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Rev. Bras. Anestesiol. vol.67 número2

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Uma

comparac

¸ão

de

vários

dispositivos

supraglóticos

para

intubac

¸ão

traqueal

guiada

por

fibra

óptica

Thomas

Metterlein

,

Anna

Dintenfelder,

Christoph

Plank,

Bernhard

Graf

e

Gabriel

Roth

UniversitätsklinikumRegensburg,KlinikfürAnästhesiologie,Regensburg,Alemanha

Recebidoem17dejulhode2015;aceitoem22desetembrode2015 DisponívelnaInternetem12dejaneirode2017

PALAVRAS-CHAVE

Viaaéreadifícil; Intubac¸ãoguiada porfibraóptica; Dispositivo supraglótico

Resumo

Justificativa:A intubac¸ão guiada porfibraóptica(IGFO)atravésde dispositivo supraglótico (DSG)tem sidodescrita comoum procedimento seguroe fácilpara omanejode viaaérea difícil.Noentanto,avisibilizac¸ãodaaberturadagloteéessencialparaaIGFO.VáriosDSGs diferentes estãocomercialmentedisponíveis e podemoferecer diferentes condic¸õespara a IGFO.Oobjetivodesteestudofoicompararamelhorvisãoobtidadaaberturadaglotecomo usodediferentesDSGs.

Métodos: Comaaprovac¸ãodoComitêdeÉticalocal,52pacientesadultossubmetidosà anes-tesiaeletivaforamrandomicamentedesignadosparaumdosDSGs:tubolaríngeo(TL),máscara laríngea(ML)I-Gel, ML Unique, MLSupreme, ML AuraOnce. Apósa induc¸ãopadronizadada anestesia,oDSGfoicolocadodeacordocomasrecomendac¸õesdofabricante.Apósventilac¸ão bem-sucedida,aposic¸ãodoDSGemrelac¸ãoàaberturadaglotefoiexaminadacomum endoscó-pioflexível.Umaaberturadaglotetotalouparcialmentevisívelfoiconsideradacomoadequada paraaIGFO.Aadequac¸ãoparaaIGFOfoicomparadaentreosgrupos(teste-H,teste-U;p<0,05).

Resultados: Osdadosdemográficosnãoforamdiferentesentreosgrupos.Acolocac¸ãodoDSGe aventilac¸ãoadequadaforambem-sucedidasemtodasastentativas.Avisãodagloteadequada paraaIGFOdiferiuentreosdispositivos,varioude40%paraoTL,66%paraaMLSupreme,70% paraaMLI-Gele90%paraambasasmáscaraslaríngeasUniqueeAuraOnce.

Conclusão:NenhumdosDSGusadosofereceuumavisãototalouparcialdagloteemtodosos casos.Porém,asmáscaraslaríngeasUniqueeAuraOnceparecerammaisadequadasparaaIGFO emcomparac¸ãocomosoutrosdispositivos.

©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigoOpen Accesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:tom.metterlein@gmx.net(T.Metterlein). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.12.009

(2)

KEYWORDS

Difficultairway; Fibreopticintubation; Supraglotticairway device

Acomparisonofvarioussupraglotticairwaydevicesforfiberopticalguidedtracheal intubation

Abstract

Background: Fiberopticalassistedintubationviaplacedsupraglotticairwaydeviceshasbeen describedassafeandeasyproceduretomanagedifficultairways.Howevervisualizationofthe glottisapertureisessentialforfiberopticalassistedintubation.Variousdifferentsupraglottic airwaydevicesarecommerciallyavailableandmightofferdifferentconditionsforfiberoptical assisted intubation.The aim ofthisstudy wasto compare thebest obtainableviewofthe glotticapertureusingdifferentsupraglotticairwaydevices.

Methods:With approval of the local ethics committee 52 adult patients undergoing elective anesthesia were randomly assigned to a supraglottic airway device (Laryngeal Tube, Laryngeal Mask Airway I-Gel, Laryngeal Mask Airway Unique, Laryngeal Mask Airway Supreme,LaryngealMaskAirwayAura-once).Afterstandardizedinductionofanaesthesiathe supraglotticairwaydevicewasplacedaccordingtothemanufacturersrecommendations.After successful ventilationthepositionofthesupraglotticairwaydevice inregardtotheglottic openingwasexaminedwithaflexiblefiberscope.A fullyorpartiallyvisibleglotticaperture was considered as suitable for fiberoptical assisted intubation. Suitability for fiberoptical assistedintubationwascomparedbetweenthegroups(H-test,U-test;p<0.05).

Results:Demographicdatawasnotdifferentbetweenthegroups.Placementofthesupraglottic airwaydeviceandadequateventilationwassuccessfulinallattempts.Glotticviewsuitablefor fiberopticalassistedintubationdifferedbetweenthedevicesrangingfrom40%forthelaringeal tube(LT),66%forthelaryngealmaskairwaySupreme,70%fortheLaryngealMaskAirwayI-Gel and90%forboththeLaryngealMaskAirwayUniqueandtheLaryngealMaskAirwayAura-once.

Conclusion: Noneoftheusedsupraglotticairwaydevicesofferedafullorpartialglotticviewin allcases.HowevertheLaryngealMaskAirwayUniqueandtheLaryngealMaskAirwayAura-once seemtobemoresuitableforfiberopticalassistedintubationcomparedtootherdevices. ©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

O manejo bem-sucedido das vias aéreas é o objetivo

principaldurante aanestesia geral, bemcomo emmuitas

situac¸ões de emergência. Embora seja considerada como

padrão-ouro, a intubac¸ão traqueal requer proficiência.

Relatou-se que a incidência de intubac¸ão difícil varia de

0,05% a18%.1 A Forc¸a-Tarefapara oManejo de ViaAérea

DifícildaSociedadeAmericanadeAnestesiologistas(ASA),

portanto, enfatizaa importância dedispositivos opcionais

menos invasivos para a oxigenac¸ão adequada, caso a

intubac¸ão traqueal falhe.2 A máscara laríngea (ML) foi

explicitamentemencionadanasrecomendac¸õesdaASAem

2003.VáriasMLsopcionais(figura1)foramvendidasdesde

então. Diferentes formas e materiais foram usados para

obterumavedac¸ãomelhordasviasaéreasemenostrauma

faríngeo,alémde facilitara colocac¸ão correta. Em1999,

outro dispositivosupraglótico(DSG),otubo laríngeo(TL),

foiintroduzido.3Trata-sedeumtubodelúmenúnico com

manguitosesofágicoefaríngeoconectadosaumaúnicalinha

deinsuflac¸ão,comumaaberturaventralparaaventilac¸ão

entreosdois manguitos (figura 1).3 Apósumainserc¸ão às

cegas, todos os DSG fornecem uma via aérea patente na

maioria dos pacientesna primeira tentativa. Isso torna o

DSGumaopc¸ãointeressanteemmedicinadeemergência4,5.

A viabilidade mesmo sem treinamento extensivo fornece

umaferramentasimplesparaomanejodasviasaéreas3.De

acordocom vários algoritmos demanejo das vias aéreas,

a oxigenac¸ão urgente do paciente pode ser feita através

dainserc¸ãodeumDSGemcasodefalhanaintubac¸ão.No

entanto,emsituac¸õesdeemergência,aintubac¸ãotraqueal

aindaénecessáriaparaprotegeropacientedeaspirac¸ão3,6.

Quandoa substituic¸ão do dispositivo supraglótico por um

tubotraquealénecessária,aseguranc¸amáximadopaciente

deveserconsiderada. O dispositivoinseridoprimeiro tem

como func¸ão manter a permeabilidade das vias aéreas,

enquantooutrasintervenc¸õessãopreparadasouocorrem.7

O fornecimento ideal de oxigênio pode ser feito durante

todooprocessodetrocadotuboparaevitaradessaturac¸ão.

Váriosmétodosdescrevemasubstituic¸ãoseguradoDSG

já inserido por um tubo traqueal. Atherton descreveu a

inserc¸ão às cegas de um permutador de tubo na

tra-queia através de ML colocada com uma taxa de sucesso

considerável8. Um procedimentomais sofisticado foi

des-crito por Hawkins et al. Para garantir o posicionamento

adequadodotubotraqueal,opermutadordetuboé

colo-cado soba orientac¸ão defibraóptica.9 Um procedimento

muitosemelhantefoirelatadoporGenzwuerkeretal.Com

ousodeumtubolaríngeocomoviaaéreaprimária.

Nova-mente,opermutadordetubofoicolocadosobaorientac¸ão

defibraópticaepermitiuacolocac¸ãofácilerápidadotubo

(3)

Figura1 Dispositivossupraglóticosdisponíveiscomercialmenteeusados,esquerdaparaadireita---LT-D,i-Gel,original,Supreme, Aura-Once.

óptica (IGFO) é significativamente maior em comparac¸ão

comainserc¸ãoàscegasdeumtubooupermutadordetubo.

Issopodeserfacilmenteexplicadopelaposic¸ãoquase

sem-prenãoidealdoDSGnafaringe.OsorifíciosdistaisdoDSGe

aaberturadagloteprecisamestaremlinhaquandoumDSG

éusadoparaintubac¸ãotraqueal.

Para todos os procedimentos guiados por fibra óptica,

éessencial visibilizara aberturaglóticaatravés dolúmen

distaldoDSG.HáváriosDSGsdiferentescomercialmente

dis-poníveis.Emboratodossejamadequadosparaaventilac¸ão

de emergência, permanece incerto se esses dispositivos

também podem servir como vias aéreas designadas para

intubac¸ãoguiadapor fibraóptica.Com a variac¸ão de

for-masemateriais, devemospresumir queo posicionamento

faríngeodos DSGscomercialmentedisponíveisvaria

consi-deravelmente.

O objetivo deste estudo foi avaliar o posicionamento

faríngeodediferentesdispositivossupraglóticosemrelac¸ão

àaberturadagloteesuapotencial viabilidadecomo uma

viaaéreadesignadaparaIGFO.Umaavaliac¸ãosistemática

aindanãofoifeitaparadeterminarquaissãoosdispositivos

quepermitem umavisibilizac¸ão adequada daabertura da

glote.

Métodos

Com a aprovac¸ão do Comitê de Ética local, 52 pacientes

submetidosatratamentoeletivocomlaserparacondilomas

genitais foram examinados por três anestesiologistas (um

no4◦anoderesidênciaedoismédicosassistentes).Ostrês

anestesiologistasestavamfamiliarizadosetinham

experiên-ciaadequadacomosDSGsusados.Avisãodagloteentreos

diferentesdispositivosfoi,portanto,comparadaentreoTL

descartável(VBMMedizintechnik GmbH,Sulza.N.,

Alema-nha),aMLI-Gel(Intersurgical,SanktAugustin,Alemanha),

aML Unique(Teleflex MedicalGmbH, Kernen,Alemanha),

aMLSupreme(TeleflexMedicalGmbH, Kernen,Alemanha)

e aML AuraOnce (Ambu GmbH, Bad Nauheim,Alemanha)

(figura 1). Após receber os termos de consentimento

assinados,ospacientesforamrandomicamentedesignados

para o uso de um DSG específico, mediante envelopes

preparados de forma independente e sorteados antes da

anestesia.Ospacientesreceberam7,5mgdemidazolampor

viaoralumahoraantesdacirurgia.Aanestesiafoiinduzida

com remifentanil (0,4␮g.kg---1.min---1) e propofol(bolus de

2,5mg.kg---1 e infusão contínua de 0,1mg.kg---1.min---1). A

profundidade da anestesia foi monitorada e a ventilac¸ão

via máscara facial foi iniciada a um valor BIS abaixo de

40. O tamanho do DSG foi escolhido e a inserc¸ão foi

feita de acordo com as recomendac¸ões do fabricante.

Antes da inserc¸ão, os manguitos foram desinsuflados e

um lubrificante solúvel em água (Instru Gel, Dr. Deppe

Laboratorium, Kempen, Alemanha) foi aplicado. Após a

colocac¸ãododispositivonafaringe,omanguitofoiinsuflado

para atingir uma pressão de 20mmHg. A ventilac¸ão ideal

foiestabelecidaeumendoscópioflexívelde3,4mm(10Bs,

Pentax,Hamburgo,Alemanha)foiinseridonoDSGmediante

adaptador de broncoscopia porumavaliador cegadopara

o dispositivo. O broncoscópio foi avanc¸ado até o orifício

distal do DSG e uma imagem damelhor vista possível da

glote foi registrada. Durante o exame, a anestesia foi

mantida cominfusãocontínua deremifentanilepropofol.

Após aremoc¸ão dofibroscópio,cuidadosadicionaisforam

providenciados,deacordocomnossospadrõeshospitalares.

Asimagensdasaberturasglóticasforamposteriormente

classificadasporumobservador, cegadoparaodispositivo

usado,deacordocomosistemadeclassificac¸ãointroduzido

porBrimacombeeBerry11(visãototaldaglote=I,abertura

dagloteparcialmentevisível=II,aberturadaglotenão

visí-vel=III)(figura2).As visõestotale parcialdaaberturada

gloteforamconsideradascomoadequadasparaaintubac¸ão

traquealguiadaporfibraóptica.

Todosos dados foram expressos em média e intervalo

interquartil.Osescoresdevisibilizac¸ãodagloteforam

com-paradosentreosgrupos comotesteHdeKruskal-Wallise

o teste U de Mann-Whitney com Win-STAT (R. Fitch

Soft-ware, Bad Krozingen, Alemanha); p<0,05 foiconsiderado

(4)

Tabela1 Dadosdemográficosdospacientesexaminados.Nãohouvediferenc¸aentreosgrupos.Dadosexpressosemmediana eintervalointerquartil

Idade(anos) Peso(kg) Estatura(cm) Índicedemassacorporal(kg/m2)

TL(n=10) 32(29---33) 67(61---79) 173(168---175) 22(21---26)

i-Gel(n=10) 47(34---48) 76(69---85) 173(169---178) 25(24---27)

Unique(n=10) 32(30---46) 83(68---101) 176(168---185) 26(22---30)

Supreme(n=12) 33(27---46) 89(74---96) 176(167---179) 29(23---31)

AuraOnce(n=10) 33(31---36) 82(71---91) 180(175---184) 26(22---27)

Tabela2 Vistadaglotenaaberturadistaldodispositivosupraglótico

VistatotalI VistaparcialII NãovisívelIII AdequadoparaIGFO NãoadequadoparaIGFO

TL(n=10) 3 1 6 4a 6

i-Gel(n=10) 7 3 7a 3

Unique(n=10) 9 1 9a 1

Supreme(n=12) 8 4 8a 4

AuraOnce(n=10) 9 1 9a 1

a p<0,05diferenc¸asignificativaentreTLeosoutrosdispositivos.Nãohouvediferenc¸asentreosoutrosdispositivos.

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0 LT (n = 10)

i-Gel (n = 10)

Supreme (n = 12)

Unique (n = 10)

Aura-I (n = 10)

Adequado Não adequado

Figura 2 Condic¸ões adequadas de intubac¸ão em porcenta-gem: cinzaescuro é adequado, cinza claro não é adequado para intubac¸ão assistida por fibra óptica. Há uma diferenc¸a significativaentreotubolaríngeo(LT)eosoutrosdispositivos examinados.

Resultados

Osdadosdemográficos(idade,peso,altura)nãoforam

dife-rentesentreosgruposexaminados(tabela1).Acolocac¸ão

do DSG foi bem-sucedida em todas as tentativas e uma

ventilac¸ão adequada foi possível em todos os pacientes.

A visão da glote diferiu entre os dispositivos avaliados

(tabela2).

Ascondic¸õesadequadasparaaintubac¸ãoguiadaporfibra

óptica(visãototalouparcialdaglote)foramobtidasem50%

comoTL,em83%comaMLSupreme,em70%comaMLI-Gel

eem90%comasMLsUniqueeAuraOnce(figura3).

Efeitosadversosnãoforamdocumentadosemquaisquer

doscasos.

Discussão

Ascomplicac¸õesrelacionadascomasviasaéreassãoraras,

maspotencialmentedesastrosasduranteaanestesiagerale

emmedicinadeemergência.Acadaano,cercade600

pes-soasmorrem em todoo mundodevidoa dificuldadescom

aintubac¸ão.1 Muitasoutrasdesenvolvemdanos

neurológi-cosgraves.2A incidênciadeintubac¸ãodifícilem cirurgias

eletivasvariade0,05%a18%,dependedotipodecirurgia

edas condic¸ões médicaspré-existentes1.Em medicinade

emergência,aincidênciadeviaaéreadifíciléaindamaior.

Essese outros resultadoslevaram a recomendac¸ões da

ASA, publicadas pela primeira vez em 1993, para o uso

(5)

de adjuvantes opcionais das vias aéreas que permitam

ventilac¸ão e oxigenac¸ão adequadas.12 A ML foi

primeira-mente mencionada nas diretrizes publicadas em 2003.2

Desde então, vários DSGs diferentes foram lanc¸ados no

mercado. Osdiferentes formatos e materiais processados

supostamentefacilitamainserc¸ãoemelhoramaventilac¸ão.

Pode-sedemonstrarquetodosessesdispositivospermitem

aoxigenac¸ãoeaventilac¸ãodeemergênciaemcasodefalha

naintubac¸ãotraqueal.

Em muitassituac¸õesdeemergência eem várias outras

circunstâncias (p. ex., cirurgia cardiotorácica ou

abdomi-nal,cirurgia em supinac¸ão), aintubac¸ãotraqueal aindaé

necessáriaparaobterocontroleadequadodasviasaéreas.

O DSG inserido primeiro serve apenas como ponte para

a intubac¸ão traqueal. Várias abordagens foram descritas

para estabelecer uma via aérea intratraqueal definitiva

com um dispositivo supraglótico como auxílio. Durante a

troca de um DSG por umtubo intratraqueal,o não

com-prometimentoda via aérea jáestabelecida é deextrema

importância. Oxigenac¸ão e ventilac¸ão adequadas devem

continuarenquantooutrasintervenc¸õesnasviasaéreassão

preparadasouocorrem.

Ainserc¸ãoàscegasdeumtubooucateterdetrocanoDSG

foidescritaanteriormente.Estudosdemonstraramqueuma

inserc¸ãoàscegasnãolevanecessariamenteaumaposic¸ão

intratraqueal.Aposic¸ãofaríngeadaMLduranteocontrole

porfibraópticaestavacorretaemapenas59%detodosos

casos.13Essedadosustentaaideiadousodeumendoscópio

emvez dainserc¸ãoàscegas deumdispositivoatravésde

qualquerdispositivodeviaaérea.Devidoàposic¸ãovariável

doDSGinseridoàscegas(emrelac¸ãoàaberturadaglote),

ousode umbroncoscópio defibraópticaaumentaataxa

desucessodaintubac¸ão traqueal.13,14 Oorifício doDSGe

aaberturadagloteprecisamestaralinhadosparapermitir

a inserc¸ão do tubo ou tubo permutador. O alinhamento

adequadodalaringesópodeserverificadopormeiodefibra

óptica.Aintubac¸ãoguiadaporfibraóptica(IGFO)via

más-caralaríngea(ML)foidescritaemrelatosdecasosetambém

avaliadaem vários estudos.O métodode IGFOvia ML foi

consideradoconfiáveleseguroparaomanejodeviaaérea

difícil.Háresultadossemelhantesparaotubolaríngeo(TL),

oqualtemganhadopopularidadenocenáriopré-hospitalar.3

Contudo,devemosconsiderarqueosDSGsnemsempre

permitemumaIGFOemtodosospacientes.Um

posiciona-mento faríngeo correto é essencial. Com as variac¸ões de

formasemateriais,devemospresumirqueoposicionamento

faríngeodosDSGscomercialmentedisponíveisvaria

conside-ravelmente.Oobjetivodesteestudopreliminar foiavaliar

sealgunsdosmuitodiferentesDSGstêmummelhor

posicio-namentofaríngeoparapermitiraIGFO.Atéomomento,tal

avaliac¸ãonãofoifeitasistematicamente.

Os resultados deste estudo demonstram que todos os

DSGs usadossão adequados paraoxigenar e ventilar

ade-quadamenteo paciente. Isso confirma o papel doDSG no

manejodeemergênciadasviasaéreas.Idealmente,o

posi-cionamentodo DSG na faringeenvolve o alinhamento do

orifício distal do dispositivo com a abertura glótica para

permitirofluxoidealdear. Porém,essealinhamentonem

sempre pode ser demonstrado em nosso estudo. O

posi-cionamento faríngeo do DSG é variável, como mostrado

anteriormente. A visibilizac¸ão da glote a partir do

orifí-ciodistaldo dispositivosupraglóticoinseridonemsempre

épossível. Issolimita apossibilidadedefazerumaIGFOe

explicaporqueumainserc¸ãoàscegasépassíveldefalha.

Diferenc¸as relevantes foramobservadas entreos sistemas

comercialmentedisponíveis examinados.AML Unique e a

ML AuraOnce proporcionaram visões melhoresda glote.A

intubac¸ãoteriasidopossívelem90%dastentativas.Os

resul-tados para o TL foram menos convincentes. A intubac¸ão

traqueal teria sido possível em apenas40% dos casos.Os

resultados para ML I-Gel e ML Supreme foram aceitáveis

com êxito em torno de 70%. Aparentemente, a forma e,

possivelmente, o material da ML Unique e ML AuraOnce

aumentaram a porcentagem de posicionamento faríngeo

adequado.Nossos resultadostambémdemonstramqueum

posicionamento exato nãoé estritamentenecessário para

permitir oxigenac¸ão e ventilac¸ão adequadas.O

posiciona-mento faríngeo é relevante apenas quando a via aérea

inserida é usada como uma ponte paraguiar a intubac¸ão

traqueal. Em casos de falha na intubac¸ão traqueal que

requeiramaprotec¸ãodeumaviaaérea intratraqueal,um

dispositivo que permita a IGFO deve ser considerado em

primeiro lugar.A trocadoDSGinterrompeaoxigenac¸ãoe

colocaopacienteemriscodeaspirac¸ão.

Osresultadosqueapresentaramtaxadesucessode90%

sugeremqueoconceitodeumdispositivosupraglóticocomo

guia para a intubac¸ão traqueal não é adequado apenas

para situac¸ões de emergência. Em condic¸ões nas quais o

movimentodacabec¸aparalaringoscopiadiretaprecisaser

evitado (p. ex., fraturas instáveis da coluna cervical), a

intubac¸ão traquealviaDSGé umaopc¸ãosegura efácil. O

procedimentodescritopodeserumaopc¸ãorelevantepara

intubac¸ãoguiadaporfibraópticaempacienteacordado;um

procedimentoaindamaissofisticadocompotencial

descon-fortoparaopaciente.Umavantagemimportantedousode

DSGcomoponteparaaintubac¸ãotraquealéapossibilidade

de oxigenac¸ão e ventilac¸ão contínuasdurante a

endosco-piavia adaptadordebroncoscopia.Oconceitodescritode

viaaéreadesignadaparaIGFOnãoé,portanto,apenasuma

opc¸ãoparaintubac¸ãodifícilinesperada,mastambémpode

ser usadaem ambiente controlado.Issopermiteo

treina-mento em intubac¸ão guiada por fibra óptica e garante a

seguranc¸adopacienteparaintubac¸ãodifícilantecipada.7

Limitac¸ões

Devidoaocaráterpreliminardoestudo,apenasumpequeno

número de pacientes foi examinado por dispositivo. Um

númeromaiordepacientesdeveserexaminadopara

confir-marosresultados.Aintubac¸ãodifícilmuitasvezesocorreem

pacientescomumaanatomiaanormaldafaringeoularinge.

Estudos adicionais sãonecessários para estabelecerse os

resultadosapartirdesteestudopodemsertransferidospara

essegrupodepacientes.

Conclusão

Todos os DSGs avaliados podem servir como via aérea

de emergência para permitir a oxigenac¸ão em caso de

intubac¸ãodifícil.Nemtodososdispositivosavaliados,

entre-tanto, têm umposicionamento faríngeoque permita uma

intubac¸ãotraquealguiadaporfibraóptica.Estudos

adicio-naisprecisamavaliarseessesresultadospreliminarespodem

(6)

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

Aaquisic¸ãoeanálisedosdados,bemcomoapreparac¸ãodo

manuscritodesteestudo, foramsubsidiadaspelo

departa-mentofinanceiro.

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Imagem

Figura 1 Dispositivos supraglóticos disponíveis comercialmente e usados, esquerda para a direita --- LT-D, i-Gel, original, Supreme, Aura-Once.
Tabela 2 Vista da glote na abertura distal do dispositivo supraglótico

Referências

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