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Descrição do gesto técnico  Primeira linha

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 122-129)

mão) ou passe em apoio:

9.7 O lançamento ao gol

9.7.4 Descrição do gesto técnico  Primeira linha

(Armadores) Segunda linha (pontas e pivô) Clássico Altura do ombro

Altura do quadril Altura do quadril Altura baixa Altura baixa

Retificado

Lado contrário do braço sem queda

Lado contrário do braço sem queda Lado contrário do

braço com queda

Lado contrário do braço com queda Mesmo lado do

braço com queda

Mesmo lado do braço com queda Suspensão Adquirindo a maior altura possível Adquirindo a maior altura possível Salto

Sem queda, ad- quirindo a máxi- ma profundidade

Sem queda, ad- quirindo a máxi- ma profundidade Salto com queda Salto sem queda Caindo sem salto Caindo com salto

Além desses lançamentos durante o jogo posicional, ainda existe o lançamento de sete me- tros, que ocorre quando o atacante sofre uma falta quando está em clara chance de gol.

9.7.4 Descrição do gesto técnico

Primeira linha

fundaMentos técnIco-tátIcos IndIvIduaIs no ataqueI 123

Clássico (altura do ombro do braço executor): realiza-se da mesma forma que o passe clássico fron- tal, mas com uma armação mais ampla, a rotação do tronco mais acentuada e uma desrotação instantânea.

Foto 9.20 – Lançamento clássico. (FOTO PÁGINA

84, Livro Balonmán)

Altura intermediária: dão-se as mesmas con- siderações que para o passe, com as observações expostas anteriormente.

Foto 9.21 – Lançamento da altura quadril. (FOTO

PÁGINA 84, Livro Balonmán)

Altura baixa: idem.

FIgura 9.22 – Lançamento de altura baixa. (FOTO

PÁGINA 84, Livro Balonmán)

Retificado pelo lado contrário ao braço exe- cutor (sem queda): partindo de uma posição de lançamento clássico ao gol, efetua-se uma incli- nação do tronco ao mesmo tempo que se produz uma abdução do braço executor com a extremi- dade cubital virada para cima e situando-se por trás da cabeça. Finalmente, produz-se, desde essa posição, uma rotação e desrotação do tronco.

FIgura 9.23 – Lançamento retificado sob o braço.

(FOTO PÁGINA 85, Livro Balonmán)

Retificado pelo lado contrário do braço exe- cutor (com queda): dá-se uma inclinação maior,

colocando o corpo quase na horizontal. Depois do lançamento, a mão contrária à do braço execu- tor coloca-se no chão.

Foto 9.24 – Lançamento retificado pelo lado contrá-

rio ao braço executor. (FOTO PÁGINA 85, Livro Ba- lonmán)

Retificado pelo mesmo lado do braço execu- tor (com queda): partindo de uma posição de lan- çamento com armação para o lançamento interme- diário, produz-se uma flexão e rotação do tronco para o lado do braço executor, que, no momento da armação, se projeta para trás. O lançamento produz-se por meio de uma desrotação do tronco, e o corpo fica sobre o chão em contato dorsal.

Primeira e segunda linha

Em suspensão: a sua execução corresponde- -se com a do passe frontal em suspensão, mas com uma rotação mais acentuada. A armação pode produzir-se igual ou bem no que se denomina “armação em aspas”, elevando o braço mediante um movimento de circundunção. No momento do lançamento, produz-se uma flexão e rotação do tronco.

Em salto (sem queda): impulsiona-se com a perna mais adiantada, buscando profundidade. Coincidindo com salto, produz-se uma rotação de tronco e correspondente armação. Este tipo de lançamento sofre modificações segundo o posto específico de que se trata. Desde a ponta e com lado bom, deve ampliar-se o ângulo de lançamen-

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to e, desde o lado mal, produzir uma inclinação do tronco e uma armação por trás da cabeça.

Segunda linha (pontas)

Em salto (com queda): é um lançamento ca- racterístico dos pontas. A sequência de execução é a seguinte:

 Recepção: o mais próximo da linha de

6 metros, com uma aproximação rápida a ela.

 Batida: o mais próximo da linha, de

forma explosiva e enérgica, com tra- jetória para a linha de 7 metros e ga- nhando profundidade e altura no salto.

 Voo: o mais longo possível para au-

mentar o ângulo de lançamento. A armação do braço produz-se o mais tarde possível para que a bola não seja interceptada pelos defensores e o go- leiro a veja durante pouco tempo.

 Armação: não há estereótipos. Depen-

de da posição do goleiro.

 Trajetória: normal, parabólica ou em

rosca (com efeito).

 Queda: rodando (rolamento) ou des-

lizando.

Segunda linha (pivôs)

Em queda (sem salto): é um lançamento característico dos pivôs, com apoio em um pé ou nos dois, flexionando as pernas e com a bola

controlada na altura do abdômen, dando frente ao gol. Seguidamente, o jogador deixa-se cair ao mesmo tempo que eleva ligeiramente o braço exe- cutor para lançar.

Em queda (com salto): efetua-se de forma idêntica, ainda que com maior impulso de pernas para obter maior penetração.

De acordo com as exigências do jogo, em muitas ocasiões o jogador não pode nem deve atender aos princípios básicos de colocação das pernas. Em consequência, o lançamento deve ser realizado com posições especiais de pernas; ou seja, efetuando o lançamento ao gol com a per- na do braço executor adiantada (lançamento em apoio) ou depois impulsionar com a perna corres- ponde à do braço executor (lançamento em sus- pensão ou salto).

Os lançamentos que partem de uma posi- ção baixa realizam-se mediante uma inclinação do tronco, sem aumentar a flexão das pernas ou abrindo o compasso normal destas para chegar-se ao chão. Trata-se de evitar que as possibilidades de intervenção posterior do lançador sejam negati- vas, já que uma maior flexão de pernas dificultaria a intervenção imediata do jogador em outra ação consecutiva.

Para cumprir o princípio fundamental de intervenção oportuna à velocidade conveniente, é necessário que o jogador, depois de realizar o lançamento, adquira uma postura equilibrada o quanto antes, para poder responder, no momento preciso, a posteriores exigências do jogo.

O jogador deve dedicar uma atenção espe- cial a não pisar na linha da área de gol quando

fundaMentos técnIco-tátIcos IndIvIduaIs no ataqueI 125

executar o lançamento nas suas proximidades. O esforço realizado individual e coletivamente pode se reduzir a uma perda da bola. Desde as proximi- dades da área de gol, antes de realizar o lançamen- to, o jogador deve olhar a situação da linha.

Quanto à forma de estabelecer as quedas no lançamento, a experiência demonstrou que cada jogador adapta seu corpo para amortecer o cho- que. Não obstante, o deslizamento peitoral pela área ou queda com rolamento dorsal com contato no chão representam as formas mais usuais para reduzir os impactos que nos ocupam.

Em geral, o lançamento ao gol deve estar dominado pela potência. O jogador deve desen- volver a sua força à máxima velocidade, mediante realização explosiva do gesto total de cada lança- mento.

Em comparação com o passe, a projeção do braço executor para trás tem de ser mais aguda para obter um movimento uniformemente acele- rado, mais amplo na execução do lançamento, e, assim, incrementar a velocidade da bola na sua trajetória.

Como em definitivo se trata de que a exe- cução do lançamento e a trajetória da bola sejam rápidas, tem de se buscar o equilíbrio na projeção do braço executor ao se realizar a armação para o lançamento.

O executor de um lançamento ao gol deve concentrar a sua atenção nos movimentos e nos deslocamentos na intervenção do goleiro. Temos de pensar que, uma vez obtidas as possibilidades de lançamento, é lógico concentrar todos os es- forços em surpreender o goleiro, que constitui o

único obstáculo para que o jogador em posse de bola possa tratar de alcançar o gol.

Lançamento de 7 metros

Partindo das limitações regulamentadas, a execução deste lançamento vai acompanhada de movimentações e fintas para enganar o goleiro.

9.8 A finta

9.8.1 Definição

A finta define-se como “uma ação realizada pelo jogador com bola que, por meio de um en- gano, tenta iludir uma marcação em proximidade do oponente direto”.5 É “um gesto mediante o

qual o atacante com bola tenta superar um defen- sor, realizando uma ação prévia de engano e uma posterior para aproveitar o dito engano”.3d O seu

objetivo mecânico é provocar um desequilíbrio corporal do rival (contrapé).9

É um elemento técnico muito utilizado no jogo um contra um, observando que sempre é o que se encontra atrás do adversário fintado. No jogo um contra dois, utiliza-se para alcançar um deslocamento de engano entre dois defensores.

É importante diferenciar de outros elemen- tos técnicos como a desmarcação (que se realiza sem bola), ou a troca de direção (não possui fase de freada, se realiza sem a bola). Como elemento diferenciador, uma finta exige:

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Estar em posse da bola:

 Proximidade do defensor.

 Deslocamento de engano: com uma fase

de freada acompanhada de uma flexão de tronco e orientação frontal para a tra- jetória de saída, protegendo a bola com as duas mãos na altura do abdômen. Se o defensor não “cai” na finta, continua- -se a trajetória inicial (lado falso).

 Fase de saída, já com o braço armado.

O aspecto perceptivo é de grande importân- cia, para o qual, antes de realizá-lo, devemos ana- lisar a situação periférica. A ordem de observação dos espaços é a seguinte:

 Possível posição de lançamento.  Passe a um jogador desmarcado.  Finta.

 Lançamento.

Devemos observar ainda:

 espaço entre o jogador fintador e o

defensor;

 espaço atrás do defensor;

 relação do gol e do goleiro: ângulo de

lançamento, situação do goleiro, posi- ção de lançamento etc.

O objetivo fundamental da finta é superar o defensor mediante um engano para posteriormen- te penetrar, mas, além disso, também se busca:

 uma progressão que permita pelo me-

nos igualar em profundidade a situa- ção do defensor;

 fixar o defensor;

 desequilibrar o defensor;

 iludir/esquivar a oposição ou contato

de um adversário.

9.8.2 Princípios fundamentais

A trajetória de engano deve oferecer uma possibilidade eficaz que resulte perigosa para o defensor.

A finta tem de ser determinante para o de- fensor, pelo qual não se deve repetir de forma exa- gerada.

Deve adaptar-se às possíveis respostas do de- fensor ante a finta, para o qual o atacante deve possuir: velocidade de reação, troca de ritmo e campo visual útil.

Outros pontos que se devem ter em conta são:

 A finta é uma opção tática dentro do

jogo geral do 1 x 1.

 Não realizar se as possibilidades obser-

vadas são nulas.

 Não buscar o contato com o oponen-

te. Atacar o espaço. Forçar o defensor a se desdobrar no espaço.

 A proteção da bola realiza-se sempre

com o braço na posição de lançamen- to e não à altura do abdômen.

fundaMentos técnIco-tátIcos IndIvIduaIs no ataqueI 127

 A coordenação dos passos no deslo-

camento é dada pelo resultado do en- gano (fintar sem bola), procurando-se sempre não ir sobre outro defensor.

 A perna de freio deve ser sempre con-

trária à de saída.

9.8.3 Classificação

Segundo Bárcenas & Román2:

Segundo o momento da recepção:

 em contato com o chão.  em suspensão.

 segundo a orientação prévia:  de frente para o oponente.  de costas.

 de lado.  combinado.

Segundo a trajetória de saída:

 normal.  falsa.

Segundo o número de trocas de direção:

 simples.  dupla.

Segundo o momento da troca de direção:

 no ponto certo.  no primeiro passo.  no segundo passo.  no terceiro passo.

Outra forma de classificar as fintas é dada por Greco:10

FIgura 9.25 – Tipos de fintas no handebol.

As fintas de queda sobre um pé são utiliza- das quando o defensor está a uma distância que não lhe é possível fazer contato com o atacante. São mais rápidas e têm semelhança com a troca de direção e velocidade. Pode ser realizada com- binando as passadas e saindo sobre ou contra o braço de lançamento. As fintas de queda de re- cepção e de queda com os dois pés paralelos são utilizadas quando o defensor está próximo e na frente do atacante, em uma distância que seja pos- sível o contato corporal entre atacante e defen- sor. Podem ser realizadas com uma, duas ou três passadas, saindo contra ou a favor do braço de lançamento. Os giros são fintas pouco utilizadas atualmente no handebol, porém uma boa técnica para pontas e pivôs.

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9.8.4 Descrição do gesto técnico

O movimento global de uma finta consta de várias fases ou momentos:

Deslocamento de engano: realiza-se um

deslocamento para algum lugar deter- minado, afastado do defensor e, usu- almente, para o lado contrário pelo qual se tenta sair da finta.

Fase de freada: produz-se uma flexão

de tronco, com orientação frontal do corpo para a trajetória de saída, prote- gendo a bola e levando o braço à posi- ção de lançamento (“armar o braço”). Se o defensor não cai na finta, isto é, não varia a sua posição para o lado do deslocamento de engano, continua-se pela trajetória inicial. É o que deno- minamos de finta pelo lado falso.

Fase de saída: uma vez superado o de-

fensor, aproveita-se a vantagem, com o braço armado, pronto para lança- mento ou passe tudo isto realizado com a máxima velocidade.

10

Juan J. Fernández, Pablo Juan Greco, Helena Vila, Luis Casáis, José M. Cancela

Fundamentos técnico-táticos

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