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Categorias de resistência

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 64-66)

Preparação física aplicada aos esportes coletivos: exemplo para o handebol

6.4 Treinamento da resistência

6.4.1 Categorias de resistência

O trabalho de resistência que propomos está construído igual a todo trabalho de força já visto. A partir das necessidades específicas do jogador, desenvolvemos uma forma de treinamento que satisfaça às necessidades energéticas necessárias para um jogador de handebol em todas as catego- rias e manifestações da resistência.

No Quadro 6.7, da escola italiana, vemos a denominação de diferentes categorias da capaci- dade ou potência de resistência, ou potência-ca- pacidade nessa sequência, e as condições em que se manifesta:

Quadro 6.7 – Denominação das diferentes cate- gorias da resistência

Via energética Potência Capacidade Anaeróbica alática De

0 a 7- 8 s

Repetições de 7 s ou de 7 a 15 s

Anaeróbica lática Entre 15 - 45 s Repetições de 25 - 30 s ou de 45 s a 2 min Aeróbica De 2 a 3 min Repetições de 3 min ou mais de 15 min

6.3.1.3 Uma aproximação da planificação do trabalho de força ao longo de uma temporada

A distribuição do trabalho de força deve ser feito em função da temporada e da equipe. Divide- se em meses todo o período competitivo, e cada mês em semanas. Em função de como for a competição, periodiza-se o trabalho de força, planificando dois ou mais picos de forma ao longo da temporada.

FIgura 6.6 – Distribuição do trabalho de força.

Todo o trabalho de força estará relacionado com o trabalho técnico-tático e em função dos sis- temas a serem utilizados, sobretudo os defensivos. A força de competição se manifesta nos jo- gos desde o princípio da temporada, e isso é algo que se deve levar em conta.

O trabalho sempre se faz em função do jogador:

 Os indivíduos que iniciam este tipo de tra-

balho não devem trabalhar em treinamen- tos da força de competição (que será visto nas competições), somente um pouco de força específica.

 Os que estão em pleno apogeu de sua car-

reira realizam todo tipo de trabalho de for- ça nos treinamentos.

Planificação do Trabalho de Força

Força Geral Força Dirigida Força Específica Força Competição

PreParação físIca aPlIcada aos esPortes coletIvos 65

a) Ciclo anaeróbico alático

No trabalho puro de velocidade, da potência

anaeróbica alática, não se produz ácido lático, o

que acontece em condições de anaerobiose. Está- -se no limite máximo de 7 a 8 s, obtendo-se a máxima velocidade de deslocamento. Quando fa- zemos repetições nesse período, ou realizamos um trabalho de duração entre 8 e 15 s (em indivíduos treinados; em jogadores não treinadores, seria de 10 a 11 s) à velocidade máxima, estamos traba- lhando no limite do trabalho alático. Esse método se denomina capacidade anaeróbica lática. b) Ciclo do acido lático

Entre 15 e 45 s, trabalhamos a potência ana-

eróbica lática. Trabalha-se quase ao mesmo tempo

da velocidade máxima. Acumula-se uma quan- tidade de ácido lático no sangue. O trabalho de

capacidade anaeróbica lática se levará com séries

repetidas de 25 a 30 s ou realizar trabalhos com uma duração de 45 s a 2 min. Nesse tipo de traba- lho, obteremos os picos de lactato mais elevados. c) Ciclo aeróbico

O período entre 2 a 3 min é o limiar final, quando aparece o limiar anaeróbico, chamado po-

tência aeróbica. Quando realizamos séries de 2 a 3

min, ou passamos de 4 a 5 min e até 15 min ou mais, chamamos esse ciclo de capacidade aeróbica.

Essa classificação dos distintos estados ener- géticos que suportam a participação do jogador,

quando se exige trabalhar a velocidade máxima durante esses tempos, sucede esses tipos de re- sistências, assim denominadas: com duas opções anaeróbicas aláticas, duas opções anaeróbicas láti- cas e duas opções aeróbicas.

Isso foi pesquisado na escola italiana sobre indivíduos que correm na máxima velocidade possível. Entretanto, devemos imaginar que um indivíduo, além de correr, move os braços, desloca uma bola etc. Esses tempos devem se modificar ou reduzir. Por quê?

Em 15 a 20 s correndo, o trabalho é pura- mente anaeróbico alático; de 10 a 11 s é o limite de capacidade anaeróbica alática, em que, fre- quentemente, aparece entre 4,5 a 5 mmol de con- centração de ácido lático. É a partir dessa taxa que passamos a considerá-lo no âmbito de lactademia. Evidentemente, devemos estar por baixo, porque o volume da atividade muscular que gera a prática de handebol é muito mais do que somente correr, já que ativamos os braços, realizamos trabalhos 1 x 1, deve-se saltar etc. Logo, o que foi investiga- do sobre as atividades de corrida não valem para esse esporte, mas apenas para determinar algumas bases. Porém, os tempos de participação em cada uma delas, para nós, sempre serão modificados em função da atividade, já que há maior número de solicitação muscular.

Assim, centrando-se no handebol, podemos dizer que o primeiro e o último dos grupos defi- nidos anteriormente não existem, já que não reali- zamos uma ação de 8 s ao máximo e não voltamos a intervir até que se tenham passados 3 min, e, também, não podemos pensar que um jogador

Manual de handebol

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atuará a uma velocidade média durante mais de 15 min ou repetições de 3 min.

O jogador de handebol na competição está exposto a tempos de trabalho nos quais sua con- centração de ácido lático aumenta muito, o que dificulta a atividade motora. Nessa ação, entramos com uma dívida. Entretanto, a capacidade anae- róbica lática é necessária porque dependemos dos momentos de participação, e se o oponente, por sua vez, não tiver participado da ação anterior, ne- cessariamente deve-se responder a níveis suficientes de oposição, luta etc. e suportar o trabalho lático, ainda que não deseje. Necessitamos bastante da po- tência como uma capacidade, mais a potência do que a capacidade.

Também devemos potencializar em um joga- dor, de preferência, a capacidade anaeróbica aláti- ca, ou seja, podem-se repetir muitas vezes partici- pações de 6 a 7 s com um alto nível de velocidade, com tempos de trabalho e de pausa de forma quase nunca homogênea. Além disso, a potência anaeró- bica servirá para ressintetizar mais rapidamente os resíduos láticos de uma atividade que se pode dar.

Na prática dos sistemas de treinamento de resistência, devemos planificar tipos de resistência

anaeróbica alática, componente lático e, também, potência aeróbica, que é o oxigênio de que se necessi-

ta para manter uma prática anaeróbica lática, que é o metabolismo que prevalece nesta prática esportiva sobre o resto. Para resumir, deve-se desenvolver:

 sistemas de capacidade anaeróbica alática.  potência e capacidade lática.

 potência aeróbica.

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