, optou-se pela conduta expectante, mantendo-se acompanhamento ambulatorial periódico.

Conclusões: devido à história natural da doença, o tratamento conservador parece ser a melhor opção nos casos sem comprometimento funcional ou psicológico severos, pois evita os riscos cirúrgicos possibilitando um resultado estético adequado.

No documento Funda o onom stico (páginas 52-55)