REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.brARTIGO
CIENTÍFICO
Correlac
¸ão
entre
a
carga
horária
semanal
de
trabalho
com
a
síndrome
de
burnout
entre
os
médicos
anestesiologistas
de
Maceió-AL
夽
Fabiano
Timbó
Barbosa
∗,
Raissa
Jardelino
Eloi,
Luciano
Menezes
dos
Santos,
Bruna
Acioly
Leão,
Fernando
José
Camelo
de
Lima
e
Célio
Fernando
de
Sousa-Rodrigues
UniversidadeFederaldeAlagoas(Ufal),Maceió,AL,Brasil
Recebidoem5dejunhode2014;aceitoem22dejunhode2015 DisponívelnaInternetem7deabrilde2016
PALAVRAS-CHAVE
Burnout;
Profissional; Cargadetrabalho; Unidadesdecuidados intensivos;
Estudostransversais; Diagnóstico
Resumo
Justificativaeobjetivo: Ostrabalhosatuaissãoinsuficientesparadeterminaroagentecausal, assim como identificarperfis característicos dealto riscoparasíndrome deburnout(SB),e deixamevidenteanecessidadedemaispesquisascomesseobjetivo.Opresenteestudoteve comoobjetivoavaliaracorrelac¸ãoentreacargasemanaldetrabalhocomasdimensõesdaSB.
Métodos: Estudoobservacionaldescritivoetransversalfeitocom43médicosanestesiologistas deMaceió-AL,pormeiodaaplicac¸ãodeformulárioscomoMaslachBurnoutInventory(MBI).Foi usadootestedecorrelac¸ãoRdePearsonparaastrêsdimensõeseumintervalodeconfianc¸a de95%paraaprevalênciadasíndromedeburnouteparaescoresaltosnastrêsdimensões.
Resultados: Entreosmédicosestudados,51,16%pertenciamaogêneromasculinocommédiade 49,82±12,05anos.ParaosmédicosquepormeiodoMBIforamdiagnosticadoscomSB,amédia decargahoráriasemanaldetrabalhofoide69,27±22,39horas.Afrequênciadealtonívelem pelomenosumadastrêsdimensõesfoiencontradaem67,44%dosmédicos,foiconsiderada essaaporcentagemdediagnósticoparaasíndromedeburnoutnapopulac¸ãoestudada.
Conclusão:Opresenteestudodemonstranãohavercorrelac¸ãoentreacargahoráriasemanal detrabalhocomasdimensõesdaSBnapopulac¸ãoestudada.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
夽
Instituic¸ão:UniversidadeFederaldeAlagoas,Maceió,AL,Brasil.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:fabianotimbo@yahoo.com.br(F.T.Barbosa). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2015.06.001
KEYWORDS Burnout; Professional; Workload;
Intensivecareunits; Cross-sectional studies; Diagnosis
Correlationbetweenweeklyworkingtimeandburnoutsyndrome
amonganesthesiologistsofMaceió-AL
Abstract
Backgroundandobjective: The current reports are insufficient to determine the causative agent,aswellastoidentifyhighrisk profilesfor BS,leavingaclearneedfor morestudies tothisend.Thisstudy aimedtoevaluate thecorrelationbetween weeklyworkloadandBS dimensions.
Methods:Anobservational,descriptive,cross-sectionalstudyperformedwith43 anesthesiolo-gistsfromMaceió-AL,withtheapplicationofMaslachBurnoutInventory(MBI)forms.Pearson’s correlationcoefficientrwasusedforthethreedimensionsanda95%confidenceintervalfor theprevalenceofburnoutsyndromeandhighscoresinallthreedimensions.
Results:Among the studied physicians, 51.16% were male and the average age was 49.82±12.05 years.For physicianswho havebeen diagnosedwith BSthrough theMBI, the averageweeklyworkingtime69.27±22.39hours.Thehighleveloffrequencyinatleastoneof thethreedimensionswasfoundin67.44%ofphysicians,withthispercentagebeingconsidered diagnosticforburnoutsyndromeinthispopulation.
Conclusion:This studyshowed nocorrelationbetweentheweeklyworkingtime andtheBS dimensionsinthispopulation.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Asíndromedeburnout(SB)está intimamenterelacionada aotrabalhoetorna-secadavezmaispresentenaatualidade dosmédicos,umavezqueestãoconstantemente submeti-dosaaltascargashorárias,acumulac¸ãodefunc¸ões,salários insatisfatórios,ambientedetrabalhoestressante, multiem-prego, dentre outrosfatores.1 Apesar de ocupar umbom tempodarotinadiária,otrabalhonãonecessariamentetraz umasatisfac¸ãoprofissional.2Foinesseâmbitoque Freuden-berger formulou aexpressão staff burnout, caracterizada poruma exaustãofísica aliada a mudanc¸as de comporta-mentopsicossocial.3
Caracterizada por exaustão emocional, despersonali-zac¸ão e reduc¸ão da realizac¸ão pessoal, a SB torna-se típica para as áreas da saúde, uma vez que envolvem relacionamento humano, produtividade, reconhecimento profissionale desgasteenergético quepodem geraro fra-cassoprofissional.4 A exaustãoemocional é marcadapelo esgotamentoemocional.Com isso,osprofissionais passam a acreditar que não têm mais a energia necessária para lidar com os pacientes. Já a despersonalizac¸ão torna os profissionais insensíveis, o que os leva a tratar pacientes ecolegas comoobjetos semvalor.Por suavez, areduc¸ão darealizac¸ãoprofissionalrevelainsatisfac¸ãodotrabalhador comseudesempenhonotrabalhoeolevaaacreditarque suasfunc¸õesjá nãosãomaisexercidas porcontade uma faltadeenergia.5
O impacto do desgaste profissional e suas consequên-ciasnasaúdedomédicotemdespertadointeressecientífico nacionalemundial.Em2007,noestudo‘‘Asaúdedomédico no Brasil’’, o Conselho Federal de Medicina identificou, dentreoutrosaspectos,quedos2.364médicos participan-tes do trabalho, 57% tinham algum grau preocupante de SB,de moderado agrave. Em estudo feitoentremédicos
cancerologistasbrasileiros,foiidentificadaumaprevalência de52,3%paraasíndrome.6Emconsonância,emestudofeito nos Estados Unidos da América (EUA), com o objetivo de compararaprevalênciadeSBentremédicoseapopulac¸ão geralamericana,identificou-seumaprevalênciade37,9%e de23,5%,respectivamente.7
Noâmbito daanestesiologia,tem sedespertado maior atenc¸ão para a saúde ocupacional dessa especialidade médica. Em 2011, Duval Neto etal. chamarama atenc¸ão para a necessidade de maior cuidado e preocupac¸ão coma saúdeocupacionaldosanestesiologistas brasileiros, pelos próprios médicos, pelo Estado e pelas organizac¸ões governamentais.8Deacordocomoartigo,nasúltimas déca-das, inovac¸ões e modificac¸õescrescentes no dia a dia da especialidade, com alterac¸ões no quadro tecnológico e maiordesafionotrabalho,alémdecasoscadavezmais com-plexos, causaramforteimpactonobem-estar ocupacional doanestesiologista.
Ostrabalhos atuaissãoinsuficientes paradeterminar o agentecausal,assimcomoidentificarperfiscaracterísticos dealtorisco paraSBe deixamevidenteanecessidadede maispesquisascomesseobjetivo.9,10Opresenteestudoteve comoobjetivoavaliaracorrelac¸ãoentreacargasemanalde trabalhocomasdimensõesdaSB.
Material
e
métodos
Para selec¸ão dos médicos, buscou-se umarelac¸ão com 150médicos anestesiologistasfornecida pelaSociedadede Anestesiologia do Estado de Alagoas (Saeal). Foi feito um sorteio de 43médicos, aos quais foi entregue o for-mulário de pesquisa com o Maslach Burnout Inventory (MBI).
Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), noqual o pesquisador se res-ponsabilizapor manterem sigilo osdadosfornecidospelo médico, só podem ser usados como instrumento de pes-quisa.Após, segundootermo, osdadosforamtotalmente descartados,a fim de seevitar o extravio e o uso inade-quado.Alémdisso,otermoenumerouriscosebenefíciosao participante,deixou-olivreparaparticiparounãoda pes-quisa.Essetermofoifeitoemconcordânciacomomodelo doComitêdeÉticaePesquisadaUfaletambémdeacordo com a Resoluc¸ão 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Os pesquisadores foram em busca dos médicos em trêshospitaispúblicos edoishospitaisprivadosem Maceió--AL.Acadavisitafeitanocentrocirúrgico,ospesquisadores expunhamapesquisaeseusobjetivos,mostravama neces-sidadedesedetectarapresenc¸adasíndromena referida classe de profissionais. O formulário foi respondido pelo médicosemainterferênciadospesquisadores.
Os critérios de inclusão foram: médicos formados em medicinaecomespecializac¸ãoemanestesiologia,com tra-balhoregulareregistronoConselhoRegionaldeMedicinade Alagoas(Cremal),enquantooscritériosdeexclusãoforam: questionáriosMBIincompletoseomissãodopreenchimento dacargahoráriasemanal.
Fizemos uso doMBI,elaborado porChristina Maslache SusanJackson, que é umquestionário construído apartir detrêsdimensões:exaustãoemocional,despersonalizac¸ão e baixa realizac¸ãopessoal, composto de22quesitos, com cincoopc¸õesemcadaquestão(escalade1a5).11 Os índi-cesdeSBsãoidentificadosapartirdosvaloresobtidosem cadadimensãoavaliada.11Emrelac¸ãoàexaustãoemocional, suadetecc¸ãodenívelelevadoéfeitacomumapontuac¸ão maiorouiguala27,enquantoonívelmoderadoédetectado porvaloresentre19e26evaloresabaixode19detectam umnívelbaixodeexaustãoemocional.11 Porsuavez,para despersonalizac¸ão,onívelelevadoédetectadocomvalores maioresouiguaisa10,enquantovaloresentre6e9 detec-tam nível moderado e menores do que6 detectam nível baixo de despersonalizac¸ão.11 Demodo inverso àsdemais dimensõesavaliadas,arealizac¸ãopessoalédetectadacom ummenornúmerodepontos.11Valoresentre0e33indicam nívelelevado,enquantovaloresentre34e39indicamnível moderadoemaiorouiguala40indicamnívelbaixo.11O diag-nósticodaSBfoifeitodeacordocomomodelodeGrunfeld etal.,oqualexigeapresenc¸adeapenasumescoredealto nível.12
Quanto ao formulário, inicialmente foram pedidas informac¸ões gerais, como nome (opcional), data do pre-enchimento, gênero e data de nascimento.Num segundo grupo,foram feitasperguntas sobreo trabalhoe os hábi-tosdevida,taiscomo: estadocivil,setemfilhos;setem títulodeespecialista;qualotempototalem anosde tra-balhoem anestesiologia; tipodeestabelecimento emque trabalha; cargahoráriasemanal deplantão; entreoutras. No terceiro grupo, foram feitas perguntas a respeito do
estado de saúde do médico, no qual foi delineado todo oseu estadodesaúde,especificoudistúrbiosque porven-turavenhaatere,porúltimo,foiperguntado,numquarto grupodeperguntas,emrelac¸ãoaoestressenoambientede trabalho.
As variáveis primárias avaliadasforama frequência da SBnosmédicosanestesiologistas eamédiadacarga horá-riasemanal detrabalho em plantão dosentrevistados. Já em relac¸ão às variáveis secundárias, destacamos tipo de especialidade médica. tempo de trabalho profissional e graduac¸ão.tipodeestabelecimentoemquetrabalha; tur-nosdetrabalho;quantidade deplantões noturnos; tempo deplantão ininterrupto;lazer;quantidadedecigarrospor diaenúmerodediasemqueconsomebebidaalcoólicapor semana;presenc¸adedoenc¸acrônicaequal;sintomas;sinais edistúrbiosassociadosàSB;sintomaspsicológicose compor-tamentais;bemcomofatoresqueexistissemnotrabalhoque osparticipantesconsiderassemestressantesouprejudiciais àsaúde.
Os sintomas, sinais e distúrbios associados à SB foram caracterizadospor fadiga progressiva e constante, distúr-biosdosono(apneiadosono,sonolênciaexcessiva,insônia ouronco),doresmuscularesouosteomusculares,cefaleia, enxaquecas, imunodeficiência, doenc¸as cardiovasculares, distúrbiosdosistemarespiratório, disfunc¸ão sexual(como impotênciaouperdadelibido)ounãoapresentaalgumadas opc¸õesacima.
Os sintomas psicológicos e comportamentais propostos foramfalta de atenc¸ãoe deconcentrac¸ão, alterac¸õesde memória,pensamentomaislento,sentimentodealienac¸ão, sentimento de solidão, impaciência, sentimento de insu-ficiência,incremento deagressividade,incapacidade para relaxar, dificuldade de aceitac¸ão de mudanc¸as, perda de iniciativa, aumento do consumo de substâncias, tendên-ciaaoisolamento,sentimentodeonipotência,instabilidade emocional,perdadeinteressepelotrabalhooulazer, difi-culdadedeautoaceitac¸ão,absenteísmo,astenia,desânimo, ironia, cinismo, desconfianc¸a, irritabilidade ou não apre-sentaalgumadasopc¸ões.
Forampropostosalgunsfatoresqueeventualmente exis-tam no ambiente de trabalho e sejam estressores e prejudiciaisàsaúdedomédico,taiscomo:ruídosexcessivos nocentrocirúrgico,possibilidadedecomplicac¸ões, relacio-namentocomaequipenoatendimentoaospacientes,cuidar dopaciente em risco devida, problemas administrativos, pressãoparadar altaaospacientes, lidarcomsofrimento e morte, dificuldade para dormir em plantões noturnos, obrigac¸ãodelidarcomdiversasquestõessimultaneamente, trabalharemcentrocirúrgicoe/ouemergência,quantidade de pacientes por médico, ritmo acelerado das atividades profissionais, falta de recursos materiais e não apresenta algumadasopc¸õesacima.
Resultados
Foramincluídos43médicosanestesiologistasquetrabalham emregimedeplantão.Paraatingiressaquantidade,foram necessáriostrêssorteioscomusodenomespresentesnalista daSaeal,jáque15médicossorteadosestavamemsituac¸ão deexclusão,assimcomoafastamentodaatividadeourecusa emparticipardapesquisa.Osformuláriospreenchidosforam avaliadosquantoaoMBIeàsdemaisvariáveis.Aprevalência deSBnapopulac¸ãoestudadafoide67,44%(29/43;53,43% a81,45%).
Dos médicos participantes do estudo, 51,16%(22/43) pertenciam ao gênero masculino com média de 49,82±12,05anos. Quantoao estadocivil, 69,77%(30/43) sedeclararamcomo casados,16,28%(7/43)comosolteiros e 13,95%(6/43) como divorciados ou viúvos. Entre os anestesiologistasestudados,76,74%(33/43)têmfilhos,com medianaeintervalointerquartílicode2(1-3).
Com relac¸ão ao título de especialista em anestesiolo-gia,97,68%(42/43)declararamtere,desses,16,67%(7/42) têmtambémtítulosemoutrasáreas(acupuntura,dor, medi-cinadotrabalhoe administrac¸ãohospitalar).Com relac¸ão ao local de trabalho, 93,04%(40/43) trabalham tanto em instituic¸õespúblicascomoprivadas,2,32%(1/43)afirmaram trabalhar somente em instituic¸ões públicas, 2,32%(1/43) somenteeminstituic¸õesprivadase2,32%(1/43)preferiram nãoresponderaessaquestão.
Amédiadacargahoráriasemanaldeplantãoem aneste-siologiadosmédicosestudadosfoide63,64±22,39horas. Para os médicos que por meio do MBI foram diagnostica-dos com SB, com o critério diagnóstico como explicado na metodologia, a média de carga horária semanal de trabalhofoide69,27±22,39horas.Paraosquenão rece-beram diagnóstico positivo, a média detrabalho semanal foide51,08±18,74 horas. Paratodosos médicosda pes-quisa,amédiadetempodomaiorplantão semanalfoide 27,09±17,18horas, enquanto que para osdiagnosticados comSBfoide30,69±16,28horaseparaosquenão rece-beramessediagnóstico,amédiafoide19,08±17horas.
Os hábitos de vida, incluindo os prejudiciais, também foramabordados,comotempodededicac¸ãoaolazer, prá-tica de atividade física, tabagismo e consumo de bebida alcoólica. A média de tempo de lazer por semana foi de 28,71±16,32 horas. Com relac¸ão à atividade física; 60,47%(26/43)declararampraticaratividadefísica regular-mente,asatividadesdemusculac¸ãoecaminhadaforamas maiscitadas.AprevalênciadaSBentreosquepraticam ati-vidadefísicafoide61,54%(16/26)ede76,47%(13/17)entre os que não praticam tal atividade. Nenhum dos médicos estudadosafirmousertabagistae72,09%(31/43)afirmaram consumir bebida alcoólica. Com relac¸ão a esse consumo, apesar da dificuldade de estimar a quantidade semanal, 54,84%(17/31)consomementre1a3copos(de200mL)por semana,22,58%(7/31)menosde1copoe22,58%(7/31)mais de3coposdebebidaalcoólicaporsemana.Comrelac¸ãoao tipodebebidaalcoólicaconsumida,asmaisrelatadasforam cerveja,vinho,uísque,espumanteevodca.
Quantoàabordagemsobreascondic¸õesgeraisdesaúde, 62,79%(27/43)afirmaramteralgumadoenc¸acrônica diag-nosticada, as mais relatadas foram hipertensão arterial sistêmica, distúrbios do sono e alergias. Com relac¸ão à
presenc¸a de sinais e sintomasque poderiamser possíveis consequênciasdoSB,osmaisrelatadosforam:dores mus-culares ou osteomuscularespor 46,51%(20/43), distúrbios dosonopor41,86%(18/43),cefaleiaspor23,25%(10/43)e fadigaconstanteeprogressivapor20,93%(9/43)dos médi-cos. Apenas 13,95% (6/43) afirmaram não ter algum dos sinaisesintomasquestionados.
Na populac¸ão estudada, entre os sintomas psicoló-gicos e comportamentais relacionados ao SB, os que mais se destacaram foram a impaciência, relatada por 55,81%(24/43) dos médicos, e a irritabilidade, relatada por 48,84%(21/43). Dos demais sintomas, os que apare-ceram com mais frequência foram: falta de atenc¸ão e concentrac¸ãoem27,91%(12/43),alterac¸õesdememóriaem 27,91%(12/43),desânimoem25,58%(11/43),instabilidade emocionalem23,25%(10/43),incapacidadederelaxarem 20,93%(9/43),alémdepresenc¸adepensamentomaislento, asteniaeincrementodaagressividade,queforamrelatados por 16,28%(7/43) dos médicos. Apenas 11,63%(5/43) dos médicos estudados afirmaramnãoteralgum dos sintomas psicológicosperguntados.
Quando abordados com relac¸ão ao ambiente de tra-balho, os médicos estudados apontaram muitos fatores comoestressanteseprejudiciaisasuasaúde,fatoresesses que contribuem com o desenvolvimento da SB. Apenas 6,98%(3/43) afirmaram não se sentir afetados por esses fatores. Os principais elementos apontadosforam a falta de recursos materiais, por 67,44%(29/43), e a possibili-dade de complicac¸ões noatendimentoaos seuspacientes por53,49%(23/43).Tanto apresenc¸a deruídosexcessivos noambientedetrabalhocomoaocorrênciadeproblemas administrativosforamapontadospor46,51%(20/43), dificul-dadesparadormiremplantõesnoturnospor41,86%(18/43) eaquantidadedepacientespormédicopor34,88%(15/43). Outros elementos também considerados estressantes e capazes de interferir na saúde apareceram com menor frequência,comoéocasodoritmoaceleradodetrabalho, a obrigac¸ão de lidarcom várias questõessimultâneas e o baixocomprometimentodaequipe,queforamcitadospor 27,91%(12/43).
Com relac¸ão ainda ao seu ambiente de trabalho, 23,25%(10/43)afirmaramtersentimentodeincômodocom alterac¸ões frequentes de regras e normas no estabeleci-mento, 20,93%(9/43) se sentem impedidos de atuar de acordo com seus princípios no ambiente de trabalho, 18,6%(8/43) sentem que têm problemas de comunicac¸ão com os organizadores e 16,28%(7/43) sentem que a produc¸ãoé prejudicada pelabaixa qualidade doclimano trabalho.
Tabela1 Correlac¸ãoentraacargahoráriasemanalde tra-balhoecadaumadastrêsdimensõesdasíndromedeburnout
Dimensões r Valordep ExaustãoEmocional −0,1014 0,7759 Despersonalizac¸ão −0,2545 0,2930 Realizac¸ãopessoal +0,4084 0,0592 Correlac¸ãoRdePearson.r:
valordecorrelac¸ão
Usou-seotestedecorrelac¸ãoRdePearsonpara correla-cionaràstrêsdimensõesdaSBcomacargahoráriasemanal detrabalho.Paraotesteforamusadosapenasosdadosdos médicosdiagnosticadoscomasíndrome.Nenhumadastrês dimensõesapresentoucorrelac¸ãosignificativacomacarga horáriasemanaldetrabalho(tabela1).
Discussão
A relac¸ão do indivíduo com o trabalho, assim como suas consequências,temsidoreconhecidacadavezmaisnaEra Moderna,devidoaumamaiorexigênciadotrabalhador.Na década de 1970 nos EUA, o termo burnout passou a ser usadoquandoarelac¸ãoentreoindivíduoeoseutrabalho vai mal.13 As três dimensões da SB são exaustão emoci-onal, despersonalizac¸ão e baixa realizac¸ão pessoal.13 As demandasocupacionaispodemesgotaroindivíduo,levá-lo àexaustãoemocional.13Apesardeseradimensãomais ava-liadaeestudada, nãodeveservista sozinha,umavezque nãoécapazdeavaliaraspectoscríticosdorelacionamento comotrabalho.13 Adespersonalizac¸ão éumatentativade distanciamentodasatividadeslaborais,emqueperdea qua-lidadedorelacionamentointerpessoal.13Comosentimento deineficácia e indiferenc¸a notrabalho, oindivíduo passa a desenvolver baixa realizac¸ão pessoal.13 As três dimen-sõespodemsedesenvolverdeformasequencialoudemodo paralelo.13
Segundo Murofuse et al., o início da SB é desenca-deado por níveis progressivos de estresse, que pode ser diagnosticado sob quatroóticas: clínica, sociopsicológica, organizacional e sócio-histórica.4 Freudenberger propôs a perspectiva clínica, afirmou que a exaustão emocio-nal leva à negac¸ão das próprias necessidades.3 Maslach e Jacksonpropuseram quea tensãoemocionalcrônica rela-cionada ao cuidado com outraspessoas seria responsável pelo desgaste profissional e a SB e configuraria a abor-dagem sociopsicológica.11 Naorganizacional, um trabalho estressante e frustrante ou monótono leva à SB, provoca impossibilidadederealizac¸ãonotrabalho.4 Porúltimo,na perspectivasócio-histórica, ascondic¸ões sociaisseriamas responsáveispelasperdasdasrelac¸õesinterpessoais.14
Apesar de aSB não ser inerente à anestesiologia ou a outras especialidades, há uma maior suscetibilidade dos profissionais da saúde, uma vez que a busca árdua pelo conhecimento,aliadaàsfalhasdosistemadesaúde,obriga oprofissionalaseadaptar.15Demonstrouessatendência,em umquadromaisatual,umestudoamericano.Aocomparar médicoscomapopulac¸ãogeral,encontrouummaiorrisco napopulac¸ãomédicaparao desenvolvimentodeexaustão emocionaledespersonalizac¸ão.7
Queixas relacionadas ao excesso de dedicac¸ão ao tra-balhoe à falta de tempocom afamília têm semostrado cadavez maisfrequentes entreosmédicos.16 Com isso,o tempode dedicac¸ão ao trabalhotemsidoapontado como importante fatorestressor por esses profissionais, é, por-tanto,umimportante fatorderiscoa serinvestigado.Foi exatamenteessefatorqueoatualestudopretendeu inves-tigar.Buscou-sequalquer correlac¸ão entreacargahorária semanaldetrabalhodemédicosanestesiologistasdeMaceió comasdimensõesdaSB.Noentanto,nenhumacorrelac¸ão significativa foi encontrada na amostra do estudo, resul-tadosemelhanteaoencontradoemestudofeitocomoutros médicosde Maceió,17 porém diferente doencontrado por Shanafeltetal.,noqual ashoras trabalhadasporsemana estavamassociadasaoriscodedesenvolverSBemmédicos dosEUA.7
Para mensurar a SB, foi usado o questionário de Mas-lach (MBI), escolhido por ser o maisusado para esse fim e porter asmais fortespropriedades psicométricas13,18 e permitirqueastrêsdimensõessejamdescritaseavaliadas separadamente.
Todos os médicos do estudo responderam ao MBI ade-quadamente.Noentanto,opresentetrabalhotevealgumas limitac¸ões,asquaisdeve-setentarcorrigiremfuturos traba-lhos.Asprincipaislimitac¸õesforam:aabordagemdomédico em seu local de trabalho, que fez com que o formulário fosserespondidoapressadamente; ofatodenemtodosos anestesiologistasdeMaceióestaremcadastradosnaSaeal, oquenãodeuamesmachanceparaosoutrosmédicosde Maceióefezperderapossibilidadedeoutrosdiagnósticos deSB;estudorestritoaMaceió,nãofoipossívelavaliaras condic¸õesdosoutrosmunicípiosdeAlagoascom relac¸ãoà prevalênciadeSB.
Emboranãotenhaumapadronizac¸ãoparaaforma diag-nósticaadequada daSBcom usodoMBI,neste estudofoi feito diagnóstico de acordo com Grunfeld et al., o qual define a estafa profissional na presenc¸a de ao menos um altonível,12 é,assim,ummétodobastantesensível,porém poucoespecífico.AfrequênciadeSBencontradana amos-trafoi de67,44%;umpouco abaixodaencontrado parao grupo de intensivistas, que foi de 70,14%;17 mas superior aoencontradoemumaamostradecancerologistas,quefoi de52,3%.6Umacomparac¸ãomaisamplaé dificultadapela faltadepadronizac¸ãonodiagnóstico.Casofosseseguidoo critériodeRamirez etal., o qualdefine a estafa como a presenc¸adeescoredealtonívelnastrêsdimensões,19 ape-nas4dos43médicosdoestudoteriamodiagnósticodaSB. A baixa prevalência da SB quando esse último critério é usadoéencontradanaliteratura.6,20Essaúltimaforma diag-nósticatemcomodesvantagemsermuitoespecíficaepouco sensível,podedeixardediagnosticarcasospositivosparaa SB.
realizac¸ãopessoaléconsideradaporMaslachcomoaúltima aserdesenvolvida,recebeinfluênciadaexaustãoemocional edespersonalizac¸ãonoindivíduocomSB.13
Oformuláriousadocomoinstrumentonoestudocontava nãosócomoMBI,mascomdiversosoutrosdadosevariáveis quenospermitiramummelhorentendimentodascondic¸ões devidapessoaledetrabalhodecadamédico.Noentanto, diferentementedoMBI,quefoicompletamentepreenchido portodos,oquepermitiuainclusãonotrabalho,nemtodos osmédicos responderam aos demais dados com o mesmo cuidado e atenc¸ão, o que dificultou sua padronizac¸ão e interpretac¸ãoemalgunspontos.Issoocorreuprovavelmente pelaabordagemnoambientedetrabalho
O perfil dos médicos anestesiologistas do estudo con-sistiuem uma populac¸ão adultacom médiade 49,82anos e com umaligeira predominância dosexo masculino.Dos 29médicos comSB, 16sãodosexo masculino.Essa maior prevalênciacontrapõeoencontradonaliteratura,naqualo sexofemininoécolocadocomomaissuscetívelà SB.6Dos médicos entrevistados, 69,77% são casados e 76,74% têm filhos e, apesar de não haver umconsenso geral sobre o impacto do estado civil no desenvolvimento da SB,21 em importanteestudofoiencontradacorrelac¸ãoentrea ausên-ciadeapoiofamiliarnodiaadiacomumamaiorincidência da SB.6 Portanto, uma vida familiar estável torna-se um importantefatorprotetor.
Na amostraestudada, ficou evidente que queixas com relac¸ãoaoambientedetrabalhotornaram-secomunsentre osmédicos.Faltaderecursosmateriais,presenc¸aderuídos, problemas administrativos, possibilidade de complicac¸ões noatendimento e a quantidade de pacientes por médico destacaram-se como importantes elementos estressores, além da demonstrac¸ão de incômodo com alterac¸ões fre-quentesde regras e normas, dificuldade de comunicac¸ão com osorganizadores e prejuízo pela baixa qualidade do climanoambientedetrabalho,queforamassinaladoscomo umarealidadepresentenodiaadiadealgunsmédicosdo estudo.
Comrelac¸ãoaotítulodeespecialistaemanestesiologia, 97,68%afirmaramtê-lo,proporc¸ãosuperioràencontradaem estudosemelhante.22Umaespecializac¸ãoadequada, acom-panhadadeconstanteatualizac¸ão,permiteaoprofissional seguranc¸a nas suas atividades laborais. A inseguranc¸a foi apontadaporMaslachetal.,juntamentecomasobrecarga de trabalho, como fator relacionado ao desenvolvimento de SB.13 No entanto, apesarda prática maissegura rela-cionadaàespecializac¸ão,apráticadaatividadeemregime deplantãodeixaoanestesiologistaemcondic¸ãovulnerável, já que a execuc¸ão de trabalhos por turnos é conside-radafator laboralrelacionado ao desenvolvimentodaSB, estãomaissuscetíveisos indivíduos quealternam ativida-desnoturnasediurnas,commudanc¸asemperíodosde2a 3dias.23 Dificuldadeparadormiremplantões noturnosfoi referida como fator estressor por 41,86% dos médicos do estudo.
Entreosmédicosdoestudo,60,47%têmhábitosdevida saudáveis,relacionadosàpráticadeatividadefísicaregular, prevalência superior à encontrada em estudo com anes-tesiologistas da Faculdade de Medicina do ABC.24 Nesse mesmo estudo, ficou evidenteque a atividade física per-mitemelhor adaptac¸ão,provoca uma reduc¸ãono graude despersonalizac¸ão,24 fortaleceu o encontrado nopresente
estudo,noqualumamaiorprevalênciadeSBocorreuentre osmédicosquenãopraticamatividadefísica.Jácomrelac¸ão ao consumo debebidaalcoólica,apesardeser umhábito confirmadopor72,09%dosmédicos,nãofoipossível deter-minarcomo umhábito excessivoe prejudicialà saúdeou comreflexodeumaatividadelaboralestressante.
Paraoindivíduo,aexaustãoprovocadapelaSBpode tra-zerdiversosprejuízosàsaúdefísicaemental.21 Entreosjá evidenciadosnaliteratura,21 osqueapareceramcommais frequêncianosmédicosdoestudoforam:doresmusculares e osteomusculares, distúrbios do sono, cefaleia e fadiga. Já quanto aos sintomas psicológicos e comportamentais relacionadosàSB,osmaisrelatados foram:impaciênciae irritabilidade,assimcomofaltadeatenc¸ãoeconcentrac¸ão, alterac¸ãodememória,desânimo,instabilidadeemocional, incapacidadederelaxar,pensamentomaislento,asteniae incrementodaagressividade.
Apesardenãotersidoencontrada qualquercorrelac¸ão significativaentreacargahoráriasemanaldetrabalhoem anestesiologistas eaSB naamostraavaliada,issonão sig-nifica que uma alta carga horária de trabalho não seja prejudicial.Excessodededicac¸ãoe faltadetempocoma famíliasãoqueixasfrequentesentreosmédicos,16que, alia-dasaoutrascondic¸õesdotrabalho,configuramumambiente maléficoparaasaúde.
As implicac¸ões para pesquisas futuras são: evitar a abordagem dos voluntários no ambiente de trabalho; a necessidadedeavaliarcorrelac¸ãocomoutrasvariáveis,tais como níveis deruído, grau desatisfac¸ão, doenc¸as coexis-tentes. Para cálculos dotamanho daamostra, com o uso dosparâmetrosdopresenteestudo(intervalodeconfianc¸a de95%,␣de5%e de20%),serãonecessários 143 parti-cipantesetercomocritériodiagnósticoapresenc¸adepelo menosumadimensãocomescoredealtonível(prevalência de70%paraSB)ou61participantes,casosejausadocomo critériodiagnósticoanecessidadedepresenc¸adeescorede altonívelparaastrêsdimensõesdaSB(prevalênciade10% paraSB).
Conclusão
Opresenteestudodemonstranãohavercorrelac¸ãoentrea cargahoráriasemanaldetrabalhocomasdimensõesdaSB napopulac¸ãoestudada.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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