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Perfil das atitudes de formandos em enfermagem frente aos transtornos mentais no Brasil, Chile e Peru.

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Academic year: 2017

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PERFI L DAS ATI TUDES DE FORMANDOS EM ENFERMAGEM FRENTE

AOS TRANSTORNOS MENTAI S NO BRASI L, CHI LE E PERU

Luiz Jor ge Pedr ão1 Sueli Apar ecida Fr ar i Galer a1 Mar ia Concepcion Pezo Silv a2 An gelica Cazen av e Gon zalez3 Moacy r Lobo da Cost a Júnior1 Mar ia Conceição Ber nar do de Mello e Souza1 Gr icelda Uceda Sen m ach e4

Pedrão LJ, Galera SAF, Silva MCP, Gonzalez AC, Costa ML Jr, Souza MCBM, et al. Perfil das atitudes de form andos em enfer m agem fr ent e aos t r anst or nos m ent ais no Br asil, Chile e Per u. Rev Lat ino- am Enfer m agem 2005 m aio- j unho; 13( 3) : 339- 43.

Est e est udo t ev e por obj et iv o t r açar um per fil de at it udes de for m andos em enfer m agem fr ent e aos t ranst ornos m ent ais em t rês cult uras diferent es: Brasil, Chile e Peru. Para isso foi ut ilizada a escala de opiniões sobr e a doença m ent al. Os r esult ados m ost r ar am difer enças est at ist icam ent e significant es no nível de 5% nos fat ores aut orit arism o, ideologia de higiene m ent al, rest rição serial e visão m inorit ária, favoráveis aos est udant es br asileir os. No fat or et iologia int er pessoal, os r esult ados for am fav or áv eis aos est udant es per uanos e no fat or et iologia de esf or ço m en t al, f av or áv eis aos ch ilen os. No f at or ben ev olên cia n ão h ou v e ev idên cia est at íst ica q u e af ir m asse d if er en ça. Esses r esu lt ad os p er m it em con clu ir q u e os f or m an d os b r asileir os ap r esen t ar am at i t u d es m ai s p o si t i v as f r en t e ao s t r an st o r n o s m en t ai s, m o st r an d o - se m en o s au t o r i t ár i o s, r est r i t i v o s e discr im inador es que os chilenos e per uanos, por t ant o, com m aior es possibilidades de desenv olv er em condut as m ais t er apêut icas com a pessoa por t ador a dos t r anst or nos r efer idos.

DESCRI TORES: at it ude; enfer m agem psiquiát r ica; t r anst or nos m ent ais

ATTI TUDES OF GRADUATE NURSI NG STUDENTS TOW ARDS

MENTAL DI SORDERS I N BRAZI L, CHI LE AND PERU

This st udy aim ed t o draw a profile of nursing graduat e st udent s’ at t it udes t owards m ent al disorders in t hree different cult ures: Brazil, Chile and Peru. The opinion scale for m ent al disorders was applied. The result s show ed st at ist ically significant differ ences ( 5% ) in t er m s of aut hor it ar ianism , m ent al hy giene ideology , ser ial rest rict ion and m inorit y vision, which were favorable t o Brazilian st udent s. As t o t he fact or int erpersonal et iology, t h e r esu lt s w er e f av or ab le t o Per u v ian s, w h ile t h e r esu lt s f or et iolog y of m en t al st r ain w er e f av or ab le t o Chileans. Ther e w as no st at ist ical ev idence t o confir m any differ ence in t er m s of benev olence. These r esult s r eveal t hat Br azilian st udent s pr esent m or e posit ive at t it udes t ow ar ds m ent al disor der s, as t hey show ed t o be less aut hor it ar ian, r est r ict iv e and discr im inat iv e t han t he Chilean and Per uv ian st udent s. Ther efor e, t hey ar e m or e lik ely t o dev elop a m or e t her apeut ic behav ior t ow ar ds people w it h m ent al disor der s.

DESCRI PTORS: at t it ude; psy chiat r ic nur sing; m ent al disor der s

ACTI TUDES DE ALUMNOS DE ENFERMERÍ A ANTE TRASTORNOS

MENTALES EN BRASI L, CHI LE Y PERÚ

Est e est udio t uvo com o obj et ivo delinear un perfil de act it udes de alum nos en enferm ería ant e t rast ornos m ent ales en t res cult uras diferent es: Brasil, Chile y Perú. Para est o, los aut ores ut ilizaron la escala de opiniones r espect o a la enfer m edad m ent al. Los r esult ados ev idenciar on difer encias est adíst icam ent e significat iv as ( 5% ) en fact or es com o aut or it ar ism o, ideología de higiene m ent al, r est r icción social y v isión m inor it ar ia, fav or ables a los est udiant es brasileños. En el fact or et iología int erpersonal, los result ados fueron favorables a los est udiant es peruanos y, en el fact or et iología de esfuerzo m ent al, a los est udiant es chilenos. En el fact or benevolencia, no fuer on encont r adas difer encias est adíst icam ent e com pr obadas. Est os r esult ados per m it ier on concluir que los alu m n os br asileñ os pr esen t ar on act it u des m ás posit iv as an t e los t r ast or n os m en t ales, m ost r án dose m en os aut orit arios, rest rict ivos y discrim inadores que los chilenos y peruanos y, por lo t ant o, con m ayores posibilidades de desar r ollar conduct as m ás t er apéut icas ant e la per sona por t ador a de los m encionados t r ast or nos.

DESCRI PTORES: act it ud; enfer m er ía psiquiát r ica; t r ast or nos m ent ales

1 Professor Dout or da Escola de Enferm agem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ent o da

pesquisa em enferm agem , e- m ail: luj ope@eerp.usp.br; 2 Enferm eira, Mestre em Enferm agem Psiquiátrica, Professor Principal da Faculdad de Enferm ería,

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I NTRODUÇÃO

O

co n t i n e n t e a m e r i ca n o é ext raordinariam ent e diversificado e caract erizado por grandes iniqüidades. Enquant o os países da Am érica do Norte estão entre os m ais ricos, com os m elhores índices de qualidade de v ida, na Am ér ica Lat ina e Cent ral m et ade da população vive em condições de p o b r eza e m u i t o s n ão t êm acesso ao s cu i d ad o s básicos de saúde( 1).

Os p r in cip ais p r ob lem as d e saú d e m en t al p r e v a l e n t e s n e sse s p a íse s i n cl u e m : v i o l ê n ci a , enfraquecim ent o da est r ut ura fam iliar, ansiedade e depressão, efeitos da repressão política e da violação d o s d i r e i t o s h u m a n o s, f r a g m e n t a çã o so ci a l e e n f r a q u e ci m e n t o d o su p o r t e so ci a l , so f r i m e n t o psicossocial em crianças, j ovens e idosos, abuso de álcool e drogas, cronificação das pessoas port adoras d e t r a n st o r n o s m e n t a i s, d o e n ça s d o t r a b a l h o e decorrent es da condição de vida( 2).

A respost a que os países lat ino- am ericanos t êm apresent ado para enfrent ar esses problem as são tradicionais. Enfatizam os serviços psiquiátricos, tendo ai n d a a h o sp i t al i zação e a f ar m aco t er ap i a co m o principais recursos de t rat am ent o. As conseqüências dessa for m a de r esponder aos pr oblem as sociais e de saúde são a inst it ucionalização, a cronificação e a m arginalização do port ador de t ranst orno m ent al( 2).

O cu i d a d o p si q u i á t r i co é , g e r a l m e n t e , oferecido por pessoal pouco qualificado sob a direção d e m é d i co s p si q u i a t r a s. Os e n f e r m e i r o s e st ã o p r e se n t e s e m p e q u e n o n ú m e r o , e sã o i n a d e q u a d a m e n t e e d u ca d o s p a r a o cu i d a d o d e pessoas por t ador as de t r anst or nos psiquiát r icos ou com problem as psicossociais( 2).

Est e cont ext o t orna o est udo de at it udes de f u t u r os en f er m eir os lat in o- am er ican os, f r en t e aos transtornos m entais, particularm ente im portante, pois possibilit a a reflexão sobre t odo o seu aprendizado e m udanças no sent ido de t ornar a prát ica profissional m ais adequada.

O a l u n o d e e n f e r m a g e m p o ssu i f o r t e t e n d ê n ci a a ca r r e g a r co n si g o e st e r e ó t i p o s e p r econ ceit os em r elação à d oen ça m en t al. Esses preconceit os são sem elhant es àqueles da população em g er a l , d escr i t o s co m o p esso a b o b a q u e n ã o raciocina, agressiva, estranha, perigosa, que não sara e que t raz problem as para a fam ília( 3).

Acr edit a- se que, se esses pr econceit os não for em t r abalhados adequadam ent e dur ant e o cur so

d e en f er m ag em , p o d em se t r ad u zi r em at i t u d es negat iv as fr ent e à pessoa por t ador a de t r anst or no m ent al, no m om ent o em que esses alunos est iverem ex er cendo as suas at iv idades pr ofissionais. Assim , co n h e ce n d o o p e r f i l d e a t i t u d e s d o s a l u n o s d e enferm agem frent e aos t ranst ornos m ent ais, quando esses est ão pr ont os par a se inser ir em no m er cado de trabalho, tem - se subsídios para discutir m elhor os pr ogr am as das disciplinas.

OBJETI VOS

- Descrever as atitudes frente aos transtornos m entais d e u m g r u p o d e e st u d a n t e s d o ú l t i m o a n o d e enferm agem em t rês países diferent es: Brasil, Chile e Peru.

- Co m p a r a r o s p e r f i s o b t i d o s p a r a ca d a p a ís, procurando ident ificar diferenças significat ivas ent re os grupos.

METODOLOGI A

Suj eit os e local

Par t icipar am do est udo 154 for m andos dos cursos de enferm agem das seguint es escolas: Escola de Enfer m agem de Ribeir ão Pr et o da Univ er sidade de São Paulo ( EERP- USP) - Brasil ( n= 73) , Faculdad de Enfer m er ia da Univ er sidad Nacional “ Pedr o Ruiz Gallo” - Per u ( n = 4 2 ) e Escu ela de En f er m er ia da Pont ifica Universidad Cat ólica de Chile ( n= 39) .

Colet a de dados

Foi ut ilizado um inst rum ent o para colet a de dados com posto de duas partes. A prim eira, contendo in f or m ações sobr e os su j eit os, e a segu n da, u m a escala de atitudes – “ Opinions about Mental I llness”( 4), t raduzida e validada para o port uguês/ espanhol( 5- 6).

Essa escala será represent ada nest e est udo pelas iniciais ODM ( Opiniões sobre a Doença Mental) , assim denom inada quando t raduzida e validada para o m eio latino. Em sua versão latina, a ODM possui 51 afirm ações do tipo Likert, agrupadas em sete fatores, que for am denom inados e definidos( 5 ) da seguint e f or m a:

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outros pacientes, perm anecendo sob portas trancadas e v i g i l â n ci a . Co n t é m t a n t o o co n ce i t o d a irrecuperabilidade pessoal e social do doent e quant o a idéia de sua periculosidade;

- benevolência - t raduz a visão de que a pessoa em sofrim ent o psíquico, devido à sua infelicidade, deve ser am parado at ravés de um prot ecionism o bondoso e p a t er n a l i st a , co m b a se em cu i d a d o s, a t en çã o pessoal e confort o m at erial;

- ideologia de higiene m ental - representa a idéia de que a pessoa em sofrim ent o psíquico é um a pessoa sem elh an t e às p essoas n or m ais, com d if er en ças q u a n t i t a t i v a s, p o r é m , n ã o q u a l i t a t i v a s. Po d e m desem penhar at ividades especializadas e at é cuidar de cr ianças;

- rest rição social - t raduz o t ranst orno m ent al com o um a espécie de defeit o her edit ár io, com plet am ent e difer en t e de ou t r os t r an st or n os, ou doen ças, cu j o por t ador pode cont am inar a fam ília e a sociedade, d ev en d o, p or t an t o, ser em p r ot eg id as at r av és d a rest rição aos direit os pessoais e sociais do pacient e, m esm o após a hospit alização;

- et iologia int erpessoal - explica o t ranst orno m ent al com o originário de vivências interpessoais, com m aior ênfase para a int eração com figuras parent ais; - etiologia de esforço m ental - reflete a idéia de que o t ranst orno m ent al origina- se do excessivo “ esforço cerebral” por m eio do t rabalho int elect ual exagerado, por pensar dem ais ou por ter pensam entos negativos; - visão m inoritária - traduz o conceito de que a pessoa em sofrim ent o psíquico, por ser m uit o diferent e das pessoas t idas com o n or m ais, pode ser f acilm en t e r e co n h e ci d a e m u m a g r u p a m e n t o h u m a n o , principalm ent e pela sua aparência ext erna.

Pr ocedim en t o

O proj et o foi subm et ido ao Com it ê de Ét ica em Pesquisa Env olv endo Ser es Hum anos da EERP-USP co m a u t o r i za çã o d a s t r ê s e sco l a s p a r a o d e se n v o l v i m e n t o d a p e sq u i sa . Os d a d o s f o r a m colet ad os em sala d e au la, p ar a t od os os alu n os m a t r i cu l a d o s n o ú l t i m o se m e st r e d o cu r so d e enferm agem , que aceit aram part icipar do est udo.

Análise dos Result ados

Os escor es f at or iais br u t os obt idos com a ap licação d a ODM( 7 ) f or am t r an sf or m ad os p ar a o sist em a St ean , qu e pr opor cion a u m a com par ação

Contato/ Especialidade Brasil Chile Peru

Enfermagem Psiquiátrica

e Saúde Mental 19 (26,38% ) 2 (5,40% ) 11 (26,19% )

Enfermagem Médica 12 (15,58% ) 9 (23,68% ) 5 (11,90% )

Enfermagem Cirúrgica 18 (23,37% ) 9 (23,68% ) 20 (47,61% )

Enfermagem Psiquiátrica

e Saúde Mental 8 (10,38% ) 4 (10,52% ) 8 (19,04% )

Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública

39 (50,64% ) 16 (42,10% ) 8 (19,04% )

padrão ent re os fat ores com variação ent re 1 e 10, m édia de 5,5 e um desvio padrão igual a 0,5( 8). Os p r oced im en t os p ar a con t ag em d os p on t os e su as vant agens são relat ados na lit erat ura( 5- 6,9).

Transfor m ados para o sist em a St en, esses escores foram agrupados, separadam ent e para cada país, nos sete fatores da ODM, trabalhando- se, dessa f o r m a , co m o s e sco r e s co m p o st o s m é d i o s, com par at iv am ent e, at r av és da análise de v ar iância ( ANOVA) , para cada fat or e os respect ivos países.

RESULTADOS

O núm er o t ot al de alunos par t icipant es no estudo foi de 154, sendo 73 do Brasil, 39 do Chile e 42 do Peru. A idade m édia dos estudantes foi de 23,74 anos. Ent re os est udant es brasileiros a idade m édia foi de 23,87 anos, entre os chilenos de 22,94 anos e ent re os peruanos de 24,21 anos.

O se x o f e m i n i n o t e v e p r e d o m i n â n ci a a b so l u t a , r e p r e se n t a n d o 9 6 , 6 8 % d a p o p u l a çã o estudada e o estado civil solteiro representou 87,41% dos suj eit os do est udo.

D o s a l u n o s b r a si l e i r o s p a r t i ci p a n t e s, 1 9 t i v e r a m co n t a t o co m p e sq u i sa d o r d a á r e a d e enfer m agem psiquiát r ica e de saúde m ent al. Ent r e os chilenos, 2 t iveram esse cont at o e, dos peruanos, 1 1 f o r a m o s q u e d e se n v o l v e r a m e sse t i p o d e atividade. Quanto à área de preferência para atuarem profissionalm ent e, os fut uros enferm eiros brasileiros, ch ilen os e p er u an os escolh er am r esp ect iv am en t e ( n ú m e r o d e a l u n o s n e st a o r d e m ) : e n f e r m a g e m m édica ( 19; 9; 5) , enferm agem cirúrgica ( 18; 9; 20) , enferm agem psiquiátrica e de saúde m ental ( 8; 4; 8) e enferm agem m at erno- infant il e saúde pública ( 39; 16; 8) , dados esses represent ados na Tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição dos estudantes, em núm ero e por cent agem , segundo o país e a especialidade de e n f e r m a g e m e sco l h i d a co m o p r e f e r ê n ci a p a r a t r abalhar

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O perfil das at it udes dos alunos brasileiros, chilenos e peruanos para os set e fat ores da ODM é representado na Tabela 2 ( escores m édios) e na Figura

1, estando representado o núm ero de alunos no eixo das ordenadas e os respect ivos escores St en no eixo das abscissas.

Tabela 2 - Represent ação nos set e fat ores da ODM dos escores St en ( m édios) , obt idos pelos est udant es do Brasil, Chile e Peru, desvio padrão e nível de significância descrit ivo para cada fat or

Brasil - n= 73 Chile – n= 39 Peru – n= 42

Fat ores

µ desv. padrão µ desv . padrão µ desv . padrão

ρ

descr it iv o ( % )

Autorit arism o 5,753 1,730 6,333 1,475 6,500 1,729 2,2

Benevolência 5,589 1,311 4,846 1,565 5,286 1,729 5,5

I deologia de higiene m ental 5,671 1,700 4,359 1,267 3,833 1,807 0,0

Rest rição Social 5,260 1,667 6,051 1,297 6,095 1,832 0,0

Et iologia I nt erpessoal 4,493 1,425 4,974 1,630 5,833 2,230 0,5

Et iologia de esforço m ental 5,452 1,472 4,821 1,699 6,667 1,282 0,0

Visão m inorit ár ia 4,959 1,829 5,051 1,468 7,429 1,670 0,0

Chile Brasil Fo rm a n d o s Peru Chile Brasil Fo rm a n d o s Peru Chile Brasil Fo rm a n d o s Peru Chile Brasil Fo rm a n d o s Peru

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4,35 6,05 4,97 4,82 5,05 Restrição Social Etiologia Interpessoal Etiologia de Esforço Mental Visão Minoritária Ideologia de Higiene Mental C

E D F G 5,67 5,26 4,49 5,45 4,95

F

A

T

O

R

E

S

D

A

O

D

M

VALORES STEN (médios)

Fo rm a n d o s 5,28 Chile Brasil Fo rm a n d o s Peru 3,83 6,09 5,83 6,66 7,42 Benevolência B

Autoritarismo A 6,33

4,84 5,75 5,58 Chile Brasil Fo rm a n d o s 6,50 Peru Chile Brasil Peru

Fi g u r a 1 - Pe r f i l d e a t i t u d e s d e f o r m a n d o s e m enferm agem frente aos transtornos m entais no Brasil, Chile e Peru

DI SCUSSÃO

Os alunos part icipant es do present e est udo são i n t eg r an t es d e esco l as i m er sas em cu l t u r as difer ent es, m as que, de um a for m a ger al, m ant êm algu m as car act er íst icas sem elh an t es, com o sen do pertencentes a países de língua latina e que estiveram subm et idos a condições polít icas m uit o aut orit árias e restritivas, sofrendo ainda hoj e das seqüelas deixadas por esses per íodos.

A i d a d e m é d i a d o s f u t u r o s e n f e r m e i r o s participantes desta pesquisa tam bém se assem elham . Pode- se dizer que a m aior ia dos alunos nascer am em um a m esm a década e em um contexto político e socioeconôm ico sem elhant es, port ant o, as diferenças en con t r ad as n os p er f is at it u d in ais su g er em u m a relação com aspect os cult urais de cada região onde est ão localizadas as escolas.

Dent re os alunos pesquisados, os brasileiros e os per uanos for am os que m ais t iv er am cont at o co m p esq u i sad o r es n a ár ea, o q u e p o ssi b i l i t ar i a m a i o r e s ch a n ce s d e co n h e ci m e n t o so b r e o s transtornos m entais e os seus portadores. No entanto, sã o o s e st u d a n t e s p e r u a n o s q u e e x i b e m si g n i f i ca t i v a m e n t e a t i t u d e s m a i s a u t o r i t á r i a s, rest rit ivas e discrim inadoras, frent e aos t ranst ornos. Os est udant es per uanos são t am bém os que m ais acr edit am que os t r anst or nos m ent ais t êm or igem nas vivências int erpessoais com figuras parent ais.

Os f u t u r o s e n f e r m e i r o s b r a si l e i r o s apresent aram - se m ais benevolent es que os chilenos e per uanos. Ent ender am , t am bém , que o por t ador d e t r a n st o r n o m e n t a l é se m e l h a n t e à s p e sso a s norm ais, diferindo da opinião dos estudantes chilenos e p er u an os q u e acr ed it am ser o p or t ad or d esses t r a n st o r n o s f a ci l m e n t e r e co n h e ci d o e m u m a g r u p a m e n t o h u m a n o . I sso co n f e r e a o f u t u r o enfer m eir o br asileir o m aior chance de aceit ação da pessoa por t ador a de t r an st or n o m en t al e t am bém m aior p ossib ilid ad e d e d esen v olv er com eles u m relacionam ent o t erapêut ico, cont ribuindo assim para superar o est igm a da doença m ent al.

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pr efer ên cia por at u ação n a en fer m agem cir ú r gica, se n d o q u e o s b r a si l e i r o s e ch i l e n o s t ê m m a i o r p r ef er ên ci a p el a en f er m ag em m at er n o - i n f an t i l e saúde pública. Estudo anterior( 6), entre estudantes de m ed icin a b r asileir os e esp an h óis, ev id en ciou q u e aqueles que tinham opção pela área cirúrgica estavam ent r e os que desenvolviam at it udes m ais negat ivas frent e aos t ranst ornos m ent ais, o que pode j ust ificar o p er f i l at i t u d i n al m ai s n eg at i v o d os est u d an t es peruanos, m ost rado por est e est udo.

Os r e su l t a d o s a p r e se n t a d o s p e r m i t e m concluir que, ent r e os est udant es pesquisados, os br asileir os são os qu e en t r am par a o m er cado de t r a b a l h o co m a t i t u d e s m a i s p o si t i v a s f r e n t e a o t ranst orno m ent al, m ost rando- se m enos aut orit ários, restritivos e discrim inadores em relação à pessoa em sofrim ent o psíquico, do que os est udant es chilenos e per uanos, m esm o esses t endo ev idenciado m ais as v iv ências int er pessoais com figur as par ent ais com o originária da doença m ent al.

Ca b e r e ssa l t a r, n o e n t a n t o , q u e o u t r o s est udos( 5- 10) apont am os enfer m eir os com o os m ais ben ev olen t es ( n o sen t ido car it at iv o) , r est r it iv os e

d i scr i m i n ad o r es q u an d o co m p ar ad o s co m o u t r o s p r o f i ssi o n a i s d a sa ú d e . Al é m d i sso , e m u m a p e sq u i sa( 1 1 ) q u e i n v e st i g o u a p r e se n ça d e aut orit arism o e benevolência de alunos ingressant es no curso de enferm agem e outra, que traçou um perfil de at it udes frent e à doença m ent al desses m esm os alunos( 12), da m esm a escola brasileira, apresent aram ín d i ce s m a i s n e g a t i v o s se co m p a r a d o s co m o s form andos dessa m esm a escola, em um a relação de m odo ger al discr et a, em bor a signicat iv a em alguns f a t o r e s, m o st r a n d o q u e a i n st r u çã o a ca d ê m i ca int er fer e posit iv am ent e nas r efer idas at it udes, m as ainda de form a t ím ida.

Po d e - se co n cl u i r q u e o s d o ce n t e s coor denador es das disciplinas per t encent es à ár ea de enferm agem psiquiátrica e de saúde m ental devem reflet ir sobre esses aspect os quando elaborarem os program as e est rat égias didát icas dessas disciplinas. Pois, espera- se que o perfil de atitudes torne- se m ais p o si t i v o , a p a r t i r d o a v a n ço d o t r e i n a m e n t o universit ário, principalm ent e se esses alunos t iverem u m a p r á t i ca si st e m a t i za d a d o s co n h e ci m e n t o s adquiridos( 13).

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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Referências

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