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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No documento Volume 1 (páginas 90-94)

FERREIRA V. L.; MUNOZ H S.; CHAVES P P O Efeito da Fragmentação e Isolamento

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

De acordo com Silva (2012, p. 3), Educação Ambiental se constitui numa forma abran- gente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo participa- tivo permanente que procura incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais.

Dentro desse contexto a Educação Ambiental surge dentre outras da necessidade de mu- dança frente aos inúmeros problemas ambientais. Da necessidade de mudança de postura que o homem tem que ter para a melhoria da qualidade ambiental que reflete diretamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Pois é o homem quem alterado de forma negativa o meio ambiente, utilizando os recur- sos naturais de maneira desenfreada, mudando não somente a estética, mas principalmente a qualidade do meio ambiente.

Para Oliveira (2007, p. 473) a ação do homem sobre a natureza trouxe muitas conse- qüências para toda a humanidade, exigindo que a sociedade em geral repensasse tal problema.

No entanto, repensar não é suficiente. É necessário adotar medidas individuais, mas, sobretudo coletivas. A questão ambiental deve interessar a todos os membros da sociedade. É preciso garantir a supressão das necessidades humanas deste tempo, sem esquecer as necessi- dades das gerações futuras.

Educação ambiental não é uma área de conhecimento e atuação isolada. Ao contrário, o contexto em que surgiu deixa claro seu propósito de formar agentes capazes de compreender

a interdependência dos vários elementos que compõem a cadeia de sustentação da vida, as relações de causa e efeito da intervenção humana nessa cadeia, de engajar-se na prevenção e solução de problemas socioambientais e de criar formas de existência mais justas e sintonizadas com o equilíbrio do planeta. (UNESCO, 2007, p. 97).

A adoção de medidas que promovam a educação ambiental de forma ampla e partici- pativa é um dos instrumentos necessários para conservação do meio em que vivemos e conse- quentemente conservação dos recursos naturais para às presentes e futuras gerações. A educa- ção ambiental está intrinsicamente ligada à ideia de desenvolvimento sustentável.

Segundo Lopes (2009, p. 14),

Para que haja o desenvolvimento sustentável, tem que haver consciência ambiental da sociedade como um todo, e as escolas como educadores têm que fazer seu papel, para se chegar ao desenvolvimento sustentável. Acredita-se que uma eficaz ferramenta para uma consciência ambiental se faz através do ensino formal, colocando em prática atitudes ecologicamente corre- ta para o bem estar das populações.

Educação Ambiental nas escolas

Segundo Dias (2000) em nenhum período conhecido da história humana, os seres huma- nos precisaram mudar tanto de paradigma, de uma educação renovadora e libertadora.

Estamos no período em que é preciso pensar, repensar e agir de forma consciente e sus- tentável em todos os setores da sociedade.

Diante disso a Educação Ambiental se configura como uma forma abrangente de en- sino, que se propõe a atingir todos os integrantes da sociedade, seja pela educação formal ou informal. E mais do que pensar e reconhecer a problemática ambiental deve-se consolidar a Educação Ambiental como uma prática permanente, inclusive nas escolas.

Haja vista que a escola tem importante papel na formação de cidadãos, o que permite que tenhamos homens e mulheres mais críticos, conscientes dos seus direitos e deveres, e con- sequentemente, mais engajados com a temática ambiental.

Em praticamente todas as disciplinas durante o aprendizado escolar fala-se sobre meio ambiente. No entanto, percebe-se que a adoção de medidas mais práticas em favor da conserva- ção do meio ambiente e dos recursos naturais se restringe a algumas disciplinas.

Mais do que desenvolver atividades em datas comemorativas ligadas a temática ambien- tal é preciso sensibilizar professores, capacitá-los para que possam consequentemente sensibili- zar os discentes da importância da educação ambiental para melhoria da qualidade ambiental e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

“O Plano de Ação da Conferência de Estocolmo recomendou a capacitação de professo- res e o desenvolvimento de novos métodos e recursos instrucionais para a Educação Ambien- tal”. (PEDRINI, 1997).

A qualificação dos professores promove a qualidade do desenvolvimento de projetos e programas voltados ao meio ambiente e aplicação de medidas sustentáveis dentro e fora da escola, visto que a abordagem da educação ambiental nas escolas quando realizada de maneira consistente rompe os muros da escola. Contribuindo para formação acadêmica, social e am- biental dos educandos dentro e fora do ambiente escolar.

Educação ambiental a partir de uma abordagem interdisciplinar

Além de se ter professores capacitados, há a necessidade destes professores dentro das suas disciplinas estabelecerem uma abordagem sobre educação ambiental de forma integrada. É necessário que a as ações a serem implementadas nas escolas não sejam disciplinares, mas interdisciplinar.

Pois segundo Philippi Jr. (2005),

A educação ambiental não é neutra, mas ideológica; é um ato política; a educação am- biental deve envolver uma holística enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar; a educação ambiental deve promover a cooperação e o dia- logo entre indivíduos e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida e atender as necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de gênero, idade, religião ou classe social.

Percebe-se que quando executada atividades ambientais nas escolas há uma grande di- ficuldade de unir as disciplinas nas ações, quando não são realizadas de forma isolada e in- completa, já que cada disciplina aborda pelo seu campo de conhecimento específico, em sua maioria fica a cargo do professor de ciências se tratando do ensino fundamental e do professor de biologia no ensino médios a elaboração de propostas e execução de projetos.

Outro desafio ao educador ambiental está na capacidade de repensar a estrutura curricu- lar levantando os motivos históricos que conduziram a determinada configuração disciplinar e sua importância para o atendimento dos interesses dominantes na sociedade. Isso pode facilitar a construção de atividades integradas, considerando as possibilidades de cada escola e seus objetivos institucionais. Por vezes, observo que há uma simplória recusa à disciplina, consi- derando impossível qualquer trabalho sério de educação ambiental enquanto a escola estiver assim organizada ignorando sua própria dinâmica interna; por vezes, se aceitam simplesmente as disciplinas como se não fossem fenômenos históricos, portanto, o que nos resta é fazer o jogo e fragmentar a educação ambiental. (UNESCO, 2007, p. 71)

Evidentemente há a necessidade da inserção da educação ambiental no ambiente escolar de forma interdisciplinar, de modo que o meio ambiente seja sensível a todos e a todas as disci- plinas escolares.

A interpretação da eficácia educacional ambiental interdisciplinar acabou por influen- ciar, a Política Nacional de Educação Ambiental do Brasil, instituída pela Lei n.º 9.795/99, que no art. 10, §1º, dispõe: A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina especí- fica no currículo de ensino. (ARAÚJO, 2007)

De acordo com Plicas (2008, p. 161),

A educação ambiental, como ferramenta da educação, tem que ser desenvolvida como uma “prática” para a qual todas as pessoas que lidam em uma escola precisam estar preparadas. Não basta que seja acrescentada como mais uma disciplina dentro da estrutura curricular, se assim o for, é bastante provável que fique restrita à biologia ou à geografia. A prática da edu- cação ambiental precisa estar interligada com todas as disciplinas regulares, como previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Essa abordagem fragmentada acaba por fragilizar as poucas ações que são desenvolvi- das nas escolas, principalmente nas escolas públicas. A Educação Ambiental nas escolas ainda tem se mostrado um processo exaustivo. Existem grandes dificuldades nas atividades de sensi- bilização e formação, na implantação de atividades e projetos e, principalmente, na manutenção e continuidade dos já existentes. Indiscutivelmente a Educação Ambiental deve ser um proces- so contínuo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trabalhar Educação Ambiental no contexto escolar não é uma tarefa fácil. No entanto, poderá por torna-se uma temática inovadora, desafiadora e porque não prazerosa.

A educação formal continua sendo um espaço importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a sustentabilidade ambiental e social.

Para tanto as ações de Educação Ambiental a serem desenvolvidas nas escolas dentro e fora de sala de aula deverão ser realizadas de forma integrada, não por disciplinas específicas, mas por todas as disciplinas e por todos os integrantes do ambiente escolar. Pois, entende-se que a ação conjunta das disciplinas, através de uma abordagem interdisciplinar e contextualizada poderá multiplicar atitudes sustentáveis dentro e fora da escola.

As ações ambientais quando bem fundamentadas se alicerçam de forma a não somente sensibilizar, mas conscientizar alunos, professores, funcionários, a comunidade escolar como um todo, sobre a necessidade de conservação do meio ambiente e adoção de medidas para me- lhoria da qualidade ambiental e melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras gerações.

No documento Volume 1 (páginas 90-94)