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A troca de oponentes e o desli zamento

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 172-177)

13 Meios tecnicos táticos de grupo na defesa

13.3 A troca de oponentes e o desli zamento

13.3.1 Definição

Ambos os meios táticos defensivos coletivos podem resumir de forma simples a ideia básica do jogo defensivo coletivo. Essas interações defensi- vas se dão como resposta a movimentos ofensivos com a finalidade de abortá-los ou diminuir sua efetividade ou consequência.

A troca do oponente é uma permuta de fun- ções de marcação como consequência de ações dos atacantes com a finalidade de não romper a estru- tura espacial de uma organização defensiva. Esse meio tático requer que os defensores encontrem- se na mesma linha defensiva para poder realizar a troca de oponentes. Se isso não for possível, a resposta defensiva seria mediante o deslizamento, elemento que podemos conceituar como uma res- posta defensiva às trocas de posicionamento dos atacantes, e cada defensor acompanha o seu ad- versário marcando-o de perto. Em casos em que não é possível a troca do oponente, mas a amplia- ção do posto defensivo específico, o deslizamento

se apresenta como a ação técnico-tática defensiva indicada para a sequência da marcação do opo- nente com bola.

13.3.2 Objetivos

 Manter a estrutura e o bom funciona-

mento do sistema defensivo utilizado.

 Abortar os meios táticos coletivos

ofensivos que impliquem trocas ou permutas de postos específicos.

 Utilizar corretamente o conceito de

ajuda defensiva.

13.3.3 Classificação

A troca de oponentes pode classificar-se sob vários parâmetros:

a) Pela ocupação de espaços livres:

 Troca do oponente por abandono do

posto específico, o qual leva a um au- mento do espaço do posto específico defensivo.

 Troca do oponente como resposta a

cruzamentos ou invasão do posto de- fensivo de outro defensor.

b) Em função da distância a qual se realiza a ação ofensiva:

 Troca de oponente perante ações em

proximidade, na qual podemos distin- guir três fases:

fundaMentos de tátIca coletIva na defesa 173

1. Interceptação do atacante. 2. Acompanhamento do atacante.

3. Entrega ao companheiro e troca do oponente propriamente dito.

 Troca do oponente perante ações a dis-

tância, também conhecida como troca do oponente visual. Tem objetivo tático, pois, como defensor, só posso ampliar meu posto e meu contato visual com meu atacante. Como regra geral, depen- derá da profundidade de nossos defen- sores e dos movimentos dos atacantes.

O defensor há de manter a marcação em uma zona, sem se importar com qual atacante a está ocupando. Se este abandonar esta zona, então o defensor deve deixá-lo, conservar seu posto específico e marcar outro oponente. Nesse caso, estabelece-se um combinado ou uma co- municação com seus companheiros para indicar esta ação, frequentemente por meio da ação ver- bal “troca”, e, inclusive, chegar a fazer contato corporal com o companheiro continuando seu deslocamento anterior.

Sem impedimento, o deslizamento é uma resposta defensiva perante trocas de posiciona- mentos dos atacantes, nos quais não seja possível a troca de oponentes. Perante defesa homem a homem, os emparelhamentos são feitos de forma nominal. Por essa razão, quando o atacante se des- loca para outros espaços, o defensor deve segui- lo. Perante defesas zonais, quando os atacantes se cruzam e os defensores não se encontram em mes- ma altura ou profundidade, a resposta defensiva se realiza com o deslocamento em forma de desli- zamento (daí vem sua denominação) para evitar a superioridade da equipe atacante. Terá prioridade o defensor que está adiantado, já que é responsá- vel pelo atacante com bola.

Portanto, os requisitos são: a) Câmbio ou troca de oponente

 Os defensores devem estar em mes-

ma linha.

 Nunca deve ser realizado quando um

dos defensores está atuando decisiva- mente contra seu oponente com bola.

fIgura 13.4 – Troca do oponente.

13.3.4 Considerações

A troca de oponente funciona perfeitamente quando o sistema defensivo é de natureza zonal, se bem que, nas primeiras fases da iniciação, tam- bém deve ser utilizado dentro das organizações de funções individuais na marcação.

Manual de handebol

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 Quando um dos jogadores atacantes

possui a bola, decidirá pela realização do câmbio do oponente o defensor do jogador que não tem a bola.

b) Deslizamento

 No momento de realizá-lo, os defen-

sores deverão estar escalonados.

 O defensor que o realiza deve fazê-lo

o mais próximo possível do seu com- panheiro, para poder neutralizar o seu oponente assim que possível.

Em consequência, realizaremos o câmbio de oponentes (VVAA):12

 perante uma ação de cruzamentos dos

atacantes;

 durante o deslocamento de um atacante

que supere os limites da ação de outro. Em qualquer uma das situações anteriores, pode-se atuar ante o oponente com ou sem a bola.

Optaremos por deslizamento:

 quando os defensores não estão à mes-

ma altura;

 quando um dos defensores está atu-

ando decisivamente contra o seu opo- nente com a bola;

 quando existir um acordo prévio.

FIgura 13.5 – Câmbio do oponente.

fIgura 13.6 – Defesa mediante deslizamento.

13.4 O contrabloqueio

13.4.1 Definição

O contrabloqueio é uma situação típica de troca de oponente como resposta defensiva à ação ofensiva do bloqueio, geralmente em situações de marcação zonal e espaços próxi- mos aos nove metros e linha de lançamento eficaz de um atacante. Consiste em uma troca de marcação específica para a situação de blo- queio ofensivo.

fundaMentos de tátIca coletIva na defesa 175

13.4.2 Objetivos

 Abortar a utilização do jogo de blo-

queios por parte dos atacantes.

 Solucionar uma desigualdade defensi-

va ou um acerto ofensivo.

13.4.3 Considerações

O jogador bloqueado realiza uma manobra que consiste em um deslocamento para frente pri- meiro e para trás depois, para se situar na linha de passe do bloqueador. O defensor oponente do bloqueador vai para o jogador com a bola, benefi- ciário do bloqueio. Se o beneficiário sai pelo lado falso, é o defensor bloqueado que deve responder.

fensores se encontram em diferentes planos, não será feito o câmbio de oponente.

Outra possibilidade de solução é que o opo- nente do bloqueador o acompanhe até o lugar do bloqueio, ajudando o bloqueado a ganhar a situa- ção, deslocando-se para trás.

fIgura 13.7 – Contrabloqueio mediante deslocamen-

to para frente do jogador bloqueado.

Uma regra geral é que, quando os defensores estão na mesma altura, a situação se resolve por meio de um câmbio do oponente. Mas, se os de-

fIgura 13.8 – Contrabloqueio mediante deslocamen-

Manual de handebol

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Referências

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sIsteMas de jogo no ataque 177

Parte V

Sistemas de jogo no

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