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Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número1

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(1)

w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

original

A

hiperalgesia

secundária

ocorre

independentemente

do

envolvimento

unilateral

ou

bilateral

da

osteoartrite

de

joelho

em

indivíduos

com

doenc¸a

leve

ou

moderada

Vanessa

Martins

Pereira

Silva

Moreira

a,∗

,

Saulo

Delfino

Barboza

a

,

Juliana

Borges

Oliveira

b

,

Janser

Moura

Pereira

c

e

Valdeci

Carlos

Dionisio

a

aUniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),FaculdadedeMedicina,ProgramadeMestradoemCiênciasdaSaúde,Uberlândia,MG,

Brasil

bUniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),FaculdadedeEducac¸ãoFísica,Uberlândia,MG,Brasil cUniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),FaculdadedeMatemática,Uberlândia,MG,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem12deoutubrode2015

Aceitoem6defevereirode2016

On-lineem24demarçode2016

Palavras-chave:

Osteoartritedejoelho

Dor

Limiardedoràpressão

Hiperalgesiasecundária

r

e

s

u

m

o

Introduc¸ão: Aocorrênciadehiperalgesiasecundáriaemindivíduoscomníveismenosgraves

deosteoartritedejoelhoaindaéincerta.Oobjetivodesteestudofoimedirolimiardedorà

pressão(LDP)deindivíduoscomosteoartritedejoelho(OAJ)leveoumoderadaecomparar

comindivíduossemosteoartrite.

Métodos:Foramincluídos10controlessaudáveise30indivíduoscomOAJleveoumoderada,

divididosemdoisgrupos(envolvimentounilateralebilateral).Foiavaliadoecomparadoo

LDPemdermátomos(L1,L2,L3,L4,L5,S1eS2),miótomos(músculosvastomedial,vasto

lateral,retofemoral,adutorlongo,tibialanterior,fibularlongo,ilíaco,quadradolombare

poplíteo)eesclerótomos(ligamentossupraespinaisL1-L2,L2-L3,L3-L4,L4-L5),sobreasáreas

sacraisL5-S1eS1-S2,bolsaanserinaetendãopatelarentreosindivíduoscomesemOAJ.

Resultados: OsgruposOAJ(unilateralebilateral)relatarammenorLDPemcomparac¸ãocom

ogrupocontrolenamaiorpartedasáreas(dermátomos,miótomoseesclerótomos).Não

houvediferenc¸asentreosgruposnosligamentossupraespinaiseaolongodasáreassacrais

L5-S1eS1-S2dosesclerótomos.Nãofoiobservadaqualquerdiferenc¸aentreosindivíduos

comOAJ.

Conclusão:Esses achadossugeremqueos indivíduoscomOAJlevea moderadatinham

hiperalgesiaprimáriaesecundária,independentementedoacometimentounilateralou

bilateral.Essesresultadossugeremqueadorprecisaserumfocoassertivonapráticaclínica,

independentementedograudegravidadeouenvolvimentodaOAJ.

©2016ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC

BY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:vanessamartinsfisio@gmail.com(V.M.PereiraSilvaMoreira).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2016.02.002

0482-5004/©2016ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/

(2)

Secondary

hyperalgesia

occurs

regardless

of

unilateral

or

bilateral

knee

osteoarthritis

involvement

in

individuals

with

mild

or

moderate

level

Keywords:

Kneeosteoarthritis

Pain

Pressurepainthreshold

Secondaryhyperalgesia

a

b

s

t

r

a

c

t

Background:Secondaryhyperalgesiainindividualswithlessseverelevelsofknee

osteoarth-ritisremainsunclear.Theobjectiveofthisstudywastomeasurethepressurepainthreshold

(PPT)ofindividualswithmildormoderatekneeosteoarthritis(KOA)andcomparewithno

osteoarthritis.

Methods: Tenhealthycontrolsand30individualswithmildormoderateKOAdividedinto

twogroups(unilateralandbilateralinvolvement)wereincluded.Dermatomes(L1,L2,L3,L4,

L5,S1,andS2),myotomes(vastusmedialis,vastuslateralis,rectusfemoris,adductorlongus,

tibialisanterior,peroneuslongus,iliacus,quadratuslumborum,andpopliteusmuscles),

andsclerotomes(L1-L2,L2-L3,L3-L4,L4-L5supraspinousligaments),overtheL5-S1and

S1-S2sacralareas,pesanserinusbursae,andatthepatellartendon)PPTwereassessedand

comparedbetweenindividualswithandwithoutKOA.

Results: KOAgroups(unilateralandbilateral)reportedlowerPPTcomparedtothecontrol

groupinmostareas(dermatomes,myotomes,andsclerotomes).Therewereno

between--groupdifferencesinthesupra-spinousligamentsandovertheL5-S1andS1-S2sacralareas

ofthesclerotomes.NodifferencewasseenbetweenKOA.

Conclusion: ThesefindingssuggestthatindividualswithmildtomoderateKOAhad

pri-maryandsecondaryhyperalgesia,independentofunilateralorbilateralinvolvement.These

resultssuggestthatthepainhavetobeanassertivefocusintheclinicalpractice,

indepen-dentofthelevelofseverityorinvolvementofKOA.

©2016ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND

license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

O joelho é a articulac¸ão mais comumente afetada pela

osteoartrite e sua prevalência aumenta com a idade.1 A

dor é o principal sintoma da osteoartrite de joelho (OAJ)

e sua presenc¸a e gravidade são importantes

determinan-tesdadiminuic¸ãonacapacidadefuncional.2,3Ahiperalgesia

primária foi definida como um aumento na atividade dos

nociceptoresaferentesprimáriosnolocaldeumdeterminado

tecidolesionado,enquantoahiperalgesiasecundáriaé

defi-nidacomoapresenc¸adedoremáreasalémdolocaldelesão

inicial.4 Podeocorrerhiperalgesiaprimáriaesecundáriana

OAJ,oqueresultaemmodulac¸ãodenociceptoreseneurônios

doscornosmedulares,respectivamente.5

Olimiardedoràpressão(LDP)foiconsideradooparâmetro

maisconfiávelparaclassificarainflamac¸ãonaosteoartrite6,7

efoiusadoparadetectarapresenc¸adehiperalgesia

secun-dáriaem dermátomos,miótomos eesclerótomos.2,5 O LDP

parece ter níveis diferentes entre indivíduos com e sem

osteoartrite.2,8 No entanto, as evidênciasatuais não

escla-recemseosníveisdeLDPsãodiferentesentreasdistintas

gravidades (por exemplo, leve ou moderada) de OAJ.2,9,10

Gerecz-Simon et al.11 avaliaram indivíduos com OAJ, mas

a dor era apenas leve e moderada. Esses autores também

analisaramsomentedoispontosnomembroinferior.

Recen-temente,demonstrou-sequeosindivíduoscomOAJmoderada

apresentamdorlocalizada,enãohiperalgesiacontralateral.12

Contudo,nesseestudo,emboranãomencionado,as

caracte-rísticasdosparticipantessugeremqueosindivíduostinham

OAJunilateral.Portanto,avaliaraLDPemmúltiplospontos

podetrazerinformac¸õesimportantessobreador,bemcomo

contribuir para a abordagem clínica. Como a lesão

articu-larocorregradualmentenaosteoartrite(istoé,comaperda

progressivadafunc¸ãodostecidosestabilizadores),13seriade

seesperarquea hiperalgesiasecundáriaocorresseno

pro-cesso de desenvolvimento da osteoartrite. O envolvimento

unilateraloubilateralpodeinfluenciarnisso14eresultarem

diferentes pontos dolorosos. Assim,este estudoteve como

objetivomedirosníveisdeLDPemindivíduoscomOAJleve

oumoderada,comenvolvimentounilateralebilateral,e

com-pararcomindivíduossemOAJ.Ahipótesedopresenteestudo

équealgumníveldehiperalgesiasecundáriaestariapresente

emindivíduoscomOAJleveemoderadaeseriaefeitodo

envol-vimentounilateraloubilateral.

Material

e

métodos

Participantes

Apósaaprovac¸ãodoComitêdeÉticaemPesquisada

Univer-sidade(n◦0012/2010)econformeaDeclarac¸ãodeHelsinque

de 1975,fez-se orecrutamento noAmbulatório de

Reuma-tologia do HospitalUniversitário e por meio de telejornais

regionais.Foramcontatados430indivíduoscomOAJvia

tele-fone.Sessentaindivíduosforamsubmetidosaumaavaliac¸ão

presencial paraconfirmarasuaadequac¸ãoaoscritérios de

inclusão/exclusão.

Para a inclusão, os indivíduos deveriam ter 50 anos ou

mais,terOAJdiagnosticadanaavaliac¸ão(unilateralou

bila-teral) edordurante pelo menos seis meses.O diagnóstico

de OAJfoibaseadonaclassificac¸ão doAmerican Collegeof

(3)

Tabela1–Característicasdosindivíduoscomosteoartritedejoelho(OAJ)econtrolesaudáveis

Indivíduos Idade(média±DP) Gênero JoelhoE/ME GravidadeOAJ Medicamentos

Controle(n=10) 57,8±6,22 Feminino(n=6) –- –-

–-Masculino(n=4) –- –-

–-OAJ

Unilateral(n=15) 59,86±7,61 Feminino(n=11) Joelhodireito(n=11) Leve(n=7) n=8 Masculino(n=4) Joelhoesquerdo(n=4) Moderada(n=8)

OAJBilateral(n=15) 64±10,06 Feminino(n=7) Joelhodireito(n=9) Leve(n=4) n=7 Masculino(n=8) Joelhoesquerdo(n=6) Moderada(n=11)

DP,desviopadrão;E,joelhoenvolvidonaOAJunilateral;ME,joelhomaisenvolvidonaOAJbilateral.

osteoartrite que afetasse um ou maiscompartimentos, de acordocomoscritériosradiológicosdeKellgreneLawrence.16

Osindivíduosforamexcluídossetivessem:outraslesões

mus-culoesqueléticas;dorcrônicadifusa(fibromialgia),condic¸ões

inflamatórias crônicas, como doenc¸as autoimunes (artrite

reumatoide,lúpuseritematososistêmico,gota);diabetes

melli-tus;distúrbiosneuromusculares,comodoenc¸adeParkinson;

vertigensououtrascondic¸ões quepudessemafetara

capa-cidadesensorialeocontroledomovimento.Tambémforam

excluídososindivíduosqueusavammedicamentosde

con-trole central da dor, como antidepressivos, mas aqueles

queusavamfármacosanti-inflamatóriosnãoesteroidesorais

foramautorizadosacontinuarouso.

Após aselec¸ão, foram incluídos30 indivíduoscom OAJ.

Dezindivíduoscommaisde50anosquenãotinham

histó-riadelesão,cirurgianemdornosmembrosinferioresforam

selecionadosporconveniênciaparacomporogrupocontrole.

Todososparticipantesincluídosassinaramotermode

con-sentimentoinformadoeforamdivididosemtrêsgrupos:OAJ

bilateral(n=15),OAJ unilateral(n=15)econtrole(n=10). A

tabela1mostraascaracterísticasdosparticipantes.

Avaliac¸ãodador

Umindicadordaforc¸adigital(ForceTEN® FDX,Wagner

Ins-truments, Greenwich CT, USA) e umacabec¸a de diâmetro

planode

½

polegadaforamusadosparaaquantificac¸ão

mecâ-nicada hiperalgesiaealodiniaresultante dasensibilizac¸ão

nociceptivaperiférica oucentral. Asmedic¸õesforam feitas

bilateralmentenosdermátomosnosníveisL1,L2,L3,L4,L5,S1

eS2,comamanobradeapertarerodardescritaporImamura

etal.5Omesmofoifeitoparaosmiótomos,emnovelocais

predeterminados(nosmúsculos vastomedial,vasto lateral,

retofemoral,adutorlongo,tibialanterior,fibularlongo,ilíaco,

quadradolombarepoplíteo).Porfim,foramavaliadosos

escle-rótomosnosligamentossupraespinaisdeL1-L2,L2-L3,L3-L4,

L4-L5,sobreasregiõessacraisdeL5-S1eS1-S2,bolsa

anse-rinaetendãopatelar(fig.1).Doispesquisadoresexperientes

coletaramtodososdados,usaramcritériosrigorososparaa

localizac¸ãodospontos.OLDPfoiexpressoemkg/cm2 eos

valoresmaisaltosindicavamsintomasmenosgraves.

Análiseestatística

Em muitas situac¸ões, é necessário verificar se existe uma

diferenc¸a estatisticamente significativana média do

trata-mentok(k>2).Umasoluc¸ãoseriaotesteFpelaanálisede

variância(Anova),quepossibilitaquesejamtestadasem

con-juntoasmédiasdektratamentos.Noentanto,emalgumas

situac¸ões, assuposic¸õesdomodelo (normalidade,

homoge-neidadeeindependênciadosresíduos)nãoforamatendidas.

Portanto,recomenda-seousodetestesnãoparamétricos,ou

seja,umainferêncianãoparamétrica.Nestetrabalhofoi

apli-cadootestedeKruskal-Wallis,queconsisteemumaanálise

devariâncianãoparamétrica,porqueospressupostosdoteste

paramétricoAnovanãoforamatendidos.17

Resultados

Encontrou-se uma diferenc¸a estatisticamente significativa

nos valoresmédios de LDPentreos grupos controle eOAJ

bilateral eunilateral(p<0,03);nãofoiencontradadiferenc¸a

significativaentreosgruposOAJunilateralebilateral.Os

gru-posOAJtinhamumlimiardedormaisbaixonamaiorparte

dasáreasdosdermátomos(tabela2),miótomos(tabela3)e

esclerótomos (apenas a bolsaanserina e o tendãopatelar;

tabela4).Noentanto,nãofoiencontradadiferenc¸anos

valo-resmédiosdoLDP(p>0,05)nosesclerótomosdosligamentos

supraespinais,sobreasáreassacraisL5-S1eS1-S2(tabela4).

Discussão

Oobjetivodeste estudofoi mediroLDPdeindivíduoscom

grau leveemoderadode OAJ(comenvolvimentounilateral

ebilateral)ecomparar comaquelessemOAJ.Osresultados

mostraramque,emcomparac¸ãocomoscontroles,os

indiví-duoscomOAJleveemoderadativerammenorLDPnamaior

partedasáreas,enquantonãohouvediferenc¸aentreo

envol-vimentounilateraloubilateraldaOAJ.

SegundoCourtneyetal.,18ahiperalgesiaprimáriaparece

basear-se na sensibilizac¸ãode nociceptores periféricos das

fibras-Cdetecidossomáticosprofundosquandoumestímulo

é aplicado no local da inflamac¸ão. Esse processo progride

se a estimulac¸ão nociceptiva persistir. Nesses casos, as

terminac¸õesnervosasdosistemanervosocentralpodemser

alteradasemrazão doaumentono campode recepc¸ãoeo

tornammaissensívelaosestímulos.5 Oaumentona

excita-bilidadesinápticaaumentaarespostadosestímulosnocivos

enãonocivoselevaàalodiniaeàhiperalgesiasecundária.

Nahiperalgesiasecundária,umestímuloforadaáreadelesão

causadornoindivíduo.18

Emboraoprocessodedegenerac¸ãonaOAJnãosejaclaro,os

(4)

10

9

12

12

12

12

11

12

12

4

2

3

7

8

5

6

1

Figura1–Locaisanatômicosusadosnaavaliac¸ãodolimiardedoràpressão(LDP)dosmúsculos,tendãopatelarebolsa anserinanasvistasanterior,posteriorelateral.1,músculovastomedial;2,músculoretofemoral;3,músculovastolateral; 4,músculoadutorlongo;5,músculotibialanterior;6,músculofibularlongo;7,tendãopatelar;8,bolsaanserina;9,músculo poplíteo;10,músculoilíaco;11,músculoquadradolombar;12,ligamentossupraespinaiseáreassacraisentreL5-S1e S1-S2.FiguraadaptadadeImamuraetal.5.

leveamoderadativeramhiperalgesiaprimáriaesecundária,

enquantooscontrolessaudáveisnãoativeram.Comparando

osdadosdesteestudocomosdeImamuraetal.,5sugere-se

quequandoaOAJ progride,ahiperalgesiasecundária

tam-bémaumenta.Imamuraetal.5tambémrelataramapresenc¸a

de hiperalgesia secundáriaem regiõesdistantes dojoelho,

incluindoaregiãolombar,emindivíduoscomOAJgrave.Em

contrapartida,nopresenteestudo,osindivíduoscomOAJleve

amoderadanãoapresentaramalterac¸õesnaregiãolombar.No

entanto,houvealterac¸õesnolimiardedordepartes

distan-tesdojoelhoqueexibiamhiperalgesiasecundária(tabelas2e

3).Portanto,osresultadosdopresenteestudosugeremquea

hiperalgesiasecundáriapoderiaocorreraolongodoprocesso

dedegenerac¸ãoenãoseriaumacaracterísticapresente

ape-nasnonívelgravedeOAJ.Rakeletal.12mostraramresultados

semelhantes;noentanto,ospontosdeLDPforamanalisados

emapenasumpontodahiperalgesiaprimáriaesecundária

eamaneiradedeterminaraOAJ levefoiconsiderada uma

limitac¸ãodoestudopelosautores.Opresenteestudousoua

classificac¸ãodoAmericanCollegeofRheumatology15e,

por-tanto,confirmaosresultadosdeRakeletal.,12 acrescentaa

sensibilidadeaestímulosmecânicosemdermátomos,

mióto-moseesclerótomos.

Hassan et al.3 observaram queos fármacos podem agir

nosmecanismosdedorperiféricose/oucentrais.Noentanto,

no presente estudo, parte dos participantes (n=15; tabela

1)usava medicamentos,masesses pareceramnão

interfe-rirnoLDP,jáqueamaiorpartedospontosdeLDPeramais

sensível emcomparac¸ãocomogrupocontrole.Esses

resul-tadosreforc¸am aevidênciadequeosfármacosgeralmente

têmac¸ãolimitadanadorcrônicaesãoinsatisfatóriosno

alí-vio da dor.19 Taylor et al.20 informaram que os médicos e

pacientes (51%dosentrevistados)estão insatisfeitoscom o

controleinadequadodaOAJfornecidopelotratamento

con-vencional com anti-inflamatórios não esteroides. O estudo

(5)

Tabela2–ResultadosdotestedeKruskal-Wallisparaolimiardedoràpressãosobredermátomos

Dermátomo ␹2a p Grupos Médiadasordensb,c

L1 18,7044 0,0022 Controle Joelhodireito 61,55 a

Joelhoesquerdo 57,85 a

Unilateral Joelhoenvolvido 34,97 b

Joelhonãoenvolvido 34,97 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 35,00 b

Joelhomenosenvolvido 31,40 b

L2 13,9418 0,0159 Controle Joelhodireito 58,05 a

Joelhoesquerdo 55,70 a

Unilateral Joelhoenvolvido 31,97 b

Joelhonãoenvolvido 34,33 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 35,20 b

Joelhomenosenvolvido 38,67 b

L3 23,2273 0,0003 Controle Joelhodireito 61,70 a

Joelhoesquerdo 62,20 a

Unilateral Joelhoenvolvido 33,87 b

Joelhonãoenvolvido 34,23 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 35,47 b

Joelhomenosenvolvido 29,83 b

L4 22,0370 0,0005 Controle Joelhodireito 62,15 a

Joelhoesquerdo 59,8 a

Unilateral Joelhoenvolvido 31,67 b

Joelhonãoenvolvido 39,20 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 30,30 b

Joelhomenosenvolvido 33,53 b

L5 19,7702 0,0014 Controle Joelhodireito 59,60 a

Joelhoesquerdo 61,15 a

Unilateral Joelhoenvolvido 32,10 b

Joelhonãoenvolvido 35,70 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 34,83 b

Joelhomenosenvolvido 32,87 b

S1 22,3136 0,0005 Controle Joelhodireito 60,60 a

Joelhoesquerdo 61,50 a

Unilateral Joelhoenvolvido 33,63 b

Joelhonãoenvolvido 35,90 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 27,77 b

Joelhomenosenvolvido 37,30 b

S2 14,9281 0,0107 Controle Joelhodireito 58,45 a

Joelhoesquerdo 57,25 a

Unilateral Joelhoenvolvido 33,73 b

Joelhonãoenvolvido 34,73 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 34,73 b

Joelhomenosenvolvido 35,00 b

a

␹2Valorestatísticodotestedequi-quadradocomprobabilidade␣unicaudal.

b AmédiadasordensderivadasmédiasdeLDPcoletadasefoirepresentadaporletrasminúsculas.

c Diferentesletrasminúsculasnacoluna,asmédiasdasordensdoLDPdiferempelotestedeKruskal-Wallisemumníveldesignificânciade

5%.

(60%).Alémdisso,essesresultadossugeremqueparao

tra-tamentodahiperalgesia secundáriaeocontrole da dorna

OAJ,fármacosparaadorcentralpodemserúteis,umavez

que os AINE agem apenas nos mecanismos periféricos da

dor.21

RiddleeStratford14encontraraminfluênciadadorsobre

oladodeenvolvimento(unilateraloubilateral)medida por

autorrelato, masos resultados dopresente estudo

mostra-ramqueadornãoéinfluenciadapeloladodeenvolvimento

e não apoiam os resultados de Riddle e Stratford.14

Ape-sarda importante diferenc¸ade tamanho da amostra entre

essesestudos,deve-seconsiderarqueummecanismo

obje-tivo de mensurac¸ão da dor (LDP) pode ser diferente de

medidas de autorrelato. RiddleeStratford14 também

suge-riram que a diferenc¸a observada na func¸ão entre a dor

unilateral e bilateral pode ser um reflexo das diferenc¸as

na intensidade da dor. Deacordo com Wiseet al.,22 ador

medida porautorrelatoesteveassociada aoestado

psicoló-gico,o quepodeterinfluenciado osresultados deRiddlee

Stratford.14

Porfim,no presenteestudo,dois pesquisadores fizeram

acoletadosdadosenãofoiavaliadaaconfiabilidadeentre

avaliadores,oquepodeserconsideradaumalimitac¸ão,uma

vezquepodehaverumaligeiradiferenc¸analocalizac¸ãodos

pontos anatômicos.Noentanto,amboseramexperientese

(6)

Tabela3–ResultadosdotestedeKruskal-Wallisparaolimiardedoràpressãoemmiótomos

Miótomo ␹2a p Grupos Médiadasordensb,c

ILIO 12,1881 0,0323 Controle Joelhodireito 55,10 a

Joelhoesquerdo 56,20 a

Unilateral Joelhoenvolvido 38,37 b

Joelhonãoenvolvido 31,00 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 35,63 b

Joelhomenosenvolvido 36,80 b

AL 17,8989 0,0031 Controle Joelhodireito 62,95 a

Joelhoesquerdo 55,10 a

Unilateral Joelhoenvolvido 32,90 b

Joelhonãoenvolvido 32,47 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 34,83 b

Joelhomenosenvolvido 37,10 b

RF 24,3074 0,0002 Controle Joelhodireito 64,00 a

Joelhoesquerdo 61,10 a

Unilateral Joelhoenvolvido 32,83 b

Joelhonãoenvolvido 31,00 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 34,53 b

Joelhomenosenvolvido 34,23 b

VM 21,1307 0,0008 Controle Joelhodireito 59,15 a

Joelhoesquerdo 62,55 a

Unilateral Joelhoenvolvido 31,03 b

Joelhonãoenvolvido 34,03 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 37,17 b

Joelhomenosenvolvido 32,63 b

VL 18,8512 0,0020 Controle Joelhodireito 62,30 a

Joelhoesquerdo 57,10 a

Unilateral Joelhoenvolvido 35,33 b

Joelhonãoenvolvido 31,20 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 33,73 b

Joelhomenosenvolvido 36,13 b

TA 24,7054 0,0002 Controle Joelhodireito 61,20 a

Joelhoesquerdo 64,20 a

Unilateral Joelhoenvolvido 34,87 b

Joelhonãoenvolvido 34,37 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 32,17 b

Joelhomenosenvolvido 31,00 b

FL 21,5347 0,0006 Controle Joelhodireito 63,10 a

Joelhoesquerdo 59,10 a

Unilateral Joelhoenvolvido 30,30 b

Joelhonãoenvolvido 34,17 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 34,87 b

Joelhomenosenvolvido 35,20 b

QL 24,6522 0,0002 Controle Joelhodireito 59,35 a

Joelhoesquerdo 65,70 a

Unilateral Joelhoenvolvido 31,47 b

Joelhonãoenvolvido 33,10 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 32,17 b

Joelhomenosenvolvido 35,90 b

POP 26,3413 <0,000 Controle Joelhodireito 62,35 a

Joelhoesquerdo 64,45 a

Unilateral Joelhoenvolvido 31,20 b

Joelhonãoenvolvido 34,70 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 30,77 b

Joelhomenosenvolvido 34,80 b

ILIO,músculoilíaco;AL,músculoadutorlongo;RF,músculoretofemoral;VM,músculovastomedial;VL,músculovastolateral;TA,músculo tibialanterior;FL,músculofibularlongo;QL,músculoquadradolombar;POP,músculopoplíteo.

a 2Valorestatísticodotestedequi-quadradocomprobabilidadeunicaudal.

b AmédiadasordensderivadasmédiasdeLDPcoletadasefoirepresentadaporletrasminúsculas.

c Diferentesletrasminúsculasnacoluna,asmédiasdasordensdoLDPdiferempelotestedeKruskal-Wallisemumníveldesignificânciade

(7)

Tabela4–ResultadosdotestedeKruskal-Wallisparaolimiardedoràpressãoemesclerótomos

Esclerótomo ␹2a p Grupos Médiadasordensb,c

TP 24,5637 0,0002 Controle Joelhodireito 63,60 a

Joelhoesquerdo 61,30 a

Unilateral Joelhoenvolvido 34,43 b

Joelhonãoenvolvido 33,53 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 29,00 b

Joelhomenosenvolvido 35,77 b

BA 19,6622 0,0014 Controle Joelhodireito 59,80 a

Joelhoesquerdo 59,95 a

Unilateral Joelhoenvolvido 33,67 b

Joelhonãoenvolvido 39,33 b

Bilateral Joelhomaisenvolvido 31,77 b

Joelhomenosenvolvido 31,40 b

L1-L2 3,9834 0,1364 Controle Joelhodireito 48,00 a

Joelhoesquerdo 43,20 a

Unilateral Joelhoenvolvido 43,27 a

Joelhonãoenvolvido 39,83 a

Bilateral Joelhomaisenvolvido 41,63 a

Joelhomenosenvolvido 30,47 a

L2-L3 2,3155 0,3142 Controle Joelhodireito 37,22 a

Joelhoesquerdo

-Unilateral Joelhoenvolvido 37,58 a

Joelhonãoenvolvido

-Bilateral Joelhomaisenvolvido 45,60 a

Joelhomenosenvolvido

-L3-L4 4,4425 0,1085 Controle Joelhodireito 37,62 a

Joelhoesquerdo

-Unilateral Joelhoenvolvido 47,48 a

Joelhonãoenvolvido

-Bilateral Joelhomaisenvolvido 35,43 a

Joelhomenosenvolvido

-L4-L5 1,5373 0,4636 Controle Joelhodireito 40,30 a

Joelhoesquerdo

-Unilateral Joelhoenvolvido 36,85 a

Joelhonãoenvolvido

-Bilateral Joelhomaisenvolvido 44,28 a

Joelhomenosenvolvido

-L5-S1 3,3315 0,1890 Controle Joelhodireito 47,45 a

Joelhoesquerdo

-Unilateral Joelhoenvolvido 41,10 a

Joelhonãoenvolvido

-Bilateral Joelhomaisenvolvido 35,27 a

Joelhomenosenvolvido

-S1-S2 0,3497 0,8396 Controle Joelhodireito 39,30 a

Joelhoesquerdo

-Unilateral Joelhoenvolvido 39,32 a

Joelhonãoenvolvido

-Bilateral Joelhomaisenvolvido 42,48 a

Joelhomenosenvolvido -

-TP,tendãopatelar;BA,bolsaanserina;L1-L2,ligamentossupraespinaisL1-L2;L2-L3,ligamentossupraespinaisL2-L3;L3-L4,ligamentos supra-espinaisL3-L4;L4-L5,ligamentossupraespinaisL4-L5;L5-S1,regiãosacraL5-S1;S1-S2,regiãosacraS1-S2.

a 2Valorestatísticodotestedequi-quadradocomprobabilidadeunicaudal.

b AmédiadasordensderivadasmédiasdeLDPcoletadasefoirepresentadaporletrasminúsculas.

c Diferentesletrasminúsculasnacoluna,asmédiasdasordensdoLDPdiferempelotestedeKruskal-Wallisemumníveldesignificânciade

5%.

ConformerelatadoporFisher,6oindivíduodescritopeloLDP

estábemcorrelacionadoentrediferentespesquisadorese

aná-liselocal.

Emresumo,osindivíduoscomOAJleveamoderadatinham

hiperalgesia primáriaesecundária, independentemente do

acometimentounilateraloubilateral.Essesresultados

suge-remqueadorprecisaserumfocoassertivonapráticaclínica,

independentementedograudegravidadeouenvolvimentoda

OAJ.

Conflitos

de

interesse

(8)

Agradecimentos

AtodososalunosdoLaboratóriodeFisioterapiae

Neuromecâ-nicadaFaculdadedeEducac¸ãoFísicadaUniversidadeFederal

de Uberlândiapela assistênciacom a técnica e discussões

sobreoassunto.

ÀFundac¸ão de Amparo à Pesquisa doEstado de Minas

Gerais(Fapemig)peloseuapoioàpesquisa(Bolsa

APQ-01110-10)eaoConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoe

Tecnológico(CNPq)pelabolsadeestudosparaestapesquisa.

r

e

f

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Imagem

Tabela 1 – Características dos indivíduos com osteoartrite de joelho (OAJ) e controle saudáveis
Figura 1 – Locais anatômicos usados na avaliac¸ão do limiar de dor à pressão (LDP) dos músculos, tendão patelar e bolsa anserina nas vistas anterior, posterior e lateral
Tabela 2 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis para o limiar de dor à pressão sobre dermátomos
Tabela 3 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis para o limiar de dor à pressão em miótomos
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Referências

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