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Antecedentes do Protocolo de Nagoia sobre Acesso aos Recursos Genéticos e Partilha dos Benefícios que advêm da sua Utilização

No documento Mestre em Gestão e Políticas Ambientais (páginas 86-93)

12 2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS

2.6 Antecedentes do Protocolo de Nagoia sobre Acesso aos Recursos Genéticos e Partilha dos Benefícios que advêm da sua Utilização

O tema ABS é complexo e está em constante evolução, abrangendo domínios desde as ciências ao ambiente e agricultura, do comércio aos instrumentos de propriedade intelectual. Alguns aspetos específicos do ABS encontram-se em discussão em instâncias internacionais alheias à CDB (EC, 2003, p. 8).

A CDB, incluindo as orientações contidas nas Linhas orientadoras de Bona, continua a aplicar-se a todos os recursos biológicos, mesmo os destinados à alimentação e agricultura

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que não se encontram identificados no Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e a Agricultura da FAO (ITPGRFA) (EC, 2003, p. 8). Este e a CDB são complementares e espera-se que as respetivas Partes os apliquem apoiando-se mutuamente.

Na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Comité Intergovernamental (CIG) sobre a propriedade intelectual, os recursos genéticos, os conhecimentos tradicionais e o folclore discute, entre outros aspetos, as questões de propriedade intelectual surgidas no contexto do (i) acesso aos recursos genéticos e à partilha dos benefícios, e (ii) a proteção de conhecimentos tradicionais, que estejam ou não associados a esses recursos. Espera-se que este comité identifique, em especial, os métodos e meios para proteger os conhecimentos tradicionais, recorrendo aos direitos de propriedade intelectual e outros direitos sui generis.

No quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC), a declaração ministerial de Doha, adotada em 2001, deu instruções ao Conselho TRIPS (Acordo sobre Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio) para examinar, ao mesmo tempo que prossegue o seu programa de trabalho, nomeadamente no quadro da revisão do n.º 3, alínea b), do artigo 27º, a relação entre o Acordo TRIPS e a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a proteção dos conhecimentos tradicionais e o folclore.

O debate, tanto na OMC como na OMPI, focou até agora a questão da divulgação da origem dos recursos genéticos que servem de base a invenções quando é apresentado um pedido de patente para essas invenções; espera-se que a adoção do Protocolo de Nagoia sirva de incentivo para concluir as negociações nestes foros internacionais, pois a introdução de tal questão nos pedidos de patente contribuiria para a redução da biopirataria.

Nos termos do nº 44, alínea o), do plano de implementação da Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, os Estados devem “negociar no âmbito da Convenção sobre a diversidade biológica, tendo em mente as linhas orientadoras de Bona, um regime internacional para a promoção e salvaguarda de uma partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos” (EC, 2003, p. 8). Este mandato é que fortaleceu o tema na agenda internacional e estabeleceu que até 2010 deveria ser criado um regime sobre ABS.

Neste sentido, o ano de 2010 foi fulcral para a biodiversidade. Para além de ter sido declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como Ano Internacional da Biodiversidade, foi o ano em que se concluiu e adotou o Protocolo de Nagoia sobre Acesso aos Recursos Genéticos e Partilha dos Benefícios que advêm de sua utilização (Protocolo ABS) à CDB e se cumpriu o mandato político estabelecido em 2002, durante a Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que decorreu em Joanesburgo, África do Sul (CDB, 2010a; Saccaro Jr, 2011).

Assim, entre os dias 18 e 29 de outubro de 2010 decorreu em Nagoia, Japão, a 10ª Conferência das Partes da CDB, na qual foi adotado o Protocolo ABS através da Decisão X/I. O Protocolo será um acordo, comercial, industrial e científico, suplementar à CDB e fornecerá o quadro jurídico para alcançar os objetivos da Convenção (Aubertin & Filoche, 2011). Para além de reforçar os artigos 1º, 8º (J), 15º e o 16º apresenta um conjunto de novos instrumentos que

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servirão de apoio para o cumprimento do ABS, tais como: a) mecanismos de monitorização do uso dos RG através de um certificado de origem e pontos de verificação (checkpoints); b) medidas de cumprimento nas legislações nacionais de acesso; c) dispositivos para facilitar a monitorização dos MAT entre fornecedores e utilizadores; d) a possibilidade de criação de um fundo multilateral para distribuir benefícios nos casos em que não é possível pedir ou conceder o acesso aos recursos (Medaglia, 2010).

O Protocolo de Nagoia é um tratado histórico, veio preencher a lacuna que ainda existia no direito internacional privado e na CDB, no que respeita ao seu terceiro objetivo, (artigo 1º da CDB), ou seja, a “partilha justa e equitativa dos benefícios que advêm da utilização de recursos genéticos, (…), contribuindo assim para a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável dos seus componentes”, reduzindo assim a crescente perda de biodiversidade que se tem visto nos últimos tempos (Chiarolla, 2012). Para além disto possuirá um papel importante ao contribuir para o desenvolvimento sustentável, pois uma das formas de partilha dos benefícios que poderá ocorrer será a aplicação dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos para uma melhor conservação e utilização sustentável da biodiversidade (EC, 2003).

Apesar do êxito e de ser motivo para comemoração, este representa apenas o primeiro passo contra a biopirataria e uma aposta para reduzir a lacuna tecnológica que há entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos e promover incentivos reais para a conservação e utilização sustentável da biodiversidade (Candeira, 2011). Contudo, muito trabalho há que ser feito, pois o Protocolo é considerado por muitos como sendo “uma obra- prima de ambiguidades”, sendo então fulcral um trabalho conjunto tanto internacional como nacional para conseguir coloca-lo em prática de forma eficiente e eficaz (ENB, 2010; Medaglia, 2010; Candeira, 2011; Aubertin & Filoche, 2011; Gomes, 2011).

O Protocolo terá vários desafios que deverá ultrapassar para funcionar de forma eficiente e eficaz, tanto a nível internacional como na aplicação nacional. Entre os desafios pode-se citar, entre outros:

a) Necessidade de maior segurança jurídica para o comércio de RG, gerando maior confiança entre o fornecedor e o utilizador;

b) Maior adesão de utilizadores às regras do Protocolo; c) Maior monitorização dos pedidos de acesso, PIC e MAT;

d) Redução do fosso tecnológico a partir da transferência de tecnologia decorrente da partilha de benefícios;

e) Proteção dos conhecimentos tradicionais associados aos RG;

f) Sinergia com o direito de Propriedade Intelectual, ou seja, adequação dos pedidos de patente com a introdução da divulgação da origem dos recursos genéticos nele presente.

O tema ABS começou a ser discutido no seio da CDB a partir do mandato apresentado na 4ª Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre Diversidade Biológica, que decorreu

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em 1998, que estabelece um Painel de Peritos em ABS para clarificar os princípios e conceitos relacionados com este tema.

Em 2000, durante a 5ª COP da CDB, foi estabelecido um Grupo de Trabalho Aberto Ad

Hoc sobre Acesso aos Recursos Genéticos e Partilha dos benefícios que advém da sua

utilização (WGABS) com o mandato de desenvolver guidelines e outras abordagens para ajudar as Partes na implementação do ABS. Neste contexto, durante a Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2002, a Conferência das Partes, mandatou, a nível político, para que fosse criado um regime internacional sobre ABS.

Em 2004, durante a COP 7 da CDB, o WGABS recebeu o mandato para que negociasse um regime internacional sobre ABS, com o objetivo de adotar um instrumento/instrumentos para implementar de forma eficaz o disposto no artigo 15 e 8(j) da CDB, bem como os três objetivos da Convenção. Dois anos depois, na COP 8, foi renovado o mandato do WGABS e estabelecido que o prazo final para ser criado um regime internacional de ABS seria 2010, nesta mesma reunião foram designados dois co-chairs, um da Colômbia e outro do Canadá, para serem facilitadores do processo de negociação.

Na COP 9, que decorreu em 2008, foi estabelecido as bases de negociação até 2010, um roadmap com metas a serem alcançadas para a conclusão da negociação e sua aprovação em 2010, durante a COP 10 da CDB.

O WGABS reuniu onze vezes de 2005 a 2010 para negociar um regime de ABS. As negociações foram complexas e morosas, sendo sempre patente uma clara divisão do grupo em duas partes: os países ricos em biodiversidade, fornecedores de matéria-prima, normalmente países em desenvolvimento, e os países utilizadores, na sua grande maioria desenvolvidos.

A figura 2.5 faz um breve resumo dos principais acontecimentos relativos ao ABS desde à adoção da Convenção sobre Diversidade Biológica, em 1992, até à adoção do Protocolo de Nagoia, em 2010.

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Figura 2.5 - Principais reuniões e acontecimentos relativos ao ABS38. Fonte: a partir da CBD (2011a).

A adoção do Protocolo decorreu durante a 10ª COP da CDB, tendo sido considerada como uma vitória da biodiversidade, no entanto, certo é que ainda há muitas lacunas no processo para garantir uma partilha de forma justa e equitativa dos benefícios que advêm da utilização dos RG, bem como evitar a biopirataria (Gomes, 2011). Mas o qual o significado desta adoção e o que poderá mudar com este Protocolo?

Com a adoção do Protocolo, as Partes da Convenção que assinem e decidam ratificar o Protocolo de Nagoia, terão que preparar política e legislação nacional que assegure os direitos e deveres dos fornecedores e utilizadores de recursos genéticos de forma justa e equitativa; bem como o âmbito da aplicação do Protocolo. Outro ponto que requer grande atenção é a sua relação com outros acordos e instrumentos, como por exemplo o ITPGRFA e a regulamentação sobre patógenos no âmbito da Organização Mundial de Saúde (UICN et al., 2011).

38 Na figura 2.6, as seguintes siglas significam:

WGABS – Grupo de Trabalho Aberto Ad-Hoc sobre ABS; PF – Ponto Focal;

ANC – Autoridade Nacional Competente; IPRs – Direitos de Propriedade Intelectual; LOBona – Linhas orientadoras de Bona;

WSSD – Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável; RIABS – Regime Internacional de ABS;

TK RG – Conhecimentos Tradicionais associados ao Recurso Genético; CIO – Certificado Internacional de origem/Proveniência.

Cimeira do Rio • Adoção da CDB COP 5 • Criação do WGABS • Designação de PF e ANC WGABS1 • Draft de LOBona • Plano de capacitação • Papel do IPRs no ABS COP 6 • Adotou DBona • Papel do IPRS no ABS WSSD • Mandato Político para RIABS WGABS 2 • Elementos e modalidades de um RIABS COP7 • Mandatou WGABS negociar um RIABS WGABS 3 • Opções de RIABS • CIO • Medidas de Cumprimento PIC e MAT WGABS 4 • opções de RIABS • CIO • Medidas de cumprimentos de PIC e MAT COP 8 • Renovação do Mandato do WGABS • Deadline 2010 • 2 co-chairs WGABS 5 • Elementos RIABS • Reflexão do processo WGABS 6 • Draft dos Principais componentes RIABS COP 9 • roadmap até 2010 WGABS 7 • Objetivo • Ambito • Cumprimento • ABS WGABS8 • Natureza • TK associado ao RG • Cumprimento • ABS WGABS9 • Draft co- chairs Protocolo ABS • Criação do ING WGABS9.1 • Draft co- chairs Protocolo ABS WGABS9.2 • Draft co- chairs Protocolo ABS COP 10 • Adoção do Protocolo ABS 1992 2004

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2006 2008 2010 2009 2000 2005 2002 2003 2006 2007 2008 2009 2010 2010 2010 2002 2001

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Para uma bem-sucedida implementação do Protocolo de Nagoia, será necessário a implementação de alguns objetivos estratégicos, conforme se pode averiguar na figura 2.6.

Figura 2.6 – Objetivos estratégicos para uma bem-sucedida implementação do Protocolo de Nagoia.

É de referir que o Protocolo só foi adotado por ser um desejo comum de todas as Partes da Convenção em ter um marco legal claro e que permitisse a cientistas, universidades, setor privado, entre outros, terem acesso e partilharem os benefícios, protegidos de acusações de biopirataria; pois, conforme já foi referido anteriormente, o texto ainda possui lacunas sobre as questões mais sensíveis, que foram muito bem dissimuladas ao longo do texto do Protocolo com palavras escolhidas cuidadosamente, relativos, por exemplo, aos “produtos e derivados de RG”; o Protocolo não aborda claramente sobre a necessidade da legislação sobre patente internacional se adequar as novas necessidades; configuração da forma como se dará o acesso às coleções in situ e ex situ, herbários, entre outros, uma vez que pode gerar algum tipo de retroatividade nestas questões (Gomes, 2011; Aubertin & Filoche, 2011).

A Decisão X/I estipula a criação de um Comité Intergovernamental Aberto Ad Hoc para o Protocolo ABS (ICNP), que visa preparar a primeira reunião das Partes do Protocolo ABS. A sua preparação está dividida em duas ICNP; a primeira reunião decorreu entre 6 e 10 de junho de 2011, em Montreal; e a segunda entre os dias 2 e 6 de julho de 2012.

Formação de um plano estratégico que se esforce para conservar a diversidade biológica até 2020. Identificação de novos mecanismos para financiar a conservação da natureza Criação de um protocolo sobre a partilha equitativa dos benefícios que advêm do uso dos RG

Estabelecer um ponto focal estável para contiribuir na organização do acesso aos recursos genéticos

Garantir a partilha de benefícios quando os recursos são fornecidos pelo país de origem para uma organização

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A primeira reunião do Protocolo de Nagoia tinha data prevista para outubro de 2012, mas para tal, seria necessário que o quinquagésimo instrumento de ratificação, adesão, aprovação ou aceitação tivesse sido depositado até 10 de julho de 201239.

2.6.1 Breves Apontamentos Sobre Portugal e o Protocolo ABS

Portugal assinou o Protocolo ABS no dia 20 de setembro de 2011 em cerimónia dedicada ao efeito, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. No início de outubro de 2011 o Protocolo ABS contava já com 62 assinaturas, mas nenhuma ratificação; adesão, aprovação ou aceitação40.

Quando Portugal ratificar o Protocolo terá que ter em atenção a necessidade de elaborar uma política pública e medidas legislativas e administrativas próprias, bem como garantir a transposição das medidas que já foram e estão a ser negociadas internacionalmente sobre ABS. Entretanto, Portugal já deu o seu primeiro passo no sentido de colmatar esta lacuna nacional ao acautelar a base jurídica necessária para a sua criação, na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), conforme expresso na Resolução do Conselho de Ministros nº 152/2001.

É de realçar que em Portugal as espécies vegetais com valor real ou potencial para atividade agrária, agroflorestal e paisagística, são regidas pelo Decreto-Lei n.º 118/2002, no entanto este não contempla a proteção dos recursos genéticos dos animais, demais recursos vegetais, microbianos e os recursos marinhos. Este decreto serve de base para o início da implementação do Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos Vegetais para a Alimentação e Agricultura, mas não para o Protocolo ABS.

Para além da ENCNB, 6 anos depois, com a reestruturação orgânica do antigo Instituto da Conservação da Natureza, e que passou a ser denominado Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), é implementado, através do Decreto-Lei 136/2007, de 27

de abril, a missão de “propor, acompanhar e assegurar a execução das políticas de

conservação da natureza e da biodiversidade e a gestão das áreas protegidas, visando a valorização e o reconhecimento público do património natural” (artigo 3º). Da mesma forma

este Decreto-Lei determina como uma das competências do Presidente do Instituto “propor a

regulamentação do acesso e exploração dos recursos genéticos da flora e da fauna autóctone” (Artigo 5º, nº1 alínea o)) e como atribuição do ICNB:

“e) Promover a aplicação da Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCB) e a conceção e gestão do Programa nacional de Conservação da Natureza;

f) Promover e desenvolver a informação, visitação, educação e sensibilização das populações, dos agentes e das organizações na área da conservação da

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De acordo com o artigo 33º do Protocolo de Nagoia, o Protocolo só entra em vigor após noventa dias do depósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, adesão, aprovação ou aceitação pelos Estados ou pelas organizações regionais de integração económica que sejam Partes da CDB.

40 Para mais detalhes sobre os países que já assinaram o Protocolo verificar o site da CDB: http://www.cbd.int/abs/Nagoia-protocol/signatories/ , consultado em 10 de julho de 2012.

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natureza e da biodiversidade, com vista a criar uma consciência coletiva da importância dos valores naturais;

g) Assegurar, em cooperação com as entidades competentes, o acompanhamento das questões, a transposição e o cumprimento do direito internacional e comunitário em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade” (artigo 3º do Decreto-lei 136/2007, de 27 de abril).

Ainda em 2007, foi aprovada a Portaria nº 530/2007 que estabelece os estatutos do ICNB e refere que compete ao Departamento de Conservação e Gestão da Biodiversidade “regulamentar e coordenar a gestão do acesso e exploração dos recursos genéticos da flora e

da fauna autóctone e as ações de conservação ex situ e de recuperação de fauna selvagem”

(artigo 4º, nº 1 alínea o)).

No entanto, desde a tomada de posse do novo Governo de Portugal, em 21 de Junho de 2011, somente em Janeiro de 2012 é que foi publicado o Decreto-Lei n.º 7/2012, de 17 de Janeiro, que estipula que o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade passa a designar-se chamar Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), tendo como uma das suas atribuições, alínea l), parágrafo 2, do artigo 21º:

“propor a regulamentação do acesso aos recursos genéticos selvagens e da partilha dos benefícios decorrentes da sua utilização e promover a aplicação do regime jurídico-administrativo dai decorrente, em articulação com outras entidades competentes nesta matéria” (DR, 2012b, p 223).

Portanto, o ICNF possui a tutela da CDB e uma vez que tem entre as suas atribuições a suprarreferida é de muito possível que também possua a tutela do Protocolo de Nagoia, quando está for ratificada pelo Estado português.

No documento Mestre em Gestão e Políticas Ambientais (páginas 86-93)