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Laticínios Catupiry Ltda.

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O requeijão Catupiry foi desenvolvido em 1911, pelo casal de imi- grantes italianos Mario Silvestrini e Isaíra Silvestrini, na estância hidromineral de Lambari, em Minas Gerais. A industrialização do pro- duto começou em São Lourenço (MG). Em 1949, passou a ser produ- zido em São Paulo.

A receita do carro-chefe da companhia é um segredo mantido a sete chaves, tão secreta como a receita da Coca-Cola. Em agosto de 1936, a marca Catupiry foi registrada. Significa “excelente” em tupi- guarani.

Atualmente, os produtores compram cerca de cem mil litros de leite por dia para atender às encomendas. Com uma produção diária de aproximadamente 20 toneladas de requeijão, a Catupiry estima que existam hoje 15 milhões de consumidores do seu requeijão em todo o mercado nacional. Com baixo teor de acidez, o requeijão tornou-se ingrediente indispensável em inúmeros pratos, tendo sido inventadas várias receitas de massas, peixes e aves, em todo o País, preparadas “ao Catupiry”. Os pratos são tão apreciados que brasileiros residentes no exterior sentem falta do catupiry cream cheese.

A Laticínios Catupiry Ltda. tem oito unidades de produção espa- lhadas pelo interior do Brasil, contando com mais de 1.500 produtores de leite in natura. Os 155 produtores autorizados pelo grupo minei- ro são obrigados a usar a expressão “tipo Catupiry” em seus rótulos.

Inicialmente, o Catupiry era acondicionado em saco plástico, inse- rido na célebre embalagem de madeira, redonda, composta por finas e maleáveis lâminas, com rótulo nas cores vermelho, azul e branco. No final dos anos 1990, passou por uma reformulação visual e começou a

ser embalado também em polipropileno, um tipo de plástico resistente a forno de microondas.

A Laticínios Catupiry Ltda. passou mais de 80 anos sem investir em comuni- cação — quase não se via seu nome na mídia. Quanto às mudanças, o consumi- dor verifica-as, principalmente, no supermercado, sendo a maior delas relativa- mente à embalagem. A empresa precisou mudar a estratégia, de pouca visibili- dade, recentemente. Primeiro, porque recebeu o título de Marca Notória do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), em 1997, o que impede de ser reproduzida ou imitada, e, tampouco, de ser usada em qualquer atividade industrial, comercial ou de serviços sem que haja uma autorização expressa da Laticínios Catupiry Ltda. Segundo, porque a empresa recebia muitos chamados de consumidores, queixando-se de que pizzarias e restaurantes usavam outros produtos em suas receitas, ao contrário do que constava no cardápio.

Observe-se, no quadro a seguir, os produtos da empresa, conforme apre- sentados em seu site.

Produtos da Laticínios Catupiry Ltda.

Quadro 1

Embalagem tradicional para utilização culinária — 410g (embalagem redonda). Requeijão em copo — 250g.

Embalagem 250g — para consumo doméstico em pães, lanches, salgados e na culinária. Embalagem pratic1.535g — para uso comercial em lanchonetes, bares, pizzarias etc. Balde 3,6kg — para utilização comercial.

Embalagem 10kg — para linhas industriais de alto consumo.

Fonte: LATICÍNIOS CATUPIRY. Disponível em: <http://www.catupiry.com.br>. Acesso em: 28 ago. 2006.

O rótulo Catupiry sempre manteve a sua essência gráfica e cromática, sendo tão distinto que outros fabricantes já tentaram imitá-lo, no intuito de confundir os consumidores do tradicional requeijão. Os elementos decorati- vos, estilizados e simétricos são típicos do início do século XX. A palavra Catupiry vem em destaque, entre aspas, em uma letra característica.

A tabela nutricional divulgada pela empresa é mostrada no Quadro 2.

Tabela nutricional

Quadro 2

Substância alimentar Calorias Carboidratos Proteínas Gordura (100g)

Requeijão “Catupiry” 266,6g 0g 13,33g 20,00g Requeijão “Catupiry” 233,3g 3,33g 10g 23,33g copo cream

Quanto às concorrentes, muitas indústrias recentemente começaram a substituir o tradicional requeijão, feito com leite, manteiga e gordura de leite, pela especialidade láctea, que é um creme composto por requeijão, amido e gorduras vegetais. A indicação “especialidade láctea” é apresentada em caracteres minúsculos e, em destaque, vê-se termos como “cremoso” e “tradicional”, o que pode confundir os consumidores em relação à mudança do produto com menor custo de fabricação. Com a nova fórmula, as indústrias podem ganhar entre 30% e 40% na margem de comercialização, uma vez que o amido é mais barato que o leite.

E não é difícil o consumidor se confundir nas gôndolas dos supermerca- dos. Expostas nas geladeiras de requeijão juntamente com o produto origi- nal, as especialidades lácteas vêm nos copinhos de plástico — a embalagem de vidro praticamente desapareceu — e têm apresentação similar à dos re- queijões, deixando o creme branco aparecer pela embalagem transparente. A avaliação dos fabricantes de laticínios é que as especialidades lácteas já dominam boa parte do mercado, anteriormente ocupado pelo requeijão, apesar de não haver estatísticas que separem um produto do outro. Os sites de dois grandes fabricantes, como a Nestlé e a Danone, por exemplo, não relacionam o requeijão no seu mix de produtos. A Danone apresenta apenas a especialidade láctea “Poços de Caldas Tradicional”, e a Nestlé oferece a especialidade láctea “Nestlé Tradicional Cremoso”.

De acordo com especialistas, as empresas optam pela produção da espe- cialidade láctea para oferecer produtos mais baratos no mercado, que de- manda por produtos de valor menor. Ressaltam que a especialidade láctea só se tornou possível com o avanço da tecnologia, similarmente ao que ocorreu com a margarina muitos anos atrás. Como reflexo da invasão das especialida- des lácteas, que são mais baratas, os fabricantes de requeijão resistentes à novidade perdem margem de lucros.

Questões

1. Aponte os diferenciais do Catupiry em relação aos seus fabricantes concorrentes de requeijão.

2. Explique as tendências do mercado em relação à “especialidade láctea”. 3. Analise os fatores ambientais que favorecem e desfavorecem o pro-

duto Catupiry.

Referências

CATUPIRY. Disponível em: <http://www.inventabrasilnet.t5.com.br/ catupir.htm>. Acesso em: 05 out. 2005.

CHAIM, Célia. O requeijão do Brasil. Meio & Mensagem, ano XXVII, n. 1.163, p. 40-41, 20 jun. 2005.

LATICÍNIOS CATUPIRY. Disponível em: <http://www.catupiry.com.br/>. Acesso em: 28 ago. 2006.

Irresistíveis Brigadeiros,