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Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número1

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ww w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

original

Efeitos

da

manipulac¸ão

da

sensibilidade

plantar

sobre

o

controle

da

postura

ereta

em

adultos

jovens

e

idosos

Álvaro

S.

Machado,

Caio

Borella

Pereira

da

Silva,

Emmanuel

S.

da

Rocha

e

Felipe

P.

Carpes

UniversidadeFederaldoPampa,GrupodePesquisaemNeuromecânicaAplicada,Uruguaiana,RS,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem25deagostode2015 Aceitoem24denovembrode2015

On-lineem16demarçode2016

Palavras-chave:

Controlepostural Equilíbrio Centrodepressão Estabilidade Envelhecimento

r

e

s

u

m

o

Introduc¸ão:Pessoascomperdassensoriaisapresentamdéficitsdeequilíbrio.Emboraesse quadrosejacomumemidosos,aindasediscuteoquantoidosossemdoenc¸asqueafetam asviassensoriaisdependemdessainformac¸ãoparacontrolaroscilac¸õescorporaisdurante ocontroledapostura.

Objetivo:Investigarosefeitosdaperturbac¸ãodasensibilidadeplantarsobreocontroleda posturaeretaemadultosjovenseidososindependentes(n=19/grupo).

Métodos:Asensibilidadeplantarfoiavaliadacomestesiômetroedadosdevelocidadee des-locamentodocentrode pressãoduranteaposturadepéforamavaliadosparacadapé comumbaropodômetro,emcondic¸õesdeolhosabertosefechados.Ogrupodeadultos jovensfoiavaliadoquantoaocentrodepressãonascondic¸õesnormalepós-perturbac¸ãoda sensibilidadeplantar,pelaimersãodospésemáguaegelo.

Resultados:Adultos não apresentaram alterac¸ões no centro de pressão em resposta à perturbac¸ãosensoriale tiveram,mesmonacondic¸ão deperturbac¸ão sensorial,melhor controleposturaldoqueidosos.Idososapresentarammenorsensibilidadeplantaremaior oscilac¸ãodocentrodepressãodoqueosadultosjovens.

Conclusão:Idosospareceramdependermaisdasensibilidadeplantarparamantero con-troleposturaldoqueadultosjovens.Emidosos,intervenc¸õesclínicasquemelhorem a sensibilidadeplantarpodemauxiliarnatarefademanteraposturadepé.

©2016ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC BY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:carpes@unipampa.edu.br(F.P.Carpes). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.11.005

(2)

Effects

of

plantar

foot

sensitivity

manipulation

on

postural

control

of

young

adult

and

elderly

Keywords:

Posturalcontrol Balance

Centerofpressure Stability

Aging

a

b

s

t

r

a

c

t

Introduction:Subjectswithsensoriallossespresentbalancedeficits.Althoughsuchcondition isoftenobservedamongelderly,thereisdiscussionconcerningthedependenceonsensorial informationforbodyswaycontrolintheelderlywithoutsensoriallosses.

Purpose: Weinvestigatedtheeffectsoffootsensitivitymanipulationonposturalcontrol duringuprightstandinginyoungadultsandindependentelderly(n=19/group).

Methods:Plantarsensitivitywasevaluatedbyesthesiometry,andspeedofcenterofpressure shiftdataduringuprightposturewereevaluatedforeachfootusingabaropodometerwhile thesubjectswerestandingwitheyesopenorclosed.Theyoungadultgroupwas evalua-tedforpressurecenterinnormalconditionsandafterplantarsensitivitydisturbance,by immersingtheirfeetinwaterandice.

Results: Youngadultsdidnotshowalterationsintheircenterofpressureaftersensorial perturbationandpresented,evenundersensorialperturbation,betterposturalcontrolthan elderlysubjects.Theelderlyshowedlowerfootsensitivityandgreatercenterofpressure oscillationthanyoungadults.

Conclusion: Elderlysubjectsseemtorelymoreonfootsensitivityforcontrolofbodysway thanyoungadults.Intheelderly,aclinicalinterventiontoimprovefootsensitivitymayhelp inuprightposturemaintenance.

©2016ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

O controle da postura em pé é uma habilidade requerida diariamenteequedependedeajustesneuromusculares cons-tantes para manter o centro de pressão (CoP) dentro dos limitesdeestabilidadedabasedesuporte.1Taisajustessão

deterioradospeloaumentodaidade.2Umadasrazõespara

esses déficits podeser a perda da func¸ão sensorial ou da capacidadedeusodessainformac¸ãosensorial.Quando sub-metidosasituac¸ões nasquaisfunc¸ões proprioceptivas dos pésetornozelosãoprejudicadas,adultosjovensapresentam menorcomprimentoeáreadedeslocamentodoCoPdoque idosos,oquesugeremelhorcapacidadedecompensaras per-dassensoriais.3,4

Billotet al.5 sugerem quea sensibilidade plantarnão é

umafunc¸ãoprimordialparaocontroleposturalemadultos, vistoqueessa informac¸ãopodesercompensadaporoutras vias proprioceptivas, como, por exemplo,a visãoou o sis-temavestibular.Entretanto,ocontroleposturalpareceestar relacionadocomasensibilidadeplantaremidosos,naqual outrossistemastambémapresentamdéficitsemrespostaao aumentodaidade,como,porexemplo,perdasnafunc¸ãodo sistemavestibular,visãoeforc¸amuscular.3Ducicetal.6

mos-traramqueasensibilidadeplantarreduzidarelaciona-secom déficitsnocontroleposturalemidososqueapresentam neuro-patiaperiférica.Alémdisso,asensibilidadeplantarcontribui paraocontroledapressãoplantarduranteaposturadepé deidosos.7Issoajudaaexplicarofatodeidosos,porvezes,

teremmaiordependênciadavisão,sobretudoparaocontrole davelocidadedoCoP,doqueadultosjovens.8Contudo,ainda

sediscuteo quantoqueesse tipo deinformac¸ão sensorial provenientedaregiãoplantarcontribuiparaaregulac¸ãodo controleposturalemidosossaudáveis.

Estudos experimentais desenvolveram protocolos que diminuem,temporariamente,afunc¸ãosensorialdeadultos, como, por exemplo, a atividade dos mecanorreceptores, a fim demimetizar odeclíniosensorialdoenvelhecimentoe permitirumcomparativoentreesserecursoaferenteíntegro comoprejudicado.Umaestratégiaquesemostrouválidaem algunsestudoséaimersãodosmembrosinferioresemágua egelo,afimdereduzirasensibilidadeplantar,acapacidade dediscriminac¸ãodedoispontosaotoqueeasensibilidadeà vibrac¸ão.9

Neste estudo, nosso objetivo foi verificar alterac¸ões na posic¸ãodoCoPsobrecadaumdospés,consideradocomoum indicadordocontroleposturalemidososeemadultosjovens emcondic¸ãosensorialnormaleemrespostaaperturbac¸ão dasensibilidade.Tendoemvistaqueoenvelhecimentopode promoverprejuízosheterogêneosnosdiferentes componen-tessensoriomotores(cognitivos,processamentossensoriaise perceptuais),10nossahipótesefoiqueadiminuic¸ão de

sen-sibilidade plantar teria impacto diferente para idosos em comparac¸ãocomosadultosjovens,poisadultosjovensteriam a capacidade de regular satisfatoriamente o CoP, mesmo sobacondic¸ãodeperturbac¸ãonascaracterísticassensoriais dospés.

Material

e

métodos

Participantes

(3)

foicompostopor19idososindependentescommédia (des-viopadrão)de79(6)anos,estaturade1,55(0,05)memassa corporalde 68 (9) kg.O grupo de adultosjovens foi avali-ado em duas condic¸ões,uma pré e umapós- perturbac¸ão sensorial,formaram-setrês gruposnaanálisefinal:adultos semperturbac¸ãosensorial,adultospós-perturbac¸ãosensorial eidosos.Todososparticipantesassinaramumtermode con-sentimentolivreeesclarecidodeacordocomaDeclarac¸ãode HelsinqueeaprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisacom SeresHumanosdainstituic¸ãolocal(parecer082011).Todosos participantesdeveriamtercondic¸õesfísicasparadeambulare manter-sedepésemusodeórteseoupróteseeter disponibili-dadeparaumavisitaaolaboratórioafimdefazerasavaliac¸ões econcordarcomotermo deconsentimentolivree esclare-cido.Oscritériosdeexclusãoabrangerampresenc¸adedoenc¸as cerebelares,lesõescutâneasplantares,históriadelesões trau-máticaemmembrosinferiores,neuropatiasouinabilidadede fazerastarefaspropostas.

Avaliac¸ãodasensibilidadeplantar

Antesdeiniciaraavaliac¸ãodasensibilidadeplantar,os par-ticipantestiveram10minutosdedescansosentadosemuma cadeira.Asensibilidadeplantarfoiavaliadaemumprotocolo clínicocomestesiômetrode pressãodeSemmes-Weinstein (Semmes-Weinstein Monofilaments, San Jose, EUA).11,12 O

estesiômetroera composto porseis filamentos denylon de igualcomprimento(fig.1A),comvariadosdiâmetros,que pro-duziamumapressãopadronizadasobreasuperfíciedapele (considerandoseisvaloresentre0.05gfe300gf)deacordocom acalibrac¸ãoerecomendac¸ãoparauso.13

Todososparticipantesforamavaliadoscomosolhos ven-dados,naposic¸ãosupina,emumambientesilenciosoelivre dedistrac¸ões.Todosforamavaliadospelomesmoavaliador. A sensibilidade plantar foi avaliada em nove locais do pé (fig.1A)emordemrandomizada,assimcomooprimeiropé aseravaliadofoialternadoparacadaparticipante.Os partici-pantesrelatavamnapalmadamãoaregiãoondepercebiam o estímulo tátil nos pés. Todas as avaliac¸ões foram feitas nomesmoperíodododia.Asensibilidadeplantarfoi deter-minada pela aplicac¸ão de filamentos maisfinos aos mais grossosatéqueoparticipantepudessesercapazde detec-taro toque.14 Os toques eram feitos durante um segundo

eemduasrepetic¸ões deforma que ofilamento tomasse a formadeC.

Cadafilamentocorrespondiaaumaclassificac¸ãobaseada emsuascores,na qualverde eazulcorrespondiamà sen-sibilidadenormal;violetaumadificuldadedediscriminac¸ão deforma etemperatura;vermelhodenotavadiscretaperda de sensac¸ão protetora, vulnerável a lesões; laranja uma leveperda da sensac¸ãoprotetora;rosasignificavaperda da sensac¸ãoprotetoraenenhumaresposta.

Paradeterminarasensibilidadedetodoopéfoifeitaasoma dosvalores de cada região.Assim, quanto maioro escore, menorasensibilidadeplantar.

Avaliac¸ãodocontrolepostural

Aaquisic¸ãodedadosparaavaliac¸ãodoCoPfoifeitadurante aposturadepé,comapoiobipodal,comospésposicionados

emabduc¸ãode30◦,15comcalcanharesafastados5cmebrac¸os

relaxadosaolongodotronco,emduassituac¸ões:(a)olhando emdirec¸ãoaumpontofixodispostoquatrometrosàfrentee naalturadosolhos;(b)comosolhosfechados.3

Paracadacondic¸ãovisualforamfeitastrês tentativasde 30scada,aprimeiracondic¸ãofoialternadaentreolhos aber-tosefechadosacadaparticipanteavaliado.Umintervalode 30 sentre as tentativasfoi feito para todos os participan-tes.OsdadosdeCoPforamcoletadosparacadapécomum baropodômetro(TekscanInc.,Boston,MA),comtaxade amos-tragemde100Hz.Foramdeterminadasasseguintesvariáveis: velocidademédiadoCoP(CoPvel),amplitudeanteroposterior (CoPap)emediolateral(CoPml)econsiderou-seaáreade con-tatodecadapécomasuperfície.

Perturbac¸ãodasensibilidadeplantar

Oprotocolodeperturbac¸ãodasensibilidadeplantarfoi apli-cadoapenasaosparticipantesadultosjovenseteveoobjetivo desimularadiminuic¸ãosensorialnaregiãodospéscomum em idosos. O protocolo de perturbac¸ão foi conduzido por meiodehipotermia,similaraousadopreviamente.9,16Paraa

gerac¸ãodaperturbac¸ãoquantoàsinformac¸õessensoriaisna plantadospésosparticipantesfizeramoprotocolo conforta-velmentesentadosemantiveramospésemimersãoemum reservatóriocomáguaegelo,emumatemperatura contro-ladaentre5◦Ce8C,durante15minutos.3Paraaavaliac¸ãodo

CoPapósaimersãoemgelo,osparticipantessemoveramda posic¸ãodescritaimediatamenteparaaposic¸ãoempésobreo baropodômetro.

Análisedosdados

Osdados foramagrupadosemmédiaedesvio-padrãopara cadagrupo.Foiverificadaanormalidadedosdadoscomoteste deShapiro-Wilk.Asensibilidadeplantarfoicomparadaentre opédireitoeesquerdodeadultospormeiodotestetpareado eemidososcomotestedeWilcoxon.Otestetindependente foiusadoparacomparac¸ãoentreosgrupos. Paraanálisede assimetriaseefeito davisãonosdadosde CoP,foi usadoo testedeWilcoxonparatodososgruposecondic¸ões.A par-tirdasmedidasdoCoP,osgruposdeadultosjovens,adultos jovenspós-perturbac¸ãosensorialeidososforamcomparados por meio de análise de variância com post hoc de Bonfer-roni.Todosostestesconsideraramumníveldesignificância de0,05.

Resultados

(4)

Figura1–Ilustrac¸ãodospontosondeasensibilidadeplantarfoiavaliadaedoestesiômetroempregadonoestudo.

idosos,paraambosospés(tabela1).QuantoàanálisedoCoP (fig.2),foiverificadoqueascondic¸õescomolhosabertosecom olhosfechadosnãoalteraramnenhumavariáveldoCoP,bem comonãohouveassimetrias(fig.3).Assim,ascomparac¸ões posterioresforamfeitascomosdadosdasanálisesdas tenta-tivascomolhosabertosedadosdopédireito.

Na análise da amplitude de deslocamento do CoP não foi observado um efeito de grupo na direc¸ão anteroposte-rior[F(2)=2,348;p=0,105].Jánasavaliac¸õesdodeslocamento do CoP na direc¸ão mediolateral, um efeito de grupo foi observado[F(2)=5,622;p=0,006].Asanálisesdepost-hoc indi-caramsimilaridadeentreadultosjovenseadultosjovensapós perturbac¸ão sensorial (p=1.000). No entanto, idosos apre-sentarammaiordeslocamento mediolateral doCoPdoque adultosjovens(p=0,017)eadultosjovensapósperturbac¸ão sensorial(p=0,015).

Damesma forma,observamosum efeitodo grupopara avelocidadedoCoP[F(2)=7,587;p=0,001].Aanálisede

post--hocindicouqueogrupodeadultosjovensapósperturbac¸ão sensorial não diferiu da condic¸ão sem perturbac¸ão senso-rial(p=1,00).Entretanto,adultosjovensantesdaperturbac¸ão (p=0,006) e após perturbac¸ão da sensibilidade plantar (p=0,003)apresentaramvaloresmenoresdoqueidosos.

10 5

*

*

4

3

2

1

0

Amplitude (cm)

Adultos Adultos gelo Idoso

V

e

locidade (mm/s)

COPap COPml COPVel

8

6

4

2

0

Figura2–ValoresdeamplitudedoCoPnossentidos

anteroposterior(COPap)emediolateral(COPml),em

centímetros,noeixoverticalesquerdo,eavelocidadedo

COP(COPvel)emmilímetrosporsegundo(mm/s)noeixo

verticaldireitoparacadagrupo(n-19porgrupo).

*Indicadiferenc¸aestatisticamentesignificativaentreos

gruposconfirmadaporanálisedevariânciacomposthocde

Bonferroni(p<0,05).

Tabela1–Escoresdesensibilidadeplantar(dadosexpressosemmédiaedesvio-padrão)emcadapé.Osomatóriode

todosospontosdecadapérepresentaasensibilidadedopéinteiro.Maioresvaloresrepresentampiorsensibilidade

Adultosjovens Idosos

Pédireito Péesquerdo Pédireito Péesquerdo

Média 24,7 25,2 46,2a 46,6a

Desvio-padrão 4,0 5,3 12,1 14,1

(5)

A

COP ap (cm)

COPml (cm)

COPv

el (mm/s)

15

10

5

0

4

4

3

3

2

1

0

D E D E D E OA OF OA OF OA OF

Adultos Adultos gelo Idosos

6 6

4

2

0

4

2

0 2

1

0 15

10

5

0

B

Figura3–Médiaedesviopadrãodaamplitudeanteroposteriordocentrodepressão(COPap),amplitudemediolateraldo

centrodepressão(COPml)emcentímetrosevelocidadededeslocamentodocentrodepressão(COPvel)paracadagrupo

(n=19porgrupo)emmilímetrosporsegundo(mm/s).Acolunadaesquerda(colunaA)apresentavaloresparaambosos

pés,DindicapédireitoeEindicapéesquerdo.Nacolunadadireita(colunaB)sãoapresentadosvaloresparacondic¸ões

visuaisdeolhosabertos(OA)eolhosfechados(OF).Paraambasasanálisesdecomparac¸ãoentrepédireitoeesquerdofoi

empregadootestedeWilcoxonconsiderandoníveldesignificânciade0,05.

Discussão

Aoprocurarsimularemadultosjovensadiminuic¸ãoda sen-sibilidade plantar que idosos experimentam, fizemos um protocolodeperturbac¸ãodasensibilidadeplantaremadultos jovens.Embora essemesmoprotocolo de perturbac¸ão sen-sorial tenha gerado alterac¸ões na sensibilidade plantar de adultosemumestudoprévio,3,9oimpactodessaperturbac¸ão

agudanãopodeserconsideradoigualaoqueé experimen-tado pelosidosos, nos quaisesses déficits estão presentes de maneira contínua e progressiva.11 Contudo, essa não é

umalimitac¸ãoparticulardenossoestudo,masdetodosque buscaminvestigaressetipodequestão.Adicionalmente,as diferenc¸aspodemdependertambémdacapacidadedos adul-tosdeusarinformac¸õesadvindas deoutras viasaferentes, possivelmenteosistemavestibular,paracontroledoCoP.17

Nãoforamencontradasassimetriasentreospésna sen-sibilidade e nem na oscilac¸ão do CoP, o que indica que

os participantesavaliadosnão demonstraraminfluênciade lateralizac¸ãofuncionalemumatarefasimplescomoéo proto-coloproposto.Aprivac¸ãodainformac¸ãovisualeaalterac¸ãona sensibilidadeplantarnãoacarretarammudanc¸asnospadrões decontroleposturalmensuradosemadultosjovens.Apesar disso, algunsachados daliteraturaindicamquesujeitosde todasasidadesdependemdasensibilidadeplantarpara man-teroequilíbrionaposturaempéeoavanc¸ardaidadeleva aoaumentodaoscilac¸ãocorporal.18Uedaetal.3encontraram

aumentonodeslocamentodoCoPanteroposteriordetodoo corpoemidososemcomparac¸ãocomadultosjovensenossa avaliac¸ãodoCoPparacadapémostrouqueaamplitude medi-olateraldoCoPémaioremidososdoqueemadultos,comou semperturbac¸ãosensorial.Esseresultadoépertinente,uma vez queamedida da amplitude mediolateral éimportante para predizer o risco de quedas emidosos.19 Nosso

(6)

doqueemadultosjovensantesedepoisdaperturbac¸ão sen-sorial.Issosignificapiordesempenhonocontroledapostura depé.EssavariávelédescritaporHewsonetal.20comoútilna

classificac¸ãodeidososcomesemriscodequedas.Maisuma vez,encontramosumavariávelquepodeindicarainfluência negativadareduc¸ãodasensibilidadesobreaestabilidadede idosos.

Nossosresultadoscorroboram osachadosdeumestudo recente21 que também não encontrou aumento nos

deslo-camentos do CoP quando a informac¸ão visual não estava disponível ou perturbac¸ão da sensibilidade dos pés de adultos.22Esseestudorecentedemonstrouqueoresfriamento

daplantadopénão alteraocontroledoequilíbrio mesmo quando a visão está ou não disponível. Em nosso estudo, mesmoquandoainformac¸ãovisualestavaindisponívele per-turbamosainformac¸ãosensorialdaplantadopé,osadultos jovenscontinuaramtendomelhorcontroleposturaldoque idosos.Issopodeserexplicadopelapossibilidadedeem adul-tosadiminuic¸ão datemperatura da região plantarinduzir um reajuste no uso da informac¸ão sensorial na busca da preservac¸ãodocontroleposturalfrente aosdéficits experi-mentadosedarespecialatenc¸ãoaoutrasviasaferentes,como ainformac¸ãovestibular.21

Yasudaetal.17destacamqueoprincipalmecanismoque

contribuiparaocontroledaposturaortostáticaéosistema labiríntico.Sabendoqueessesistemaapresenta-se prejudi-cadocomo avanc¸o daidade,23 pode-seinferirque adultos

obtenhammelhoresvaloresdecontroleposturaldoque ido-sosporque,mesmocomaprivac¸ãodavisãoecomperturbac¸ão dasensibilidade plantar,mantinhamumsistemade ajuste corporalemmelhorescondic¸ões.Poroutrolado,sabendoque problemasvestibularessãoumadasmaisfrequentescausas detonturasedesequilíbriosemidosos24econsiderandoque

aperdadasensibilidadeplantardeidosostemrelac¸ãocoma maioroscilac¸ãodoCoP,pode-sesugerirqueintervenc¸õesque busquemmanteroureduzirperdasnasensibilidadeplantar podemauxiliarnamanutenc¸ãodoequilíbrioposturalao com-pensardistúrbiosnoCoPsoboefeitoagudodaperturbac¸ão. Nãoavaliamosasensibilidadepós-hipotermia,poisestudos demonstramqueoefeitodaimersãodospésemáguaegelo sobreocontroleposturalpodesercompensadopoucotempo apósofimdaimersão.9Avaliarasensibilidadeapósaimersão

emáguaegelopoderiarequererumtempoqueanulariaos efeitosdealterac¸ãosensorialquebuscávamos.Poroutrolado, existemoutrosestudosqueindicamqueessetipodeprotocolo éeficaznaperturbac¸ãodasensibilidadeplantar.12,25

Conside-ramosemnossoestudoamedidadoCoPemcadaumdospés, poisamedidada sensibilidadeplantaréfeita emcada um dospés.Emboraessanãopossaserumalimitac¸ãoemnossa discussão,nossoprocedimentoaindadeixaespac¸oparauma investigac¸ãoquetambémmonitoreodeslocamentodocentro degravidadeepermitaumavisãomaisgeraldaestabilidade posturalemrespostaaperturbac¸õesnasensibilidadeplantar.

Conclusão

Idososeadultosjovensdiferememrelac¸ãoàdependênciada sensibilidadeplantarparaamanutenc¸ãodaposturadepécom baseemmedidasdoCoP.Ainformac¸ão sensorialdaplanta

dospésparecemaisimportanteparaidosos.Épossívelque intervenc¸õesclínicasquemelhoremasensibilidadeplantarde idosospossamcontribuirparamelhorarocontroledapostura ortostática.

Financiamento

Fundac¸ãodeAmparoàPesquisadoEstadodoRioGrandedo Sul(Fapergs),processo1013100.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

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Imagem

Figura 1 – Ilustrac¸ão dos pontos onde a sensibilidade plantar foi avaliada e do estesiômetro empregado no estudo.
Figura 3 – Média e desvio padrão da amplitude anteroposterior do centro de pressão (COPap), amplitude mediolateral do centro de pressão (COPml) em centímetros e velocidade de deslocamento do centro de pressão (COPvel) para cada grupo (n = 19 por grupo) em

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