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ARTIGO OU SEÇÃO RELEVANTE Outros lei de biodiversidade Nº

No documento Mestre em Gestão e Políticas Ambientais (páginas 157-165)

115 Tabela 5.1 – Contiunação

ARTIGO OU SEÇÃO RELEVANTE Outros lei de biodiversidade Nº

- Certificado de origem e PIC incluído em aplicação de patentes;

- Direito de propriedade intelectual; - Registo de diretos de acesso.

Regulamento nº 34958, relativo ao artigo 80 da Lei de Biodiversidade

- Consulta prévia para autoridades ABS antes da concessão de direito de propriedade intelectual para invenções derivadas da biodiversidade.

Regulamento para o acesso aos elementos e recursos genéticos e bioquímicos da biodiversidade em condições

ex situ, Decreto Executivo nº 33697 – MINAE, que

complementa a lei de biodiversidade

- Acesso aos recursos genéticos e bioquímicos de animais domésticos;

- Acesso a recursos genéticos de plantas para alimentação e agricultura em condições ex situ;

- Exceções.

Regulamento sobre normas gerais para o acesso aos elementos e recursos genéticos e bioquímicos da biodiversidade, Decreto Executivo nº 31154 – MINAE

- Certificado de origem ou proveniência legal; - Exclusões. Artigo 80º Artigo 77º - 85º Artigo 67º Artigo 1º - 8º Artigo 18º(I) Artigo 18º(II) Artigo 2º Artigo 19º Artigo 3º

Fonte: adaptado de “Database on ABS Measures” (CBD, 2011c).

iii) Austrália

a) Enquadramento

A Austrália é considerada um país megadiverso, juntamente com mais 16 países, dentre eles, África do Sul, Brasil e China; é também o maior “continente-ilha” do mundo e conta com 10% do total de espécies do planeta, sendo que 80% destas são autóctones e não vivem de forma natural em nenhuma outra parte do mundo, devido ao seu isolamento de outros continentes por milhares de anos (DEH, 2007b; AG, 2009; Burton, 2009; SCDB, 2010).

O território australiano é composto por um conjunto de 85 biomas e possui 403 sub- regiões que já foram definidos com base nas características geomorfológicas principais de cada bioma. Os biomas e sub-regiões são utilizados pelo governo australiano como unidades de referência para avaliar o estado dos ecossistemas nativos e o sistema de proteção das reservas naturais (AG, 2009).

O Ambiente marinho da Austrália é formado por mais de 4000 espécies de peixes, 1700 espécies de corais, 50 tipos de mamíferos marinhos e uma grande variedade de aves marinhas, sendo que a maioria destas espécies marinhas só ocorrem nas águas australianas. Há ainda a uma grande parte da vasta e variada costa australiana ainda por explorar e mesmo o seu oceano ainda é em grande parte inexplorado (AG, 2009; SCDB, 2010).

Portanto, devido a todo o seu potencial biológico e por ser um país que ao mesmo tempo é fornecedor e utilizador de RG, a Austrália tem seguido a estrutura estabelecida pela

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CDB, que inclui a implementação de procedimentos para acordos de PIC e MAT e está convicta de que possui um elevado potencial para ganhar benefícios económicos, sociais e ambientais através da sua utilização (AG, 2009; SCDB, 2010).

Devido à sua elevada biodiversidade o setor de biotecnologia encontra-se em grande expansão e tem tido grande sucesso com a sua política de atração de investimento estrangeiro, apresentando dados surpreendentes como 470 empresas de biotecnologia, destas, 73 empresas totalizam um capital aberto no valor de 22,7 mil milhões de dólares australianos, no ano de 2008; sendo um forte concorrente para as empresas de biotecnologia europeia e norte-americana (Burton, 2009). Um fato marcante na Austrália é que muitas empresas de biotecnologias nasceram a partir de projetos das Universidades australianas tendo muitas delas sido financiadas por instituições de investigação (Idem).

Este crescimento no setor biotecnológico é decorrente também do facto da Austrália ter um quadro legislativo claro e transparente em vigor, para além disso garante que quando novos produtos ou avanços científicos são gerados usando informação genética de espécies nativas da Austrália haja partilha dos benefícios pelas partes envolvidas. Desta forma, uma parte dos lucros são utilizados para a conservação da biodiversidade na área da espécie nativa utilizada.

O Governo australiano ratificou a CDB em 18 de junho de 1993 e em 1996 apresentou a sua Estratégia Nacional para a Conservação da Biodiversidade, que define como uma das suas metas a elaboração de políticas sobre ABS, tendo a preocupação em assegurar que os benefícios sociais e económicos da utilização de recursos genéticos e produtos derivados da diversidade biológica australiana fossem revertidos, em parte, para o próprio país.

A Austrália possui um sistema legal Common Law derivado da Grã-Bretanha. O seu quadro legal e político para a conservação da biodiversidade e ABS é bastante complexo, devido ao seu tipo de Governo (Democracia Parlamentar Federal e um Reino da

Commonwealth) e devido à sua própria divisão administrativa (6 estados soberanos e 2

territórios que se auto governam). Os principais elementos relacionados com ABS na Austrália são:

• Biotecnologia australiana: Estratégia Nacional de Biotecnologia;

• Biodescoberta em Victoria – Quadro para a gestão do acesso e uso dos

recursos biológicos nativos;

• Biovisão da Tasmânia 2007 – 2015: Estratégia de Biotecnologia da Tasmânia;

• Inquérito público na Commonwealth sobre acesso aos recursos biológicos nas

áreas Commonwealth;

• Lei de proteção do ambiente e conservação da biodiversidade de 1999;

• Regulamento de proteção do ambiente e de conservação da biodiversidade de

2000;

• Emenda ao regulamento de proteção do ambiente e de conservação da

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• Documento explicativo sobre o acesso e utilização dos recursos genéticos e

recursos bioquímicos nativos da Austrália;

• Lei sobre recursos biológicos do território norte da Austrália de 2006;

• Lei de biodescoberta de Queensland de 2004.

O quadro regulamentar sobre ABS é consistente com uma série de políticas e leis australianas, nomeadamente:

 “Política nacional de competitividade;

 Lei 1974 de práticas comerciais;

 Lei 1993 de títulos nativos;

 A estratégia nacional para a conservação da diversidade biológica da Austrália;

 Acordo intergovernamental sobre o ambiente” (DEH, 2007b, p. 5).

A Austrália possui também uma organização de investigação científica e industrial da

Commonwealth (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation – CSIRO) tem

servido de banco de sementes nacional (de árvores australianas) e internacional, por já quase 40 anos; ao longo destes anos as sementes já foram distribuídas por mais de 100 países, sem restrições em matéria de direitos aos recursos genéticos ou de propriedade intelectual.

O Governo australiano considera-se atualmente numa posição privilegiada para utilizar de forma sustentável os seus recursos naturais, pois possui uma substancial infraestrutura de investigação, uma economia estável e é um país desenvolvido, com características fornecedor e utilizador de RG.

b) Regulamentação sobre ABS na Área Commonwealth

O estudo aqui apresentado será apenas sobre a área Commonwealth, considerada a área com mais desenvolvimentos na área de ABS na Austrália, e portanto para o Governos australiano regular o ABS nas áreas Commonwealth77, foi necessário introduzir um novo regulamento na lei federal de proteção do ambiente e conservação da biodiversidade da Austrália de 1999, que prevê um quadro jurídico transparente para facilitar o acesso sustentável ao RG, tanto para uso comercial como para não comercial, em áreas da

Commonwealth, de forma a garantir uma partilha equitativa dos benefícios para todos os

envolvidos no processo.

A lei federal de proteção do ambiente e conservação da biodiversidade possui um amplo alcance e permite que o sistema ABS seja estabelecido em regulamento. De acordo com a lei australiana os regulamentos substituem a legislação nacional do Estado e do Território, quando decorre qualquer conflito. Portanto, nestas situações os regulamentos ficam operacionais com o objetivo de evitar qualquer incompatibilidade aplicando-se apenas aos recursos biológicos detidos, de propriedade ou geridos pelo governo nacional (Burton, 2009).

77 A Austrália é uma monarquia constitucional federal sob um democracia parlamentar. A área

Commonwealth na Austrália, foi formada em 1901, como resultado de um acordo entre as seis colónias

britânicas autorreguladas e que são formadas pelas terras e águas detidas ou geridas pelo Governo Federal australiano e que não são geridas pelos governos estaduais e territoriais.

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O governo australiano tem investido bastante na área tanto para proteger os seus RG como para atrair cientistas e o investimento do setor privado. Segundo o Departamento de Gestão dos Recursos Genéticos das áreas da Commonwealth a Austrália possui uma posição privilegiada para tirar proveito dos seus RG, pois possui uma economia estável e desenvolvida, administração pública estável, uma substancial infraestrutura de investigação e apoia investimentos na área de descobertas biológicas (biodescobrimento), um avançado mecanismo de CHM ABS e que está a trabalhar para ter disponível os dados taxonómicos com alta qualidade, e uma lei de propriedade intelectual e comercial já sensível à matéria, garantindo a proveniência legal do RG e dando ao investidor a garantia do segredo industrial e a segurança jurídica (DEH, 2007a).

Com a preocupação de estabelecer uma política pública de ABS transparente, eficaz e que passe aos seus utilizadores segurança jurídica, o governo realizou um inquérito nacional

sobre ABS nas áreas Commonwealth intitulado “Commonwealth Públic Enquiry – Access to

Biological Resources in Commonwealth Areas” que foi realizado entre 1999 e 2000, tendo sido

bastante abrangente pois envolveu o setor privado, académico, organizações não- governamentais e a sociedade civil e comunidades indígenas (Burton, 2009). O resultado do inquérito deu origem a um relatório contendo mais de 70 recomendações para o estabelecimento de um regime de ABS na Austrália (Voumard, 2000).

As recomendações resultaram na elaboração de um projeto de emenda ao regulamento de proteção do ambiente e de conservação da biodiversidade de 2000, tendo sido aprovado e entrado em vigor somente em 2005 e que deu origem a emenda ao regulamento de proteção do ambiente e de conservação da biodiversidade de 2005.

É importante fazer referência que no meio do período de aprovação da emenda de regulamento, acima mencionada, em 2002, as áreas Commonwealth, que constituem o conselho ministerial de gestão dos recursos naturais, aprovaram uma abordagem nacional coerente para o acesso e utilização dos recursos genéticos nativos da austrália e de seus bioquímicos, baseado na estrutura das linhas orientadoras de Bona (DEH, 2007b). É um quadro político composto de 14 princípios gerais de política e mais 11 elementos comuns acordadores a serem tidos em consideração antes da implementação das Linhas orientadoras de Bona. Este acordo teve como principal objetivo alcançar a segurança jurídica em todas as jurisdições do Governo do Estado, Federal e do Território (DEH, 2007b; Burton, 2009).

Portanto, a Emenda ao Regulamento de Proteção ao Ambiente e Conservação da Biodiversidade contribui para a gestão dos RG australianos para obter benefícios, assegurando simultaneamente o uso sustentável desses recursos, a proteção da biodiversidade e do capital natural da Austrália78. Com esta emenda o Governo australiano pretende regular somente o que diz respeito aos recursos biológicos de espécies autóctones para investigação e desenvolvimento de quaisquer RG, ou compostos bioquímicos, compreendidos ou contidos no

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Devido aos bons resultados que a Emenda ao Regulamento tem obtido, está a ser desenvolvida legislação semelhante pelo Estado da Austrália e governos territoriais, que não fazem parte das áreas

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recurso biológico, contudo não se aplica em recursos biológicos que serão utilizados para outros fins, como por exemplo, plantas e animais utilizados na alimentação (DEH, 2007b).

Com o novo regulamento, que só é aplicado nas áreas Commonwealth, o acesso tornou-se mais rápido, desburocratizado e reduziu os custos de transação. O pedido de acesso agora é realizado de forma on line, ou por escrito, sendo que os custos administrativos para um acesso comercial é de 50,00 dólares australianos e para uso não comercial é gratuito (DEH, 2007b; Burton, 2009). Ao contrário de outros países, como o Brasil e Costa Rica, qualquer pessoa que queira ter acesso aos recursos biológicos nativos para fins de desenvolvimento e de investigação sobre a constituição genética ou bioquímica a serem coletadas a partir de terras ou águas administradas pelo governo federal, basta apenas dar entrada com o pedido de acesso junto das ANC.

Com o intuito de incentivar a investigação científica no país, a permissão de acesso a um determinado RG poderá ser emitida em apenas dois dias, mas para isso o utilizador dará a entrada do pedido de acesso aos RG, através de uma declaração, junto da ANC, esta irá averiguar o pedido para aprovar a licença. Para fins comerciais, deverá ser analisado se a coleta poderá fazer algum dano ambiental e se o requerente fez algum tipo de MAT. Nos casos de acesso para fins não comerciais não há exigência de MAT, somente a análise sobre a possibilidade de causar algum dano ambiental, contudo na declaração de acesso há uma cláusula em que o utilizador se compromete a realizar MAT, caso deseje comercializar o produto final da investigação. Desta forma o governo australiano garante a partilha de benefícios, mesmo que essa só venha a ocorrer muito mais tarde (Burton, 2009).

O utilizador deve sempre fornecer uma cópia da taxonomia de qualquer nova espécie que for coletada, fornece uma cópia dos resultados da investigação e pede permissão para a transferência do material a terceiros.

Caso não sejam cumpridos os trâmites legais de acesso, o governo australiano tem permissão de revogar um pedido de acesso e cobrar uma pena de 5500 dólares australianos por incumprimento do acordo estabelecido (DEH, 2007a).

Uma parcela dos benefícios que a Austrália recebe na partilha dos benefícios dos RG originários daquele país é utilizada na conservação da biodiversidade na área das espécies autóctones que foram utilizadas. O acordo de partilha dos benefícios é negociado entre a jurisdição que possui o material genético e a organização que irá utilizá-lo.

O sistema ABS federal é bastante claro, prático e com baixos custos de transação e com um elevado nível de transparência de todo o processo. Este sistema destina-se a incentivar a investigação e o desenvolvimento e proteger os interesses dos indígenas e não indígenas fornecedores e utilizadores de RG. O Governo australiano teve a preocupação também de assegurar que o seu sistema de ABS incentivasse a investigação e o desenvolvimento e que protegesse os interesses de todos os fornecedores e utilizadores.

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c) Conhecimentos Tradicionais Associados aos Recursos Genéticos

No que diz respeito aos conhecimentos tradicionais associados aos recursos genéticos é de mencionar que os anteriores governos da Austrália tiveram apenas um sucesso parcial em seus projetos de defesa dos conhecimentos tradicionais e cultura dos povos indígenas da Austrália, devido a algumas falhas que ocorreram na política pública destinada a este setor, contudo o atual governo tem-se empenhado para conseguir reduzir as desvantagem que estes povos têm sofrido ao longo dos séculos.

A lei de proteção do ambiente e conservação da biodiversidade de 1999 inclui, dentre os seus objetivos, o reconhecimento e a promoção dos conhecimentos tradicionais australianos sobre a biodiversidade e a necessidade cooperação com os proprietários indígenas de tais conhecimentos tradicionais. Assim para assegurar o acesso aos RG em termos equitativos, contado com a participação dos detentores dos conhecimentos tradicionais, tal questão foi incluída no regulamento de proteção do ambiente e de conservação da biodiversidade de 2000. Este tema também é tratado no acordo intergovernamental que regula o acesso aos RG australianos para a investigação e desenvolvimento científico de 2002, no qual apresenta uma abordagem nacional coerente para o acesso e utilização dos recursos genéticos nativos e bioquímicos. Tal acordo exige que todas as partes reconheçam a necessidade de garantir que a utilização dos TK associado aos RG é realizada com a colaboração e aprovação dos seus detentores e com termos mutuamente acordados.

A emenda ao regulamento estabelece e protege os direitos dos povos indígenas em terras e águas federais; e reconhece que é importante garantir a utilização de conhecimentos tradicionais realizada com a cooperação e aprovação dos detentores desse conhecimento e em MAT (DEH, 2007a). Enquanto o Brasil defende que os conhecimentos tradicionais associados aos RG são de propriedade das CIL, como será visto mais à frente, a Austrália diz que as CIL são apenas detentoras, ou seja, exerce o domínio em nome de outrem, neste caso o próprio Estado, portanto tem o uso, mas não tem domínio total sobre o mesmo e assim o Estado continua a ter a palavra final sobre os TK associados aos RG.

É de referir que o sistema legislativo e judicial australiano também tem reconhecido o direito consuetudinário, em alguns casos, pois a lei tem reconhecido uma forma de “título nativo”, aplicado desde 1993, no qual os direitos de propriedade nativa e interesses em relação à terra ou água são fundamentais e assim surgem as leis e costumes tradicionais dos aborígenes e de algumas comunidades. Este mecanismo fornece aos indígenas australianos a oportunidade de reivindicar no sistema legal australiano para ter os seus direitos de propriedade e interesses reconhecidos.

Se o utilizador de RG pretende obter material genético de terras de propriedades autóctones ou que utilize qualquer conhecimento tradicional associado ao RG, o utilizador deverá negociar o PIC e o MAT junto da comunidade indígena ou proprietário da terra. O governo australiano defende que nestas situações apoiará os proprietários indígenas, que não possuírem condições para negociar em pé de igualdade os benefícios. Quando o proprietário da terra não tiver conhecimento suficiente sobre os seus direitos a ANC deve ajudar na

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elaboração e satisfeita com o PIC e MAT contratualizado com o proprietário privado ou com as comunidades indígenas. Só após o preenchimento destes requisitos é que a ANC autoriza o acesso.

No endereço eletrónico do Departamento de Sustentabilidade, Ambiente, Água, População e Comunidades encontrará os modelos de declaração para Acesso, PIC e MAT; bem como um guia de explicação sobre acordos em ABS79, no entanto, estes são apenas modelos para as partes se orientarem, pois podem optar por fazer um formato próprio no qual ambas as partes se sintam satisfeitas.

d) Considerações Finais

O maior avanço que o governo australiano deu foi criar uma plataforma virtual (parte do

Clearing-house ABS da Austrália), no qual são inseridos todas as licenças num registo público

e que está visível para todos em formato eletrónico. Este procedimento fez com que o seu sistema fosse totalmente transparente e facilitasse na monitorização dos certificados de origem e procedência legal. Desta forma é possível no mesmo momento poder verificar se houve um PIC, MAT, mas as informações comerciais, culturais ou ambientalmente sensíveis não estão disponíveis para o público geral (Burton, 2009). As informações são acedidas de forma gratuita, sem nenhum custo. Tal procedimento trouxe ainda um aumento da segurança jurídica sobre as origens e as circunstâncias do material coletado e reduz o número de acusações de biopirataria, ou apropriação indevida de RG e disponibiliza os dados principais que poderão ser consultados pelo sistema internacional de propriedade intelectual.

O Sistema Federal de ABS australiano tem tido sucesso devido ao trabalho conjunto do Governo Australiano com organizações internacionais, como a CDB, o setor privado, académico, organizações não-governamentais e a sociedade civil que possuem um importante papel nas questões ambientais, incluindo a conservação e uso sustentável da biodiversidade e por apoiar constantemente a inovação, o desenvolvimento económico, a conservação e utilização dos sustentável da natureza e o acesso aos recursos genéticos e a partilha de benefícios que advêm de sua utilização (AG, 2009; Burton, 2009).

Para finalizar, a Tabela 5.3 apresenta os elementos de ABS regulamentados pela Austrália.

79

O endereço eletrónico do Departamento de Sustentabilidade, Ambiente, Água, População e Comunidades é: http://www.environment.gov.au/biodiversity/science/access/model- agreements/index.html, consultado em 20 de julho de 2011.

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Tabela 5.3 - Elementos de ABS regulamentados pela Austrália.

ELEMENTOS ABS

MEDIDA

- DESCRIÇÃO

ARTIGO OU SEÇÃO RELEVANTE Autoridade

Nacional Competente

Emenda ao Regulamento de Proteção do Ambiente e Conservação da Biodiversidade de 2005

- Avaliação da aplicação pelo ministro; - Autorização de acesso.

Lei sobre Recursos Biológicos do Território Norte da Austrália de 2006

- Escritório do diretor executivo do setor público (se a atividade compreender a bioprospecção)

- Permissão emitida pela Autoridade

Lei de Biodescoberta de Queensland de 2004

- Ministro do Departamento do Estado de Desenvolvimento e Inovação;

- Agência de Proteção do Ambiente.

Regulamento 8ª.15 Regulamento 17.01(ab) Seção 12-23 Seção 12 e 21 Seção 33 e 36 Seção 13 e 14

Âmbito Emenda ao Regulamento de Proteção do Ambiente e Conservação da Biodiversidade de 2005

Lei sobre Recursos Biológicos do Território Norte da Austrália de 2006

Lei de Biodescoberta de Queensland de 2004

-Incluindo aplicação extraterritorial

Regulamento 8A.02

Seção 9 Seção 6 – 9

Procedimento de PIC

Emenda ao Regulamento de Proteção do Ambiente e Conservação da Biodiversidade de 2005

- Permissão emitida pelo ministro; - PIC para fim comercial; - PIC para fim não comercial.

Lei sobre Recursos Biológicos do Território Norte da Austrália de 2006

Lei de Biodescoberta de Queensland de 2004

-PIC para aprovação do plano de biodescoberta (incluindo um acordo de partilha de benefícios);

- PIC para autoridades coletoras.

Regulamento 17.01 (ab) – 17.03B Regulamento 8A.10

Regulamento 8A.12 – 8A.14 Seção 27 e 28

Seção 36 Seção 11

MAT Emenda ao Regulamento de Proteção do Ambiente e Conservação da Biodiversidade de 2005

- Acordo de partilha de benefícios para fim comercial

Lei sobre Recursos Biológicos do Território Norte da

No documento Mestre em Gestão e Políticas Ambientais (páginas 157-165)