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Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número1

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(1)

w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

original

Exercícios

na

bola

suíc¸a

melhoram

a

forc¸a

muscular

e

o

desempenho

na

caminhada

na

espondilite

anquilosante:

estudo

clínico,

controlado

e

randomizado

Marcelo

Cardoso

de

Souza

a,b

,

Fábio

Jennings

a

,

Hisa

Morimoto

a

e

Jamil

Natour

a,∗ aUniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),EscolaPaulistadeMedicina(EPM),DisciplinadeReumatologia,SãoPaulo,SP,Brasil

bUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),FaculdadedeCiênciasdaSaúdedoTrairí(Facisa),CursodeFisioterapia,

SantaCruz,RN,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem12dejaneirode2016 Aceitoem28deabrilde2016

On-lineem17desetembrode2016

Palavras-chave:

Exercícios

Exercíciosresistidos Bolasuíc¸a

Espondiliteanquilosante

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliaraefetividadedeumprogramadefortalecimentomuscularprogressivocom ousodeumabolasuíc¸aempacientescomespondiliteanquilosante(EA).

Métodos:SessentapacientescomEAforamrandomizadosemgrupointervenc¸ão(GI)ou grupocontrole(GC).OspacientescomEAfizeramoitoexercícioscompesoslivresemuma bolasuíc¸aduasvezesporsemanadurante16semanas.Asavaliac¸õesforamfeitasporum avaliadorcegonoiníciodoestudoeapósquatro,oito,12e16semanascomosseguintes instrumentos:testedeumarepetic¸ãomáxima(1RM),Basmi,Basfi,HAQ-S,SF-36,testede caminhadadeseisminutos,Timedupandgotest,Basdai,Asdas,dosagemdeVHSePCRe escaladeLikert.

Resultados: Houveumadiferenc¸aestatisticamentesignificativaentreosgruposemrelac¸ão àforc¸a(capacidadenotestede1RM)nosseguintesexercícios:abdominal,remada, agacha-mento,trícepsecrucifixoinvertido(p<0,005);testedecaminhadadeseisminutos(p<0,001);

Timedupandgotest(p=0,025);eescaladeLikert(p<0,001),todoscommelhoresresultadosno GI.Nãoforamobservadasdiferenc¸asentreosgruposemrelac¸ãoàavaliac¸ãodacapacidade funcionalcomBasfi,HAQ-S,Basmi,SF-36,TUG,Asdas,VHSedosagemdePCR.

Conclusões:Ofortalecimentomuscularprogressivocomumabolasuíc¸aéefetivoem melho-raraforc¸amusculareodesempenhonacaminhadaempacientescomEA.

©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:jnatour@unifesp.br(J.Natour).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2016.04.008

(2)

Swiss

ball

exercises

improves

muscle

strength

and

walking

performance

in

ankylosing

spondylitis:

a

randomized

controlled

trial

Keywords:

Exercises

Resistanceexercises Swissball

Ankylosingspondylitis

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Thepurposewastoevaluatetheeffectivenessofaprogressivemuscle strengthe-ningprogramusingaSwissballforASpatients.

Methods: SixtypatientswithASwererandomizedintotheinterventiongroup(IG)orthe controlgroup(CG).EightexerciseswereperformedbytheIGpatientswithfreeweightson aSwissballtwotimesperweekfor16weeks.Theevaluationswereperformedbyablinded evaluatoratbaselineandafter4,8,12and16weeksusingthefollowinginstruments:the one-repetitionmaximumtest(1RM),BASMI,BASFI,HAQ-S,SF-36,6-minutewalktest,Time UpandGotest,BASDAI,ASDAS,ESRandCRPdosageandLikertscale.

Results:Therewasastatisticaldifferencebetweengroupsfor:strength(1RMcapacity)inthe followingexercises:abdominal,rowing,squat,tricepsandreversefly(p<0.005);6-minute walktest(p<0.001);timedupandgotest(p=0.025)andLikertscale(p<0.001),allofthem withbetterresultsfortheIG.Nodifferenceswereobservedbetweenthegroupswithrespect tothefunctionalcapacityevaluationusingtheBASFI,HAQ–S,BASMI,SF-36,TUG,ASDAS, ESRandCPRdosage.

Conclusions: ProgressivemusclestrengtheningusingaSwissballiseffectiveforimproving musclestrengthandwalkingperformanceinpatientswithAS.

©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCC BY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Aespondiliteanquilosante(EA) éumadoenc¸a inflamatória queafetaoesqueletoaxialeprovocadorlombare compro-metimentofuncional. Adoenc¸a causainflamac¸ão edorna colunavertebralenasarticulac¸ões,oquereduzapráticade atividadefísicaeamobilidadeespinalecausafadiga,rigidez, distúrbiosdosonoedepressão.1Osexercíciossãoimportantes

paramanteroumelhoraramobilidadedacolunavertebralea aptidãofísica,bemcomoparareduzirador,eestãoincluídos nasrecomendac¸õesbaseadasemevidênciasparaomanejoda EA.2

Umestudo mostrou que afraqueza dosmúsculos peri-féricos dosmembros(especialmenteo quadrícepsfemoral) poderiaserumdosmaisimportantesdeterminantesda into-lerância ao exercício em pacientes com EA. Além disso, o estudoconcluiu queodescondicionamentomuscularéum dosfatores maisrelevantes para a reduc¸ão nacapacidade aeróbia,oquesugereaimportânciadosexercíciosde forta-lecimentomuscularnessespacientes,alémdotreinamento aeróbio.3

Osexercíciosresistidossãoatualmenteusadosemvários estudos.4 Eles podem ser feitos com pesos livres, faixas

elásticas ou aparelhos de musculac¸ão.5 O exercício com

uma bola suíc¸a difere de outros exercícios resistidos por-que recruta os músculos responsáveis pela estabilizac¸ão da coluna vertebral durante o movimento.6 Também foi

demonstradaaseguranc¸amusculoesqueléticae cardiovascu-lardotreinamentoresistido,mesmoemfaceacomorbidades. Atualmenteháevidênciasquejustificamousodesses exer-cícios para a promoc¸ão da saúde, reabilitac¸ão e com fins terapêuticos.4,7,8

Apesar da reconhecida importância do exercício como partedeumplanodetratamentoparapacientescomEA,o benefíciodeprogramasdeexercícioespecíficosnãofoi esta-belecidonaliteratura.9

Emumarevisãosistemáticadaliteratura,osautores rela-taramdificuldadedefazerumametanálise,emdecorrência da heterogeneidade dos estudos.Nesta revisãomostrou-se queháumaevidênciamoderadasobreosefeitosdo exercí-cioemmelhoraracapacidadefuncional,atividadedadoenc¸a eexpansibilidadetorácicaquandocomparadocomumgrupo controle sedentário. Os autores concluem que a literatura nãoestabelecequalprotocolodeexercíciosémaiseficazna EA.10

Osexercíciosdefortalecimentomuscularforamestudados emcincooutrostrabalhosempacientescomEA.Nesses estu-dos,osmúsculosforamfortalecidoscomexercíciosparaas pernas, otronco,osbrac¸os, ascostaseoabdome.Amaior partedessesestudosfalhouemnãodescrevera metodolo-gia usada parafazer osexercícios defortalecimento, como descreveraquantidadedesessões,onúmeroderepetic¸ões, cálculoda carga máxima,a frequênciaporsemana,a pro-gressãodecargaeadurac¸ãodoprogramadefortalecimento muscular.11–15

(3)

Material

e

métodos

Populac¸ão

Estudoclínico, controlado,randomizado com umavaliador cego e 16 semanas de seguimento. Sessenta pacientes de ambosossexos,entre18 e60 anos,quetinhamsido diag-nosticados com EA porum reumatologistade acordocom os critérios de Nova York modificados,16 foram

seleciona-dospor convitepessoal durante asconsultas de rotina no ambulatóriodeumhospitaluniversitário(Universidade Fede-raldeSãoPaulo).OestudofoiaprovadopeloComitêdeÉtica dainstituic¸ão(CEP0038/11)efoiregistrado(Clinicaltrials.gov:

NCT01351311).

Oscritérios de inclusão foram osseguintes: diagnóstico estabelecidodeEA;umaclassefuncionaldeSteinbrockerde

IaII; para pacientesque usavammedicac¸ão,a dose deve-riaserestável–fármacosantirreumáticosmodificadoresda doenc¸a (DMARD) durante pelo menos três meses e anti--inflamatórios não esteroides (Aines) e/ou corticosteroides durantepelomenosquatrosemanas.Ospacientesquenão usavamqualquermedicac¸ãoparaaEAdeveriamestarnessa condic¸ãoporpelomenostrêsmeses.

Excluíram-se os pacientes com hipertensão arterial não controlada, história de doenc¸a arterial coronariana, históriadesíncopeouarritmiainduzidapeloexercício, dia-betesmellitusdescompensado,doenc¸as psiquiátricasgraves, fibromialgia,doenc¸amaisincapacitantedoqueaEA,história depráticaregular deexercíciosporpelomenos30minutos duasvezes porsemananosúltimos trêsmeses equalquer condic¸ãoquepudesseimpediropacientedefazerexercícios nosúltimostrêsmeses.

Usou-se umalistade randomizac¸ãogerada por compu-tador para alocar aleatoriamente os pacientes nos grupos intervenc¸ão(GI)oucontrole (CG);fez-seumarandomizac¸ão ocultacomumenvelopeopacoselado.

Intervenc¸ão

Grupointervenc¸ão

OGIfezexercíciosresistidosemumabolasuíc¸aemgruposde nomáximoquatropacientes,sobasupervisãodeum fisiotera-peutatreinado.Oprotocolodeexercíciosédescritonafigura1. Otamanhodabolafoiescolhidodeacordocomaalturado paciente.Durante16semanas,essespacientes fizeramoito exercíciosduasvezesporsemana,emsessõesde50minutos. Ascargasforamavaliadasnoiníciodoestudoereavaliadas depoisdequatro,oito,12e16semanas,paraavaliara progres-sãodascargas.Ascargasforamavaliadaspormeiodoteste deumarepetic¸ãomáxima(1RM),emqueumaRMéacarga máximasuportávelnaexecuc¸ãodeummovimentoúnico.

Todos os exercícios foram feitos em três séries de 10 repetic¸ões. A progressão de peso foi como se segue: nassemanas0a4,osexercíciosforamfeitoscom50%de1 RM;nassemanas4a12,osexercíciosforamfeitoscom60% de1RM;enassemanas12 a16,osexercícios foramfeitos com70%de1RM.Adotou-seumperíododerecuperac¸ãode doisminutosentreasséries.4

OspacientesdoGIforamsubmetidosaexercíciosde for-talecimento muscular com o auxílio de uma bola suíc¸a e halteres, conforme descrito na tabela 1. Todos os exercí-cios exigiamacontrac¸ãomuscular simultâneadomúsculo latíssimododorso,abdominais,paravertebrais,glúteos, qua-drícepseisquiotibiaisparamanteraestabilidadenabola.6

Grupocontrole

OGCmanteve-seapenascomotratamentoconservadoreum tratamentoidênticolhefoioferecidoapósofimdoestudo.

Desfechos

O principal desfecho é o BASFI (Bath Ankylosing Spondyli-tis FunctionalIndex).Os pacientes foram avaliados antes da randomizac¸ãono iníciodoestudo (T0), após 4(T4), 8(T8), 12 (T12)e16semanas (T16).Osseguintesresultadosforam avaliadosporumavaliadorcego:

• Basfi:trata-sedeumíndicede10itensqueavaliaa capa-cidadefuncionalparafazeratividadesdiáriasdepacientes comEA.Amédiadosresultadosdas10escalascompõea pontuac¸ãoBasfi(0a10).Valoresmaisaltosindicammaior prejuízonacapacidadefuncional.17

• HAQ-S (Health Assessment Questionnaire for

Spondyloarthri-tis): usado para avaliaro aspectofísico. A medida inclui itensrelativosavestir-se,levantar,comer,andar,higiene, alcanc¸ar, agarrar e incumbências e tarefas retiradas do índice de incapacidade do HAQ e cinco itens adicionais específicosrelativosàfunc¸ãodopescoc¸oeposturaestática (dirigirumcarro, usarumespelhoretrovisor,transportar mantimentos pesados, sentar-se por períodos prolonga-dosetrabalharemumamesa).Há 25itensdivididosem 10 domínios. O escore final é o resultado da soma das pontuac¸õesmédiasdosdezdomínios,quevariamde0a3.18

• Testede caminhadade 6minutos(TC6),queéumteste funcional, avalia a distância percorrida ao longo de 6minutosemumtrajetocobertode22metros.19

Timedupandgotest(TUG):umtestefuncionalquevisaa ava-liaramobilidadeeoequilíbrio.Medeotempoemsegundos queumapessoalevaparalevantar-sedaposic¸ãosentada emumacadeiracombrac¸osconvencional,caminhartrês metros,virar,caminhardevoltaatéacadeiraesentar-se.A pessoausacalc¸adoregulareoauxiliaràmarchahabitual.20

• Testedeumarepetic¸ãomáxima(1RM):usadoparaavaliar aforc¸amuscular,1RMrepresentaopesomáximoqueo pacientepodelevantaremumarepetic¸ão.8

• Basdai (Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index), queéo padrãoouropara medireavaliaraatividade da doenc¸a na EA. Os pacientes responderam a seis ques-tões relacionadas com os cinco principais sintomas da EA: fadiga, dor na coluna vertebral e dor/inchac¸o nas articulac¸ões,áreasdesensibilidadelocalizada,durac¸ãoda rigidezmatinalegravidadedarigidezmatinal.Apontuac¸ão finalvariade0a10.Maiorpontuac¸ãosugerecontrole da doenc¸aabaixodoideal.

(4)

medidatrêsvezesefoiusadaamelhordelas.Cadaumafoi alocadaemumaescalanuméricade0a10eapontuac¸ão final do Basmi consiste na média aritmética dos cinco valores,oresultadofinalpodevariarde0a10.21

• Expansibilidadetorácica,usadaparaavaliaramobilidade torácica.Com fita métrica, mediu-sea circunferência do tórax do paciente no nível do quarto espac¸o intercos-tal. Os pacientes foram convidados a inspirar e expirar

maximamente com o uso das instruc¸ões de respirac¸ão padrãoefoiregistradaamaiorexcursãoemcm.22

• SF-36HealthSurvey,usadoparaavaliaraqualidadedevida. A pontuac¸ão geral varia de 0 a 100 (valores mais altos representamumamelhorsaúdegeral).23

• Asdas-PCR/VHS (Ankylosing Spondylitis Disease Activity

Score): a proteína C reativa (PCR) e a velocidade de hemossedimentac¸ão (VHS) foram usadas para avaliar

Figura1–A,Bíceps–sentadosobreabola,flexionaeestendeoantebrac¸ocontraaresistênciadepesolivre.Principais músculosatuantes:bícepsbraquial,braquiorradial;B,Tríceps–sentadosobreabola,segurandooshalterescomambasas mãos,levantaosbrac¸osdemodoqueelesfiquemperpendicularesaosoloefazflexãoeextensãodoantebrac¸o.Principais músculosatuantes:trícepsbraquial,deltoide;C,Remada–posic¸ãoortostática,comumapernaàfrenteecontraabolaeo membrocontralateralemextensão;omembrosuperiorfazmovimentosemelhanteàremada.Principaismúsculos atuantes:redondomaior,redondomenor,romboideseserrátilanterior;D,Agachamento–posic¸ãoortostática,comoapoio dabolanacolunalombar,fazomovimentodeagachamentocompesosnasmãos.Principaismúsculosatuantes:

quadrícepsfemoral,isquiotibiais,glúteosmáximoemédio,retodoabdomeelatíssimododorso;E,Elevac¸ãolateral– sentadosobreabola,fazabduc¸ãodomembrosuperiorcontraaresistência.Principaismúsculosatuantes:deltoide,cabec¸as claviculareacromial;F,Crucifixo–decúbitodorsalsobreabola,comacolunatorácicaelombarsobreabola,fazo

movimentodeabduc¸ãodosmembrossuperiores.Principaismúsculosatuantes:peitoralmaior,cabec¸alongadobíceps braquial;G,Abdominal–decúbitodorsalsobreabola,comumacarganaregiãopeitoralecolunalombarnabola,fazflexão anteriordotronco.Principaismúsculosatuantes:retodoabdome,oblíquoexternoeinterno,glúteos;H,Crucifixoinvertido –decúbitoventralnabola,ajoelhadosobreumtravesseiro,fazextensãocompletadosbrac¸os.Principaismúsculos

(5)

Tabela1–CaracterísticasclínicasedemográficasdospacientescomEA(n=60)

Variáveis Grupointervenc¸ão

(n=30)

Grupocontrole (n=30)

p

Idade-anos[média(DP)] 45(9,8) 43,8(10,2) 0,663a

Sexo(F:M) 07:23 09:21 0,559b

Tempodediagnóstico-anos[média(DP)] 8,8(6,6) 9,6(7,8) 0,830c

Fármacosn(%)

Nenhumfármaco 4(13,8) 1(3,3) 0,149b

Ainecontínuo 7(24,1) 9(30) 0,613b

MTX 6(20,7) 4(13,3) 0,451b

SLZ 5(17,2) 2(6,7) 0,209b

TNF 10(34,5) 13(43,3) 0,728a

DP,desviopadrão;F,feminino;M,masculino;MTX,metotrexato;SLZ,sulfassalazina;TNF,fatordenecrosetumoral. a TestetdeStudent.

b Qui-quadrado.

c TesteUdeMann-Whitney.

aatividade dadoenc¸a;oAsdasdeterminaaatividadeda doenc¸acomousodosescores(emumaescalademedida numéricade0a10)dedornascostas,durac¸ãodarigidez matinal, avaliac¸ão global pelo paciente, dor/inchac¸o em articulac¸õesperiféricasetambémadosagemdePCR(mg/L) ouVHS(mm/h).Osvaloressãocolocadosemumaequac¸ão paraobterapontuac¸ãofinal.24

• Satisfac¸ãodopacientecomotratamento(escaladeLikert). Ospacientesforamperguntadossobre:“Comosesentiram após o tratamento?” e puderam escolher entre as cinco sentenc¸asdoseguintemodo:1–muitopior;2–umpouco pior,3–nenhumamudanc¸a;4–umpoucomelhor;e5– muitomelhor.25

• Uso deanti-inflamatórioseanalgésicos:aquantidadede medicamentousadaduranteoestudofoianotadaemuma planilhafornecidaaospacientes.

Todososinstrumentosdeavaliac¸ãousadosnesteestudo tiveram a sua versão brasileira traduzida e validada. Os desfechos foram avaliados durante oestudo nos seguintes momentos:otestede1RMfoiavaliadoemtodosos momen-tosdeavaliac¸ão;asatisfac¸ãodopacientefoiavaliadaemT4, T8,T12eT16;Basfi,HAQ-S,TC6,TUG,Basmi,expansibilidade torácica,BasdaieSF-36foramavaliadosemT0,T8eT16;VHS, PCReAsdasforamavaliadosemT0eT16;eousode anti--inflamatórioseanalgésicosfoiavaliadoemT16.

Análiseestatística

O tamanho da amostra foi calculado com o uso do Basfi comoaprincipalvariáveldoestudoeodesviopadrãofoide2 pontos.26Usou-seaanálisedemedidasrepetidasAnovacomo

ométodoestatísticoparaessaanálise.Paraadeterminac¸ão de umefeito mínimo de 2pontos,estabeleceu-se um erro

␣de5%, umerro␤ de20%eumDP(␴)de2pontos.Dado umpoder de 80% e umadiferenc¸a significativa detectável de5%iguala2emqueavariac¸ãonoBasfieramedidatrês vezes ao longo do tempo nos dois grupos independentes, obteve-se uma amostra de 27 pacientes para cada grupo. Considerandoaspossíveisdesistências,randomizaram-se60 pacientes.

OsdadosforamanalisadospelosoftwareSPSSversão17.0 (Chicago,IL).Asvariáveiscontínuasentreosdoisgruposno iníciodoestudoforamcomparadaspelotestetde Student (paravariáveiscomdistribuic¸ãonormal)etesteUde Mann--Whitney (para variáveis com distribuic¸ãonão normal).As variáveis categóricasforam comparadaspelo teste de qui--quadrado. Paraavaliara respostaàintervenc¸ão,foi usada aanálisedeintenc¸ãodetratar,comaúltimaavaliac¸ão con-sultada quandonecessário. A análise de variância (Anova) commedidasrepetidasfoiusadaparaavaliararespostaao tratamentoaolongodotempo.Otamanhodoefeitofoi cal-culado entreos gruposparaasvariáveisqueapresentaram diferenc¸aentreosgruposemalgummomento,comintervalo de confianc¸ade 95%.O níveldesignificânciaestatísticafoi de5%.

Resultados

Afigura2mostraofluxogramadoestudo.Trêspacientesdo GIedoispacientesdoGCabandonaramoestudo.Asrazões foramperdadecontato,exacerbac¸ãodadorerupturado ten-dãocalcâneonoGIeperdadecontatonoCG.

Ospacienteseramhomogêneosemrelac¸ãoàs característi-casdemográficaseclínicasnoiníciodoestudo(tabela1).

Nãoforamencontradasdiferenc¸asestatisticamente signi-ficativasentreosgruposemrelac¸ãoàcapacidadefuncional avaliada por Basfi, HAQS e TUG. Não foram encontradas diferenc¸asnaavaliac¸ãodamobilidadedacolunavertebral ava-liadapeloBasmieexpansibilidadetorácica.Foiencontrada diferenc¸a estatisticamente significativa entre os grupos no testedecaminhadadeseisminutosnasemana16(p=0,005, coeficiente de variac¸ão=0,10). Em relac¸ão à atividade da doenc¸a,nãofoiencontradadiferenc¸aestatisticamente signi-ficativaentreosgruposemrelac¸ãoaBasdai,Asdas-PCR/VHS, PCReVHS.Nãohouvediferenc¸aestatisticamentesignificativa entreosgrupos(tabela2)nousodeanalgésicoseAines.

No que diz respeito à forc¸a muscular, foi observada diferenc¸aestatisticamentesignificativaentreosgrupos,com melhorianoGInosseguintesexercícios:tríceps,remada, aga-chamentos,abdominaisecrucifixoinvertido,comomostraa

(6)

Indivíduos contatados (n = 80)

Indivíduos excluídos (n = 3) Não atenderam aos critérios (n = 5)

Recusaram participar (n = 10) Não encontrados (n = 2)

Randomizados (n = 60)

Grupo intervenção (n = 30)

3 abandonaram o experimento

2 Abandonaram o experimento Grupo controle

(n = 30)

n = 27 n = 28

Intenção de tratar = 60 pacientes

Figura2–Fluxogramadoestudo.

Atabela4mostraosdomíniosdoSF-36enãoforam obser-vadasdiferenc¸as entreos gruposem qualquerdomínio do questionário.

Foi observada diferenc¸a estatisticamente significativa entre os grupos na escala de Likert (p<0,001). O grupo intervenc¸ãomostrou umamaior frequênciade respostas4 (umpoucomelhor)e5(muitomelhor),enquantoogrupo con-troleapresentou umamaiorfrequênciaderesposta3(sem alterac¸ão).

Calculou-seotamanhodoefeito(TE)paraasvariáveisque apresentaramdiferenc¸aentreosgruposemalgummomento. EmT16,encontrou-seumTEde37,2notestedecaminhadade seisminutos(IC95%11,8-62,7);eaomediraforc¸anos exercí-ciosdetrícepsecrucifixoinvertido,osTEforamde2,5(IC95% 0,39a4,61)e1,07(IC95%0,15a1,98),respectivamente.EmT12 eT16,asmedidasdeforc¸anoexercícioderemadamostraram umTEde2,5(IC95%0,34a4,66)e2,27(IC95%0,28a4,25), res-pectivamente;aforc¸amedidanoexercíciodeagachamento mostrouumTEde3,53(IC95%6,93a0,4)emT12e4,77(95% 1,02a8,52)emT16.Emrelac¸ãoàmedic¸ãodaintensidadede exercícioabdominal,encontrou-seumTEde8,23(IC95%0,81 a15,65)emT12e13,0(IC95%4,65a21,35)emT16.

Discussão

Osexercícios sãoamplamente recomendados parao trata-mentodepacientescomEA;noentanto,nãoháconsensona literaturasobreotipomaiseficiente.27,28Pesquisasque

usa-ramexercícioscomotratamentoparamuitasdoenc¸asfalham emnãodescreveronúmerodesérieserepetic¸ões,a progres-sãodotreinamentoeumademonstrac¸ãodosexercíciospara queoprotocolodeexercíciosdoestudosejareprodutível.Uma

revisãodosprogramasdeexercíciosparaEAencontroucinco estudosqueusaramexercíciosdefortalecimentomusculare nenhumdessesestudosdescreveuoprogramadeexercícios demodoadequado;porisso,édifícildefiniradoseea pro-gressãoidealdosexercícios.9 Opresenteestudomostraum

protocolodeexercíciosquepodeserfacilmentereproduzido porquedescreveosexercícios,onúmerodesérieserepetic¸ões eaprogressãodascargasdetreinamento.Esseprotocolo mos-trousereficazeseguro.

Oprotocolo deexercíciosapresentadonesteestudoestá deacordocomasrecomendac¸õesdoAmericanCollegeofSports Medicine emrelac¸ão à progressãodo treinamento de forc¸a muscular, número de séries e repetic¸ões e intervalos de descanso entre asséries.8 Como essas recomendac¸õessão

paraadultossaudáveis,acredita-sequeessetreinamentofoi intensoparapacientessedentárioscomumadoenc¸a inflama-tória sistêmicacrônica.Nesteestudo,descobriu-setambém que eravantajoso estabelecerumadurac¸ão daintervenc¸ão detreinamentodeforc¸amuscularde16semanas,porqueas diferenc¸asentreosgruposemtermosdemelhorianaforc¸a comec¸aramaserobservadasapós12semanas.Oestudode FernandezdeLasPenasetal.foifeitodurante16semanase comparouafisioterapiaconvencionalcomareeducac¸ão pos-turalglobal;oestudodemonstroumelhorianamobilidadee capacidadefuncionalemambososgrupos.11Outrosestudos

queanalisaramexercíciosdefortalecimentomuscularcomo intervenc¸ãocomousodedurac¸õesmaiscurtas,como6,8e 12semanas,mostraramresultadosconflituosos,apesardeter emcomumaausênciadeumadescric¸ãodetalhadadacarga, númerodesériesenúmeroderepetic¸õesdosexercícios,de modoqueficoudifícilcompararoresultados.12–14

A decisão de fazer osexercícios em umabolasuíc¸a foi tomadaporcausadosbenefíciosqueessetipodeexercício pode oferecer ao paciente durante a execuc¸ão dos movi-mentos,comoorecrutamentodosmúsculosestabilizadores conhecidos como core.Os exercíciosqueativamos múscu-losdocoretêm sidoobjeto deestudosrecentesehámaior ativac¸ão dessesmúsculos nosexercícios feitos com abola suíc¸a.5,6 Um estudo mostrou que a forc¸a e a estabilidade

docoreforamimportantesparamelhorarodesempenhonas atividadesdevidadiáriaemidosos.29 Osexercíciosde

Pila-tes que ativam o core foram prescritos e são eficazes em produzir melhoriafuncionalnospacientescom EA.30 Esses

achadosjustificamaopc¸ãodosautoresporusarexercícios fei-tossobreabolasuíc¸a,emboraoobjetivodopresenteestudo não seja avaliar osefeitos de exercícios específicospara o

core.

Acredita-se queamelhoria nodesempenhono testede caminhada de seis minutos tem uma relac¸ão direta com amelhorianaforc¸amuscular,particularmentenoexercício deagachamentoduranteaúltimasemanadeavaliac¸ão,oque mostraqueoaumentonaforc¸anosmembrosinferiorespode determinar a quantidade de melhoria no desempenho da caminhadaempacientescomEA.Essesresultados corrobo-ramosachadosdeestudosanterioressobreacorrelac¸ãoentre aforc¸amusculareacapacidadeaeróbica.NoestudodeCarter

(7)

Tabela2–Avaliac¸ãodacapacidadefuncional,mobilidade,atividadedadoenc¸aeusodeanalgésicos/Aineemambosos gruposdepacientescomEA(n=60)nasdiferentessemanas

Variáveis Grupointervenc¸ão Grupocontrole pintragruposa pintergruposa CV

Tempo média(DP) média(DP)

Basfi 0,023

T0 4,62(2,49) 4,09(2,40) 0,410 0,53

T8 3,88(2,36) 3,99(2,56) 0,872 0,60

T16 3,36(2,16) 3,90(2,6) 0,386 0,64

HAQ-S 0,131

T0 0,79(0,51) 0,75(0,53) 0,637 0,64

T8 0,69(0,46) 0,74(0,51) 0,637 0,66

T16 0,58(0,44) 0,70(0,5) 0,637 0,75

Basmi 0,170

T0 4,94(2,09) 5,19(2,04) 0,344 0,42

T8 4,90(1,86) 5,44(2,14) 0,344 0,37

T16 4,69(1,94) 5,37(2,2) 0,344 0,41

Expansibilidadetorácica(cm) 0,768

T0 3,33(1,57) 3,50(1,90) 0,939 0,47

T8 3,48(1,83) 3,45(2,02) 0,939 0,52

T16 3,45(1,61) 3,41(1,89) 0,939 0,46

Testedecaminhadade6minutos(m) <0,001

T0 447,43(54,99) 435,43(59,44) 0,424 0,12

T8 451,40(51,52) 440,80(51,96) 0,435 0,11

T16 464,43(48,03) 427,20(49,6) 0,005 0,10

Timedupandgo(s) 0,025

T0 7,36(1,68) 7,20(1,60) 0,705 0,22

T8 6,48(1,13) 6,62(1,06) 0,621 0,17

T16 6,19(1,16) 6,76(1,31) 0,077 0,18

Basdai 0,828

T0 2,52(1,65) 2,34(2,26) 0,885 0,65

T8 2,09(1,61) 2,01(2,39) 0,885 0,77

T16 2,08(1,84) 2,12(2,4) 0,885 0,88

Asdas-PCR 0,425

T0 2,20(0,91) 1,89(1,00) 0,370 0,41

T16 1,93(0,84) 1,86(1,10) 0,43

Asdas-VHS 0,075

T0 2,23(0,87) 2,11(0,97) 0,474 0,39

T16 1,73(0,70) 2,15(1,25) 0,40

ProteínaC-reativa(mg/dL) 0,351

T0 6,53(6,00) 4,70(5,96) 0,063 0,91

T16 9,27(13,50) 4,51(6,75) 1,45

VHS(mm/h) 0,104

T0 18,10(13,23) 18,00(12,27) 0,356 0,73

T16 13,31(9,01) 18,71(14,33) 0,67

Aine

T16 3,17(5,86) 1,56(4,88) 0,133b 1,84

Analgésico

T16 1,97(4,94) 2,19(5,41) 0,749b 2,50

CV,coeficientedevariac¸ãoparaogrupointervenc¸ão;HAQ-S,HealthAssessmentQuestionnaireforSpondyloarthritis;BASFI,Bath Ankylo-singSpondylitisFunctionalIndex;Basmi,BathAnkylosingSpondylitisMetrologyIndex;Basdai,BathAnkylosingSpondylitisDiseaseActivity Index;ASDAS,AnkylosingSpondylitisDisease ActivityScore;ASDAS PCR,ASDAS ProteínaCReativa;ASDASVHS,ASDASVelocidadede Hemossedimentac¸ão.

a AnálisedevariânciaAnova.

(8)

Tabela3–Avaliac¸ãodaforc¸amusculardeacordocomosexercíciosemambososgrupos

Exercício Grupointervenc¸ão Grupocontrole pintragruposa pintergrupos CV

Tempo média(DP) média(DP)

Bíceps(kg) 0,041

T0 6,47(2,32) 6,57(2,66) 0,878 0,35

T4 7,37(2,60) 7,00(2,53) 0,586 0,35

T8 7,63(2,79) 7,20(2,75) 0,550 0,36

T12 7,97(2,64) 7,30(2,56) 0,329 0,33

T16 8,43(2,78) 7,43(2,70) 0,166 0,32

Tríceps(kg) <0,001

T0 6,90(2,64) 7,23(3,20) 0,664 0,38

T4 8,70(3,28) 7,63(3,62) 0,240 0,37

T8 9,27(3,86) 7,93(3,30) 0,160 0,41

T12 10,17(4,16) 8,20(3,39) 0,052 0,40

T16 11,07(4,46) 8,57(3,55) 0,021 0,40

Remada(kg) 0,001

T0 9,63(3,18) 9,73(3,04) 0,902 0,33

T4 11,10(3,76) 10,70(3,41) 0,670 0,33

T8 12,40(4,25) 11,17(3,92) 0,252 0,34

T12 19,47(31,95) 11,27(3,89) 0,024 1,64

T16 13,90(4,03) 11,63(3,58) 0,026 0,28

Agachamento(kg) 0,007

T0 13,67(5,90) 13,67(6,06) 1,000 0,43

T4 16,53(6,56) 14,97(6,12) 0,347 0,39

T8 19,40(6,78) 16,57(6,57) 0,109 0,34

T12 20,50(6,24) 16,97(6,79) 0,042 0,30

T16 21,27(7,47) 16,50(6,89) 0,014 0,35

Elevac¸ãolateral(kg) <0,001

T0 4,53(1,84) 4,67(2,14) 0,798 0,40

T4 4,97(1,97) 5,00(2,07) 0,950 0,39

T8 5,37(1,91) 5,07(2,20) 0,577 0,35

T12 5,73(2,06) 5,20(2,12) 0,332 0,35

T16 6,20(2,21) 5,23(2,28) 0,104 0,35

Crucifixo(kg) 0,002

T0 4,10(1,92) 4,33(2,01) 0,650 0,46

T4 4,73(1,61) 4,60(2,14) 0,788 0,34

T8 5,17(1,88) 4,67(1,92) 0,316 0,36

T12 5,70(1,93) 4,70(2,07) 0,060 0,33

T16 5,90(2,04) 5,00(2,38) 0,124 0,34

Abdominal(kg) <0,001

T0 16,63(8,75) 17,63(13,15) 0,731 0,52

T4 23,60(12,10) 20,83(12,53) 0,392 0,51

T8 28,33(13,12) 21,67(13,14) 0,056 0,46

T12 32,33(15,26) 24,10(13,08) 0,030 0,47

T16 39,33(17,21) 26,33(14,68) 0,003 0,43

Crucifixoinvertido(kg) 0,002

T0 3,93(1,44) 4,03(1,45) 0,791 0,36

T4 4,75(1,57) 4,27(1,36) 0,213 0,33

T8 5,12(1,67) 4,53(1,59) 0,175 0,32

T12 5,33(1,72) 4,67(1,52) 0,120 0,32

T16 5,93(1,88) 4,87(1,61) 0,023 0,31

CV,coeficientedevariac¸ãoparaogrupointervenc¸ão. a AnálisedevariânciaAnova.

quadrícepsfemoral,observadanessespacientes.3Afraqueza

de membrosinferiores nos pacientes foi documentada em doisestudosporSahinetal.,quecompararamaforc¸aeafadiga dosmúsculosdotornozeloejoelhodepacientescomEAcom controlessaudáveis.Aquantidadedefadigafoimaioreaforc¸a musculardosflexoresplantares,flexoresdotornozeloe

exten-soresdojoelho foi significativamentemenornos pacientes comEA.26,31

(9)

Tabela4–Avaliac¸ãodaqualidadedevidageralcomoquestionárioSF-36emambososgruposdepacientescomEA

Domínio Grupointervenc¸ão Grupocontrole pintragruposa pintergruposa CV

Tempo média(DP) média(DP)

Capacidadefuncional 0,189

T0 65,7(23,2) 67,2(23,2) 0,926 0,35

T8 69,2(23,6) 71(21,9) 0,926 0,34

T16 73(18,3) 68,2(26) 0,926 0,25

Aspectofísico 0,802

T0 54,2(47,4) 58,3(47,5) 0,856 0,87

T8 63,3(47,2) 60(48,1) 0,856 0,69

T16 67,5(42,1) 71,7(42,9) 0,856 0,62

Dor 0,598

T0 61,1(19,8) 62,4(25,4) 0,841 0,32

T8 66(21,7) 61,7(25,8) 0,841 0,32

T16 65,6(19,4) 65,6(27,5) 0,841 0,29

Estadogeraldesaúde 0,365

T0 44,7(20,5) 46,2(23,8) 0,718 0,45

T8 52,3(21,3) 49,5(23,5) 0,718 0,40

T16 51,8(21,5) 47,3(26,4) 0,718 0,41

Vitalidade 0,295

T0 62,5(25,2) 61,3(33,6) 0,460 0,40

T8 69,5(18,3) 64,8(31,6) 0,460 0,26

T16 72,2(17,8) 3,7(30,9) 0,460 0,24

Aspectosocial 0,469

T0 75,3(24,9) 78,3(24,2) 0,820 0,33

T8 81,6(21,9) 78,3(24,3) 0,820 0,26

T16 81,9(21,7) 78,7(26,5) 0,820 0,26

Aspectoemocional 0,866

T0 60(49,8) 75,5(41) 0,161 0,83

T8 68,6(44,6) 77,7(40,4) 0,161 0,65

T16 72,2(43,9) 84,4(35,8) 0,161 0,60

Saúdemental 0,236

T0 71,1(25,9) 73,3(21,8) 0,807 0,36

T8 73,3(21,8) 78,4(25,1) 0,807 0,29

T16 78,4(18,4) 76,7(26,6) 0,807 0,23

CV,coeficientedevariac¸ãoparaogrupointervenc¸ão. a AnálisedevariânciaAnova.

perguntas sobre atividades de vida diária em pacientes com EA. A maior parte das perguntas é sobre ativida-des simples, como vestir-se, levantar de uma cadeira e subir escadas. Assim, os instrumentos não avaliam ativi-dades físicas mais intensas e só detectam mudanc¸as em tarefasfísicasmaisleves.32 Nopresenteestudo,emboraos

pacientes tenham mostrado melhoria na forc¸a muscular, eles não apresentaram melhoria na capacidade funcional. É possível que o programa de exercícios tenha sido mais direcionadoaaumentaraaptidãofísica,enãoaalcanc¸aro objetivodemelhoraracapacidadefuncional.

Em contraste, no estudo conduzido por Lim et al., os exercícios feitos uma vez ao dia, durante oito semanas, melhoraramacapacidadefuncionaldogrupodeintervenc¸ão emcomparac¸ãocomogrupocontrole.26Umestudorecente

feito por Gunay et al. que avaliou a eficácia de exercícios respiratórios e posturais em um grupo de pacientes com EAmostroumelhoria nacapacidadefuncional,mobilidade, atividadedadoenc¸aequalidadedevidaemrelac¸ãoaogrupo quefezisoladamenteexercíciosposturaiseogrupocontrole.

OestudofeitoporGunayetal.usouumapequenaamostrae foramfeitasapenascomparac¸õesintragrupo.33Poucos

estu-dosusaramoHAQ-Sparaavaliaracapacidadefuncionalde pacientescomEAqueforamsubmetidosaumprogramade exercícios.UmestudofeitoporSweeneyetal.nãoencontrou diferenc¸asnoHAQ-Sentreospacientesquefizeramexercícios domiciliaresversusexercíciosemgrupopornovemeses.34

Adiferenc¸anacapacidadefuncionalentreosgrupospode não ter sidoimpressionante nopresente estudoporqueos pacientesmantiveram-seestáveiscomotratamento farma-cológico e quase40% dospacientes estavam estáveis com ousodeterapiaanti-TNF.Issopodeexplicaraausênciade diferenc¸asentreosgruposemrelac¸ãoàatividadedadoenc¸a avaliadapeloBasdaieAsdas-PCR/VHSeousodeanalgésicos eanti-inflamatóriosduranteoperíododoestudo.

Este estudofoi oprimeiroa usaro Timedupand gotest

(10)

ambososgrupospontuaramemmédiamenosde10segundos naavaliac¸ão inicial, ambos foramconsiderados livremente móveis.Épossívelqueamelhorianessetestenãotenhasido detectadanofimde16semanasporqueospacientes mostra-ramboaindependênciafuncionalnaavaliac¸ãoinicial.

Nãoforamobservadasdiferenc¸asentreosgruposem ter-mosdequalidadedevidaavaliadapeloSF-36,emboramuitos estudosmostremumamelhorianaqualidadedevidacomo resultadodeexercíciosterapêuticos.Épossívelqueo instru-mento não tenha sensibilidade a mudanc¸a suficiente para demonstrarosefeitosdaintervenc¸ãonessapopulac¸ão.

Emboraosefeitos sobreacapacidade funcional, mobili-dadeequalidadedevidatenhamsidomodestos,acredita-se que oprotocolo de exercícios dopresente estudo teve um impactopositivosobreospacientes,porqueasatisfac¸ãodos pacientes em relac¸ão ao tratamento foi elevada no grupo intervenc¸ão,com umadiferenc¸aestatisticamente significa-tivaentreos grupos,mostrou que ospacientes sesentiam “melhores”ou“muitomelhores”comotratamento,conforme avaliadopelaescaladeLikert.

Aadesãoaoprogramadeexercícioséumaspectoquedeve serobservadoemestudosqueusamprogramasdeexercícios, porqueéumdeterminanteimportantedarespostabenéfica àintervenc¸ão.Nesteestudo,aadesãofoielevada,commais de 80% de presenc¸a nas sessões de treinamento. A maior partedosestudosqueenvolvemexercíciosfísicosnaEAnão descreveaadesãodopaciente.Umestudoquecomparou a fisioterapiaemgrupocomexercíciosdomiciliares individuali-zadosrelatouadesãode73,5%dospacientesqueparticiparam dosgrupossupervisionados.15 Nopresente estudo,oefeito

daterapiaemgrupo,asupervisãocontínuaporum fisiotera-peutaeaausênciadeagravamentodaatividadeinflamatória dadoenc¸aforamidentificadoscomofatoresquelevaramàalta adesãoesatisfac¸ãodopaciente.

Umalimitac¸ãodoestudofoiqueogrupocontrole permane-ceusemintervenc¸ãoemumalistadeespera,oquepodeter levadoogrupointervenc¸ãoasebeneficiardocontatoentre opacienteeoterapeuta.Acredita-sequeoperíodode trata-mentopoderiatersidomaior,porqueasmudanc¸asnaforc¸a muscularforamevidentessomenteapós12semanas.Estudos futurosdemaiordurac¸ãoquecomparemdiferentesprotocolos deexercíciopodemmostrarresultadospromissores.

Emconclusão,ofortalecimentomuscularprogressivocom abolasuíc¸afoieficazemmelhoraraforc¸amuscular,o desem-penhonacaminhadaeasatisfac¸ãodoindivíduoempacientes comEA.Oprogramadeexercíciosdemonstrouboatolerância, semefeitosdeletériossobreaatividadedadoenc¸a.

Financiamento

Clinicaltrials.gov:NCT01351311

Bolsa # 2011/03459-9, Fundac¸ão de Amparo à Pesquisa doEstadodeSãoPaulo(Fapesp).

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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34.SweeneyS,TaylorG,CalinA.Theeffectofahomebased exerciseinterventionpackageonoutcomeinankylosing spondylitis:arandomizedcontrolledtrial.JRheumatol. 2002;29:763–6.

Imagem

Figura 1 – A, Bíceps – sentado sobre a bola, flexiona e estende o antebrac¸o contra a resistência de peso livre
Tabela 1 – Características clínicas e demográficas dos pacientes com EA (n = 60)
Figura 2 – Fluxograma do estudo.
Tabela 2 – Avaliac¸ão da capacidade funcional, mobilidade, atividade da doenc¸a e uso de analgésicos/Aine em ambos os grupos de pacientes com EA (n = 60) nas diferentes semanas
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Referências

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