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ANTONIA MARIA RIBEIRO ALMEIDA IGOR SILVA BARROSO

No documento Volume 1 (páginas 48-50)

MARCIANY LOPES PEREIRA RESUMO

Os problemas ambientais decorrentes da falta de informação para entender a dinâmica entre os ecossistemas e sua importância para os seres vivos, é motivo de preocupação entre os profissio- nais da educação e áreas afins. Dessa forma surge a necessidade de trabalhar as questões ecoló- gicas, que são de fundamental importância para formação do cidadão crítico e consciente de seu papel social quanto à preservação e conservação do meio ambiente. No contexto escolar, as au- las de campo e a vivência ambiental em áreas verdes permitem a articulação entre os conteúdos didáticos e a realidade dos estudantes, além de aproximá-los de metodologias didático - cien- tíficas, como observação, inferência, formulação de hipóteses e discussão in situ. Diante desta problemática, surgiu a inquietação de se conhecer a diversidade de espécies arbóreas existentes na Área Verde da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Hilda Vieira, uma vez que a mesma constitui-se um fragmento de área verde urbana localizada entre as duas maiores áreas de preservação ambiental de Belém-PA, “Parque Ambiental e Área de Preser- vação Ambiental da Marinha”. Motivados pelo intuito de despertar na comunidade escolar o interesse pela utilização e conservação deste importante fragmento de área verde, tornando-o cidadão multiplicador de ideias sustentáveis. A investigação se deu através de pesquisa de cam- po para identificar e catalogar as espécies arbóreas existentes na área, entrevista com auxilio de questionários e visitas técnicas à residência dos professores idealizadores da área. A proposta de intervenção sugerida foi à utilização da área como laboratório natural para as aulas de ciência, atividades nterdisciplinares, e outras atividades que possam ser realizadas ao ar livre, incluindo a utilização de composto orgânico e construção de composteira, além da construção de bancos entre as árvores, onde os alunos possam desfrutar o momento de lazer mais saudável.

Palavras-chave: Área Verde, Espécies Arbóreas, Meio Ambiente, Práticas Pedagógicas. INTRODUÇÃO

O surgimento da questão ambiental como um problema que afeta o destino da humani- dade tem mobilizado governos e sociedade civil. Tal inquietação tem organizado instituições públicas e privadas a buscar formas de preservação e conservação das Áreas Verdes nos di- versos espaços urbanos. Incluindo-se também as organizações relacionadas à educação, que através de estudos e pesquisas demonstram à importância de se trabalhar a educação ambiental em todos os níveis de escolaridade, inclusive como forma de proporcionar qualidade de vida.

O termo “Área Verde” é comumente utilizado para denominar uma diversidade de es- paços livres de uso público onde o componente vegetal compareça de forma expressiva como praças, parques, jardins públicos, bosques etc. (NIEMEYER, 2010). Entretanto, Lima et al. (1994), detectou dificuldades em relação aos diferentes termos utilizados sobre as Áreas Verdes urbanas. Esse problema existe nos níveis de pesquisa, ensino, planejamento e gestão dessas áreas. O autor apresentou em seu estudo as seguintes definições:

Espaço Livre: trata-se do conceito mais abrangente, integrando os demais e contrapon- do-se ao espaço construído, em áreas urbanas. Área Verde: é o espaço onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos. Parque Urbano: é uma Área Verde, com função ecológica, estética e de lazer, entretanto com uma ex- tensão maior que as praças e jardins públicos. Praça: como Área Verde, tem a função principal de lazer, porém uma praça pode não ser uma Área Verde, quando não tem vegetação e encontra- -se impermeabilizada.

O estudo de Meunier (2009) defende que as Áreas Verdes urbanas são espaços privile- giados para a educação ambiental, explica que a cidadania ganha com a formação de pessoas que valorizam, respeitam e cuidam dos bens comuns, ao mesmo tempo em que usufruem de seus benefícios. Do ponto de vista ecológico, os fragmentos florestais urbanos podem ser con- siderados como ilhas de biodiversidade, pois são os únicos lugares em que ainda podemos conseguir informações biológicas necessárias para a restauração da paisagem fragmentada e a conservação de ecossistemas ameaçados (FERREIRA et al., 2012).

Nesse contexto, salientam-se o desenvolvimento de projetos educativos relacionados à preservação e a conservação do meio ambiente, inclusive o MEC (2005), considera importante que se estabeleça novos modelos educacionais, onde se integrem saúde e desenvolvimento co- munitário por meio de programas interdisciplinares.

Mello (2004), verificou que a proposta pedagógica é uma articuladora de intenções edu- cativas em que se definem as competências, os conteúdos, os recursos e os meios, mas é através da transposição didática, da interdisciplinaridade e da contextualização que os conteúdos deve- rão ser ensinados e aprendidos.

Para Pereira (1993), o contato direto do aluno com o ambiente onde vive e com os ecos- sistemas que o rodeiam, feito através da escola, envolvendo-o mais com os problemas locais e o assunto em estudo, torna-se mais atrativo e motivador.

Heyse e Vaine (2013), explicam que os estudantes devem ser capazes de desenvolver uma postura de cidadãos responsáveis, integrados ao meio ambiente, capazes de avaliar os po- tenciais impactos das ações ambientais em suas vidas, pois perceberam mudanças no compor- tamento dos estudantes ao trabalharem o processo ensino-aprendizado junto à natureza.

Boccaletto e Dobbert (2009) complementam que a implantação do paisagismo nas esco- las é ferramenta importante para a introdução da educação através de aulas práticas e teóricas. Defendem ainda, a importância da escola em trabalhar a formação de valores, atitudes, compor- tamentos ambientalmente corretos introduzidos na prática do dia a dia.

Portanto, foi na intenção de encontrar meios para um aprendizado significativo rela- cionado ao conteúdo curricular que trata das questões ambientais, dentre outras, que se tornou essencial a busca por informações de projetos desenvolvidos nas Áreas Verdes das escolas. A análise dos espaços de algumas escolas em Belém-Pa, demostrou que os mesmos dispõe de grande diversidade vegetal, inclusive árvores frutíferas, as quais podem também ser utilizadas no preparo da merenda escolar. No entanto, essas áreas encontram-se abandonadas e sem pers- pectiva de serem utilizadas para práticas pedagógicas ou outras atividades que possam ser de- senvolvidas em áreas livres, havendo dessa forma, necessidade de restruturação/revitalização.

A E.E.E.F.M. Prof.ª Hilda Vieira, localizada na área periférica de Belém-Pa, é uma des- tas instituições, que apesar de possuir aproximadamente 3.000 m de Área Verde somando rica diversidade vegetal, estes espaços encontram-se aparentemente inutilizados, apesar de todo o potencial para se tornar um local de estudos interdisciplinares, sobretudo voltados à biodiversi- dade, além de se configurar um ambiente propício para recreação e subsistência.

No documento Volume 1 (páginas 48-50)