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Tipos de trabalho de resistência

No documento LIVRO HANDEBOL (páginas 66-70)

Preparação física aplicada aos esportes coletivos: exemplo para o handebol

6.4 Treinamento da resistência

6.4.2 Tipos de trabalho de resistência

a) Capacidade anaeróbica alática

Quadro 6.8 – Trabalho de resistência para capaci- dade anaeróbica alática

Estrutura condicional Componente cognitivo Estrutura coordenativa  8 a 10 s (máxi- ma velocidade de execução - 90% ou +)  1 a 1min30s de recuperação ativa  Nº de vezes em função da posi- ção específica e do momento da temporada  Pode-se asso- ciar ao tempo de trabalho ou ao de recu- peração (mais aconselhável para se centrar no elemento coordenativo durante o trabalho)  Gesto específico  Corrida de recuperação  Tarefa com- plementar de recuperação 6.4.2.1 Estrutura condicional

Como temos visto, deve-se ampliar o tempo de trabalho até 8 a 10 s, quase sempre ao topo, de 90% a 100%, com uma recuperação máxima de 1min30s. Nessas condições, a PC (fosfocreatina), que é o substrato orgânico que permite trabalho alático, regenera-se em 80% do que fora gasto em nível muscular, segundo os grupos musculares que participam. Assim, asseguramos o trabalho seguinte neste âmbito metabólico. O número de repetições variará em função da posição específica, do peso do jogador e do momento da temporada.

Não depende de nenhum dos sistemas tradicio- nais de treinamento, mas do que foi exposto anterior-

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mente, já que cada posição específica solicitará mais o trabalho de alguns grupos musculares concretos para essa posição específica; no entanto, o momento da tem- porada em que nos encontramos também é decisivo.

6.4.2.2 Estrutura coordenativa

Consiste em realizar sempre o gesto específico durante o trabalho. Durante o tempo de recupera- ção ativa, existem duas opções: realizar corrida de recuperação ou uma tarefa complementar, poden- do ser o quique da bola, passes em duplas etc.

6.4.2.3 Componente cognitivo

Neste sistema, o componente cognitivo é asso- ciado tanto ao trabalho quanto ao tempo de recupe- ração ativa. De preferência, deve-se fazê-lo no tempo de recuperação ativa e menos durante o trabalho, já que este é um sistema no qual devemos localizar, fundamentalmente, o gesto coordenativo específico. b) Potência anaeróbica lática

Quadro 6.9 – Trabalho de potência anaeróbica lática

Estrutura condicional Componente cognitivo Estrutura coordenativa  Ações na maior velo-

cidade possível  Tempo de execução: 20 a 35 s  Repetições: de 4 a 8  Recuperação: 4 a 5 min  Ativa  De pouco significado  Passar de tarefas inespecíficas a tarefas específicas, progressiva- mente. 6.4.2.4 Estrutura condicional

A potência anaeróbica lática melhora a condição das enzimas glicolíticas dos grupos musculares que participam, sobretudo das per- nas. Essas enzimas favorecem a destruição do ácido lático.

As ações que faremos serão mais específicas e deverão fazer-se na mais alta velocidade possível. Desse modo, estaremos, continuamente, media- dos pela estrutura coordenativa.

Entre 20 e 35 s, à máxima velocidade, deve- -se realizar não mais que 4 a 8 repetições, com re- cuperações entre 4 a 5 min. Esse tipo de trabalho suporta altas concentrações de ácido lático: de 6,5 a 8 mmol/mL.

6.4.2.5 Estrutura coordenativa

Passará progressivamente de tarefas inespecí- ficas à específicas. Não se pode chegar a uma alta velocidade específica se não se dispõem do gesto coordenativo específico.

Devem-se levar sempre tarefas conhecidas pelos jogadores para poder realizá-las na máxima velocidade, do contrário, não se estaria trabalhan- do a potência anaeróbica lática. A recuperação se realizará sempre de forma ativa.

6.4.2.6 Componente cognitivo De pouco significado.

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c) Capacidade anaeróbica lática

Quadro 6.10 – Trabalho de capacidade anaeró- bica lática Estrutura condicional Componente cognitivo Estrutura coordenativa A:  Alta velocidade  Tempo de execução: 1 a 2 min.  Repetições: de 2 a 6.  Recuperação: mais de 6 min.  Trabalha-se durante a pré-temporada para criar a capa- cidade para logo fazer. B:  Velocidade submá- xima.  Tempo de execução: 30 a 45 s.  Repetições: de 3 a 7.  Recuperação: menos de 3 min, diminuin- do progressivamente.  Mantém-se durante todo o período de competição. De pouca relevância. Se fizermos inter- pretar e elabo- rar respostas alternativas a essas situações, a velocidade de execução diminui mui- to, e o que nos interessa é a capacidade fisiológica. Isso significa que não existe, ainda que esta seja elementar e de pouca relevância. Componentes específicos, de menos a mais, encadeados (força de luta, de salto, de lançamento)

O trabalho A pode e deve ser prévio ao B, porque o tempo total de realização é maior.

6.4.2.7 Estrutura condicional Apresentam-se duas opções:

1. Pode ser prévio a B, porque o tempo total de realização é maior. Utiliza-se durante a pré- -temporada.

Velocidade alta, com 1 a 2 min. Realizam-se de 2 a 6 repetições com recuperação suficiente, de mais de 6 min. Nesse primeiro nível, já se deve criar a capacidade de tamponar a acidose meta- bólica para que, durante o treinamento específico da temporada, já se tenham os recursos metabóli- cos suficientes para suportar esse tipo de trabalho. Um dos erros mais cometidos na preparação física na pré-temporada é que, enquanto ela acontece, não se trabalha nada da capacidade anaeróbica lá- tica, mas tão somente a potência aeróbica (correr, correr e correr); quando chegam os primeiros dias em que se trabalha com bola, os jogadores se en- contram esgotados. Na pré-temporada, também se devem ter em conta trabalhos específicos de campo e, inclusive, podem-se fazer trabalhos de técnica com muitas repetições e trabalhos de ele- mentos da tática básica, que serão utilizados nesta temporada.

2. Velocidade muito próxima da máxima, tem- po de realização menor que 1 min: entre 30 e 45 s, aumenta-se o número de repetições até 8, sendo, normalmente, de 3 a 7, e a recupe- ração ocorre de 3 min para menos. O ideal é que a distribuição dessas repetições possa ser feita em blocos, por exemplo, 2 blocos de 3 repetições. No primeiro bloco, 3 min de recuperação e, no segundo 3, 2 e 1 minuto de recuperação para aumentar, ao máximo, a reatividade orgânica do sujeito, para que provoque mais substâncias tampões do ácido lático. Nesse tipo de treinamento, chega-se aos 10 mmol/mL.

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6.4.2.8 Estrutura coordenativa

Componentes específicos de menos a mais.

6.4.2.9 Componente cognitivo

Devem-se apresentar poucas complicações para evitar que a atenção e a concentração para manter altas velocidades não se reduzam. Mas isso não significa que não existam, pois, nos passes com bola, por exemplo, deverão ser usados quatro tipos de passes distintos. Logo, já há certo compo- nente cognitivo, que é elementar.

Outro exemplo: se se deve desviar de cones, o deslocamento entra cada cone se realizará de forma distinta. É muito importante fazer que esse pequeno elemento de tomada de decisão não seja esquecido pelos jogadores.

d) Potência aeróbica

Quadro 6.11 – Trabalho de potência aeróbica

Estrutura condicional Componente cognitivo Estrutura coordenativa  Corrida ou deslo- camentos contí- nuos (em período preparatório, cor- rida; a medida que se avança a tempo- rada, cada vez mais deslocamentos específicos).  Tempo de execução: 2 a 3 min.  Associado.  Tarefas específicas, progresiva- mente ajus- tadas.  Material específico do jogo.  Espaço es- pecífico nas trajetórias de postos específicos. Estrutura condicional Componente cognitivo Estrutura coordenativa  Repetições: nº de vezes de acordo com o tempo real do jogo.

 Recuperação: 30 s a 1 min.

 Ativa.

6.4.2.10 Estrutura condicional

O trabalho de potência aeróbica será funda- mentado em forma de corrida ou deslocamentos. Serão realizados, no início, trabalhos de corrida que logo passarão a ser desenvolvidos junto com os deslocamentos. Terão duração de 2 a 3 minu- tos, recuperação ativa de 30 segundos a 1 minu- to e número de vezes de acordo com o tempo de jogo, porque a potência aeróbica será utiliza- da como via de ressíntese dos restos de lactato e outros resíduos. Portanto, é necessário superar o tempo real de jogo.

6.4.2.11 Estrutura coordenativa

As tarefas são específicas e progressivamente ajustadas. No princípio da temporada, 80% do trabalho será corrida, em distintas velocidades de execução, mas, progressivamente, se transforma em uma tarefa específica do jogador (quicar, pas- sar e driblar, fundamentalmente): trabalho especí- fico do jogo. Nesse tipo de sistema, nas pré-tem- poradas, podem-se usar jogos de basquetebol,

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futebol etc. para, posteriormente, como última aproximação coordenativa, utilizar o espaço espe- cífico dentro da quadra com as trajetórias mais utilizadas nas posições específicas de cada jogador (no caso de correr por toda a quadra, os pontas o farão pelas laterais, o central e o pivô pelo centro etc.), realizando tarefas de acordo com estas posi- ções específicas.

6.4.2.12 Componente cognitivo Está associado às tarefas específicas.

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