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DENISE CRISTINA TORRES COSTA AMANDA MARQUES CASIMIRO

No documento Volume 1 (páginas 94-102)

FERREIRA V. L.; MUNOZ H S.; CHAVES P P O Efeito da Fragmentação e Isolamento

DENISE CRISTINA TORRES COSTA AMANDA MARQUES CASIMIRO

RESUMO

A formação acadêmica das sociedades contemporâneas urge em se situar como um elo entre a tecnicidade e a demanda pela melhoria da qualidade de vida das comunidades. Neste sentido, a educação ambiental entra em cena de forma exponencial, uma vez que pautada na formação ética constrói valores morais e coletivos. O presente artigo tem como objetivo socializar ativi- dades de extensão com foco na educação ambiental realizada junto a crianças e adolescentes do ensino fundamental na cidade de Belém (PA). As ações foram desenvolvidas na Escola Es- tadual de Ensino Fundamental Paulo Maranhão em turmas de 5ª a 8ª série e na Unidade Peda- gógica Solar do Acalanto em turmas de 1ª a 4ª série nos anos de 2012 e 2013 respectivamente. As ações foram planejadas por 2 turmas de alunos do curso de Graduação em Engenharia Am- biental da Universidade do Estado do Pará como parte integrante da disciplina Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Para as duas escolas, os acadêmicos divididos em equipes, elaboraram jogos, oficinas e dinâmicas de acordo com a idade das crianças para que elas pudes- sem vivenciar atitudes sustentáveis tais como a separação dos resíduos sólidos através da coleta seletiva, a reutilização de materiais e o uso racional da água. Nas oficinas tiveram-se como produtos finais: puffs de garrafa pet, latas decoradas, paródias e origamis. Assim, percebeu-se a importância da difusão e realização de trabalhos na área da educação ambiental para as comu- nidades, que levam esse aprendizado para o dia a dia, e, também aos acadêmicos que puderam, através de seus conhecimentos, formar multiplicadores ambientais. Os resultados obtidos com as oficinas e brincadeiras explicitaram a participação significativa dos alunos e o entendimento sobre as temáticas abordadas no decorrer do dia tendo alcançado, com isso, o objetivo proposto.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental – Extensão universitária INTRODUÇÃO

Hoje se vive numa sociedade que exige emergência na conciliação entre o desenvol- vimento social e econômico com a manutenção da biodiversidade. A dominação da natureza pelo homem não foi precedida da necessidade de sintonia que este deva ter com ela, tornando a sociedade a principal vítima de seus próprios impactos (TRISTÃO, 2009, p. 65).

A educação ambiental é a base fundamental para o desenvolvimento de políticas públi- cas que objetivem a conservação e manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Tanto em áreas de preservação como no meio urbano esta preocupação deve ser evidenciada. O art. 1 da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA, 1999, p. 1) define:

Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competên- cias voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

A PNEA (1999, p. 3) também define as instituições educativas desde o ensino básico, infantil até educação profissional como parte integrante e fundamental dentro da educação am- biental, não como disciplina específica, mais sim como parte integrante e contínua em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

De acordo com Moradillo (2004, p. 335), nos últimos anos a educação ambiental passou de um conceito romantizado para o de ser capaz de promover novos valores e condutas sociais que sejam ambientalmente corretas. Ela deve objetivar sensibilizar as pessoas a entender-se como parte constituinte do ecossistema, aliando a necessidade de mitigação dos impactos à sua própria qualidade de vida.

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992), cita a educação ambiental como “individual e coletiva” para formação de ci- dadãos de consciência crítica que tenham respeito mutuo entre si e com a natureza. Tem “a finalidade de criar novos modos de vida, baseados em atender às necessidades básicas de todos” com a integração de conhecimentos, valores, habilidades e ações que possam contribuir para o exercício da educação ambiental. Assim, a implementação de práticas pedagógicas para o exercício da educação ambiental no contexto de degradação em que se vive é de fundamental importância.

A prática universitária da educação ambiental tem o papel de criar espaços de repasse de conhecimentos da dimensão ambiental multidisciplinar como forma de motivação na prática de atitudes sustentáveis superando as propostas tradicionais de ensino (MORADILLO, 2004, p. 334). Além disso, há uma troca de conhecimentos e vivência de realidades na maioria das vezes diferentes, o que enriquece tanto os receptores quanto os promotores desta prática.

A linguagem da educação ambiental deve ser clara e objetiva com o intuito de simplifi- car e facilitar o repasse de conhecimentos e a troca de experiências é considerada fundamental para que o educador se aproxime ao máximo da realidade em que se encontra.

Segundo Sorrentino (2005, p. 287), a educação ambiental contribui para uma sociedade mais responsável pelo mundo em que habita. Para tanto, ela deve ser acima de tudo um ato político, voltado para a transformação social (JACOBI, 2003, p. 196). Desse modo a relevância deste trabalho reside em contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aonde a universi- dade cumpre seu papel de formar cidadãos através do ensino, da pesquisa e da extensão.

Com isso, o objetivo do trabalho é expor os resultados de ações de extensão na prática da educação ambiental do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do Pará. As ações educativas foram desenvolvidas em escolas públicas da cidade de Belém (PA) com uma programação de educação ambiental que constou de jogos e brincadeiras para um público de crianças de 1ª a 4ª série e oficinas de reutilização e lúdicas para adolescentes de 5ª a 8ª série. Dessa forma, com o acadêmico inserido na vivência educativa e comungando realidades dis-

tintas tem-se um ganho de substancial qualidade na formação cidadã deste futuro profissional além de ter a academia no pleno exercício social.

MATERIAL E MÉTODOS

O universo da atividade de extensão abordada compreende um módulo da ementa da disciplina “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável” do Curso de Graduação em En- genharia Ambiental da Universidade do Estado do Pará (UEPA), pertencente ao 3º semestre. Dentro desta disciplina a Educação Ambiental é trabalhada na forma de um projeto de extensão. Neste trabalho relatam-se as ações educativas desenvolvidas nos anos de 2012 e 2013 por gra- duandos do Campus CCNT (Centro de Ciências Naturais e Tecnologia) de Belém, tendo como suporte logístico e de monitores o Laboratório de Educação Ambiental (LEA) da UEPA.

Em 2012 a equipe de trabalho era de 25 alunos e 4 monitores, todos orientados pela pro- fessora da disciplina. A temática trabalhada foi a “Agenda 21 na escola”, sendo este conteúdo apresentado previamente por meio de aulas expositivas.

O processo de construção da atividade, reforçado em bases construtivistas, transcorreu ao longo de um semestre e culminou com a atividade de extensão em educação ambiental na Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Maranhão (Bairro: São Brás) realizada no dia 19 de junho de 2012. O público alvo foram 10 turmas de alunos de 5ª a 8ª série e mais o corpo docente/administrativo, numa carga horária total de 3 horas.

Como parte do embasamento teórico-prático da turma, monitores e a professora apli- caram algumas dinâmicas ambientais de sensibilização de grupos e apresentaram sugestões de oficinas de reutilização de resíduos, numa chuva de ideias onde cada aluno era sujeito ativo no processo de planejamento da atividade.

Os alunos foram divididos em 10 equipes que correspondiam às 10 turmas de alunos a serem trabalhadas e se dedicaram a preparar a atividade educativa ambiental. Cada equipe era composta por em média 2 a 3 alunos e mais 1 monitor responsável. Um total de 5 alunos ficou responsável por ministrar palestras apostiladas aos docentes da escola numa sala áudio-visual, atividade que foi simultânea à atividade com os alunos.

Em 2013, no dia 22 de junho, a atividade foi realizada na Unidade Pedagógica Solar do Acalanto, núcleo vinculado à esfera Municipal de Belém (Bairro: Canudos), composta por 8 turmas de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental (turnos: manhã e tarde). Os acadêmicos foram então divididos em 8 equipes e cada equipe ficou responsável por uma turma da escola.

A turma do curso de Engenharia Ambiental, que era composta por 38 alunos e 01 moni- tor se dividiu em grupos de 4 ou 5 alunos e foram programadas atividades em que as crianças pudessem aprender como cuidar do meio ambiente por meio de brincadeiras, forma mais insti- gante e apropriada de acordo com a faixa etária envolvida. A temática escolhida para a ação foi

“Resíduos Sólidos”.

Para as ações realizadas foram confeccionados jogos com cartazes, livrinhos de ativida- des, mural de pintura, lixeiras da coleta seletiva de caixas de papelão, dentre outros, que, poste- riormente foram doados para a escola. A programação contou ainda com a apresentação de um teatro educativo e distribuição de brindes, estes confeccionados em sua maioria com resíduos reutilizáveis pelos acadêmicos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A ação de Educação Ambiental realizada na Escola Paulo Maranhão em 2012 teve iní- cio com a aplicação da Dinâmica dos Sistemas (DIAS, 2010, p.16). O objetivo desta etapa foi propiciar um ambiente descontraído entre a turma e os ministrantes e, ao mesmo tempo, iniciar a sensibilização, fomentando o conceito de inter-relação entre os seres na natureza em prol da sustentabilidade, FIGURA 1.

FIGURA 1 – Dinâmica dos Sistemas sendo desenvolvida por acadêmicos de Engenharia Ambiental (UEPA) na Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Maranhão, Belém, PA, 2012.

Por se tratar de um público alvo de adolescentes os organizadores avaliaram ser mais apropriado que a atividade de conscientização ambiental se desse por meio de oficinas e/ou atividades dinâmicas de cunho prático e interativo, o que de fato pôde ser constatado posterior- mente através de relatos positivos dos alunos (FIGURA 2). No QUADRO 1 é possível visuali- zar a escala de atividades executadas de acordo com cada série.

FIGURA 2 – Oficina de Puff de garrafa PET em ação na Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Maranhão, Belém, PA, 2012.

QUADRO 1 – Atividades e oficinas desenvolvidas para cada turma na ação da Escola Paulo Maranhão, Belém, PA, 2012.

Concomitante à ação com os alunos, os docentes e o corpo técnico da Escola partici- param de palestras apostiladas ministradas por 5 acadêmicos nas temáticas: lixo, áreas verdes, energia, água e resíduos sólidos. Os temas escolhidos justificam a temática do evento que abor- dava a “Agenda 21 na escola”.

Já em 2013, na Unidade Pedagógica Solar do Acalanto dentro de um turno de aula os acadêmicos prepararam uma ação composta por vários jogos tais como: jogo da memória com figuras de conscientização ambiental como prevenção de desperdício de água; jogo do certo e errado onde eram mostradas figuras de atitudes certas e erradas da nossa relação com o meio ambiente tal como jogar lixo no lixo; jogo da coleta seletiva onde foram misturados materiais recicláveis para as crianças colocarem na lixeira correta de acordo com as cores, etc. A culmi- nância se deu com brincadeiras ambientais no pátio da escola onde os acadêmicos em perfor- mance teatral atuaram estilizando lixeiras da coleta seletiva (FIGURAS 3 e 4).

FIGURA 3 – Brincadeira da coleta seletiva para alunos da Unidade Pedagógica Solar do Acalanto, 2013.

FIGURA 4 – Performance teatral de culminância da atividade educativa com alunos estilizando lixeiras da coleta seletiva,Unidade Pedagógica Solar do Acalanto, 2013.

No decorrer das atividades pelas crianças foi observada a eficiência dos métodos utili- zados no desenvolvimento das ações. A participação dos alunos foi expressiva e todos demons- traram interesse nas atividades. Os professores estavam presentes em suas respectivas turmas durante o desenvolvimento das ações e puderam dar continuidade no desenvolvimento da edu- cação ambiental no dia a dia das crianças.

Tanto na atividade de 2012 quanto na de 2013, ainda que a faixa etária do público alvo fosse diferenciada foi perceptível vivenciar que a injeção de uma atividade com ministrantes externos ao corpo docente das escolas provoca um olhar diferenciado e estimulante para o alu- nado. Aliado a isso o uso de atividades lúdicas (teatro, música, dinâmicas e brincadeiras) para o repasse de informações ambientais se mostrou método extremamente exitoso proporcionando uma acolhida rápida para com tais ministrantes além do envolvimento pleno e motivado das crianças.

CONCLUSÕES

A análise das atividades de educação ambiental permitiu explicitar o quão relevantes foram as ações acadêmicas de extensão, capazes de proporcionar vivência com a docência, trabalhos em equipe, aproximação com a sociedade além de causarem uma motivação revigorada pelo Curso. Atividades lúdicas por meio de brincadeiras e de oficinas, respectivamente para os distintos públicos-alvo se mostraram apropriadas.

REFERÊNCIAS

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A Educação Ambiental prepara as pessoas para a vida e contribui para a formação de uma sociedade ambientalmente sustentável. Vale ressaltar que a sociedade atual tem a função de promover o crescimento da consciência ambiental.

REFERÊNCIAS

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AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA REDE EDUCACIONAL DO MUNCÍPIO

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