Meios técnico-taticos de grupo no ataque
12.3 A noção par-ímpar
12.5.3 Terminologia específica e classificação
As permutas podem ocorrer de acordo com o posicionamento dos atletas em relação à defesa:
frente à defesa; através da defesa; por dentro da defesa.
Participam de uma ação de permuta:
jogador iniciador: é o responsável por
iniciar a ação com um passe para um colega;
jogador resposta: é quem realiza a ação
de cruzamento sem bola com o joga- dor iniciador;
jogador colaborador: realiza a recep-
ção do passe do jogador iniciador e dá sequência ao jogo.
12.5.4 Considerações
Para se realizar a permuta, são necessárias ca- pacidades técnico-táticas individuais dos partici- pantes dessa ação, tais como variedade de desloca- mentos, eficácia e variedade de lançamentos, uma boa movimentação sem bola, uma boa decisão em
posse da bola e qualidades na fixação e continui- dade do jogo de ataque.
12.6 O bloqueio
Pablo Juan Greco, Siomara A. Silva, Fernando Lucas Greco
12.6.1 Definição
O bloqueio define-se quase exclusivamente como a interrupção da trajetória do defensor por parte de um atacante sem/com a posse da bola. Realiza-se sobre qualquer defensor, ainda que sua maior utilização se proceda no jogo estático e quase de forma única pelo(s) pivô(s), podendo e devendo ser feito por qualquer jogador sem restrições.
12.6.2 Objetivos
Conseguir a penetração;
Melhorar a distância de lançamento; Quebrar a coordenação do sistema de-
fensivo;
Buscar o erro ou o atraso na ação de-
fensiva, objetivando-se a superiorida- de numérica em um setor específico.
12.6.3 Terminologia específica e classificação
Ao denominar os jogadores que intervêm no bloqueio, distinguem-se:
Manual de handebol
162
bloqueador: jogador que realiza o blo-
queio (1);
beneficiado: jogador atacante, com opo-
nente em defesa que é bloqueado (2);
bloqueado: jogador de defesa que so-
fre o bloqueio (3);
colaborador direto defensivo: defensor
que participa no contrabloqueio (4).
FIgura 12.10 – Bloqueio.
Quadro 12.1 – Tipos de classificação dos bloqueios
Tipo Modo de ação Imagem
Segundo a trajetória da bola/defensor
Frontal (para frente e para trás).
Lateral (pela esquerda e pela direita).
Diagonal (pela frente e por trás).
Segundo a linha defensiva em que ocorre
Primeira linha.
Segunda linha.
Os bloqueios podem se classificar sobre vá- rios parâmetros (Román; Petkovic; Teixeira):3-7
fundaMentos da tátIca coletIva no ataqueI 163
Tipo Modo de ação Imagem
Segundo a linha defensiva
em que ocorre Terceira linha.
Segundo a ação posterior
Bloqueio direto ou estático, quando o beneficia- do é quem finaliza a ação.
Bloqueio indireto ou dinâmico, quando o bene- ficiado passa a bola ao bloqueador para que este
finalize a ação.
Segundo o número de jogadores
Bloqueio simples
(um atacante atua sobre um defensor).
Bloqueio duplo
Manual de handebol
164
Tipo Modo de ação Imagem
Segundo o número de jogadores Duplo bloqueio
(dois atacantes atuam sobre dois defensores).
Segundo a saída
Bloqueio com saída para seu lado.
Bloqueio com saída para o lado falso, ou seja, lado contrário àquele realizado pelo bloqueador.
12.6.4 Considerações
Para realizá-lo, o regulamento permite a antecipação espaço-temporal sobre o defensor, em forma de choque simultâneo e com resistên- cia mútua. Recomenda-se que o bloqueador se posicione fechando a saída do defensor bloquea- do a 50-70 cm dele e não indo sobre ele, a fim de evitar a falta de ataque. A respeito disto, o blo- queador não pode empurrar, mas somente ofere- cer resistência corporal. O regulamente prevê a
impossibilidade de utilizar os braços estendidos ou pernas afastadas.
A orientação do bloqueador pode ser fron- tal ou, até mesmo, dando as costas ao defensor, mas, em todo caso, não deve nunca perder a bola de vista. Somente se deve realizá-lo perante um defensor que se encontra em uma linha de jogo distinta para se ter maior garantia de êxito, já que a coordenação defensiva ficaria mais difícil em ra- zão da surpresa da ação.
fundaMentos da tátIca coletIva no ataqueI 165
um bloqueio será eficaz se houver
coincidência espaço-temporal nas ações dos atacantes.
perante um bloqueio frontal, bloque-
ador e beneficiado devem coincidir no mesmo eixo.
uma vez produzido o bloqueio, o blo-
queador deve se desmarcar o mais rá- pido possível no espaço livre.
O bloqueio constitui uma série de fases:
1. Iniciação: quando o principal proble-
ma está na sincronização da ação do atacante com o restante da jogada de ataque, que estará em função da dis- tância e da situação dos jogadores en- tre si.
2. Realização: o bloqueador é o jogador
que começa a ação, mas em função da bola, e é o primeiro que deve chegar ao ponto escolhido. O beneficiado deve passar lateralmente o defensor, na hora em que acontece o bloqueio, e o bloqueador se coloca pelo lado em que pretende passar o beneficiado.
3. Finalização: se dá quando o beneficia-
do ultrapassa lateralmente a linha de
bloqueio (formada entre o bloqueador
e o jogador com a bola) e implica um lançamento ao gol, uma continuação com um passe ao bloqueador (blo- queio dinâmico) ou uma possibili- dade de superioridade numérica nas ações seguintes.
FIgura 12.11 – Desenvolvimento de bloqueio dinâ-
mico.
12.7 A pantalha
Pablo Juan Greco, Siomara A. Silva, Fernando Lucas Greco
12.7.1 Definição
É um meio tático coletivo pelo qual dois ou mais atacantes cortam simultaneamente a trajetória de um defensor (ou defensores) em profundidade para facilitar o lançamento de um companheiro.
A pantalha é um muro que se interpõe entre os defensores e um atacante para facilitar a este o lan- çamento à distância. Pode-se considerar, também, como a soma de dois ou mais bloqueios frontais.
12.7.2 Objetivos
Conseguir uma situação ótima para o
Manual de handebol
166
geralmente envolve um especialista que possui grande qualidade no lan- çamento de média e longa distância;
Buscar, de forma secundária, a penetra-
ção pela ruptura da pantalha, ou pela liberação do espaço do lado contrário.
12.7.3 Classificação
As pantalhas são denominadas segundo o número de jogadores que as compõem:
a) Pantalhas de dois ou duplas. b) Pantalhas de três ou trios.
c) Pantalha múltipla: normalmente uti- lizadas em situações especiais, como no caso dos lançamentos em tiro livre ou nos instantes finais da partida. Também podemos classificá-las em função do momento do jogo em que elas acontecem:
a) Pantalha dinâmica: aquela que acon- tece dentro da ação normal do jogo com mais um procedimento tático. b) Pantalha estática ou estratégica: tem
seu início em uma situação de inter- rupção do jogo (tiro livre).
12.7.4 Considerações
Seu emprego é muito efetivo contra defesas fechadas e de uma só linha ou, também, em ações estratégicas do jogo (lançamento em um tiro li-
vre). Contudo, exige opções de continuação dian- te da possibilidade de fracasso da pantalha.
Devemos levar em conta que:
envolve uma boa estruturação espaço-
-temporal: ocupar o espaço da panta- lha no momento em que o lançador recebe a bola.
deve ser adequado ao lugar em que se en-
contra o lançador, em consideração à tra- jetória do lançador e dos bloqueadores.
os jogadores estarão próximos e não
em graduação.
se não houver êxito na pantalha (não
se chegara executar o lançamento), um dos bloqueadores deve continuar o jogo de pivô, aproveitando o jogo em profundidade (bloqueio dinâmico).
buscar a maior profundidade por par-
te dos integrantes da pantalha para conseguir maior efetividade e melho- rar a distância em relação ao gol.
fundaMentos da tátIca coletIva no ataqueI 167