• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Anestesiol. vol.67 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Anestesiol. vol.67 número2"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

INFORMAC

¸ÃO

CLÍNICA

Bloqueio

neuroaxial

após

anestesia

local

para

manejo

de

complicac

¸ão

de

vertebroplastia

percutânea

durante

vertebroplastia

Hüseyin

Balkarlı

a

,

Mesut

Kılıc

¸

b

e ˙Ibrahim

Öztürk

c,∗

aAkdenizUniversityFacultyofMedicine,OrthopaedicsandTraumatology,Antalya,Turquia bOndokuzmayısUniversityFacultyofMedicine,OrthopaedicsandTraumatology,Samsun,Turquia

cDıs¸kapıYıldırımBeyazıtEducationandResearchHospital,AnesthesiologyandReanimation,Ancara,Turquia

Recebidoem9dejunhode2014;aceitoem16dejulhode2014

PALAVRAS-CHAVE Bloqueioneuraxial; Vertebroplastia percutânea; Vértebra; Fratura

Resumo Vertebroplastia percutânea é um procedimento intervencionista relativamente seguro,simplesecomumentefeitoparatratarfraturasporcompressãovertebral.Noentanto, ascomplicac¸õesgravesrelacionadasaoprocedimentosãoraramenterelatadas,incluindo embo-lia pulmonar, infecc¸ão grave, paraplegia e a ocorrência de uma nova fratura em vértebra adjacenteapósavertebroplastia.Complicac¸õesagudassãogeralmenteassociadasao proce-dimento.Apresentamosocasodebloqueioneuroaxial,feitoapósanestesialocalcom8mLde prilocaínaa2%,emumamulherde68anos,submetidaàvertebroplastiapercutâneaapós fra-turaosteoporóticanavértebraL1 devidoatrauma.Deacordocomnossapesquisa,esteéo

primeirocasonaliteratura.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

KEYWORDS

Neuraxialanesthesia; Percutaneous vertebroplasty; Vertebra; Fracture

Neuraxialanesthesiaafterlocalanesthesiaformanagementofpercutaneous vertebroplastycomplicationduringvertebroplasty

Abstract Percutaneousvertebroplastyisarelativelysafe,simpleandcommonlyperformed interventional procedurefor themanagementofvertebral compressionfractures. However, seriouscomplicationsarerarely reportedintheprocedure.Thosearepulmonaryembolism, severeinfection,paraplegiaandanoccurrenceofanewfractureinanadjacentvertebraafter

Autorparacorrespondência.

E-mail:drozturk28@gmail.com(˙I.Öztürk).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.08.004

0034-7094/©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a

(2)

206 H.Balkarlıetal.

vertebroplasty.Acutecomplicationsaregenerallyassociatedwiththeprocedure.Wepresent thecaseofneuraxialanesthesia,developedafterlocalanesthesiawith8mLof2%prilocaine, ina 68-year-old woman who underwent percutaneousvertebroplasty after an osteoporotic collapsedfractureintheL1vertebraduetotrauma.Toourknowledge,thisisthefirstcasein

theliterature.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

Vertebroplastia percutânea (VP) é umprocedimento rela-tivamente seguro, simples e comumente feito para o tratamento defraturaspor compressão vertebral; porém, complicac¸ões sérias foram relatadas, incluindo embolia pulmonar,1 infecc¸ão grave,2 paraplegia3e aocorrênciade

umanova fraturaem vértebraadjacenteapósa vertebro-plastia.4Namaioriadasvezes,ascomplicac¸õesagudasestão

relacionadasa procedimentoscirúrgicos,como vazamento decimentoósseo,infecc¸ãoefraturaaolongodatrajetória dacânuladevertebroplastia.5,6

Apresentamos umcaso rarode anestesia neuraxial em combinac¸ão comanestesialocaldurante VPcom ousode umaabordagemtranspedicular.

Relato

de

caso

Pacientedosexofeminino,68anos,75kg,admitidanoSetor deEmergênciadoHospitaldaFaculdadedeMedicinada Uni-versidadeAkdenizcomdoresnascostasdevidoatraumapor quedaemcasa.Apacienteapresentavafratura osteoporó-ticacomcolapsodavértebraL1,quefoitratadadeforma

conservadoracomrepouso, cintae medicamentos analgé-sicos.Aoexamedeacompanhamentonaterceirasemanaa dornãohaviadiminuídoe umaradiografiadiretamostrou quemaisde50%davértebraL1fraturadaestavaemcolapso

emcomparac¸ãocomavértebraadjacentesuperior(fig.1). VPfoirecomendadaparaapaciente.

Naavaliac¸ãopré-operatóriadapaciente,osexames labo-ratoriais,oeletrocardiograma earadiografiadospulmões estavamnormais. Nãohavia doenc¸acrônica sistêmicae o estadofísicodapacientefoiavaliadocomoASA-I,deacordo com a classificac¸ão da Sociedade Americanade Anestesi-ologistas (ASA). Oescore da escalavisual analógica (EVA) para dor no período pré-operatório era oito. Após obter aassinatura do consentimento informado, a linhade fra-turafoilocalizadapormeiodefluoroscopiacomapaciente em pronac¸ão e em seguida foi aplicada a anestesia local com 8mL de prilocaína a 2%, sob controle fluoroscópico, desdeaentradadopedículoatéotecidosubcutâneo. Défi-citneurológiconãofoideterminadoapósaanestesialocal. Após a localizac¸ão sob fluoroscopia da entrada do pedí-culo da vértebra fraturada, uma agulha de calibre 11G foiinseridaa partirdopedículo. Quandoa agulhaatingiu 2/3 anterior ao corpo vertebral em vista lateral, a vista

anteroposterior foi considerada e a ponta da agulha foi observada no mesmo nível que o processo espinhoso. A posic¸ãodaagulhafoi verificadapor fluoroscopia.Naquele momento,oexameneurológicodapacienteestavanormal. Após confirmaralocalizac¸ão daponta daagulha, 8mLde cimentofoiinjetadonalinhadefratura(fig.2).

Durantee após acimentac¸ão, oexame neurológicoda paciente estava normal. Após a deposic¸ão do cimento, a paciente foi posicionada em supinac¸ão. Imediatamente após,umaperdabilateraldeforc¸a(2/5)nasextremidades inferiores e déficit sensorial ocorreram, o que foi perce-bidopelooperadorduranteoexameneurológico.Apressão arterialdapacienteestavaem90/50mmHg,eforam admi-nistrados500mLdeNaCla0,9%.Comoaperdasensorialque estavaem T10 noprimeiro examechegouaT5,apaciente

foitransferidaparaaposic¸ão‘‘cadeiradepraia’’paraevitar avanc¸odobloqueioneuroaxial.

Apacientefoimaisumavezavaliadaneurologicamente eforamobservadasperdabilateraldeforc¸a(0/5)nas extre-midades inferiores e anestesia. Betametasona (6mg) foi administrada por via intramuscular. A paciente foi avali-adacom radiografiasdiretasnocentro cirúrgicoe nãofoi observadocimentonocanal(fig.3).Trintaminutosapóso aparecimentododéficesensório,apressão arterialmedia 110/90mmHgeodéficitretornaramaoníveldoumbigo.

Na avaliac¸ão da paciente por tomografia computado-rizada, não foi observado cimento no canal (fig. 4). Na quartahoradeacompanhamento,odéficesenso-motorfoi completamente resolvido. A paciente foi mobilizada. Não observamoshipotensãooubradicardiaenãohouve necessi-dadedemedicamentosvasoativos.

Discussão

Avertebroplastiatemsidoamplamenteusadaparao trata-mentodefraturasporcompressãodocorpovertebral(FCV) causadas por afecc¸ões variadas, incluindo hemangioma, mieloma múltiplo, metástases osteolíticas e osteoporose primária ou secundária.7 As FCV são o tipo mais comum

de fraturas osteoporóticas, resultam em dor intensa nas costas, deformidade da coluna vertebral, atrofia muscu-lar,internac¸ãoprolongadaeriscopotencialdeaumentoda mortalidade.8

Emmetanálise deVP,taxasbaixasde complicac¸õesde 0,4-3,8% foram relatadas,9 porém o procedimento não é

(3)

Figura1 (A)FraturaagudaemL1.(B)Apóstrêssemanasdetratamentoconservador.

observadas durante a aplicac¸ão de VP, tais como embo-lia pulmonar; perfurac¸ão cardíaca; extravasamento de cimentoparaoespac¸oepidural;vazamentodecimentopara regiõesparaespinhal,intradiscoousistemavenoso;infecc¸ão oufraturasdevértebrasadjacentes.

Na literatura, não há relato de paciente que tenha desenvolvido anestesia do neuroeixo associada à aneste-sia local durante VP. O significado disso é que uma lesão

neurológicaassociadaaoguiausadoduranteoprocedimento podeserconfundidacomumalesãoneurológicaque pode ocorrerapóso vazamentodocimentoparao canale uma segundaoperac¸ão, como cirurgia aberta, é necessária. O diagnósticodiferencial certamente deve ser feitopara as complicac¸ões acima mencionadas que podem surgir após a VP e para outras lesões neurológicas que podem ocor-rerdurante a VP. Casoocorra déficit neurológico durante

(4)

208 H.Balkarlıetal.

Figura3 (A)Radiografianopós-operatório(AP).(B)Radiografianopós-operatório(lateral).

Figura4 (AeB)TCnopós-operatório.

aVPeesseeventosejaconsiderado associadoàanestesia local,oníveldeanestesianeuroaxialpodeestaraumentado eascomplicac¸õesassociadasaoaumentodoníveldevemser mantidasem mente. Opacientedevesercuidadosamente monitoradoeumespecialistaemanestesiacertamentedeve avaliaropaciente.

Conclusão

Segundo nossapesquisa, este é o primeiro caso de anes-tesianeuroaxial devidoàanestesia localapós VP descrito na literatura. Se não houver cimento dentro do canal, aanestesianeuroaxialdevesermantidaem mente.Nesse aspecto,oagenteradiopacopodeserútilantesdainjec¸ão

do anestésico local para confirmar o local da ponta da agulhaeprevenirumaanestesianeuroaxialinvoluntária.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.Chen HL, Wong CS, Ho ST, et al. A lethal pulmonary embolism during percutaneous vertebroplasty. Anesth Analg. 2002;95:1060---2.

(5)

immunocompromisedpatient:casereportandreviewof litera-ture.CardiovascInterventRadiol.2008;31Suppl.2:231---5.

3.LeeBJ,LeeSR,YooTY.Paraplegiaasacomplicationof percutane-ousvertebroplastywithpolymethylmethacrylate:acasereport. Spine(PhilaPa1976).2002;27:E419---22.

4.Aquarius R, Homminga J, Verdonschot N, et al. The fracture risk of adjacent vertebrae is increased by the changed loa-ding direction aftera wedge fracture. Spine(Phila Pa 1976). 2011;36:E408---12.

5.McArthurN,KasperkC,BaierM,etal.1150kyphoplastiesover 7 years: indications, techniques, and intraoperative compli-cations.Orthopedics.2009;32:90.

6.TanigawaN,KariyaS,KomemushiA,et al.Cementleakagein percutaneousvertebroplastyforosteoporoticcompression frac-tureswithorwithoutintravertebralclefts.AJRAmJRoentgenol. 2009;193:W442---5.

7.AfzalS,DharS,VasavadaNB,etal.Percutaneousvertebroplasty forosteoporoticfractures.PainPhysician.2007;10:559---63.

8.ShiMM,CaiXZ,LinT,etal.Istherereallynobenefitof verte-broplastyforosteoporoticvertebralfractures?Ameta-analysis. ClinOrthopRelatRes.2012;470:2785---99.

Imagem

Figura 1 (A) Fratura aguda em L 1 . (B) Após três semanas de tratamento conservador.
Figura 4 (A e B) TC no pós-operatório.

Referências

Documentos relacionados

The aim of the study was to establish the effect of dexmedetomidine on the acute lung injury following lower extremity experimental ischemia---reperfusion model in rats..

Contudo, quando os resul- tados do estudo foram avaliados, não houve diferenc ¸a na durac ¸ão de anestesia e no escore de Apfel dos pacientes; os autores relataram que a incidência

According to the results of a study assessing postoperative results of neuromuscular blockage antago- nism and including 1440 patients (772 sugammadex, 212 neostigmine, 510

BIS, índice bispectral; CNS, Escala Neurológica Canadense; Escalas-BIS, alterac ¸ão em qualquer uma das escalas de avaliac ¸ão neurológica e/ou no BIS; GCS, Escala de Coma de

Background and objectives: We examined the additive effect of the Ramsay scale, Canadian Neurological Scale (CNS), Nursing Delirium Screening Scale (Nu-DESC), and Bispectral Index

Justificativa: A intubac ¸ão guiada por fibra óptica (IGFO) através de dispositivo supraglótico (DSG) tem sido descrita como um procedimento seguro e fácil para o manejo de via

Glottic view suitable for fiberoptical assisted intubation differed between the devices ranging from 40% for the laringeal tube (LT), 66% for the laryngeal mask airway Supreme, 70%

Porém, tal evento não ocorreu e, após o jejum, o número de indivíduos responsivos ao volume foi precisamente o mesmo de antes do jejum (n =10), o que mais uma vez confirma o achado