www.rbceonline.org.br
Revista
Brasileira
de
CIÊNCIAS
DO
ESPORTE
ARTIGO
ORIGINAL
Correlac
¸ão
entre
classificac
¸ão
funcional,
gênero
e
habilidades
motoras
de
jogadores
de
handebol
em
cadeira
de
rodas
Priscila
Samora
Godoy
∗,
Mariane
Borges,
Fernando
Rosch
de
Faria
e
Edison
Duarte
UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),FaculdadedeEducac¸ãoFísica(FEF),DepartamentodeEstudosdaAtividadeFísica Adaptada,Campinas,SP,Brasil
Recebidoem18defevereirode2016;aceitoem3deagostode2017 DisponívelnaInternetem9deoutubrode2017
PALAVRAS-CHAVE Esportesparapessoas comdeficiência; Habilidadesmotoras; Educac¸ãoespecial; Handebol
Resumo Opresenteestudotevecomoobjetivoverificararelac¸ãodashabilidadesmotorasde
jogadoresdehandebolemcadeiraderodas(HCR)comogêneroeclassificac¸ãofuncional.
Par-ticiparam47atletasdeHCR,36dogêneromasculinoe11dofeminino.Oestudosecaracteriza
comotransversaldecarátercorrelacional,paraaavaliac¸ãodashabilidadesmotorasfoiusadaa
bateriadetestespropostaporCostaeSilva(2011).Atravésdosresultadosobtidos
observaram--sefracascorrelac¸õesentreasvariáveisestudadas,oquepermiteconcluirqueogêneroea
classificac¸ãofuncionalnãoinfluenciamnashabilidadesmotorasdeatletasdeHCR.
©2017Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e
umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
KEYWORDS Sportsforpersons withdisabilities; Motorskills; Specialeducation; Handball
Correlationbetweenfunctionalclassification,genderandmotorskillsofwheelchair handballplayers
Abstract Thisstudyaimedtoevaluatetherelationshipfrommotorskillsofwheelchairteam
handballplayerswith genderandfunctionalclassification.Participated inthestudy sample
47wheelchairteamhandballathletes(36menand11women).Thestudyischaracterizedas
across-sectionalstudy andtheparticipantswereevaluatedperformingthetestsfromCosta
eSilva(2011)battery.Theresultsshowednosignificantcorrelationsbetween thevariables,
soweconcludedthatgenderandfunctionalclassificationdonotinfluencethemotorskillsof
wheelchairteamhandballplayers.
©2017Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan
openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:prisamoragodoy@yahoo.com.br(P.S.Godoy).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2017.08.004
0101-3289/©2017Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma
PALABRASCLAVE Deportespara personascon discapacidad; Habilidadesmotoras; Educaciónespecial; Balonmano
Correlaciónentre laclasificaciónfuncional,elsexoy lashabilidadesmotorasdelos jugadoresdebalonmanoensilladeruedas
Resumen Esteestudiotuvocomoobjetivoinvestigarlarelacióndelashabilidadesmotoras
delosjugadoresdebalonmanoensilladeruedas(BSR)conelsexoylaclasificaciónfuncional.
Elestudioincluyóa47atletasdeBSR: 36hombresy11 mujeres.Elestudiosedefinecomo
unestudiosectorialy,paralaevaluacióndelashabilidadesmotoras,seutilizóunabateríade
pruebaspropuestasporCostaeSilva(2011).Losresultadosmostraronpocacorrelaciónentre
lasvariables,loquesugierequeelsexoylaclasificaciónfuncionalnoinfluyeenlashabilidades
motorasdelosjugadoresdeBSR.
©2017Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees
unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Ohandebol emcadeiraderodas (HCR)é umamodalidade esportivaadaptadaparapossibilitarasuapráticapor pes-soascomdeficiênciafísica(congênitaouadquirida).Como consequênciadaadaptac¸ãodohandebolconvencionalpara práticaemcadeiraderodas,estabeleceram-se duas cate-goriasparaessamodalidade:oHCR7,queconsisteemuma adaptac¸ãodohandeboldesalão,oqual,segundoCalegari etal.(2005),prioriza ainclusãodepessoas com deficiên-cia física que não se enquadram em outras modalidades esportivas adaptadas; e o HCR4,caracterizadocomo uma adaptac¸ãodohandeboldeareia(jogadoemquadra)eque segundoosmesmosautores,proporcionamaiorplasticidade ao jogo, torna-o agradável e atraente parao público e a mídia.Emambasascategoriasasprincipaisalterac¸õesque se fazem necessárias na estrutura do jogo consistem na reduc¸ão datrave/balizapara umaalturade1,60 metroe ousodacadeiraderodaspelosjogadores(Calegari,2010). Se considerarmos -se as diferentes características de cada tipo de deficiência, os atletas de HCR passam pelo processo de classificac¸ão funcional, no qual é avaliado o potencial funcional de cada atleta através de avaliac¸ões físicas, avaliac¸ões técnicas da modalidade como empur-rara cadeira, fazer giros, mudanc¸as de direc¸ões,driblar, recepc¸ão de bolas entreoutros; objetiva-se assim garan-tira igualdadedecondic¸õesparadisputa.SegundoTweed e Vanlandewijck (2011), para determinar a classe funcio-naldosatletasnãoseconsideramosdiagnósticosmédicos, esim o quantoodesempenho esportivoéimpactado pela deficiência.
O sistema de classificac¸ão funcional usadoatualmente emcompetic¸õesemnívelnacionaleemcompetic¸ões,como oSul-AmericanodeHCR,foiimplantadoporGatti(2013).A autorasugerequeosatletas,apósseravaliados,se enqua-drememumadasseguintesclasses:1.0,1.5,2.0,2.5,3.0, 3.5e 4.0, aclasse 1.0engloba atletascommenor poten-cialfuncionaleaclasse4.0destina-seaatletascommaior potencial funcional. De acordo com as classes propostas pelaautora,aAssociac¸ãoBrasileiradeHandebolemCadeira deRodas (Abrahcar)regulamentouaquantidadedepontos máximosemquadraparacadacategoriadoHCR.No HCR4-Aasomadosquatrojogadoresemquadraédenomáximo 12pontos;paraoHCR4-Basomadosquatrojogadoresem
quadraédenomáximo7pontosesóseenquadramnessa categoriaatletascompontuac¸ãomáximade2.0;jánoHCR7 asomados setejogadoresem quadraé denomáximo16 pontos(Abrahcar).
TantooHCR7quantooHCR4têmagregadomaiornúmero depraticantes, háiniciativasdamodalidadeem paísesda AméricadoSul,AméricadoNorte,EuropaeOceania. Con-tudo,oHCRaindanãofazpartedoquadrodemodalidades reconhecidascomoesporteparaolímpicopeloComitê Parao-límpicoBrasileiro(CPB)eComitêParaolímpicoInternacional (IPC). No Brasil a Associac¸ão Brasileira de Handebol em Cadeira de Rodas (Abrahcar) é o órgão responsável pela gerênciadamodalidadeeaFederac¸ãoInternacionalde Han-debolemCadeiradeRodas(IWHF)foicriadaem2013para gerenciaramodalidadeemnívelinternacional.
Atualmente observa-se maior expansão dos esportes parapessoascomdeficiência.Paralelamenteaessa expan-são, programas de treinamento e monitoramento mais eficazes são indispensáveis para garantir as adaptac¸ões necessárias que possibilitem a obtenc¸ão de níveis ótimos derendimento,quemelhoremo desempenho individuale coletivodaequipe(Borinetal.,2007).Rhodesetal.(2015)
demonstraram que atletas de rúgbi em cadeira de rodas comdiferentesclassesfuncionaistêmperfis deatividades distintosnosquaisafirmamqueatletasdeclassesmaisaltas têm melhor desempenho em determinadas capacidades, como por exemplo velocidade. Dessa forma, os autores sugeremqueessadiferenc¸adeperfisdedeterminadas clas-sesfuncionaissejamconsideradasparafuturasprescric¸ões emonitoramentodotreinamento.
Comrelac¸ãoaoplanejamentodotreinamento,Brasilee Hedrick(1996)sugeremqueashabilidadesmotorassejam contempladas,afimdemelhorarodesempenhoesportivo. Considerando as habilidades motoras específicas do HCR,
Tabela1 Caracterizac¸ãodosparticipantesdoestudo
Característicasdaamostra
Sujeito Gênero Idade CF Deficiência Tempode
lesão (anos)
Tempode
prática (anos)
Outroesporte
1 Feminino 46 1,0 Sequeladepoliomielite 36 4,5 Atletismo(dardo,peso,disco)
2 Feminino 18 1,5 LesãomedularT7-T8 10 3 Não
3 Feminino 20 2,0 LesãomedularT11-T12 3 1 Não
4 Feminino 35 2,0 Sequeladepoliomielite 34 5 Não
5 Feminino 41 2,5 Sequeladepoliomielite 39 5 Atletismo(200,100,400;dardo,
peso,disco)
6 Feminino 55 2,5 Sequeladepoliomielite 54 4 Não
7 Feminino 35 3,0 Sequeladepoliomielite 34 7 Não
8 Feminino 23 3,0 Amputac¸ãoMMII 3 0,5 Não
9 Feminino 18 3,5 Luxac¸ãodequadril 18 3 Não
10 Feminino 15 4,0 Máformac¸ãocongênita 15 1 Não
11 Feminino 36 4,0 Máformac¸ãocongênita 36 8 Não
12 Masculino 38 1,0 Sequeladepoliomielite 36 1 Não
13 Masculino 41 1,0 Sequeladepoliomielite 40 6 Natac¸ão
14 Masculino 28 1,0 Artrogriposemúltipla 28 4 Não
15 Masculino 41 1,0 LesãomedularC7-T1 8 6 Não
16 Masculino 26 1,0 Paralisiacerebral 26 4 Não
17 Masculino 43 1,5 LesãomedularT7-T8 29 7 Não
18 Masculino 40 1,5 LesãomedularT7-T8 25 4 Atletismo(dardo,peso,disco)
19 Masculino 35 1,5 LesãomedularT8-T9 9 5 Atletismo(dardo,peso,disco)
enatac¸ão
20 Masculino 27 1,5 LesãomedularT11-T12 4 0,5 Basquete
21 Masculino 22 1,5 LesãomedularT12 10 8 Não
22 Masculino 25 1,5 LesãomedularT7 3 2,5 Não
23 Masculino 45 1,5 Sequeladepoliomielite 43,5 4 Não
24 Masculino 56 1,5 LesãomedularT1 16 5 Não
25 Masculino 54 2,0 Sequeladepoliomielite 50 4 Atletismo(dardo,peso,disco)
26 Masculino 38 2,0 Sequeladepoliomielite 36 3 Basquete;vôleienatac¸ão
27 Masculino 36 2,0 Sequeladepoliomielite 36 9 Capoeira
28 Masculino 29 2,5 Desarticulac¸ãoMMII 18 0,83 Atletismo(200,100,400;dardo,
peso,disco)
29 Masculino 27 2,5 Amputac¸ãoMMII 3 2 Atletismo(dardo,peso,disco)
30 Masculino 48 2,5 Sequeladepoliomielite 45 3 Não
31 Masculino 38 2,5 Sequeladepoliomielite 38 4 Atletismo(dardo,peso,disco)
32 Masculino 34 2,5 LesãomedularT12 16 3 Basquete
33 Masculino 38 2,5 Sequeladepoliomielite 37 3 Não
34 Masculino 18 2,5 Desarticulac¸ãoMMII 5 3 Não
35 Masculino 38 2,5 Sequeladepoliomielite 37 5 Não
36 Masculino 32 2,5 Sequeladepoliomielite 31 6 Não
37 Masculino 28 2,5 LesãomedularT12 9 6 Não
38 Masculino 21 3,0 Amputac¸ãoMIdireito 9 2 Atletismo(saltoemalturae
emdistância)
39 Masculino 56 3,0 Amputac¸ãoMIesquerdo 21 1 Não
40 Masculino 24 3,0 Amputac¸ãoMIesquerdo 8 7 Não
41 Masculino 41 3,0 Amputac¸ãoMIesquerdo 8 7 Não
42 Masculino 56 3,0 Amputac¸ãoMIdireito 10 6 Não
43 Masculino 53 3,0 Amputac¸ãoMIesquerdo 3 1 Não
44 Masculino 27 3,0 Amputac¸ãoMIdireito 7 3 Não
45 Masculino 37 3,5 Luxac¸ãodequadril 36 3,5 Não
46 Masculino 37 4,0 Máformac¸ãocongênita 37 2 Basquete
47 Masculino 33 4,0 Sequeladepoliomielite 32 1 Não
questão. Contudo,o autor afirma quea bateria detestes supracitadaéválidaparaaplicac¸ãonamodalidadeHCR.
Assim,comointuitodeampliarosestudosqueenvolvem amodalidadeemquestãoeoobjetivodeverificarsegênero eclassificac¸ãofuncionalinfluenciamashabilidadesmotoras deatletasdeHCRéquesedelineouopresenteestudo.
Metodologia
Esteestudo secaracterizacomopesquisa descritiva quan-titativaeapresentaumdelineamentotransversal(Thomas etal.,2012).OestudofoisubmetidoeaprovadopeloComitê deÉticadaFaculdadedeCiênciasMédicasdaUniversidade EstadualdeCampinas (Unicamp), sobo protocolonúmero 412.568/2013;eosparticipantesforaminformadossobreo objetivodapesquisaeassinaramotermodeconsentimento livreeesclarecido(TCLE).Alémdosprocedimentos descri-tosanteriormente,foifeitaumacoleta-pilotodoestudoa fimdeaveriguarefazerosajustesdeprocedimentos.
Amostra
Aamostradoestudo foicompostapor47 atletasdeHCR, 36 homense 11mulheres. Todosseadequavamaos crité-rios de inclusão dapesquisa --- idade mínima de18 anos; tempo de experiência na modalidade de no mínimo seis meses;encontrar-seemestadosaudável.Ascaracterísticas dossujeitossãoapresentadasnatabela1
Procedimentoseinstrumento
Ossujeitosforamavaliadospelabateriadetestesde habi-lidades motoras para o handebol em cadeira de rodas propostaporCostaeSilva(2011).Esseinstrumentoé com-posto por cincotestes que objetivam avaliar:eficácia de arremessos;passeerecepc¸ão;bloqueio;conduc¸ãodebola; velocidadeemdeslocamento.Contudo,devidoàafirmac¸ão doautordequeotestedeeficáciadearremessonãoatingiu deformasatisfatóriaoscritériosdeautenticidadecientífica, foiexcluídodacoleta,foramusadosapenasosquatrotestes descritosabaixo:
TESTE 1 - Precisão de passes: avalia a habilidade de passe/recepc¸ão durante a execuc¸ão de passes contra a parede em um intervalo de um minuto, com o objetivo deobtera maiorcontagem possível.Para execuc¸ão desse teste o atleta deverá ficar atrás de uma linha demar-cadaaumadistânciadedoismetrosdeumaparede,onde farápassesasimesmo,o maisrapidamentepossível, com o uso da, durante o intervalo de um minuto. Para cada passe/recepc¸ãoexecutados,conta-seumponto.Nãoé con-siderado ponto:se deixara bola cairapós a recepc¸ão ou seocorrerinvasãodaáreadedoismetros.Apontuac¸ãodo testeseráototaldepontosconseguidosnointervalodeum minuto.
TESTE 2 -Bloqueio: mensuraa habilidade de bloqueio e envolve oscomponentes deagilidadee velocidade. São posicionados cones com distância de três metros entre elesem umpercursototaldenove metros.Os participan-tes devem fazê-lo com a maiorvelocidade possível e em cada cone devem fazer umbloqueio com a parte lateral da cadeira sem tocar os cones posicionados no percurso;
3 m 3 m
3 m FIM
INÍCIO
3 m
9 m
Figura 1 Percurso do teste de desempenho de bloqueio. Fonte:CostaeSilva,2011.
3 m 3 m 3 m 3 m 3 m
3 m Avaliador
INÍCIO
Cone = 0,40 m de largura
FIM
Figura2 Percursodotestedeconduc¸ãodebola.Fonte:Costa eSilva,2011.
ao fazer o bloqueio no cone posicionado a sua frente, o participante deve fazer um giro de 180◦ e retornar ao
coneanteriorao que estáposicionado, fazertambém um bloqueio nesse. Esse processo deve continuar até o fim do percurso demarcado e pré-estabelecido para o teste, assimcomodemonstradonafigura1.Cadaparticipantetem duas tentativas para fazer o teste e o melhor resultado, ouseja, o menor tempo, é considerado para análise dos resultados.
TESTE 3 - Conduc¸ão de bola: avalia a conduc¸ão de bola.Devemserfeitosdriblesdeacordocomasregrasde conduc¸ão do HCR em um percurso demarcado no menor tempo possível (mensurado em segundos) sem cometer infrac¸õesdo drible outoques nos cones demarcadores.O percursoé formado com seiscones com distânciade três metros entre eles, conforme indica a figura 2. O atleta deveráestarposicionadoantesdalinhadeiníciodoteste eaosinaldoavaliadoreledeverádriblarem ziguezaguee contornarosconesomaisrapidamentepossível.Seoatleta tocar nocone oucometer violac¸ão na regra dodrible do HCR,será acrescidoumsegundoao tempofinal. Sãoduas tentativasválidas e omelhor resultadoé computadopara análises.
INÍCIO
FIM
Avaliador Avaliador
2 m 20 m
Figura3 Percurso do teste de 20 metros lanc¸ados. Fonte:
CostaeSilva,2011.
oatletainiciaetambémparamonitorarseoatletanãoestá posicionadoemcimadalinha,deformaaobtervantagem, assimcomoindicadonafigura3.
Cadaparticipantefezabateriadetestesnaordemquese encontraapresentadaacima,sugeridapeloautor,poisdessa maneiradesgastes físicos e comprometimentos dos testes subsequentes são evitados ou minimizados. Para garantir quetodososparticipantestivessementendidoatarefa,foi feitaumafamiliarizac¸ãopréviadecadatesteantesdacoleta dedadospropriamentedita.
Análiseestatística
OsdadosforamtabuladosnoMicrosoftExcel2007®.A
aná-lisedosdadosfoi feitaem formadeestatísticadescritiva (média e desvio-padrão). A avaliac¸ão da normalidade foi feitapelotestedeShapiro-Wilk.Paraanálisedacorrelac¸ão foi usado o coeficiente de correlac¸ão de Pearson (para-métrico)e o coeficiente de correlac¸ão de Spearman (não paramétrico).Foramanalisadososdadosdeacordocoma classefuncional,oquepermitiuacomparac¸ãocomas variá-veisdehabilidadesmotoras---passe,bloqueio,conduc¸ãode bolaevelocidade.Paratantofoiusadootestede Kruskal--Wallis.O nível de significânciaadotado foi de p ≤ 0,05. AsanálisesforamfeitasatravésdopacoteestatísticoR-Plus 2.10.0(2009).
Resultados
Osresultadossãoapresentadosatravésdamédiae desvio--padrãonatabela2.
Quantoànormalidadedosdadosdostestesdeconduc¸ão debola,bloqueio,velocidade epassefoifeitaverificac¸ão pelotestedeShapiro-Wilk enãoseencontroudistribuic¸ão normal,todososvaloresdesignificânciaencontradosforam dep<0,05. Assim,asanálises decorrelac¸ãoforamfeitas pelotestedeSpearman.
Considerando-se as habilidades motoras e gênero, não foi encontrada correlac¸ão entre gênero e asvariáveis de conduc¸ãodebola(fig.4)ebloqueio(fig.5);contudo,entre as variáveis de gênero e velocidade (fig. 6) encontrou--se uma correlac¸ão inversa fraca (rho=-0,34, p=0,01) e entreasvariáveisdegêneroepasse(fig.7)foiencontrada umacorrelac¸ãopositivamoderada(rho=0,45,p=0,001).A
0 0
0
1 2
Gênero
Tempo em segundos
20
15
10
5
0
Resultados no teste de condução de bola em cada gênero
Figura4 Relac¸ãoentreosresultadosencontradosnotestede conduc¸ãodebolanosgênerosdistintos.
1=Feminino,2=Masculino.
Resultados no teste de bloqueio em cada gênero
0
1 2
Gênero
Tempo em segundos
22
18
14
Figura5 Relac¸ãoentreosresultadosencontradosnotestede bloqueionosgênerosdistintos.
1=Feminino,2=Masculino.
Te
mpo em segundos
7,5
6,5
5,5
4,5
1 2
Género
Resultados no teste de velocidade em cad gênero
0
0
Figura6 Relac¸ãoentreosresultadosencontradosnotestede velocidadenosgênerosdistintos.
1=Feminino,2=Masculino.
correlac¸ão inversa entre gênero e velocidade sugere que oshomens fazemo testede velocidadeem menostempo do que as mulheres. A correlac¸ão positiva entre gênero e passe indica que homens tiveram mais acertos que as mulheres.
Tabela2 Resultadosobtidosnostestesdehabilidadesmotoras Testes
Sujeito Passe
(número)
Bloqueio (segundos)
Cond.bola
(segundos)
Velocidade (segundos)
1 NF 17,28 NF 7,68
2 35 17,48 16,80 6,20
3 18 15,01 NF 6,78
4 15 13,02 13,52 5,83
5 28 13,90 10,10 5,47
6 24 16,50 18,50 6,30
7 32 15,53 13,01 6,23
8 34 14,21 12,80 5,41
9 29 15,11 10,42 6,04
10 34 15,86 12,63 6,02
11 38 13,09 9,12 4,63
12 33 12,50 08,59 5,57
13 25 15,10 15,51 6,71
14 18 17,46 11,25 5,95
15 NF 22,12 17,18 6,5
16 10 23,25 21,56 6,23
17 40 13,79 09,03 5,22
18 34 14,02 13,03 4,87
19 39 14,11 9,52 5,10
20 44 15,61 11,34 6,06
21 39 14,82 8,70 5,10
22 41 14,03 8,52 5,02
23 29 16,32 14,21 5,65
24 29 19,40 20,04 6,61
25 43 15,09 12,28 5,25
26 36 14,13 8,23 5,12
27 40 15,51 8,41 5,18
28 36 13,10 10,22 4,75
29 41 18,20 9,55 4,98
30 32 14,26 11,29 5,56
31 36 17,69 13,02 5,18
32 46 12,81 7,62 5,32
33 42 16,78 10,06 5,56
34 33 16,02 9,00 5,18
35 42 14,08 8,20 4,51
36 45 15,00 9,04 4,64
37 40 18,01 10,11 7,11
38 30 15,28 8,40 4,66
39 41 16,40 12,32 5,16
40 38 13,02 7,57 4,57
41 58 13,91 7,81 4,48
42 38 18,2 11,26 4,65
43 22 21,20 18,25 7,1
44 40 17,46 15,00 5,00
45 40 14,39 8,06 5,41
46 43 16,22 9,04 5,92
47 44 22,18 14,01 6,10
M 35,09 15,71 11,02 5,58
DP
±9,15 ±2,46 ±2,86 ±0,77
DP=Desvio-padrão;M=Média;NF=Nãofez.
Osresultadosdasanálisesdemonstraramquenãohouve correlac¸ãoentreaclassefuncionaleasvariáveisbloqueio (fig. 8), conduc¸ão de bola (fig. 9) e velocidade (fig. 10).
Resultados no teste de passe em cada gênero
1
2 1
Gênero
Número de acer
tos
50
30
10
0
0
0
0
0 0
Figura7 Relac¸ãoentreosresultadosencontradosnotestede passenosgênerosdistintos.
1=Feminino,2=Masculino.
Resultados no teste de bloqueio por classe funcional
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Te
mpo em segundos
22
18
14
Figura 8 Resultados obtidos no teste de bloqueio e sua relac¸ãocomaclassificac¸ãofuncional.
Resultados no teste de condução de bola por classe funcional
1 1,5 20
15
10
5
0
Te
mpo em segundos
Classe funcional
0
o
2 2,5 3 3,5 4
Figura9 Resultadosobtidosnotestedeconduc¸ãodebolae suarelac¸ãocomaclassificac¸ãofuncional.
Resultados no teste de velocidade por classe funcional
Classe funcional
Tempo em segundos
7.5
6.5
5.5
1,5 2
1 2,5 3 3,5 4
4.5
0 0
Figura10 Resultadosobtidosno testedevelocidade e sua relac¸ãocomaclassificac¸ãofuncional.
Discussão
Para a obtenc¸ão do sucesso nos jogos coletivos Perez e Ba˜nuelos (1997) citam que o desenvolvimento das
habili-Resultados no teste de passe por classe funcional
Número de passes
Classe funcional
1 50
30
10 0
1,5 2 2,5 3 3,5 4
0
Figura11 Resultadosobtidosnotestedepasseesuarelac¸ão comaclassificac¸ãofuncional.
dadesmotorase cognitivasé fundamental noprocessode formac¸ão de jogadores. Campos (2004) aponta que cada esporte tem habilidades motorasespecíficas paraque um atletaconsigasedestacarnamodalidade,portantodeve-se dedicaraotreinamentodessas.
No entanto, alguns fatores devem ser levados em conta, no momento do planejamento do treinamento, para obtenc¸ão do sucesso desportivo, entreeles estão as diferenc¸asentreosgêneros.
Thibault et al. (2010) observaram em seu estudo que desde 1983 os atletas do gênero masculino apresentam melhores rendimentos do que as atletasdo gênero femi-nino; fato esse observado pelos recordes mundiais das modalidadesdenatac¸ão,atletismo,ciclismodepista, levan-tamento de peso e patinac¸ão de velocidade. Esse fato também foi apresentado neste estudo, mostrou que não houve diferenc¸as significativas entre as variáveis analisa-das e o gênero; contudo, osatletas do gênero masculino apresentaram valores de escore melhores do que os das mulheres.
SegundoWeineck(2005),asmulherestêmmenores índi-cesnascapacidadesdevelocidade,resistênciaepotência. Essefatopodeserexplicadodevidoàmenorquantidadede massamuscularemenorcapilarizac¸ãodamusculatura femi-nina;alémdofatodequemulherestêmmenorescondic¸ões cardiovasculares e respiratórias doque os homens. Outro pontoabordado peloautorbaseia-se nosistemahormonal masculino, que, devido à testosterona, induz ao melhor desenvolvimentodamassamuscular,teminfluênciapositiva diretanascapacidadesdeforc¸a,potênciaevelocidade.
Entretanto,comrelac¸ãoaostiposdefibrasmusculares, autoresdaáreaafirmamquenãohádiferenc¸aentregêneros, contudooshomenstêmmelhoresdesempenhosem habili-dadesmotorasgrossaeasmulheresemhabilidadesmotoras finas (Sanders e Perez, 2007). Corroborando isso, Kimura (2006) afirma que nosexo masculino a ênfase é na velo-cidadeenosexofemininonaprecisão.
Emsuma,osestudosacimaapontamquedevidoafatores fisiológicos e metabólicos os homens apresentam melho-res índices na variável velocidade. Esse fato também foi observadononossoestudo,noqualavariávelvelocidade, alémdopasse,apresentoumaiordisparidadeentreos gêne-ros,homensapresentarammelhoresescoresemrelac¸ãoàs mulheres. Na prática, a velocidade é determinante para algumasjogadaseopc¸õestáticasdeumaequipedeHCR.
gênero,oqueimplicaafirmarqueogêneronãoéumfator determinanteparaomelhordesempenhonesseteste. Entre-tanto,fatorescomoexperiênciaesportivapréviaetempode usodecadeiraderodaspodeminfluenciarnodesempenho detestesdevelocidadeemanuseiodebola(Giletal.,2015). Domesmomodo,nãoforamobservadasdiferenc¸asentre os gêneros no teste de bloqueio, que mede a habilidade agilidade,definidacomoumavariávelneuromotora, carac-terizadapelacapacidadedefazertrocasrápidasdedirec¸ão, sentido e deslocamentodaaltura docentro de gravidade de todo o corpo ou de parte dele; ademais essa capaci-dadeéconceituadacomoimportanteemdesportoscoletivos comofutebol,basquetebol,handeboletambémnos despor-tosindividuaiscomotêniseboxe.(Barbanti,1996;Sharkey, 1998;Gobbi etal.,2005.).Algunsestudos(Silveira etal., 2012;Costa e Silvaetal.,2014)queenvolveram oHCRe acapacidadeagilidadesãoencontradosnaliteraturaetêm comointuitovalidartestesparaquehajamaior confiabili-dadedemedidadessacapacidade.
Nãoforamencontradosestudosqueverificaramarelac¸ão daCFcomhabilidadesmotorasnamodalidadedoHCR, con-tudoencontraram-sealgunsestudoscomessa temáticana áreadoesporte adaptado coma modalidadede basquete emcadeiraderodas(DeGrootetal.,2012;Hutzler,1993; Moliketal.,2010)enorúgbiemcadeiraderodas( Morgulek--Adamowiczetal.,2011).
OestudodeMoliketal.(2013)commulheresatletasde basqueteem cadeirade rodas encontrouforte correlac¸ão entredesempenhoaeróbioeCF;Doyleetal.(2004)sugere que o sistemade classificac¸ão funcional deve ser modifi-cado, pois em seu estudo com 46atletas deBCR no qual todosfizeram oteste develocidade20m foram encontra-dasdiferenc¸assignificativasdosresultadosapenasdaclasse 1para asdemais; essefatomostra, segundoo autor,que sefaznecessáriorepensarosistemadeclassificac¸ão funci-onal,umavezque algumasclasses apresentamresultados muitosemelhantesenãohádiferenc¸asignificativaentreos grupos,assimcomoosachadosdesteestudo.
Pelo fato de muitas classes não terem diferenc¸as sig-nificativas entre elas no desempenho de habilidades e capacidades,Brasile(1986,1990)sugeriuduasclasses funci-onaisparaoBCR:Classe1eClasse2,fezcomquehouvesse afusãodasclassessuperiores.Vanlandewijcketal.(1995), aoavaliaroníveldedesempenhonacadeiraderodas atra-vés de testes de forc¸a depropulsão, potência aeróbicae capacidademáximaemesteiraeverificarsetêmcorrelac¸ão comoníveldecapacidadefuncionaldoatleta,apoiarama sugestãofeitaporBrasile(1986,1990),vistoqueadiferenc¸a significativaencontradasedeuapenasdaClasse1paraas demais.
Osestudosapresentados,emsuamaioria,mostram resul-tadossemelhantesaodesteestudo.Mesmoquenãosejam amesmamodalidade, podem-serelacioná-las,visto queo processo e a classe funcional de ambas são muito seme-lhantes,alémdeque,naprática,sãomodalidadescoletivas adaptadasquetêmcaracterísticasdejogomuitopróximas.
Conclusão
Houve correlac¸õesfracas oumoderadas entreasvariáveis das habilidades motoras e a CF ou o gênero. Esse fato
podeserexplicadoseobservarmosaamostradoestudo.No âmbitodotreinamento,acomissãotécnicadeveconsiderar ofatodeosatletasdogêneromasculinoimporemumpouco maisdevelocidadenodesempenho desuashabilidadesdo queo gênerofeminino.Já comrelac¸ãoaotreinamentode habilidadesmotoras,osintegrantesdascomissõestécnicas podemassegurar-sedeque(segundoesseestudo) indiferen-tementedeCF sãocapazes dedesempenharexercíciosde habilidadesmotoraspropostassemgrandesdiferenc¸asentre eles.
Estudos futuros com númerode atletas equalizado em todasasclassesfuncionaissãonecessáriosparaquesepossa aumentaraconfiabilidadedosresultados.Domesmomodo, estudosqueconsideremahabilidadepréviademanejode cadeiradecadaatleta,bemcomoprincípiosdabiomecânica paraostestes,sãodegrande valia, afimde averiguarse existemcorrelac¸õesentreasvariáveisquandoconsiderados aspectosfísicosebiomecânicosdomovimentoetambémse aexperiênciapréviacomomanejodecadeirainfluenciano desempenhodashabilidadesmotoras.
Financiamento
Bolsa de mestrado pelo Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob o processo n◦131980/2013-0.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
BarbantiVJ.Treinamentofísico:basescientíficas.3a
edSãoPaulo: CLRBalieiro;1996.
BorinJP,GomesAC,LeiteGS.Preparac¸ãodesportiva:aspectosdo
controledacargadetreinamentonosjogoscoletivos.Revistada Educac¸ãoFísica/UEMMaringá2007;18(1):97---105.
Brasile FM. Wheelchair basketball skills proficiencies versus
disability cllassification. Adapted Physical Activity Quarterly 1986;3:6---13.
BrasileFM.Performanceevaluationofwheelchairathletes:More
thanadisabilityclassificationlevelissue.AdaptedPhysical Acti-vityQuarterly1990;7:289---97.
BrasileFM,HedrickBN.Therelationshipofskillsofelitewheelchair
basketballcompetitorstotheinternationalfunctional classifica-tionsystem.TherapeuticRecreationJournal1996;30:114---27.
Calegari DR. Adaptac¸ão do handebol para cadeira de rodas.
Campinas: UniversidadeEstadual deCampinas; 2010,Tese de doutoradoemeducac¸ãofísica,FaculdadedeEducac¸ãoFísica.
Calegari DR, Gorla JI, Carminato RA. Handebol sobre rodas
(Resumo).PortoAlegre:AnaisdoConbrace;2005.
Campos RS. Estudocomparativo dashabilidades motoras e
cog-nitivas em praticantes de futebol de diferentes locais de prática. Curibita: Universidaade Federal do Paraná; 2004. p. 121,Dissertac¸ãodemestrado,CursodeEducac¸ãoFísica.
CostaeSilvaAA.Validac¸ãodeumabateriadetestesdehabilidades
motorasparaatletasdehandebolemcadeiraderodas. Campi-nas:UniversidadeEstadualdeCampinas;2011,Dissertac¸ãode mestrado,CursodeEducac¸ãoFísica.
CostaeSilvaAA,BorgesM,FariaFR,CamposLFCC,YamagutePC,
GattiAMM,etal.Validacióndetestsparaatletasdebalonmano
handballathletesRevistaInternacionaldeMedicinayCiencias delaActividadFísicayelDeporte.Pendientedepublicación/In press2014.
DoyleTLA,DavisRW,HumphriesB,DuganEL,HornBG,ShimJK,
etal.Furtherevidencetochangethemedicalclassification sys-temofTheNationalWheelchairBasketballAssociation.Adapted PhysicalActivityQuarterly2004;21:63---70.
De Groot S, Balvers IJ, Kouwenhoven SM, Janssen TW. Validity
andreliabilityoftestsdeterminingperformance-related com-ponents of wheelchair basketball. Journal of Sports Science 2012;30:879---87.
Gatti AMM. Handebol em cadeira de rodas: diretrizes para
classificac¸ão. Campinas: Universidade Estadual de Campi-nas; 2013, Dissertac¸ão de mestrado, Faculdade de Educac¸ão Física.
GilSM,Yanci J,Otero M,Olasagasti J, BadiolaA,
Biduarrazaga-Letona I, et al. The functional classification and field test
performanceinwheelchairbasketballplayers.JournalofHuman Kinects2015;46:219---30.
GobbiS,VillarR, ZagoAS. Basesteórico-práticasdo
condiciona-mentofísico.RiodeJaneiro:Guanabara;2005.
Hutzler Y. Physical performance of elite wheelchair basketball
players in armcranking ergometry and in selected wheeling tasks.Paraplegia1993;31:255---61.
KimuraD.Upperandlowerlimbreciprocaltapping:evidencefor
genderbiases.JournalofMotorBehavior2006;38(1):15---7.
MolikB, KosmolA, Laskin JJ,Morgulec-AdamowiczN, Skucas K,
DabrowskaA,etal.Wheelchairbasketballskilltests:differences
betweenathletes’functionalclassificationlevelanddisability type.FizyoterapiRehabilitasyon2010;21:11---9.
MolikB, Laskin JJ, KosmolA, Marszałek J, Morgulec-Adamowicz
N,FrickT.Relationshipsbetweenanaerobicperformance,field
tests,andfunctionallevelofelitefemalewheelchairbasketball athletes.HumanMovement2013;14(4):366---71.
Morgulec-Adamowicz N, Kosmol A, Molik B, Yilla AB, Laskin JJ.
Aerobic,anaerobic,andskillperformancewithregardto clas-sificationinwheelchairrugbyathletes.ResearchQuarterlyfor ExerciseandSport2011;82:61---9.
PerezLM,Ba˜nuelosFS.Rendimentodeportivo:clavesparala
opti-mizacióndelosaprendizages.Madrid:Gimmus;1997.
Rhodes JM, Mason BS, Malone LA, GooseyTolfrey VL. Effect of
teamrankandplayerclassificationonactivityprofilesofelite wheelchairrugbyplayers.JournalofSportsSciences2015;33: 2070---8.
SandersG,PerezM.Sexdifferencesinperformancewiththehand
and arminnearandfar space:a possibleeffectoftool use. EvolutionaryPsychologyISSN2007;5(4):1474---7049.
Sharkey,BrianJ.Capacidademuscular.In:Condicionamentofísico
esaúde.PortoAlegre:Artmed;1998.p.141---202.
SilveiraMD,CostaE,SilvaAA,GodoyPS,CalegariDR,AraújoPF,
et al. Correlac¸ão entre dois testes de agilidade adaptados: handebolemcadeiraderodas.RevistadaSobama2012;13(2): 43---8.
ThibaultV,GuillaumeM,BerthelotG, HelouNE,Schaal K,
Quin-guisL,etal.Womenandmeninsportperformance:thegender gaphasnotevolvedsince1983.JournalofSportsScienceand Medicine2010;9:214---23.
ThomasJR,NelsonJK,SilvermanSJ.Métodosdepesquisaem
ativi-dadefísica.6aed.PortoAlegrre:Artmed;2012.
TweedySM,VanlandewijckYC.International Paralympic
Commit-tee position stand --- Background and scientific principles of classificationinParalympic.British JournalofSportsMedicine 2011;45(4):259---69.
Vanlandewijck YC, SpaepenAJ, LysensRJ. Relationshipbetween
thelevelofphysicalimpairmentandsportsperformanceinelite wheelchairbasketballathletes.AdaptedPhysicalActivity Quar-terly1995;12:139---50.