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Buscando uma amostra significativa dos adolescentes e as tecnologias digitais da

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3 UM CAMINHO DE PESQUISA: A INVESTIGAÇÃO COM ADOLESCENTES NAS

4.2 Buscando uma amostra significativa dos adolescentes e as tecnologias digitais da

digitais

Essa proposta de abarcar um grupo maior de estabelecimentos de ensino, com critérios a definir com conhecimento da equipe pedagógica da Secretaria de Educação de Juiz de Fora

(SE/JF), visou obter dados mais quantificáveis nesse processo. Para o andamento posterior da pesquisa essas informações seriam valiosas, a fim de indicar potenciais estudantes a serem posteriormente contatados para investigação mais minuciosa em suas escolas. Além disso, o contato com a equipe técnica da SE/JF auxiliaria a verificação de disponibilidade, informações sobre turmas oferecidas, existência de laboratório de informática para realização de questionário online, além de conhecer a pré-disposição das escolas para adesão de pesquisa, etc. Dessa forma, contando com critérios prévios de aproximação com a equipe administrativa e pedagógica escolar, seria verificado o interesse das escolas em aderir à pesquisa. Assim, tomando as medidas cabíveis, encaminhei minha solicitação à SE/JF juntamente com uma síntese do projeto de pesquisa, com vistas a obter a permissão de acesso à rede municipal. A autorização foi formalizada pelo aval da equipe técnica, tanto da supervisão responsável pela averiguação do pedido, quanto pela gerência do Departamento de Ensino Fundamental (DEF), responsáveis pela análise desse tipo de solicitação de pesquisa com estudantes na rede municipal. Contei, também, com a anuência da Subsecretaria de Articulação das Políticas Educacionais (SSAPE) e, finalizando, com a assinatura da secretária de educação. Assim, foi formalizada junto à SE/JF a proposta de realização de um survey com estudantes nos estabelecimentos que manifestassem interesse de participar da pesquisa. A autorização desse procedimento, pela Secretaria de Educação, foi-me encaminhada pela Supervisão de Desenvolvimento do Ensino e Avaliação Escolar (SDEAE), pertencente ao Departamento de Planejamento Pedagógico e Formação (DPPF). No trâmite da minha solicitação, os profissionais da SE/JF e, especificamente, do DPPF/SE contribuíram com informações úteis, como orientações para obter listagem de escolas, contatos de e-mail e telefone das unidades, de forma que fosse possível solicitar aos estabelecimentos de ensino a devida autorização para aproximação com os profissionais, a fim de acessar os estudantes para desenvolvimento do survey. Com colaboração da Supervisão de Planejamento e Articulação de Programa de Educação Integral (SPAPEI), foi possível ter acesso às listagens de escolas que atendessem o seguinte critério: estabelecimentos com turmas até o 9º ano do Ensino Fundamental, equipadas com laboratório de informática e internet para realização desse instrumento de pesquisa previsto.

O levantamento feito conforme esse critério contabilizou 59 escolas83, seguindo o recorte a ser estabelecido para a pesquisa para a aplicação do survey: turmas de 8º e 9º anos

83 Quando me informei sobre a relação de escolas com classes de 8º e 9º anos, apenas uma das 60 escolas que possuem essas turmas do Ensino Fundamental Final não tinha laboratório de informática no estabelecimento. Na realização do survey, apenas uma escola do total não contava com esse espaço de computadores. Entretanto, as

no ano letivo de 2017 e existência na escola de laboratório de informática para desenvolver o procedimento no próprio estabelecimento de ensino. A partir daí, seguiu-se à preparação da autorização solicitada à equipe diretiva, com vistas a saber das condições técnicas dos laboratórios de informática. Em contatos que eu iniciara com algumas dessas escolas informalmente, tinha conhecimento de que, em algumas delas, o espaço para acesso à rede e computadores estava tecnicamente inoperante ou em reforma. Em outros casos, a internet era extremamente lenta, oscilante ou não funcionava. Assim, parti para confirmar as escolas que tivessem condições adequadas para aderir à pesquisa, bem como o interesse das mesmas em participar.

Ao me deparar com essa lista de escolas, num primeiro momento, pensei se não seria melhor delimitar critérios para eleger uma pequena amostragem de estabelecimentos por região ou com número um pouco mais abrangente e equilibrado, selecionando algumas escolas por áreas geográficas da cidade. Entretanto, encorajado pela possibilidade de contatar mais diretamente todas as escolas por diversos canais que não fossem a mera correspondência via e-mail, dando a oportunidade de todas opinarem em participar, estaria propondo a participação por adesão a todas, indiscriminadamente. Além disso, o que mais me entusiasmava no processo, é que eu estaria potencialmente oferecendo a todos os alunos de 8º e 9º anos da rede municipal a chance de responderem ao questionário online.

Com esse propósito, passei a elaborar um plano de atuação sobre toda essa listagem das 59 escolas. Dessa forma, de maneira que todos os estabelecimentos tivessem a chance de saber da existência da pesquisa e seus objetivos, contidos no documento assinado pela secretária de educação a ser encaminhado para as escolas, procurei meios e modos de me aproximar de um profissional da unidade escolar. Foram muitos telefonemas, e-mails e contatos pessoais com diretores, vice-diretores, coordenadores pedagógicos, secretários escolares e/ou professores, com objetivo de acessar as escolas e entregar o documento de autorização a todas 59 integrantes da lista.

Vale ressaltar que essa etapa de aplicação de um instrumento investigativo para levantamento de dados na concretização desses contatos contou com alguns fatores que me possibilitaram um acesso mais efetivo às escolas. Por integrar o DPPF/SE e trabalhar naquele

condições de rede e de funcionamento de muitos desses ambientes, conforme apresentado na tese, apresentam diversas limitações.

período em carga horária de 20 horas84 no próprio setor, me certifiquei sobre a previsão de encontros e reuniões de técnicos e formadores com as equipes diretivas, que ocorrem no calendário mensal informado na programação publicada para a rede municipal85. Assim, tanto em ocasiões de reunião de diretores dos estabelecimentos escolares, quanto no encontro de coordenadores pedagógicos, que ocorrem mensalmente, procurei abordar alguns profissionais em um contato mais direto, conversando individualmente e explicando os objetivos da pesquisa. Foi um esforço muito intenso, mas compensador, pois ao falar com cada profissional que representava as escolas, foi possível já ter uma previsão de algumas situações. Além do meu esforço pessoal de estabelecer esses contatos, a colaboração e as indicações de colegas de trabalho do meu departamento, que também ajudaram a fazer um corpo-a-corpo com alguns profissionais de escolas, informando sobre minha intenção de entrar em contato, muito me auxiliaram, ao estabelecer essa “ponte” para a apresentação da minha pesquisa. Por fim, contei com a grande cooperação da já referida equipe da SPAPEI, que, conforme detalhei, já haviaajudado ao disponibilizar a relação de escolas que possuíam o recorte de seriação do segmento do Ensino Fundamental pretendido. Posteriormente, a própria equipe viria a antecipar alguns contatos telefônicos, considerando a importância da minha pesquisa.

No período recente em que iniciei esse levantamento foram vários dias de muitos telefonemas, com tentativas bem sucedidas e, também, frustradas de contato com alguns integrantes das equipes diretivas e os potenciais professores colaboradores para aplicação do questionário online – em geral, professores responsáveis pelo laboratório de informática – nos horários previstos para encontrá-los nos estabelecimentos. Embora as lacunas intimidadoras da lista de 59 escolas de início parecessem grandes obstáculos a vencer para concretizar o survey, aos poucos o desafio foi sendo vencido. Nesse trabalho de aproximação pessoal com os interlocutores, nas oportunidades de encontrar os profissionais dos estabelecimentos escolares nos próprios locais de trabalho, nas reuniões mensais, nos corredores e outros espaços da SE/JF, os espaços vazios da listagem foram sendo preenchidos. Também agendei

84

Carga horária de uma matrícula de professor PRB do quadro de servidores da Prefeitura de Juiz de Fora. Na ocasião, eu estava em licença remunerada para formação em meu outro cargo, também de 20h semanais. 85

Por ser profissional da rede municipal, atuando como servidor efetivo da Prefeitura de Juiz de Fora desde 1990, considero que minha experiência como professor, gestor escolar, integrante de projetos e atualmente componente da equipe do DPPF-SE possibilitou efetiva contribuição para meu acesso às equipes diretivas das escolas. Entretanto, mesmo possuindo essas credenciais, foi fundamental o corpo a corpo, assim como os demais esforços de buscar contato pessoal ou indireto com os representantes desses estabelecimentos para viabilizar minha pesquisa.

visitas em algumas escolas, para que se posicionassem a respeito da pertinência da pesquisa e recebessem orientações sobre o contato com os responsáveis quanto à autorização da participação dos adolescentes na aplicação do questionário online. Dessa forma, oportunizaria cada um dos estabelecimentos previstos de compreender a importância de dar aos estudantes a opção de participarem de um levantamento que dialogaria com seus interesses e opiniões sobre as tecnologias e sua inserção na cultura digital.

Logo nos primeiros contatos, alguns diretores e/ou coordenadores pedagógicos confirmaram certas dificuldades, como existência de problemas com a velocidade da internet e situações em que os laboratórios de informática não possuíam conexão à rede. Havia casos também de instalações em reforma ou necessitando de revisão técnica. Outra situação apontada foi da dificuldade dos alunos, segmento pretendido da pesquisa, terem acesso ao survey no espaço de informática da escola, já que foram relatados, por exemplo, por alguns diretores e professores de estabelecimentos, situações que no turno dos alunos de 8º e 9º anos se prioriza o atendimento de projetos do projeto “Mais Educação” com outras turmas. Assim, outros estudantes, pertencentes ao contra-turno, são os que utilizam o laboratório com os computadores e internet disponíveis, inviabilizando o acesso dos adolescentes do Ensino Fundamental Final ao local. Ocorreu o caso de uma das escolas, interessada em atender a solicitação de participação no survey, que sugeriu fazê-lo num dos terminais de computadores na secretaria da escola, já que no estabelecimento não tinha internet funcionando no laboratório de informática. Outra, sugeriu imprimir respostas, por não estar sem acesso à rede.

4.3 O processo de pesquisa nos estabelecimentos de ensino da rede municipal: um

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