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Sequencia do jogo no Handebol Equipe em posse da bola

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 31-35)

Equipe sem posse da bola

Defesa Ataque Objetivo Objetivo Gol Evitar Fazer Meios técnico-táticos Meios técnico-táticos Individual Grupal Coletivo Individual Grupal Coletivo

Jogador Tática Individual

Tática Individual Tática Individual Jogador+Jogador Sistema de Jogo Ofensivo Defensivo Organização Distribuição de Responsabilidades Jogador+Jogador+Jogador Equipe

Por sua vez, deve-se observar que o jogo de handebol se desenvolve conforme princípios tá- ticos gerais que as equipes apresentam dentro do

terreno de jogo, que estão descritos na Figura 4.4 (segundo Bayer, p. 144):12

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na interação ataque-defesa, na qual se apoia a estrutura funcional que destaca a relação espa- ço-temporal, relações entre colegas, adversários e bola, e as regras, limitando e condicionando essa interação.

A lógica funcional dos jogos esportivos (García)22 mostra as relações entre os sistemas de

jogo, os meios táticos para alcançá-los, as inten- ções dos atletas, que são subordinadas aos prin- cípios do jogo e estes, por sua vez, determinados com base nas regras do esporte em seus objetivos.

fIgura 4.4 – Interações do jogo de handebol (Bayer, p. 144).12

4.1 Características do jogo de handebol

Pablo Juan Greco, Siomara A. Silva, Fernando Lucas Greco

O handebol apresenta-se como uma disci- plina esportiva na qual elementos próprios dos âmbitos cognitivos, físicos, técnicos, táticos e psicológicos se relacionam de forma dinâmi- ca e complexa. As principais características do jogo de handebol assentam-se nomeadamente

Equipe em posse de bola

Ataque Equipe sem posse de bolaDefesa

Um companheiro consegue (Re) Posiciono (Ruptura de alinhamento) Ajudar Se um companheiro a recebe Se um adversário a recupera Se eu a recebo Depois de ter me informado Procuro

Passá-la Tirar Desdobrar (1x1)

Ataco o portador da bola ou o controlo para dar facilidade à minha

equipe Não consigo e minha

equipe também não

Crio alinhamento defensivo para recuperá-la em Ajudo Eu consigo Procuramos repurerá-la ou dissuadir os passes • Para receber a bola:

Correndo para o gol Em um espaço livre • Levando em conta: os compamnheiros os adversários o gol ou ou ou ou ou ou ou ou ou e e e e e e e e e e e

IdentIfIcação, caracterIzação e classIfIcação do jogo de handebol 33

fIgura 4.5 – As relações entre os componentes que constituem a lógica do jogo de handebol (García).22

Tais classificações servem como auxilio para identificarmos o handebol como um jogo espor- tivo coletivo que solicita uma visão sistêmica dos

FIgura 4.6 – Fases do jogo de handebol e seus objetivos, com base em Coronado.23

Por sua vez, Coronado23 apresenta uma ex-

plicação mais detalhada dos objetivos do jogo de handebol nas duas diferentes fases.

Sistemas de jogo Intenções Princípios Objetivos Defesa Ataque Ataque X defesa Meios táticos

Defesa Impedir Obter Ataque

Lançamento da melhor posição Organizar o ataque Conservar a bola Contra-ataque Progredir para a portaria contrária Gol Evitar progressão da outra equipe Lançar nas piores condições Intervenção do goleiro RE-organizar a defesa RE-organizar o ataque Retorno defensivo Retorno da bola

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seus componentes, o que gera consequências para os processos de EAT.

4.2 O handebol em uma visão sistêmica

Rudney Uezu

O handebol é caracterizado pela aplicação de técnicas de movimentos específicas da moda- lidade, que precisam ser adequadas às diferentes situações encontradas no jogo. Nesse sentido, faz-se necessário o entendimento da modalidade segundo uma perspectiva integrada relacionando os aspectos físicos, psicológicos, técnicos e táticos independentemente do nível de desempenho es- portivo, ou seja, faz-se necessária uma mudança no paradigma de entendimento da modalidade.

A palavra paradigma apresenta-se como um termo bastante difundido em nosso cotidiano, podendo ser utilizada em diversas áreas do conhe- cimento. Ao longo de nossa história, os paradig- mas do conhecimento foram sendo substituídos conforme as inquietações de algumas pessoas in- conformadas com as regras e normas de conduta vigentes na época.

Porém, como será que esse paradigma atu- al e o que está emergindo podem influenciar o entendimento do esporte e, mais especificamente, do handebol? Quais são as possíveis implicações práticas? Será que a mudança de paradigmas em relação à conceituação do handebol pode aportar uma visão diferenciada dos processos de ensino- aprendizagem e treinamento do handebol?

A leitura deste texto representa um convite para que se evite, sem prévia análise, a aceitação de verdades absolutas ou certezas (paradigmas) “confirmadas”, considerando que a verdade pode ser relativa à representação individual das pessoas e que seus alicerces relacionam-se com as justifi- cativas que fundamentam o estímulo que induz a estarmos sempre com nossa mente aberta a novas ideias e mudanças de paradigmas.

Os paradigmas podem ser entendidos como conjunto de regras, modelos, padrões, visões de mundo. O tempo todo percebemos o mundo conforme nossos paradigmas, que acabam sele- cionando o que percebemos e reconhecemos. As- sim, eles nos levam a recusar ou distorcer os dados que não combinam com as expectativas criadas previamente em nossa mente. Os paradigmas de uma sociedade, por exemplo, influenciam nossa vida de forma direta, levam-nos a fazer acreditar que a forma como entendemos os fatos são “cor- retos” ou o “único jeito de fazer”, impedindo, as- sim, que outras ideias possam ser aceitas de forma a nos tornar resistentes a mudanças e com pouca flexibilidade comportamental.

Hoje, em pesquisa cientifica, o paradigma denominado “sistêmico” vem sendo a referência para substituir a chamada “modernidade” pela “pós-modernidade”. Esse paradigma sistêmico parte do princípio de que não é possível fragmen- tar a totalidade em partes isoladas para entendê-la, já que, desse modo, as interações entre as partes são desconsideradas, impossibilitando, assim, sua compreensão. O termo sistêmico vem de sistema, que foi conceituado como “complexo de elemen-

IdentIfIcação, caracterIzação e classIfIcação do jogo de handebol 35

tos em interação” ou “conjunto de componentes em estado de interação”. A existência das intera- ções ou relações entre os componentes represen- tam o aspecto central que identifica a existência do sistema como entidade, diferenciando-o de um aglomerado de partes independentes. Portanto, os fenômenos são analisados de maneira globalizada, sem a fragmentação das partes que o compõem, considerando, assim, as interações existentes entre as partes na composição da totalidade.

Segundo Tani e Correa,26 as modalida-

des esportivas coletivas podem ser classificadas como sistemas abertos e complexos, incluindo, assim, o handebol. Portanto, para se compre- ender e analisar o jogo de handebol, pode-se recorrer à visão sistêmica, pois o handebol é sistema aberto e complexo: aberto porque as

partes que o constituem interagem com o meio ambiente; e complexo porque existem muitas características que nele influem, além do gran- de número de interações (aspectos físicos in- fluenciam a realização de uma técnica no final do jogo, ou táticos, quando o defensor chega a fechar o espaço) que podem ocorrer entre as partes que o compõem.

Os sistemas abertos trocam matéria/energia e informação com o meio ambiente. Já os com- plexos apresentam grande número de fatores que nele influem, assim como o grande volume de interações que podem ocorrer. A Figura 4.7 apre- senta uma análise que considera duas equipes, o número de jogadores envolvidos e as possibilida- des de ações ofensivas que cada atacante pode re- alizar individualmente.

fIgura 4.7 – Análise de duas equipes, do número de jogadores envolvidos e das possibilidades de ações ofensivas que

cada atacante pode realizar individualmente.

Deslocamento Drible Recepção Passe Finta Arremesso

Jog. 1 Jog. 2 Jog. 3 Jog. 4 Jog. 5 Jog. 6 Jog. 7

Equipe A

Equipe B

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