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Capítulo 5 O Grupo de Matemática

5.1 Apresentação do grupo de Matemática

5.1.2 A atividade do grupo e a escola

Por ano letivo, o departamento participa nas atividades da escola, por tradição, com pelo menos seis iniciativas, dirigidas, na sua maioria, aos alunos. Por exemplo: as Olimpíadas da Matemática, o Campeonato de Jogos de Matemática, as exposições inte- rativas e o Jogo do 24, que são iniciativas desenvolvidas a nível nacional. A Semana Cultural e o Dia do , são atividades de iniciativa interna. Contudo, é também frequen- te realizarem ações destinadas a professores, nomeadamente, as Jornadas das Ciências, as Tardes da Matemática em colaboração com a SPM4 ou promovidas pelo núcleo de estágio da Universidade de Coimbra, as ações de formação na modalidade de Círculo de estudos ou Oficinas de formação, em colaboração com o centro de formação de escolas, e a organização e realização de encontros regionais da APM, do núcleo regional a que pertencem alguns dos professores.

Na sua maioria, os professores manifestam vontade em participar nestas iniciati- vas, gostam de trabalhar na escola e parece haver recetividade por parte dos alunos, dos encarregados de educação e dos outros professores [DC, 25/setembro/2007]. Igualmente importante é o facto do trabalho que eles desenvolvem na escola ser reconhecido pelo órgão de gestão:

De um modo geral os professores desta escola são dedicados e procuram fazer o melhor pela escola. O grupo de Matemática é muito ativo e está sempre disponível para ajudar nas atividades da escola. Trabalham bem como grupo e têm feito um bom trabalho com os alunos. (…) Não há queixas dos pais. Nos exames, e para os pais isso conta muito, a nossa escola, a Matemática, está um pouco acima da média nacional. (…) E temos muitos alunos daqui a entrar na universidade! Em medicina, este ano que passou, entraram cinco daqui da escola. E noutros cursos, em que as médias são altas, engenharias, farmácia… Isso é um indicador im- portante para os pais e também para nós. [E vice-presidente do CE]

Nas palavras da vice-presidente, o grupo é descrito como muito dinâmico e com uma cultura de trabalho em equipa. Muito participativo nas atividades da escola e com resultados positivos na avaliação externa, que são um indicador sobre a qualidade das aprendizagens dos alunos e sobre o processo de ensino-aprendizagem, particularmente valorizado pelo órgão de gestão. Por outro lado, no discurso da vice-presidente percebe- se a importância que é dada à relação dos encarregados de educação com a escola, e à opinião por eles veiculada sobre a qualidade do ensino que é posto em prática pelos responsáveis pela disciplina de Matemática. Quase como resposta a estas evidências e num ato de reconhecimento da qualidade do trabalho que o departamento desenvolve, a liderança da escola procura gerar as condições necessárias para viabilizar as iniciativas do grupo, nomeadamente, permitindo a permuta de horas entre os professores de modo a que estes participem em encontros profissionais ou ações de formação; organizar os horários dos professores de Matemática para que seja possível a concretização de parce- rias em sala de aula; e uma mancha horária comum da componente não letiva para reali- zarem reuniões de trabalho do departamento e dos projetos que estão a desenvolver:

Só não damos o que não conseguimos dar. Há vários projetos e iniciati- vas na escola e tentamos dar todo o apoio. (…) O grupo de Matemática tem tido espaço comum no horário para reunir e trabalhar e tem resultado bem. Este ano pela primeira vez, alargámos essa possibilidade a todos os departamentos e professores. Deu trabalho, mas como achamos que re- almente as pessoas têm que ter espaço para trabalhar em conjunto, e que isso é importante, decidiu-se dar essas condições a todos os grupos. E não foi fácil gerir espaços e horários. [E a vice-presidente do CE]

O espaço comum no horário para os professores trabalharem com os seus cole- gas de grupo disciplinar, inicialmente assegurado para o grupo de Matemática, é uma decisão recente e parece estar associada ao trabalho que estes têm desenvolvido com os seus alunos e aos resultados positivos traduzidos pelos indicadores externos. Igualmente, esta decisão do órgão de gestão e o modelo organizacional adotado pela escola pode ser interpretada como o reconhecimento e confiança nas iniciativas do grupo de Matemática, e uma tentativa de alargar a cultura de trabalho colaborativo deste grupo a toda a escola. Por outro lado, evidencia a visão da liderança da escola, que procura perceber formas de promover um ensino de qualidade e integrar iniciativas dos professores que se enqua- dram nesse modelo de ação, nomeadamente projetos, proporcionando-lhes as condições para que se concretizem, em particular, criando espaços comuns para trabalharem. Igualmente, junto da comunidade educativa, em particular dos encarregados de educa-

ção, o trabalho que o grupo tem desenvolvido parece ser reconhecido. Os resultados dos alunos nos exames nacionais do 12.º ano e a percentagem de alunos que entra no ensino superior parecem ser os fatores que mais contribuem para esta visão.

Na escola, o grupo conta com alguns recursos para desenvolverem o seu trabalho. A escola tem uma biblioteca com livros para os alunos, mas também para os professores, entre outros, sobre temáticas associadas à Matemática, nomeadamente Geometria, Cál- culo e Álgebra, e à formação de professores, desenvolvimento profissional, avaliação das aprendizagens e um dos centros de formação para professores do Distrito. O grupo tem uma sala de aula só para a Matemática, a Sala da Matemática, organizada em dois ambientes de trabalho. Uma zona com computadores de secretária, e um portátil ligado ao projetor e painel de projeção. Outra zona, com mesas e cadeiras, e dois quadros. Contígua a esta sala está um pequeno compartimento de arrumações onde o grupo ar- ruma dossiers, materiais manipuláveis e de desenho, jogos e calculadoras. O espaço existe e é aproveitado pelo grupo para desenvolver com os alunos aulas com recurso à tecnologia e para trabalhar em pequenos grupos.