13 Meios tecnicos táticos de grupo na defesa
13.3 A troca de oponentes e o desli zamento
13.3.1 Definição
Ambos os meios táticos defensivos coletivos podem resumir de forma simples a ideia básica do jogo defensivo coletivo. Essas interações defensi- vas se dão como resposta a movimentos ofensivos com a finalidade de abortá-los ou diminuir sua efetividade ou consequência.
A troca do oponente é uma permuta de fun- ções de marcação como consequência de ações dos atacantes com a finalidade de não romper a estru- tura espacial de uma organização defensiva. Esse meio tático requer que os defensores encontrem- se na mesma linha defensiva para poder realizar a troca de oponentes. Se isso não for possível, a resposta defensiva seria mediante o deslizamento, elemento que podemos conceituar como uma res- posta defensiva às trocas de posicionamento dos atacantes, e cada defensor acompanha o seu ad- versário marcando-o de perto. Em casos em que não é possível a troca do oponente, mas a amplia- ção do posto defensivo específico, o deslizamento
se apresenta como a ação técnico-tática defensiva indicada para a sequência da marcação do opo- nente com bola.
13.3.2 Objetivos
Manter a estrutura e o bom funciona-
mento do sistema defensivo utilizado.
Abortar os meios táticos coletivos
ofensivos que impliquem trocas ou permutas de postos específicos.
Utilizar corretamente o conceito de
ajuda defensiva.
13.3.3 Classificação
A troca de oponentes pode classificar-se sob vários parâmetros:
a) Pela ocupação de espaços livres:
Troca do oponente por abandono do
posto específico, o qual leva a um au- mento do espaço do posto específico defensivo.
Troca do oponente como resposta a
cruzamentos ou invasão do posto de- fensivo de outro defensor.
b) Em função da distância a qual se realiza a ação ofensiva:
Troca de oponente perante ações em
proximidade, na qual podemos distin- guir três fases:
fundaMentos de tátIca coletIva na defesa 173
1. Interceptação do atacante. 2. Acompanhamento do atacante.
3. Entrega ao companheiro e troca do oponente propriamente dito.
Troca do oponente perante ações a dis-
tância, também conhecida como troca do oponente visual. Tem objetivo tático, pois, como defensor, só posso ampliar meu posto e meu contato visual com meu atacante. Como regra geral, depen- derá da profundidade de nossos defen- sores e dos movimentos dos atacantes.
O defensor há de manter a marcação em uma zona, sem se importar com qual atacante a está ocupando. Se este abandonar esta zona, então o defensor deve deixá-lo, conservar seu posto específico e marcar outro oponente. Nesse caso, estabelece-se um combinado ou uma co- municação com seus companheiros para indicar esta ação, frequentemente por meio da ação ver- bal “troca”, e, inclusive, chegar a fazer contato corporal com o companheiro continuando seu deslocamento anterior.
Sem impedimento, o deslizamento é uma resposta defensiva perante trocas de posiciona- mentos dos atacantes, nos quais não seja possível a troca de oponentes. Perante defesa homem a homem, os emparelhamentos são feitos de forma nominal. Por essa razão, quando o atacante se des- loca para outros espaços, o defensor deve segui- lo. Perante defesas zonais, quando os atacantes se cruzam e os defensores não se encontram em mes- ma altura ou profundidade, a resposta defensiva se realiza com o deslocamento em forma de desli- zamento (daí vem sua denominação) para evitar a superioridade da equipe atacante. Terá prioridade o defensor que está adiantado, já que é responsá- vel pelo atacante com bola.
Portanto, os requisitos são: a) Câmbio ou troca de oponente
Os defensores devem estar em mes-
ma linha.
Nunca deve ser realizado quando um
dos defensores está atuando decisiva- mente contra seu oponente com bola.
fIgura 13.4 – Troca do oponente.
13.3.4 Considerações
A troca de oponente funciona perfeitamente quando o sistema defensivo é de natureza zonal, se bem que, nas primeiras fases da iniciação, tam- bém deve ser utilizado dentro das organizações de funções individuais na marcação.
Manual de handebol
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Quando um dos jogadores atacantes
possui a bola, decidirá pela realização do câmbio do oponente o defensor do jogador que não tem a bola.
b) Deslizamento
No momento de realizá-lo, os defen-
sores deverão estar escalonados.
O defensor que o realiza deve fazê-lo
o mais próximo possível do seu com- panheiro, para poder neutralizar o seu oponente assim que possível.
Em consequência, realizaremos o câmbio de oponentes (VVAA):12
perante uma ação de cruzamentos dos
atacantes;
durante o deslocamento de um atacante
que supere os limites da ação de outro. Em qualquer uma das situações anteriores, pode-se atuar ante o oponente com ou sem a bola.
Optaremos por deslizamento:
quando os defensores não estão à mes-
ma altura;
quando um dos defensores está atu-
ando decisivamente contra o seu opo- nente com a bola;
quando existir um acordo prévio.
FIgura 13.5 – Câmbio do oponente.
fIgura 13.6 – Defesa mediante deslizamento.
13.4 O contrabloqueio
13.4.1 Definição
O contrabloqueio é uma situação típica de troca de oponente como resposta defensiva à ação ofensiva do bloqueio, geralmente em situações de marcação zonal e espaços próxi- mos aos nove metros e linha de lançamento eficaz de um atacante. Consiste em uma troca de marcação específica para a situação de blo- queio ofensivo.
fundaMentos de tátIca coletIva na defesa 175
13.4.2 Objetivos
Abortar a utilização do jogo de blo-
queios por parte dos atacantes.
Solucionar uma desigualdade defensi-
va ou um acerto ofensivo.
13.4.3 Considerações
O jogador bloqueado realiza uma manobra que consiste em um deslocamento para frente pri- meiro e para trás depois, para se situar na linha de passe do bloqueador. O defensor oponente do bloqueador vai para o jogador com a bola, benefi- ciário do bloqueio. Se o beneficiário sai pelo lado falso, é o defensor bloqueado que deve responder.
fensores se encontram em diferentes planos, não será feito o câmbio de oponente.
Outra possibilidade de solução é que o opo- nente do bloqueador o acompanhe até o lugar do bloqueio, ajudando o bloqueado a ganhar a situa- ção, deslocando-se para trás.
fIgura 13.7 – Contrabloqueio mediante deslocamen-
to para frente do jogador bloqueado.
Uma regra geral é que, quando os defensores estão na mesma altura, a situação se resolve por meio de um câmbio do oponente. Mas, se os de-
fIgura 13.8 – Contrabloqueio mediante deslocamen-
Manual de handebol
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Referências
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12 VVAA. Balonmano. Colección de los depor- tes olímpicos. Madrid: Comité Olímpico Es- pañol, 1991.
sIsteMas de jogo no ataque 177