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A COM-VIDA

No documento Volume 1 (páginas 110-116)

FERREIRA V. L.; MUNOZ H S.; CHAVES P P O Efeito da Fragmentação e Isolamento

A COM-VIDA

A Com-Vida é uma comissão que assume a responsabilidade de debater e buscar res- postas para os problemas socioambientais existentes na Escola e no território onde ela está inserida, ou seja, vai além dos muros da escola em busca uma melhoria na qualidade de vida cujos objetivos são:

a) Contribuir para que a escola se torne um espaço educador sustentável, aces- sível, aconchegante, agradável, democrático e saudável, motivador, que esti- mule a inovação, a aprendizagem e reflita o cuidado com o ambiente e com as pessoas;

b) Desenvolver e acompanhar a Educação Ambiental na escola de forma per- manente a partir do seu Projeto Político Pedagógico;

c) Ajudar a cuidar do Brasil, assumindo como orientação as Cartas das Res- ponsabilidades;

d) Criar a Agenda 21 na Escola (BRASIL, 2007, p. 14).

Estes objetivos caracterizam-se com o objetivo de promover uma maior integração entre os estudantes, os professores, os funcionários, e a comunidade, evidenciando na escola um am- biente que significa desenvolver um espaço permanente para pensar e agir pelo meio ambiente. Neste aspecto, a Com-Vida deve cuidar das questões ambientais, atuando também em temas relevantes ao contexto escolar, como a violência, o respeito a diversidade e aos direitos humanos, a acessibilidade. Assim, esta comissão deve ter uma nova forma de organização na escola e deve se basear na participação na Escola dos estudantes, professores, funcionários, diretores, além da comunidade escolar. A comissão deve contribuir a gestão da educação am- biental participativa, democrática e saudável na Escola promovendo o intercâmbio com a co- munidade e institutos de ensino superior.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a Fenomenologia, que teve como finalidade investigar os fenômenos tais como eles aparecem, caracterizando as percepções ambientais das atividades da Com-Vida na Escola Murilo Braga. Foram realizadas ações com o propósito de se avaliar o ní- vel de conscientização e conhecimento dos problemas ambientais dos alunos e dos professores da Com-Vida.

Adotamos a metodologia da Oficina do Futuro, uma forma lúdica de se construir pro- jetos com a participação de todos, através da Árvore dos Sonhos, onde em grupo os alunos respondem a seguinte pergunta: Como é a escola dos nossos sonhos?

Figura 1- Árvore dos sonhos

Fonte: Com-Vida Murilo Braga

Através da árvore dos Sonhos são diagnosticados os problemas sócios ambientais da escola que são transformados em planos de ações, adotadas uma perspectiva metodológica vi- sando a qualidade de vida de todos. Adotamos também o diagnóstico dos problemas da comu- nidade através da percepção ambiental dos alunos em visitas a campo, onde os mesmos através de fotografias, anotações e diálogos com a comunidade, compreendem os prováveis problemas socioambientais existentes. Desse modo, são diagnosticados os problemas, e estes transforma- dos em planos de ação que vão beneficiar a comunidade.

Figura 2 – Percepção ambiental / alunos / comunidade

RESULTADOS

Os resultados mostram a transformação da Escola em um espaço educador, no momento em que as ações passaram a ser coletivas e foram além de seus muros, alcançando a comunida- de e as famílias. Os alunos são protagonistas que assumem a tarefa de debater e buscar respostas para os problemas socioambientais diagnosticados na escola no território onde a mesma está inserida:

Através de várias experiências realizadas na Escola Murilo Braga, foi possível estimular a mudança de hábitos, não somente do ponto de vista ambiental, mas também nas atitudes e valores, mudanças estas que chegaram até suas famílias. Os alunos foram estimulados a criar e desenvolver através da comissão seus próprios projetos, alguns desses projetos já foram pre- miados e apresentados em eventos a nível nacional.

Figura 3 – Horta, coleta seletiva e compostagem na residência dos alunos e alunas premiadas. As ações ambientais na Escola Murilo Braga eram desenvolvidas em datas alusivas ao meio ambiente passaram a ser realizadas diariamente no espaço escolar, a partir do momento em que a Educação ambiental foi inserida no Projeto Político Pedagógico.

As ações realizadas junto à comunidade e na escola fizeram com que a nossa Com-Vida passasse a ser referência no bairro da escola, a outros bairros da cidade e para outras escolas, além de tornar-se um colegiado. Atualmente somos procurados pelos moradores para solucio- nar problemas socioambientais e levar nossa experiência a outras instituições de ensino que também nos procuram para ajudar a criar outras Com-Vidas.

Figura 4 – Ações na comunidade

Figura 5 – Criando Com-Vida em outra escola

Através da Com-Vida, desenvolveu-se ações da percepção ambiental dos alunos sobre a Escola e a comunidade. Passou a ser construído, através da educação ambiental, um novo indivíduo capaz de agir criticamente e transformar a realidade que os cerca. Pode-se observar a grande participação de pais e pessoas da comunidade sempre que podem nas ações. Os alunos tiveram a oportunidade de compreender e refletir de forma lúdica sobre a necessidade da pre- servação ambiental e da responsabilidade que cada um tem nesse processo.

É importante salientar que, com a chegada da Com-Vida na escola, passamos a ter um alto índice de aprovação sem recuperação nos últimos quatro anos, dos alunos que fazem parte do grupo mobilizador, pois através da Com-Vida estimulamos ações coletivas, disciplina, respeito a diversidade e interesse pelos estudos.

As atividades da Com-Vida na Escola permitiu que os alunos tornam-se mais responsá- veis de modo coletivo visando à sustentabilidade, estimulando a criatividade e sensibilizando a comunidade escolar, a refletir a respeito da responsabilidade e participação como cidadãos, levando-os a desenvolver além de uma preocupação em relação às questões ambientais, uma preocupação também com a qualidade de vida de todos.

Figura 7 – Alunos em sensibilização na escola.

Pode-se observar que os alunos tiveram a oportunidade de compreender e refletir de forma lúdica sobre a necessidade da preservação ambiental e da responsabilidade que cada um tem nesse processo:

As atividades da Escola dizem respeito à participação dos responsáveis para resolver as problemáticas do meio ambiente, os alunos que participam da Com-Vida estão preocupados com o processo da interação entre as ações realizadas na Escola e sua participação no desenvol- vimento escolar e da comunidade.

Isto demonstra que os alunos entendem que existe uma grande responsabilidade da Es- cola, e como tal se interagem com os professores responsáveis pela Com-vida. Isto também teve um significado importante quando observa-se que após os alunos realizaram ações e investiga- ção no bairro, percebe-se que os mesmos sentem necessidade de implantar projetos ambientais na comunidade; realizar palestras; auxiliar a população na busca de soluções junto a órgãos responsáveis; buscar políticas públicas e dialogar com a comunidade através de um fórum.

Deste modo, com a chegada da Com-Vida, nossa escola está se tornando um espaço par- ticipativo, democrático no momento em que está conseguindo congregar escola, comunidade e a família e fomentar iniciativas voltadas para a sustentabilidade socioambiental tendo o aluno como protagonista na busca da qualidade de todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que os alunos que participam da Com-Vida tem, um conjunto consi- derável de conhecimentos, sendo capaz de estabelecer relações, além de conhecer bem o seu espaço vivido. Foi possível avaliar a percepção ambiental dos alunos em relação espaço escolar, evidenciando que as questões fundamentais em torno dos temas, como os resíduos sólidos, o paisagismo dos bairros, a biodiversidade, e assim, por diante.

Os alunos da Com- Vida perceberam que a Escola Murilo Braga vem desenvolvendo atividades educativas que permitem a aprendizagem da educação ambiental com temas relacio- nados a biodiversidade, resíduos sólidos, saneamento básico, ecologia, e assim por diante. Do mesmo modo, pode-se perceber que a Com-Vida, os alunos entendem que a Escola deve ir além dos seus muros, como é o caso das questões dos resíduos sólidos nos bairros onde estes alunos moram para evidenciar a qualidade de vida.

A partir da análise dos resultados, verificou-se a necessidade de trabalhar de forma di- ferenciada as questões ambientais com os alunos da Com-Vida da Escola Murilo Braga, envol- vendo o conhecimento, os valores éticos e políticos na relação da escola com a comunidade, isto demonstra que a através de sua Com-Vida e do Projeto de Educação Ambiental/UNIR/ PIBD têm desenvolvido ações educativas que promovem a consciência ambiental.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diver- sidade. Formando Com-vida, Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola: construindo Agenda 21 na escola . 2. ed., rev. e ampl., Brasília: Ministério da Educação, Minis- tério do Meio Ambiente. Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2007

BRASIL. Lei nº 9795 de 27 abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Políti- ca Nacional de Educação ambiental e dá outras providências. Disponível em: http://www.mma. gov.br/port/conama/legiabre.cfm? Acesso em 10 ago. 2014.

CARVALHO,I. C. M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cor- tez, 2004.

CARVALHO, L. M. A Temática Ambiental e o Processo Educativo: dimensões e abordagens. In: CINQUETTI, H. S; LOGAREZZI, A. Consumo e Resíduos: fundamentos para o trabalho educativo. São Carlos, EdUFSCar, 2006.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS COMPREENSÕES DOS DOCENTES DE ESCOLAS

No documento Volume 1 (páginas 110-116)