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Mapa de bordo: explorando as possibilidades de leitura em uma dimensão

No documento sebastiaogomesdealmeidajunior (páginas 30-32)

Fundamentado nessas possibilidades de transitar entre as linguagens, me proponho habitar esse ecossistema de hibridizações onde o texto escrito já não é o único detentor dos valores da ciência, do conhecimento e do saber, aprofundados com o advento da web e da linguagem hipermídia que nela circula, transformando e redistribuindo os papéis e funções culturais. Ao propor estabelecer estes links com o ciberespaço, busco romper com o delineamento contínuo da escrita, indicando demais linguagens com as quais a cultura digital permite dialogar com facilidade. Dessa forma, indicando outros canais e telas, pretendo não só ilustrar a pesquisa indo além da narrativa textual, mas apresentar o meu encontro com meus sujeitos e com as questões que se abrem diante da nossa realidade hipermídia.

Santaella (2010) nos fala desse novo ecossistema de linguagens e escritas. O hibridismo e as tecnologias informáticas vêm trazendo novas possibilidades para ampliarmos nossas redes de conhecimento. Com as mudanças tecnológicas e os avanços na linguagem, habitamos novas ecologias comunicacionais e culturais em uma semiodiversidade crescente. Assim, com o propósito de explorar as características de produção, armazenamento e distribuição da hipermídia envolvendo textos, imagens, áudios e vídeos disponibilizados em rede, manterei um diálogo com minha pesquisa em camadas de linguagens.

Para Schlemmer (2014), no contexto da vida e da convivência as tecnologias analógicas e digitais coexistem no hibridismo e na multimodalidade envolvendo os espaços físicos e online. Os novos ambientes do conhecer não dicotômicos, mas interligados, colocam esses elementos e sujeitos em uma relação anunciando uma cultura emergente na qual o tráfego de dados e redes de informação estão em todos os lugares. As possibilidades do

ubiquitous learning9, evidenciados pela autora como potencializadores da aprendizagem situada disponibilizando informações “sensíveis” se justifica em minha proposta, já que trago para o presente texto, que é da incorporação de tecnologias de identificação estabelecendo hiperlinks. Dentre outras ferramentas digitais de comunicação ubíqua, Schlemmer (2014) destaca os QR Codes10. Com intuito de proporcionar ao leitor essa transposição de linguagens no meu texto, optei pela utilização dessa tecnologia emergente que facilitasse uma transposição do leitor para outras telas conforme a fluidez da minha escrita.

Assim, na medida em que avanço na minha pesquisa, eu manterei em meu texto um diálogo sustentado nessa interposição de linguagens. Ao criar um ambiente para incluir referências e complementações permitidas pela ubiquidade das conexões com o ciberespaço, envolvendo as possibilidades da hipermídia, o meu intuito foi de indicar, quando necessário, links para um ambiente virtual para meu tema de pesquisa desenvolvido na perspectiva de somar ao texto da tese as possibilidades do visível e do sensível, presentes na rede.

Antes de detalhar mais sobre esse espaço virtual que dialogará com meu estudo, trago algumas orientações que auxiliem o leitor nesse sobrevoo na minha escrita. Para acesso aos conteúdos, conto com os QR Codes como recurso associado às tecnologias móveis que fará parte do trabalho ao direcionar para links associados à minha pesquisa.

Um QR Code, de acordo com o site oficial que comercializa e disponibiliza essa tecnologia para utilização11, é um código de barras bidimensional formado por pixels pretos e brancos, que possibilita a codificação de uma vasta gama de caracteres. Com o conteúdo armazenado, o código pode ser decodificado e exibido em smartphones e tablets, e, conforme expresso na sigla, permite a digitalização excepcionalmente rápida. A origem desse código remonta a 1994, desenvolvido pela empresa Denso pertencente à Toyota, na versão denominada QR: DENSO wave, com o objetivo de acelerar os processos de logística em produção automobilística. Propagado no Japão em diversas áreas da economia, difundiu-

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Processos de aprendizagem relacionados aos dispositivos móveis com conexão em redes de comunicação

wireless, sensores e mecanismos geolocalizadores, integrados a contextos de aprendizagem e seu entorno. É

possível para o aprendiz estar em redes presenciais e virtuais relacionando pessoas, objetos, situações ou eventos, implicando em aprendizagem contínua e contextualizada.

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QR Code, sigla para Quick Response Code (Código de Resposta Rápida), é um código de barras bidimensional muito difundido, facilmente escaneável por celulares com câmera e equipados com o software de leitura. Os QR

Codes são empregados para completar informações diversas como sites, dados numéricos, endereço eletrônico e

geo-localizações.

11 As informações sobre os QR Codes e sua utilização foram extraídas da página que disponibiliza a obtenção gratuita de códigos online, no endereço eletrônico < http://www.qr-code-generator.com>.

se posteriormente pela Europa em popularidade. Atualmente, eles foram internacionalmente normatizados, são considerados seguros e têm a possibilidade de serem lidos mesmo com parcial obstrução da imagem.

Destacando as vantagens da interatividade e da potencialidade do aprendizado na mobilidade nas formas de acesso, produção e compartilhamento de informação, Schlemmer (2015) apresenta uma rica experiência da utilização do QR Code no ensino de química. Articulando-se na proposta difundida pela UNESCO que recomenda a adoção do BYOD (Bring Your Own Device) para que os estudantes redescubram os potenciais de seus dispositivos móveis, a autora desenvolveu uma série de experiências na universidade se valendo das possibilidades das tecnologias móveis sem fio, ao explorar os códigos de barra bidimensionais.

Para leitura dos QR Codes, é necessário um aparelho com esse digitalizador de código instalado. Informações sobre os aplicativos podem ser encontradas para download gratuito12. Para digitalizar um código, basta abrir o aplicativo e manter a objetiva da câmera por cima da superfície, e a digitalização processa-se em segundos.

1.3 A pesquisa em diálogo na rede: um ambiente online para pensar a juventude

No documento sebastiaogomesdealmeidajunior (páginas 30-32)

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