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Ataque contra defesa individual (da iniciação ao alto nível)

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 184-191)

Sistemas de jogo no handebol

14 Sistemas de jogo no ataque

14.3 Ataque contra defesa individual (da iniciação ao alto nível)

Klaus Feldmann, Pablo Juan Greco, Fernando Lucas Greco

14.3.1 Definição e estrutura

O jogo de handebol caracteriza-se pela oposi- ção e cooperação simultânea dos jogadores em ata- que e defesa, com posse de bola, alternando sistema ofensivo e defensivo utilizado pelas equipes.

A marcação individual é considerada como uma das mais relevantes no processo de ensino- -aprendizagem-treinamento de crianças e jovens, sendo muito utilizada na iniciação e, em poucas si- tuações, mas presentes, no alto nível de rendimento. Equipes asiáticas e africanas, por exemplo, utilizaram o sistema de marcação individual por muito tempo em competições de alto nível de rendimento. Isso ocorreu em razão das características apresentadas por seus jogadores em relação aos jogadores europeus.

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O ataque contra a marcação individual deve apresentar alguns princípios para facilitar o transporte da bola até o objetivo final do jogo, ou seja, o gol.

Ataque contra marcação individual define- -se como sendo um sistema de ataque livre sem obrigações de ocupação de posições no qual os jogadores movimentam-se pela quadra a fim de proporcionar situações de passe ou infiltração para o portador da bola. Sua estrutura modifica-se em função do posicionamento da bola e do joga- dor que a possui, relacionando-se com o tempo e espaço da quadra de jogo.

Os jogadores devem iniciar o ataque con- tra a marcação individual conforme os seguintes princípios, visualizados na figura abaixo no mo- mento de saída da bola:

3. Dois jogadores com mais habilidade, tecnicamente, se colocam um atrás do outro no meio do campo.

4. Conforme a situação e de acordo com o trabalho da defesa, os jogadores 1 e 2 podem realizar o “corte” para o meio, ou cruzar com o colega.

14.3.2 Classificação

O ataque contra marcação individual tem como característica a presença de duas funções, sendo:

 Jogador com bola: é aquele que possui

a bola e a preferência para penetrações e lançamentos ao gol.

 Jogador sem bola: são os apoios e tem a

responsabilidade de auxiliar o jogador com bola para sua movimentação e con- seqüente infiltração, lançamento ou passe.

14.3.3 Possibilidades de atuação

Os jogadores em ataque podem realizar diversas ações técnico-táticas a fim de facilitar o transporte da bola ao objetivo e, consequente- mente, o gol.

Podem ser subdivididas em dois momentos, podendo ser realizadas movimentações sem bola com mudança de direção e/ou sentido ou movi- mentações de apoio e de ajuda.

FIgura 14.6 – Estrutura do ataque contra marcação

individual.2

1. Dois jogadores ocupam a posição de ponta em espera.

2. Dois jogadores ocupam a posição no meio do campo junto à linha lateral e aguardam.

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Movimentações sem bola com mudança de direção e/ou sentido

 Sair da marcação

1. Passe no espaço livre, utilizando as costas do defensor (passe ao espaço futuro).

3. Deve haver, por parte do jogador sem bola, uma troca de direção prévia para poder ganhar a posição de saída do defensor.

 Vai e volta

1. Passe ao espaço em linha paralela. 2. Deve ter por parte do jogador sem

bola uma troca de direção previa para poder ganhar a posição de sa- ída do defensor.

FIgura 14.7 – Saída da marcação a partir de uma mu-

dança de direção.2 Na primeira figura, observa-se a

ação de sair para entrar; na segunda, observa-se a ação de entrar para sair.

FIgura 14.8 – Mudança de direção e sentido (vai e volta).2

 “Saio para entrar”

1. Passe no espaço livre. Para sair da “sombra” do defensor, deve-se des- marcar na mesma linha.

2. Passe ao espaço em linha paralela. 3. Deve haver, por parte do jogador

sem bola, uma troca de direção prévia para poder ganhar a posição de saída do defensor.

FIgura 14.9 – Mudança de direção e sentido (“saio

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 Sair para receber

1. Pivô: passe no espaço livre, para sair da marcação do defensor e se ofere- cer, deslocando-se lateralmente. 2. Passe ao espaço em linha de pro-

fundidade.

3. Deve haver, por parte do jogador sem bola, uma troca de direção previa para poder ganhar a posição de saída do defensor.

FIgura 14.11 – Mudança de direção e sentido (entro

para sair).2

Movimentações sem bola de apoio e de ajuda

 Entrar entre dois defensores

1. O atacante em posse de bola entra no meio de dois defensores para chamar a marcação de ambos. 2. O colega deve se abrir em linha

diagonal para a lateral para rece- ber, após troca de direção e de ve- locidade sem bola.

FIgura 14.10 – Mudança de direção e sentido (sair

para receber).2

 Entro para sair

1. O jogador realiza uma troca de direção saindo primeiro para logo voltar rápido para receber.

2. Passe ao espaço em linha de pro- fundidade.

3. Deve ter por parte do jogador sem bola uma troca de direção previa para poder ganhar a posição de sa- ída do defensor.

FIgura 14.12 – Movimentações sem bola de apoio e de

ajuda (passar entre dois).2

 Cruzamento e ataque em paralelo

1. O atacante em posse de bola fixa seu defensor direto. O conceito de

ajuda é realizado pelos dois colegas; um deles (1) cruza por trás do joga- dor com bola, sempre priorizando sobre o braço de lançamento. 2. O colega (2) deve se abrir em linha

diagonal para a lateral para receber, após troca de direção e de ritmo.

FIgura 14.14 – Movimentações do jogador sem bola

de apoio e de ajuda (cruzamento).2

 Ajuda (novo início da ação)

1. O atacante que vai receber a bola deve ter sempre as opções de pas- se. Quando ele, eventualmente, fixar seu defensor, a ajuda é reali- zada pelos dois colegas.

2. O jogador próximo se prepara para o cruzamento por trás do jo- gador com bola.

3. O jogador mais distante corre para atrair a marcação e abrir es- paços.

FIgura 14.13 – Movimentações sem bola de apoio e de

ajuda (cruzamento e ataque em paralelo).2

 Cruzamento

1. O atacante em posse de bola fixa seu defensor direto. O conceito de ajuda é realizado pelos dois colegas cruzando por trás do jo- gador com bola.

2. O colega deve se abrir em linha diagonal para a lateral para receber. Recebe quem chega primeiro do lado fácil para passar.

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FIgura 14.15 – Movimentações sem bola de apoio e de

ajuda (cruzamento).2

14.3.4 Funções dos jogadores

Em geral, os jogadores devem dominar o momento do passe e a coordenação espaço-tem- poral para decidir entre progressão com a bola ou sem ela e o uso do dribling. No ataque contra a marcação individual, definem-se princípios de ação dos jogadores para que se alcance o gol de forma mais eficiente, tais como:

 O jogador em posse de bola sempre

tem a preferência de utilizar o espaço central da largura da quadra quando progride usando o dribling.

 Os jogadores sem bola devem abrir os

espaços centrais e servir de apoio/aju- da para o jogador com bola.

FIgura 14.16 – Movimentação dos jogadores sem bola

para criar o espaço na área central da quadra.2

 Nenhum jogador deve ficar parado,

ou seja, aceitar passivamente a mar- cação do adversário. Pelo contrário, devem realizar trocas e mudanças de direção e/ou sentido em suas trajetó- rias de corrida, bem como mudanças na velocidade de deslocamento.

 Levar o jogo para um canto da quadra,

atraindo a atenção da defesa e crian- do espaços livres na outra metade do campo.

 Usar a profundidade.  Trabalhar de poste (pivotar).  Passar ao espaço futuro.  “Passe e vai”.

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 184-191)